Thema Nr1

Traições... Ou não.


Foi assim por dias seguidos. Kristin ia conosco para o colégio, mas eu não dava uma palavra. Bill chegou a me perguntar sobre nós dois, mas eu não comentei nada. Só respondi que ela não passava de uma ficante, mais nada. No colégio, Kristin e Georg passavam minutos juntos sozinhos conversando e ela sempre saía com ele no final da aula. Pra onde eles íam eu não sei. Eu agia normalmente com Kristin, nada de super amigo, mas também fingia não ligar para o seu contato direto com Georg.

- Gê, você pode hoje? - ela sussurou baixo para Georg.

- Claro, sempre estou livre pra você, Kristin. - ele pegou em sua mão e a encarou. Também a encarei,e logo que ela percebeu, largou a mão de Georg rapidamente.

- Er, ótimo. Então você me busca lá em casa. - ela falou sem graça e baixo como se não quizesse que eu ouvisse. Não deu certo. Fingi não ter ouvido e segui minha vida em frente. Depois de uma semana, já tinha me decidido. Voltaria a ficar com Jeny.

- Oi loirinha. - falei ao lado de Jeny o mais simpático possível, durante o intervalo.

- Tom? - ela me encarou perplexa.

- Tô com saudade de ti, sabia? - sorri de lado.

- É? - ela ergueu uma sombrancelha. - Pena que você chegou tarde. Agora eu que não quero. Só porque a Kristin te trocou pelo seu amiguinho você vem atrás de mim. - o que ela falou me doeu. Fingi não ligar e continuei.

- Eu e Kristin não tínhamos nada. Você é que sempre foi difícil de lidar... Ah, você não vai dizer não pro Tomzinho, não é? - puxei-a pela cintura e beijei seu pescoço. Ela resistiu um pouco com as mãos, mas logo arfou.

- Tom, para... - ela respirava ofegante. Parei o que fazia e a guiei pela cintura pelos corredores. O depósito estava nos esperando.

- Venha comigo, Jeny. Faz tempo que a gente não se diverte. - ri maliciosamente. Ela sorriu enfim, então fechei a porta atrás de nós.

Agarrei Jeny pela cintura e beijei seus lábios nada parecidos com os de Kristin. Não tinha aquele sabor que eu sempre sonhava em sentir novamente. Espantei esses pensamentos de minha mente e passei a chupar o pescoço da garota. Ela gemeu rindo e agarrou com seus braços em mim, passando suas pernas em volta da minha cintura. Eu ri baixinho e me encaixei entre ela, passando as mãos em seus seios. O bom de ficar com Jeny é que ela deixa eu fazer o que eu quero. Mordi seu pescoço e pressionei suas coxas em mim. Enquanto me divertia com Jeny no depósito, fiquei pensando no que Kristin e Georg estavam fazendo. Será que já ficaram? Ou pior! Será que Georg resolveu se "divertir" com Kritin? Parei o que estava fazendo e me separei de Jeny.

- O que foi? - ela me encarou sem entender nada. Não é ela que eu quero.

- Acho que vem vindo gente. - menti. Ela negou com a cabeça.

- Tom, para de paranóia. Nunca pegaram a gente. - ela falou me puxando pela camisa, mordendo o lóbulo e minha orelha. Com suas mãos ágeis, ela arrancou a própra camiseta e já puxava a minha.

- Calma, Kris... - ri e beijei seu pescoço.

- Kris? - ela parou e me encarou enfurecida. Boa Thomas! Seu retardado.

- Nein... Jeny. - fiquei sem graça e sem resposta.

- Vai à merda, Thomas! - Jeny me empurrou com força e vestiu sua camisa saindo do quarto. Nem tentei ir atrás, não era isso que eu queria.

Saí do depósito sozinho e fui até o pátio encontrar com todos os outros, que neste momento não estavam juntos. Os únicos da mesa eram Kate, Bill e Gustav.

- Hallo. - sentei-me na cadeira vaga.

- Oi. - Kate sorriu pra mim.

- E ai, Tom? - Gustav sorriu.

- Tom, onde você estava? - Bill perguntou preocupado.

- Er, lugar nenhum... - começei a brica com um dread meu. Bill me encarou sério. Bill, pare de ler minha mente!

- Cara, tá esfriando... Logo vem o inverno... E a viagem! - Kate sorriu e bateu palminhas como Bill sempre faz.

- Vai ser demais essa viagem! - Bill beijou sua bochecha. Enquanto isso, Georg e Kristin aproximavam-se.

- Oi povo. - Kristin sorriu e puxou uma cadeira ao meu lado. Georg sentou ao lado dela.

- Oi. - dissemos em coro.

- Onde estavam? - Bill me poupou de perguntar.

- Er, na sala de música. - ela falou e parou o olhar em mim. Fiz questão de ignorar.

- Tomzão voltando à ativa! - Georg cortou o gelo. - Tá pegando a Jeny de novo? - O que ele falou?

- Eu? - eu engasguei sem nada na boca.

- É, seu malandro... Te vi entrando no depósito com ela. Depois ela saiu antes de você quase sem camisa! - ele gargalhou sozinho. Eu estava apertando minhas mãos, Kate e Bill abaixaram a cabeça sem jeito, Kristin me lançou um olhar desapontado e Gustav deu um murro no ombro dele.

- Ai! O que foi? - ele fez uma careta.

- Não estou com a Jeny. - falei bufando.

- Er, bom pessoal... Eu vou indo. - Kristin falou desapontada e foi até a sala. Georg fez menção em ir com ela, mas Gustav o repreendeu.

- Ei, cara! Pare de dar em cima da Kristin! Ela tá com o Tom. - Ele falou sem ao menos me consultar.

- Hã? - ele espantou-se. - Tom?

- Nein, não estou com a Kristin. - falei emburrado.

- Não? Atah, pode parar! - Vocês acham que ninguém viu os dois se pegando no maior Liebe no cinema? - ele me surpreendeu. - E outra, os dois moram um do lado do outro, passam todos os dias juntos... Cara, não tem como negar que Tom fica super retardado perto dela. Só falta escorrer a baba! - ele me encarou. Ei, também não é assim!

- Nada a ver. A gente só ficou, assim como vocês estão ficando. - dei de ombros e encarei Georg. Kate e Bill levantaram de fininho e sairam sem dizer nada.

- Cara, não viaja! - Georg me encarou nervoso. - Se Kristin me desse bola, eu não ficaria só de rolo com ela, eu a pediria em namoro! Ela não é uma garota qualquer! - ele começou a se alterar. Ela não dá bola pra ele? Uhul! Bom, mas ele tá certo. Fui um idiota de não ter falado pra Kristin que gosto mesmo dela e que queria algo sério.

- E porque passam toda hora juntos? - me revoltei.

- Por causa de uma música. - ele franziu a testa. - Kris veio me pedir aulas de guitarra, mas só pra tocar uma música. By Your Side. - ele deu de ombros e cruzou a perna por cima do joelho. Meu estômago deu voltas quando soube que era a música que eu tinha composto pra ela.

- Essa música é minha. - falei ainda pasmo.

- Ótimo, então já deu pra perceber que ela gosta de você, né? - Gustav falou irritado. Georg bufou.

- E agora fudeu. - falei começando a querer espancar Georg. - Porque ela nunca mais vai querer que eu toque nela, ainda mais depois de Georg fazer a merda de falar que eu saí do depósito com a Jeny! - apertei a mão. - E só pra você saber, eu chamei ela de Kris e ela nem quis me ouvir. Saiu de lá antes de qualquer coisa. - Levantei e saí irritado em direção a sala.

O sinal bateu logo em seguida. Kristin não estava lá, mas algo muito forte me dizia que eu a encontraria no banheiro feminino. Sem dúvida fui atrás dela. Entrei sem bater na porta, se não certamente ela não falaria comigo. Ela estava lá, chorando silenciosamente sentada no chão. Segui com passos mudos até ela, antes que perdesse a coragem.

- Kris? - ela ergueu o rosto assustada e enxugou o rosto lavado de lágriamas. O culpado disso sou eu. Mereço que ela me dê um fora.

- Tom?! - ela ergueu-se e me encarou com mágoa. - O que quer? - ela quase não conseguia disfarçar o nojo de mim. Tive vontade de chorar.

- Kris, preciso falar com você. - eu me aproximei dela e toquei seu rosto. Kristin arrancou minha mão de si e virou-se pra porta.

- Quer conversar? Então vá até Jeny e explique a ela o papo que você quer ter, e de preferência no depósito. - ela parou antes de sair e puxou um papel do bolso. - Engula isso. - tacou a música amassada no chão e saiu.

Não tive fala. Senti como se fosse ser engolido pelas paredes daquele banheiro frio e úmido. Foi tudo culpa minha! Como fui idiota! Babaca! Sentei-me no chão junto do papel e o guardei no bolso, enquanto segurava as lágrimas que eu não iria derrubar. Eu errei, eu concerto. Levantei-me engolindo a tristeza e segui para aula. Kristin não iria me perdoar tão cedo.