The woman I love

✩ Pata de camelo


The Woman I Love

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Pata de camelo

Nami tinha o hábito de ir à academia todas as quartas e sextas. Seu trabalho como banqueira, exigia demais de si e sempre acabava descontando o estresse acumulado da melhor forma possível: comendo. Às vezes se odiava por isso, mas como parecia ter virado uma mania que não podia ser consertada, ia fazer exercícios para manter o corpo em forma.

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Já estava completando seus trinta minutos na esteira quando deu falta de Vivi, sua personal trainer adorável, que tinha o costume de aparecer toda vez que ela estava terminando de correr. Parou e secou o suor que começava a acumular em sua testa e pescoço com a toalha que carregava.

Voltou a procurar Vivi com os olhos, mas não a viu em lugar algum. A única pessoa que conseguia ver, era Zoro, que estava atrás do balcão da recepção, parecendo bem interessando em algo no computador. Andou até ele, atraindo alguns olhares para si, o que era absolutamente normal, levando em consideração, caham, sua beleza natural.

Zoro levantou o olhar para ela assim que notou sua presença:

— O que foi, demônio? — perguntou.

— Você não deveria falar assim com sua cliente mais rica, idiota. — Estalou a língua, desviando o rosto para o lado contrário.

Ele revirou os olhos.

— Nunca te pedi para se inscrever na minha academia, não aja como se eu tivesse mendigado — disse e voltou a olhar algo na tela do computador.

Nami deu um cascudo nele com força.

— Estúpido. Não sei como somos amigos — reclamou e ignorou os outros resmungos dele. — Mais importante do que tudo isso: Cadê a Vivi? Não estou vendo ela por aqui.

— Está doente — explicou.

— Ah! Como eu não fiquei sabendo disso? — murmurou para si mesma, inconscientemente roendo a unha do polegar. Sua atenção voltou-se para ele mais uma vez depois de despertar dos seus devaneios: — Ei, quem vai me ajudar a treinar então?

— Você é criança por acaso? Faça isso soz... — parou quando ela ameaçou dar-lhe outro cascudo. Aquela mulher-demônio podia ser assustadora. — Espere, vou chamar o Luffy pra te ajudar. Ele está substituindo a Vivi enquanto ela não melhora.

— Luffy? Quem é esse? — Franziu o cenho.

— Você não o conhece. Ele costuma ficar no turno da tarde, como você só vem de noite, então... — Deu de ombros. — Vou chamá-lo.

— Tá. — Suspirou, observando-o sumir.

Apoiou os cotovelos no balcão e nos poucos minutos que passaram, ficou imaginando que tipo de pessoa o tal de Luffy seria. Alto? Grande? Musculoso? Feio? Bonito? Admitia estar um tanto curiosa.

— Ei, Nami! — Virou-se com a voz de Zoro. — Esse aqui é o...

Por alguns segundos ela perdeu o fôlego. O coração acelerou e as mãos ficaram suadas. Sentiu a garganta ficar seca.

Ele era totalmente o seu tipo!¹

Viu-o balançar a cabeça — parecia que tudo estava em câmera lenta, com direito a música de entrada — o cabelo negro molhado, fazendo as gotas se espalharam, depois ele passou os dedos entre os fios e abriu um sorriso tão branco, que ela acreditou que a cegaria. Os olhos negros e atentos — oh, inocente! Ele continuou andando em sua direção, e Nami suspirou quando percebeu o quão musculosas suas pernas eram. E os músculos definidos se estendiam pelos braços e peitoral, com aquela camisa grudada ao corpo pelo — provável — recém-banho, ela conseguia visualizar tudo.

Quase tudo.

Iria enfartar. Tinha certeza que ia.

Ah... Só poderia estar sonhando...

E como em um piscar de olhos, toda a magia foi desfeita assim que ele chegou perto o suficiente, com um ato e uma simples frase:

— Pata de camelo! — Sorriu com o dedo mindinho enfiado no nariz.

Ela não entendeu porque Zoro começou a rir, mas ele escapuliu antes que fosse questionado.

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— Pata... Que? Espera... Quê?! — Colocou as duas mãos na cintura e inclinou-se ligeiramente para frente.

— Você está com pata de camelo — explicou.

Mas o que raios é isso?” Nami pensou, totalmente perdida.

Como se tivesse lendo os pensamentos dela, o rapaz acrescentou, explicando:

— Sua calça está enfiada na sua periqu...

Antes que ele terminasse de falar, ela se deu conta e deu um grito, interrompendo-o. Nami tinha praticamente certeza que todo o seu sangue tinha subido para o seu rosto — sem chance de volta — e que aquele era o momento mais constrangedor de toda a sua existência.

Definitivamente não era um sonho, era um pesadelo dos piores.

Quando finalmente tinha pensado achar um pretendente do seu tipo, algo assim tinha que ter acontecido?

— Tarado! — gritou e deu um soco no nariz dele com tanta força, que o apagou na mesma hora. — Pata de camelo! Inacreditável!

Ela marchou para fora, ainda vendo Zoro, inutilmente, tentando abafar as gargalhadas atrás do balcão, enquanto uma pequena multidão começava a se formar em volta do desacordado Luffy, imaginando o que teria acontecido.

A pior parte de toda a história, é que depois disso, ela ficou conhecida como: Nami Pata de Camelo.

Jurou para si mesma que não pisaria naquela academia jamais — mesmo depois de ter espancado Zoro de leve — e que não queria encontrar o tal de Luffy nas próximas cinquenta vidas.

Ironicamente, a vida os juntou e eles se casaram. Sete anos depois, Luffy deu uma pata de camelo de mentira, apenas para provocá-la sobre como tinham se conhecido — o que deixou os amigos, com exceção de Zoro, extremamente confusos. O que resultou apenas em uma dormida no sofá com o couro — completamente — quente.

A lição que Nami tinha aprendido era que histórias de amor nem sempre começam de forma romântica.

A lição que Luffy tinha aprendido era que é uma má ideia cutucar a onça com vara curta — ou com uma pata de camelo falsa.

(Mas ao menos lhe rendera boas risadas “shishishishsishi”).