The history of us

Seria e divertidamente.


Ithuriel abriu os olhos mais uma vez e eu pude enxergar o que realmente fizera. Seus olhos não eram como da primeira vez que vi, agora eram como os meus. A única diferença era que os meus olhos eram meio escuros e os dele tinham um lindo tom de azul. Aquele azul que lembrava mar. Senti que todos nos olhavam mas para mim não importava. Estava tão feliz quanto apavorada com o que tinha acontecido. Um limpar de garganta me fez olhar para cima e encontrar os olhos de Pedro nos encarando como se estar juntos fosse uma imprudência. Levantei da onde estava e ajudei Ithuriel a levantar. Ele tinha diminuído de tamanho, porém continuava alto para mim. Seus músculos agora ressaltavam sobre as roupas o fazendo parecer mais como um humano do que como um anjo. Ele me olhou com uma certa intensidade e me abraçou logo em seguida. Fui engolida por seus braços e praticamente minha cabeça enterrou-se em seu peito e eu senti o cheiro de sangue e metal. Me soltei de Ithuriel e me virei para quem nos encarava.

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–O que significa isso?-Luz perguntou. Seus olhos se estreitaram para Ithuriel, tendo uma pontada de reconhecimento e dúvida.

–Eu...ele...Ithuriel me salvou.

Luz respirou fundo e ficou em silêncio. Pedro caminhou até nós e com um olhar mortal, me afastou de Ithuriel. Olhei para cada rosto afim de encarar, mas todos olhavam sem disfarçar para Ithuriel. Ele me procurou com os olhos e quando me encontrou, fiz um gesto para ele e caminhei em direção ao corredor. Sem me importar com quem me olhava ou me seguia, andei até o quarto que estava e entrei. Em vezes seguidas, Ithuriel, Julieta e Pedro entraram. Sentei-me na cama e os observei em silêncio. Julieta encontrou meus olhos e eu enxerguei o que ainda não tinha visto nos olhos de outra pessoa. Medo. Respirei fundo e fiz um gesto qualquer no ar antes de pedir para Pedro e Ithuriel saírem.

–O que aconteceu?-Foram suas palavras.

Pedi a Julieta que se sentasse ao meu lado e contei a ela tudo o que lembrava, incluindo Ithuriel na maior parte da história. Julieta ouviu com uma atenção excepcional, não fez perguntas e não desviou os olhos. Sua expressão passou de assustada para neutra e aquilo me incomodou um pouco. Quando terminei, ela mencionou minha luta com Miguel e eu contei sobre ela também. Ela fez questão de demonstrar o orgulho de mim por ter vencido a luta. Me abraçou até.

–Tudo bem. E esse tal de Ithuriel? O que você fez com ele?

–Eu não sei.

–Não me engane. Se ele não significasse tanto para você, aquela coisa toda não teria acontecido. O que você sente por ele?

–Não sei explicar como...sei que o que sinto é forte. Muito forte. Quando o vi morrendo...parecia que algo dentro de mim estava morrendo junto.

Julieta me olhava seria e ao mesmo tempo divertidamente.

–Você acha que sentiria o mesmo se fosse Castiel lá?

Não hesitei em responder imediatamente.

–Não.

–Como você se sentiria se fosse Castiel lá?

–Não me sentiria como se algo de mim fosse tirado, eu me sentiria destruída, vazia. Ele é a minha vida, meu tudo. Sem ele eu não teria nada, eu seria um nada.

Nesse momento as lágrimas irromperam dos meus olhos. Sussurrei que o amava e Julieta secou minhas lágrimas.

–O que você sente por Castiel não é o mesmo que o que você sente por Ithuriel, não é?

–Meus sentimentos por Ithuriel são fortes, mas não são como os que tenho por Pedro.

Julieta relaxou e secou mais uma vez as lágrimas dos meus olhos e me abraçou brevemente.

–Está tudo bem. Eu sinto que esse Ithuriel sente o mesmo por você e se não sente, você deve esclarecer as coisas. E é claro, conversar com Castiel.

Isso virou obrigação. Pedro está soltando fogo pelo nariz.

Julieta riu.

–Vamos chamar ele antes que escutemos ele batendo no Ithuriel.

–Se ele já não fez isso.