Katherine Cullen Black.

Antes mesmo que eu pudesse dar conta de suas palavras ele avançou três passos na minha direção, e eu não fiz questão nenhuma de me mover. Em menos de um segundo uma de suas mãos se alojaram no meu quadril, puxando-me pra mais perto, e a outra acariciava a lateral esquerda do meu rosto.

Eu não tinha noção do que estávamos fazendo, e jamais me passou algo dessa forma pela cabeça, mas não reclamei, pelo contrario. A sensação me fez bem. Era como se só existíssemos nós dois, e nenhum outro problema.

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Sem nenhum controle sobre meu corpo, entrelacei as mãos em seu pescoço. E ele tratou de cuidar de todo o resto. Antes de mais algum movimento seus lábios já estavam colados nos meus, e tudo se encaixou. Eu não precisaria de mais nada em quanto estivesse ali. Foi sem duvidas o melhor beijo da minha vida.

Ele me apertou contra si mesmo, fazendo com que eu escondesse meu rosto na curva de seu pescoço.

Mas isso na melhor das hipóteses estava errado. Depois de tudo, ele me beija, como se nada estivesse acontecido. Ele me mandou esquecer. Tive um breve surto de consciência, me afastando dele rapidamente.

– Você enlouqueceu, não é? – perguntei.

– O que? – perguntou. – Tá tudo bem?

– É claro que não. – respondi. – Você não pode simplesmente aparecer no meu quarto, dentro da minha casa, e me beijar. – ele tentou se aproximar, e eu recuei mais uma vez, levantando a mão pro alto. – Eu te conheço a um dia e sabe quantos foras você já me deu? É normal agir de uma maneira louca e depois voltar como se nada tivesse acontecido? Desculpa, mas eu não tô acostumada com isso.

– Eu sei. – suspirou. – Tem um motivo pra isso. Se me deixasse explicar ...

– Vai o que? Ser diferente? – cruzei os braços.

– É.

– Ah, tá bom. E até quando? Até você piscar e se lembrar desse mistério todo, e depois me tratar como você me tratou mais cedo? Eu dispenso.

– Eu gosto de você, mesmo. Mas, é complicado. – ele já tremia de punhos fechados.

– Esquece, Paul. Foi um erro você vir até aqui.

Eu não tinha noção de onde estava tirando todas aquelas palavras, mas pareciam dar certo.

– Tem razão, foi um erro. – ele disse, secamente. Depois pulou a janela, sem sofrer nenhum arranhão e se transformou em um lobo gigante, rumo a floresta.