The five dreams

Capitulo 5 — Sentimentos


—katniss, quero falar com você! Abre a porta por favor! — Droga, eu bati nele. Ainda sinto em minha mão o choque por te-lô esbofeteado.

—Vá embora Peeta, não quero falar com você!—digo encostando na porta. Ele mereceu. Quem pensa que é? Me trata daquela forma e depois vem aqui com essa cara lavada querendo que tudo volte ao normal.

—Não vou sair até falar comigo. Não precisa disso tudo Katniss. —Ele tem razão, exagerei, mas eu precisava descontar minhas frustrações do dia em alguém. Meu dia não foi nada bom. Não consegui salvar o urso. Tive que fazer o sacrifício que é a pior parte de minha profissão. E ainda presenciei o desespero de Max. Todos esses acontecimento fizeram lembranças tristes virem a tona. Estava me sentindo um lixo, até Peeta aparecer como um príncipe e reverter a situação. Quando o vi na clínica, uma felicidade se apoderou de mim. Um sentimento bom que só foi aumentando a cada boa ação sua. Foi gentil com o Max doando os cãezinhos, consertou meu ar condicionado e depois me beijou de um jeito ardente, fazendo uma corrente elétrica correr por todo meu corpo até chegar no meu coração. Meus batimentos cardíacos, se igualaram a de uma pessoa que vai pular de pára-quedas pela primeira vez. Percebi que queria beijá-lo todos os dias. Todos os dias, enquanto estiver aqui! Constatar isso! Lembrar que está aqui temporariamente, fez com que uma tristeza se instala-se no peito novamente.

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Não bastava isso, Gale apareceu para buscar o Urso. Foi bastante autoritário dizendo que viria na minha casa essa noite para conversarmos e, não aceitaria um não como resposta. Menti dizendo que não estaria em casa e falei o mesmo para Peeta. Queria evitar esse encontro entre os dois, pois o clima não estava muito agradável quando se encontraram na recepção. Ele percebeu como fiquei desconcertada, quando tentou pegar na minha mão na frente de Peeta. Questionou porque o loiro esta em todo lugar agora. Então, fui direta com ele dizendo que não devo satisfações. Saiu da clínica irritado. Irritado sem motivo. Porque não sou nada dele. Só saímos uma vez, não tem direito algum sobre mim. Juro que não sei o que está havendo com esses homens é cada um que me aparece. Pois logo em seguida fui surpreendida com a mudança de humor de Peeta. Saiu da clinica jogando dinheiro pra tudo quanto é lado e ainda foi grosseiro comigo.

—A culpa é sua se agi daquela forma!—Insiste ele. Esse loiro tem uma perseverança que é de admirar. Mas, porque a culpa é minha? Horas quem ele pensa que é.

—Espera sentado! Tem uma cadeira ai fora! Fique a vontade. — grito com ele e, subo para o meu quarto.

Sei que ele esta fazendo cena, daqui a pouco desiste e me deixa em paz. Ele que vá procurar outra pra aguentar suas crises. Se fosse mulher diria que esta de TPM.

Deito em minha cama abraçando meu travesseiro até cair no sono.

Duas horas depois acordo agitada de um sonho que tive como Peeta. Me assusto ainda mais quando me vejo toda suada. Nem o vento gelado esfriou minha temperatura. Toda vez que penso no meu vizinho um calor descomunal toma conta do meu corpo. Mas também, quem mandou ele ter três gominhos naquela barriga. Como eu sei? Eu contei quando fui atrevida e acariciei sua barriga hoje mais cedo. Sei que no meu juízo final vou direto para o inferno. Mas o que posso fazer, ele não devia ser tão perfeito e dar mole pra mim. Me levanto e sigo para o banheiro. Lavo meu rosto e minha nuca. Desço as escadas com intuito de fazer algo para comer. Mas sou surpreendida com Maia feito uma estatua na janela. Parece um cão de guarda. Me aproximo e vejo que Peeta e Ruffus, ainda estão lá fora, no degrau da minha varanda.

—Não adianta Maia! Pode sair dessa janela! Não me olhe assim. Não vou falar com ele. E a partir de hoje você está proibida de se relacionar com aqueles dois lá fora! Entendeu? — Falo com ela que me olha de um jeito reprovador e late sem parar me reprimindo.—Acha que devo ir? —Pergunto para ela depois de vê-lo, debaixo daquele relento. O vento lá fora esta forte demais. Deve estar uns 18 graus, bem como um forte temporal esta se aramando lá fora. Olha camisa dele? Vou me sentir culpada se ficar doente por minha culpa. É isso, vou até lá conversar, escutá-lo e depois peço para ir de vez. Elaboro em minha mente o texto que vou dizer: Olha Peeta foi bom conhecê-lo, mas nem sua amizade quero mais. Porque você é de lua e sou uma garota que prefere o sol. Não gosto desse tipo de coisa. De pessoas mal humoradas que descontam nas outras seus problemas pessoais. Nunca fui assim e olha que tive muitos deles. Então me deixe em paz. É isso, direi isso e ele me deixará em paz.

Abro a porta assim que termino de ensaiar meu texto que esta na ponta da língua.

—Achei que fosse virar um picolé.—Diz se levantando.—Pra você!—tira do bolso uma rosa vermelha. Fazendo toda minha determinação de enxota-lo daqui ser esquecida no momento.

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Tive dois namorados fixos, nenhum deles me deram flores. Uma única vez Richard me presenteou com um pé de arruda. Dizia que era pra espantar olho gordo. Estava tão boba e apaixonada que cuidava daquela planta fedida como se fosse uma flor delicada. Mas, uma vez quando estava nas suas conferencias, liguei no seu celular uma voz feminina que atendeu. Então joguei a planta no mar, para os tubarões. Paro com minhas lembranças e pego a rosa de sua mão. Vou dispensá-lo, mas a rosa é minha.

—Katniss, sei que fui um idiot....

—Babaca, grosseiro, metido, idiota, cafajeste e cretino. —digo todos esses insultos de um vez, interrompendo sua fala.

—Sei que fui tudo isso, mas, você foi culpada! —Cruzo meus braços em cima do peito, indignada com sua acusação.

—Não entendo como pode ser minha culpa. Mas, não preciso entender mais nada por que estamos rompendo nossa relação. —Ele me olha e começa rir. Minha vontade é de entrar e deixá-lo falando sozinho.

—Rompendo que relação, posso saber? —Pergunta debochado. Penso que é uma boa hora para lhe dar o fora, com o super texto que elaborei. Então digo:

—Nossa amizade! Olha Peeta foi bom conhecê-lo, mas nem sua amizade quero mais. Você é de lua e sou uma garota que prefere o sol. Não gosto desse tipo de coisa. De pessoas mal humoradas que descontam nas outras seus problemas pessoais. Nunca fui assim e olha que tive muitos deles. Então me deixe em paz. —Nunca falei com tanta confiança na minha vida. E o jeito que me olha parece ter funcionado.

—Esse negocio ai de lua e sol, foi bastante profundo. —esta debochando de mim novamente, é um palhaço. — Quanto a romper nossa amizade isso é impossível de acontecer.

—Você se acha né Mellark!— Digo a ele que se aproxima lentamente, sei o que vem depois então me afasto e dou de encontro com a parede.

—Me desculpa, por favor! Não me afasta de você.— seus olhos, sua boca. Sua expressão facial é a mais linda que já vi. O que adianta eu deixar ele entrar agora, para daqui a pouco ficar sofrendo com a despedida. Isso é fato, não vai ter sorvete no mundo que vai me ajudar a esquecê-lo. Estou convicta disso.

—É-é, melhor ir Peeta.—gaguejo encontrando a melhor forma de pedir que vá definitivamente.

—Não quero ir! —sua fala sai em suplica. Ele cola seus lábios no meu. De repente sua língua se mistura com a minha e aquela coisa que senti hoje mais cedo se flora no meu corpo. “então não vá”, diz minha consciência que o deseja assim como meu corpo. Só saímos do nosso transe com o som da campainha.

—Está esperando alguém? —. Gale! Só pode ser o Gale.

—Não, deve ser algum andarilho querendo comida. —Minto, porque não vou abrir. Ele não perde tempo e volta a me beijar. Porém, o som insistente misturado com o latido de nossos cães, interrompem nosso momento.

—Vem vamos lá ver!

—Não, daqui a pouco ele cansa! — Me apresso a dizer. Porém um segundo depois escutamos a voz de Gale, berrando meu nome.

—Andarilho katniss?—pergunta com uma carranca.—Sabia!Marcou com ele não foi? —Sua fala esta tão ou mais irritada quanto hoje cedo.

—O que? Claro que não. Veio sem ser convidado, igual a você. Mas você eu quero que fique. —”mas você eu quero que fique” de onde tirei isso? —A Maia vai sentir falta do Ruffus se você for. — falo rápido demais tentando consertar a sandice que acabei de cuspir.

—A Maia é? —Diz mais calmo e adorando o que acabei de revelar.

—Sim a Maia. Pensou que eu sentiria sua falta? Deve ter batido com a cabeça. E fale baixo, se não daqui a pouco o outro lá nos escuta e vem aqui.

—Qual o problema dele nos ver juntos? —pergunta entrando na minha casa.

— Volte aqui Preta. O que vai fazer?

—Ver o que ele quer!

— Horas você não está na sua casa! Não pode sair abrindo minha porta assim.

—Então abra você! Vai katniss.— Mesmo hesitante faço isso. Gale entra fedendo a cigarro e bebida. Tenta me abraçar mas, fujo dele.

—Oi Catnip, fui até o cinema pra ver se te encontrava, mas vejo que me deu o bolo. — diz com a voz mole de bebida. —Era mentira né você tinha outro compromisso com Playboy aqui.

—Você está bêbado amanhã conversamos. —Se eu pudesse nem falaria com Gale mais, sua atitude esta me assustando. Homens quando dão o fora em uma mulher ficam o tempo todo se vangloriando com tal feito. Mas quando é o contrario eles não aceitam. E fazem todo esse drama ridículo que Gale esta fazendo. E olha que fui bastante gentil, quando informei que não iríamos mais sair.

—Não, agora! Quero falar com você, agora! Fala para o marica ir agora. —Ele grita, esta irreconhecível.

—Gale, por favor. Não me faça ser rude com você. É melhor ir. —digo calmamente, quero que entenda que quem esta sobrando aqui é ele.

—Não quer ser rude? —Responde ficando cada vez mais perto. Ate que Peeta se coloca na minha frente.

—Ela disse pra você ir cara! —Diz Peeta.

—E seu eu não for o que vai fazer, em?—Gale rebate, empurrando Peeta. Instintivamente Ruffus e Maia se colocam em posição de ataque, latindo e rosnando.

—Para com esse show Gale. Eu falo com você, lá fora.—Falei isso me direcionando até a porta. Peeta me olha preocupado, então volto e beijo seus lábios. —Eu já volto. —digo e fecho a porta.

Gale fica minutos tentando desqualificar Peeta. Usa varias acontecimentos do passado, momentos do tempo de colégio que nada tem haver comigo. Diz que o loiro é um riquinho esnobe, que não se preocupa com ninguém. Só fala de Peeta. Peeta isso. Peeta aquilo. Em momento algum diz algo relevante porque devo sair com ele e não com Peeta. Então para encerrar esse assunto que esta bastante cansativo digo:

—Você tem alguma paixão platônica pelo Peeta, Gale? —pergunto debochada interrompendo sua fala.

—O que?

—É o que esta parece. Não para de falar nele.

—Katniss não brinca comigo! Só quero abrir seus olhos. Eu o conheço muito bem.

—Conhece é? —digo rindo o deixando mais irritado. Até sua bebedeira parece que esta passando.

—Quer saber, que de dane vocês dois! —Grita bem próximo ao meu rosto, me deixando tonta com seu bafo de álcool e cigarro. Me sinto aliviada, quando se afasta, entra no carro e da partida.

—E aí, o bêbado foi embora? —Peeta pergunta assim que entro na sala.

—Sim! Não foi muito difícil dispensa-lo.— Me sento ao seu lado no sofá e para me vingar do que me disse hoje mais cedo e ainda ter dito ao Max para dar meu nome a cadela, o alfineto.—Disse a ele, que não vou mais me aproximar de você, que deixarei o caminho livre!

—Que?—pergunta incrédulo.

—Bom disse a ele que ia conversar com você pra saber realmente o que sente por ele! —falo bastante séria.

—Que conversa é essa Katniss?

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— Horas, descobri que o Gale tem um amor platônico por você! Agora resta saber os sente por ele! Juro que vou entender caso se revele.

—Você tá brincando com fogo Everdenn. —diz irado se colocando em cima de mim. Prende minhas mãos no alto de minha cabeça e explora demoradamente meu pescoço fazendo meu corpo ter calafrios a cada toque seu. Faço de tudo para soltar minhas mãos. Não para afastá-lo. Mas sim para prende-lo a mim ao máximo que consigo. Enquanto ele explora meu colo com seus beijos, aproveito para passar minhas mãos pelo seu tórax. Jesus Cristo que tentação. Se eu devo parar agora. Me de um sinal por favor. Por que depois vai ser difícil. Assim que fecho minha boca o sinal nos surpreende a tempestade se inicia, acompanhada de trovões e rajadas de vento que foi capaz de fazer as vidraças tremer.

—As janelas Peeta! —Empurro ele de cima de mim.

Depois que fechamos tudo, a energia se vai! Belo sinal eu penso. Estou ilhada com meu vizinho.

— Você não tem gerador?

—Tenho mas fica lá fora, na garagem! Não vai conseguir ir lá agora! A tempestade está forte!

—Eu sei, o bom disso e que não vai me expulsar com a vassoura não é! — Diz rindo. Ontem não queria ir embora já jeito nenhum. Ameacei bater nele com a vassoura. Só foi por isso. E ele tem razão. Não vou deixar que vá com esse tempo. Sem contar que estou com um pouco e medo.

—Só hoje Mellark. Só hoje. Esta com fome?

—Muita fome! — Responde maliciosamente, mas o ignoro, depois desse sinal divino. Não vou fazer nada com ele.

Acendo algumas velas, peço a ele arrumar a ração para os cães, que não se desgrudam. Maia fica boba perto do Ruffus. Nunca vi, nem me olha. Não escuta o que eu digo. Não que ela escutasse antes. Mas agora é de vez.

—Você mora na cidade e Ruffus aqui?—Quero saber se vai levá-lo também. Porque aí teremos duas de coração partido.

—Ele ficava comigo, mas comecei a viajar muito. E isso estava o deixando doente, então o trouxe para ficar com minha mãe. Mas sempre que posso venho a cidade!

—Sempre vem a cidade? Nunca o vi por aqui! — Digo abrindo a geladeira, enquanto ele a ilumina com a lanterna.

— Mas eu te vi várias vezes!—Olho para ele de forma interrogativa.—A primeira vez estava dançando com a Maia no Talkhouse. Você rodava com ela no salão. Ninguém tirava o olho de você. Quem não gostou muito foi seu acompanhante. Ele brigou com o Billy Boy aquela noite, se recorda? — Claro que me recordo Richard, me fez vergonha aquela noite. Brigou com coitado do Billy só porque queria tirar uma foto minha dançando com a Maia.

—Claro que lembro! Você tem uma boa memória em! Já faz um bom tempo. Mas como nunca te vi? Essa cidade é tão pequena.

—Não fico muito tempo, tomo umas cervejas e volto pra casa! — Peeta é jovem demais pra esse comportamento isolado. Quantos anos deve ter? Vinte e sete no máximo.

—Porque? Não gosta das cervejas caipiras que temos ou a namorada não deixa? —Pergunto isso porque quero escutar dele se tem alguém. Nós já ultrapassamos a relação de sermos só vizinhos. Não me sentiria bem continuar beijando ele mesmo que temporariamente enquanto alguém o espera na sua casa.

—Que namorada? Não tenho namorada!

—Eu sei que não! Se tivesse não estaria aqui na minha casa, estaria? —pergunto seria, enquanto encho nossos copos com o suco de melancia que fiz hoje cedo.

—Não, claro que não! —Sua fala é segura.Parece que esta falando a verdade.

—Tá acostumado com a cidade grande não é ?

—Não, quase não saio lá também. Trabalho muito katniss e tenho outras distrações. E a senhorita? O que uma garota de Nova York, faz aqui nesse fim de mundo? —O que faço aqui nesse fim de mundo? Depois do acidente que acabou com minha estrutura. Tudo que eu queria e precisava era recomeçar. De um jeito diferente eu consegui isso. E u poderia ter me entregado a tristeza, depressão a essas doenças do coração e da alma. Aquelas que levam sua sanidade para um lugar sombrio, como de uma névoa venenosa. Que te mata aos poucos, a cada suspiro até se infiltrar em todo seu corpo. Embora essas adversidades escolhi viver, ao meu modo. Doutor Aurelios, meu analista diz que sou um caso de sucesso. E que deveria usar a minha historia para ajudar pessoas na mesma situação. Mas ainda não estou pronta para partilhar isso com o mundo. Acho que nunca estarei pronta para partilhar minhas angustias com alguém.

—Recomeçar! —digo isso. Apenas isso. Me levanto colocando meu prato na pia. Agradeço por não ter energia e ele não ver meus olhos cheios d água. —Estou cansada, vamos dormir!

Subo as escadas, faço minha higiene e coloco uma roupa quente. Para Peeta providencio uma escova de dente nova, cobertores quentes e travesseiro. Quando digo que vai dormir no sofá faz uma cena. Disse a ele que poderia ser ator, até concorrer um Oscar. Maia assanhada não queria vir para seu cantinho no meu quarto. Queria ficar lá em baixo com os dois marmanjos. Subiu no grito. Mas subiu! Depois de um tempo rolando na cama fria, o sono chega devagar. Sinto o colchão se afundar e penso ser Maia. Porém me assusto com uma mão gelada na minha barriga.

—OI! —diz o loiro entrando debaixo do meu edredom.

—É um abusado mesmo! —Me viro e digo a ele. O quarto só esta iluminado pelas chamas de uma vela.

—Lá em baixo esta fria katniss! Vai deixar Ruffus e eu dormir no relento. Enquanto vocês duas ficam aqui quentinhas com o aquecedor!

—Arruma desculpa melhor Mellark. Estamos sem energia, como meu aquecedor pode estar ligado? —digo e viro de barriga para cima.

—Não to falando do aparelho. Estou me referindo a nós. Podemos fazer esse quarto ficar bem quente. —Tento bater nele, que me puxa para perto abraçando minha cintura. Sinto sua respiração bem perto de minha orelha. —Se quisesse mesmo dormir sozinha teria trancado a porta na chave. Mas não, se preocupe, não farei nada que você não queira. Boa noite! —sussurra pela ultima vez. Não sei o que está acontecendo entre nós dois. E esse não saber me deixa angustiada.

Na manhã seguinte acordo com a claridade. Peeta esta todo enrolado com meu edredom florido. Nunca imaginei vê-lo aqui. Richard e eu namoramos por três anos, durante esse tempo ele nunca dormiu na minha casa. Sempre íamos para sua que ficava na cidade. Vir aqui era raridade. Dizia que não gostava do som das ondas do mar ou de entrar em contato com a areia. Era um enjoado irritante. Como alguém pode não gostar do mar? O que estou fazendo com ele? Me fazia essas perguntas todos os dias. Mas nunca encontrava resposta.

Agora tenho um desconhecido dormindo entre meus lençóis. Um desconhecido lindo, que se diz meu vizinho. Contorno seu rosto com meu polegar. Não resisto, deixo um selinho nos seus lábios finos e vermelhos.

Me levando com cuidado para não acordá-lo. Desço as escadas na companhia dos nosso cães. E assim, que abro a porta. Os dois disparam em direção a praia. Ajeito a ração para ambos e depois cuido do café da manhã.

Retorno para o quarto. Já passa das oito horas. Geralmente chego a clínica as nove. Tomo um banho. Agradeço por ter eletricidade novamente. Assim posso me deliciar com a água quente. Saio do banheiro já vestida, coloco minhas sandálias rasteiras e desembaraço meu cabelo com a escova.

—Já vai pra clinica? — Escuto sua voz rouca e me viro.

—O único que esta de férias aqui é você. Dormiu bem? —Geralmente falo e rolo demais. Então quero saber se lhe causei algum desconforto.

—Muito bem, posso usar seu banheiro? —Até amassado com cara de sono ele fica lindo.

— Claro, tem toalhas no armário. Fique a vontade!—Falo e me retiro do quarto.

Enquanto o espero me deito no sofá assistindo ao noticiário da manha. A tempestade é o assunto principal. Muitas casas ainda estão sem energia. Algumas foram danificadas. Então me dirijo ate a parte dos fundos para verificar se tive algum prejuízo. Sinto um alivio quando vejo que nada aconteceu. Somente muita areia. O sol esta ardendo, nem parece que teve um dilúvio ontem. Maia e Ruffus estão perseguindo a única sobrevivente do ninhos das tartarugas.

—Deixem ela, suas pestes! —grito e corro até eles. Que saem disparados para dentro de casa. Parecem duas crianças arteiras. Ajudo a tartaruguinha ser levada pelas ondas e volto para casa. Quando entro, tenho uma bela surpresa. Uma bela surpresa só de toalhas na minha sala.

—Se me queria como vim ao mundo, era só pedir, não precisava roubar minhas roupas Katniss!—Diz Peeta com uma voz sedutora sentado no meu sofá. Só de toalha. Deus do céu, que físico é esse? Ele esteve na minha cama a noite toda e não fiz nada. Posso me bater agora? Quanto a sua acusação isso é uma calunia, não fiz nada disso.

—E – eu não roubei roupa nenhuma, ta maluco!—Me pronuncio assim que consigo raciocinar. —Onde deixou a roupa?—pergunto a ele que esta adorando a atenção que meus olhos dedicam ao seu corpo.

—Em cima da cama...Não sei.—Me dirijo ate a janela e vejo minha fiel companheira enterrando alguma coisa na areia, sei que é a roupa dele. Sempre faz isso com as minhas. Por isso sempre tomo cuidado.

—Minha anjinha Maia enterrou suas roupas. Desculpa, vai ter que ir para casa com minha toalha. Ou posso te emprestar uns dos meus vestidos. Mas não deixe o Gale te ver. Ai sim que ele vai morrer de amores. —Falo saindo de perto para evitar que me ataque. Pois com roupa é difícil resistir a ele, imagina sem roupa.

Assim que o pouco de juízo que tenho se acopla em minha mente novamente. Paro de secar Peeta com os olhos. Nos dirigimos até a cozinha e tomamos nosso café. O momento é de descontração. Conversamos sobre nossos cães e a tempestade. Ele conta como Ruffus é obediente, tão contrario da minha labradora de pelo caramelo, que me da nos nervos por suas loucuras. Mas mesmo assim é difícil ficar longe dela.

—Vou me trocar, já me olhou demais hoje. A próxima vou cobrar.—diz debochado. Mas sou culpada não estou sendo nada discreta quando aos meus olhares.

—Vai aceitar meu vestido?Tenho de varias cores é só escolher! — Retribuo sua provocação. Mas logo me arrependo. Pois fica irritado, dizendo que irá atrás do Gale e quebrar a cara dele por ficar falando essas coisas. Só fica mais calmo depois que digo que é dedução/invenção minha. Por conseguinte ele pega uma mala extra que tem no seu carro e sobe para se trocar.

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Aproveito sua ausência para retirar a mesa e limpar a cozinha. Coloco uma de minhas músicas preferidas, acompanhando a letra em voz baixa.

—Thunder Roud?—Peeta enlaça minha cintura. Penso que essa é a manhã mais demorada de minha vida.

—Sim! Adoro a Mary!—A musica é sobre a busca de seu destino. O protagonista propõe a sua namorada, Mary, fugir de uma vida vazia, sem esperança, um dia-a-dia, sem futuro. A mensagem é clara: você pode morrer lá fora, mas também pode morrer escondida dentro de si mesma.

—Preciso ir! Minha mãe deve estar preocupada! Posso voltar? —Pergunta inquieto. Seus olhos expressivos falam por si só. Me sinto feliz com seu pedido.

—Claro! Só prometa que não vai dar mais suas crises de TPM. Você me deixa confusa sabia. Uma hora esta tudo bem. No minuto seguinte um gênio ruim parece que toma conta do seu corpo. Me deixou tão irada que bati em você. Me desculpa por isso. — Falo envergonhada por minha atitude injustificável. Nunca fui agressiva. Acho que foi a primeira vez que me excedi com alguém.

—Me desculpa, não vai mais acontecer!

Ficamos alguns segundos desculpando um ao outro. Mas logo vamos ao que interessa. Nossas bocas. Ele fica um bom tempo me beijando. Só consegue ir, depois que seu celular começa a tocar insistentemente. Maia e eu ficamos na porta acompanhando sua ida até a cor do seu carro se misturar com o cinza do asfalto.

—Tem certeza que não quer ir conosco? —pergunta Rue e nego com a cabeça.—Katniss, nunca te vi assim jururu, por um homem!

—Não sei do que está falando! Não estou jururu, por homem nenhum. Não há chance disso acontecer, é totalmente nula pra mim.

—Tudo bem! Continue negando para si mesma! A vida é sua, o coração é seu. Você que vai ficar encalhada! Mas tudo bem, eu empresto meus filhos nos finais de semana! Ok. —Olho pra ela rindo. Não vai desistir. Hoje é sexta feira, dia tudo. Menos de ficar em casa, entretanto não estou no clima. Ela insiste em dizer que só existe dois motivos para eu estar assim. Ou é minha semana do lixo, ou, algo do coração. Em certo ponto ela tem razão. Estou um pouco desanimada mesmo. Peeta não esta na cidade. Foi para capital com a mãe. A ultima vez que o vi foi quando dormiu na minha casa. Depois disso só nos falamos por telefone.

—Só estou com cólicas, sabe como fico nesses dias! Quero minha cama, um filme e pipoca! —Pode ir, se divirta! — digo confiante e satisfeita com minha programação.

—Tudo bem, se mudar de ideia, estaremos na mesa de sempre! Mas, acho que deveria ir, o Gale vai estar lá! Quem sabe assim, você desencanta do Mellark! —Rue é fã de carteirinha do sargento Gale. E nutri uma rejeição inexplicável pelo Peeta.

—Porque não gosta dele?—Quero entender essa implicância, tem de haver algum fundamento. —Sabe de alguma coisa e não quer me falar? —falo levantando e tirando meu jaleco.

—Justamente por isso, não sei nada! Não confio em pessoas que não tem rede social. Sabe disso! —sua fala é séria, porém não aguento segurar o riso.

—Quer dizer que não confia em mim também? — Jogo essa, pois também não tenho conta em facebook, essas paginas da web. E sei que tem algo a mais nessa implicância. Mas não quer me dizer.

—Claro que confio, sou sua amiga! Mas nele não. Não sei nada sobre ele. O Máximo que sei, era que arrasava o coração das garotas no ensino médio. E depois do acidente...

—Que acidente? —interrompo sua fala

—Com a irmã, ele não te falou? —nego com a cabeça.—Dizem que depois da morte da garota, a mãe dele ficou louca. Saíram da cidade e só voltaram depois de algum tempo. A Sra. Mellark não sai de casa. Ele tem um irmão, que é tão bonito quanto ele. O pai dele nunca mais vi por aqui! Quem saberá te falar mais sobre isso é Madge, estudaram juntos. —Minha cabeça roda com as informações, nunca imaginei que Peeta tinha esses conflitos familiares. Quando o conheci julguei ser uma mauricinho que pensa ser dono do mundo. Mas é um sobrevivente, assim como eu.

Vou para casa com uma vontade crescente de vê-lo, ou ao menos sentir seu cheiro que ainda esta impregnado na sua roupa que Maia enterrou na areia. E no mesmo dia a surpreendi cavando um buraco, onde achei as peças. Lavei e passei a dormir com sua camisa. Parece ser doentio isso. Mas só assim, a urgência de vê-lo, se aquietou um pouco.

Faço meu ritual como todos os dias. Alimento a Maia e de longe coloco um pouco de comida para os cavalos selvagens, que são tão lindos. Com suas pelagens brilhosas e sedosas assopradas pelo vento. O albino esta aqui novamente, como sempre é o mais dócil. Vejo que a ferida na sua pata esta cicatrizada. Quem dera se todas as feridas fossem assim. Cicatrizáveis em questão de dias.

Um latido conhecido, que não é de minha labradora chama minha atenção. Ruffus, se junta a minha fiel companheira. E Peeta caminha em minha direção. Esta lindo com sua camisa branca dobrada ate o cotovelo e sua corrente de ouro se ilumina pelos últimos raios de sol dessa sexta feira. Vê-lo faz meu coração acelerar! Pára-quedas, eu penso! Meu coração bate igual ou mais acelerado na vez que pulei de para-quedas.

Seus passos são longos, mas lentos. Ainda falta uns cinquenta metros ate mim. Impaciente que sou, vou até ele, diminuído ainda mais nossa distancia. O sorriso na minha boca é incontrolável. Tudo que temia esta acontecendo, estou caída pelo Mellark. Isso é apavorante. De um jeito bom, mas apavorante.

—Senti sua falta! —Ele sussurra no meu ouvido. Seu abraço é apertado. Já estive nos seus braços antes. Mas não dessa forma. Esse abraço é reconfortante, tem calmaria e vem carregado de sentimentos, que não sabemos quais são. Só o tempo dirá.