The Slytherin

Árvore Genealógica - Livro Cinco


Pois é, Hermione Granger está um nojo.

Namorar a maior estrela do Quadribol deixou os holofotes em mim durante todo o verão. Claro que é de conhecimento público que nosso relacionamento acabou, ele já foi até fotografado com outra menina- bem mais feia-, mas o público gosta de mim.

E eu gosto dele também.

Aparentemente, Rita Skeeter foi despedida do Profeta Diário, mas outra repórter entrou em seu lugar. Aparentemente, a matéria sobre o Baile de Inverno de Hogwarts do ano passado me apontou como uma " it-girl", seja lá o que isso significa. Agora, estou ditando tendência de visual no mundo bruxo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Tirando essa fama merecida, o verão no mundo bruxo não foi dos melhores para mim. Normalmente, minha família viajava para lugares caros e exóticos, principalmente Paris, mas nem viajamos. Fiquei confinada em casa enquanto meu pai saia todas as noites para se encontrar com os coleguinhas "Comensais da Morte".

Boas notícias: Voldemort voltou.

Durante a guerra bruxa, enquanto Lord Voldemort reinava, meu pai ficou ao seu lado e se consolidou como um fiel ajudante, enriquecendo muito. Mas, quando Lord se foi, meu pai realmente entrou em desespero. Quase perdemos tudo que tínhamos nessa época e eu era só um bebê. Meu pai sempre foi muito cauteloso em não se revelar como Comensal, e quando as investigações começaram a respeito do dinheiro que ele havia adquirido, foi obrigado a abdicar muitas coisas. Se não fosse minha mãe, estaríamos falidos. Depois nos recuperamos.

Papai não está fazendo muitas coisas hoje. Lord não quer se expor, já que não quer o Ministério da Magia atrás dele. Não seria uma coisa sábia a se fazer. De qualquer maneira, meu pai só está esquematizando as coisas para ele. Logística, mantimentos, casas e uma armação sigilosa para conseguir aliados.

Meu pai anda muito cabisbaixo também. Um dia, enquanto passava na frente de seu quarto, ouvi uma conversa entre meus pais. Voldemort estava furioso com alguma coisa, fruto da ignorância e inutilidade de meu pai. Aparentemente, alguma tarefa deveria ter sido feita, mas meu pai nem conseguiu cumprir. Fiquei com um pouco de raiva, porque meu pai era muito esforçado e não merecia ser tratado daquele jeito. Queria saber qual era a tarefa que meu pai não cumpriu, mas meus pais nunca tocavam nesse assunto perto de mim e eu duvidava que poderia perguntar.

Mas, temos uma novidade maravilhosa: Potter está sendo caluniado em rede internacional. Ele sabe que Lord voltou e falou para todo mundo. Se fossem realmente inteligentes, teriam ouvido. Mas o Ministro da Magia se recusa a acreditar que Mestre voltou. Para amenizar o discurso de Potter, colocou o Profeta Diário a lançar difamações em tempo integral. Agora, todo mundo acha que ele é um caluniador

Ou seja, quando voltarmos para Hogwarts, eu serei a pessoa mais famosa e importante da escola. Não tem mais essa de Harry Potter ou sua turminha fracassada.

Pov Maiara

Era verão em Londres e finalmente a temperatura estava não extremamente horrível e congelante. Todas as vezes que eu saio de casa e sinto o usual frio horrível da cidade, ressalto a minha tese de que as pessoas que gostam do frio têm cobertores e roupas quentinhas. Duvido muitíssimo que um morador de rua goste de um clima tão horrível como esse.

Estava caminhando em uma avenida movimentada. Crianças brincavam em alguns parquinhos e gangorras, todas alheias à situação horrível que tinha começado. Voldemort voltou. O horror começou no mundo bruxo e não podemos fazer nada para impedir. O Ministério se recusa a tirar a bunda da cadeira e fazer alguma coisa.

Chutei um hidrante ao lado do rio só de raiva. Nem preciso dizer que quase quebrei o meu pé.

—Vou pensar que essa auto-punição grátis não tem nada a ver com suicídio ou depressão.

Meu coração começou a bater mais forte quando eu ouvi aquela voz grave e rouca que eu tanto sentia falta. Meu pai estava à poucos metros de distância, sentado na beirada do rio. Estava mais gordinho, com o aspecto de saúde voltando ao seu rosto. Os cabelos estavam trançados e a barba, feita. Me lembro da primeira vez que o vi, após passar 12 anos em Azkaban.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Papai- disse o abraçando.

—Senti sua falta, pequena. Está tão mais bonita desde a última vez que a vi.

Descemos a rua enquanto colocávamos o papo em dia. Havia me correspondido com meu pai durante o ano passado. Ele estava fugindo com Bicuço e me mandava vários cartões postais. Porém, voltou para a Grã-Bretanha para ajudar Harry durante o Torneio Tribruxo e para me acompanhar também. Falávamos via lareira, uma conexão bem melhor que a internet da casa da madrinha, e pude ver o quanto ele estava fraco e magro.

Porém, alguma coisa em sua aparência me deixa nervosa. Ele parece estar triste e inquieto, como se alguma coisa ruim fosse lhe acontecer. Para quebrar o gelo, comecei a fazer piadinhas idiotas. Não parava de olhar para os lados, como se realmente estivesse procurando algo, e nem prestava tanta atenção em mim.

—Pai, porque o senhor não usa um shampoo contra pontas duplas? A situação aí está crítica.

—Olha só o sujo falando do mal lavado. - ainda olhando para os lados. Meus encantos e piadas não funcionavam. Tinha que perguntar:

—Por que fica olhando para os lados toda hora? Perdeu alguma coisa?

Meu pai parou de repente. Já estávamos a vários quarteirões de casa, andando sem rumo nenhum.

—Eu devo contar o verdadeiro motivo da minha visita. Falando sério agora, eu quero que você vá morar comigo.

—O QUÊ?

—Não fique muito entusiasmada. Você nem sabe e o que te aguarda. Estou morando na antiga casa de nossa família, sua casa.

—Nós temos uma casa, tipo uma casa de verdade? Pai, o senhor salvou o meu dia. Não sabe o quanto é ruim ficar naquele apartamento horrível da madrinha Dorcas...

—Maiara, fique calma. Não podemos fazer muito estardalhaço. Nem era para estar aqui, falando com você. Se Dumbledore descobrir, eu estarei encrencado.

Antes que eu pudesse falar que eu odeio aparatar, meu pai segurou meu braço e aparatou. Senti uma das piores sensações do mundo, como se estivesse sendo sugada para o inferno. Depois de alguns minutos, cai em uma rua deserta com alguns prédios velhos.

—Da próxima vez, o senhor deve me avisar.

Meu pai estava em pé, sorrindo que nem um idiota. Estava tão tonta que nem reparei quando o prédio à nossa frente começou a se mover, dando espaço a uma casa enorme. A porta da frente se abriu e nós entramos juntos.

Estávamos em um longo corredor escuro e sujo, cujas paredes estavam muito descascadas e o tapete também. Tinha uma aura rica, como se já fora uma mansão muito importante algum dia. Agora, estava caindo aos pedaços.

—Bem vinda.

Por mais que a casa fedesse, estava muito feliz de estar ali. Olhei para meu pai e sorri antes de levar um susto quando uma voz horrível e estridente começou a gritar de um dos quadros:

—ESCÓRIA, MALDIÇÃO. SANGUES RUINS QUE SUJAM A MINHA CASA... Quem é essa?

Era uma mulher velha e acinzentada. Trajava roupas caras e tinha uma aparência esnobe. Porém, ela tinha olhos e cabelos bastantes familiares.

—Essa é sua neta, Walburga.

—Está me dizendo que essa é sua mãe?

—Ela é bonita e sangue pura. Não se casou com a escória trouxa, não é mesmo Sirius? Talvez essa tenha sido a única coisa decente que fez na vida... - disse Walburga.

—Mamãe, tenho quase certeza que me casei com uma bela loira em Vegas durante minha idade escolar. Mas não tenho certeza. Aquela noite está bem nublada na minha cabeça...

—Você é um imundo. Essa menina nem é fruto de um casamento. Não acredito que a única Black remanescente seja uma bastarda...

Meu pai fechou a cortina do retrato antes que ela continuasse a falar.

—Não ligue para ela. Foi uma mulher horrível, com o coração podre e muito amargo. Um dos meus principais motivos por ter deixado essa casa aos 16 anos. Vamos, quero te mostrar uma coisa.

Subimos as escadas velhas e decadentes da casa. Tudo era grandioso e chique ali, mas agora estava caindo aos pedaços pelo mau cuidado. Queria ter visto isso em seu auge. Chegamos em uma sala grande, escura e também suja. Porém, ela tinha uma peculiaridade: em sua parede, havia um imenso mural preservado e bonito, talvez a única coisa realmente bem cuidada da casa.

—Essa é a árvore genealógica de nossa família. A mui antiga e nobre casa dos Black.

O mural era realmente enorme, ocupando toda a extensão da parede. Era verde e muito bonito, com diversos nomes e fotos.

—Posso contar nos dedos quantas pessoas dessa família foram descentes. Esse mural é mantido por magia e, a medida que um membro de nossa família nasce, aparece mais um nome.

Me aproximei do mural e lá estava: Maiara Black. A minha representação era uma gravura que se assemelhava à arte da Idade Média, com os cabelos negros presos e um pingente vermelho, que logo reconheci como sendo aquele que uso desde meu segundo ano, aquele que o estanho me deu antes de eu ser morta. Esse pingente não sai de mim nunca, mas passei a gostar dele verdadeiramente. Meu medalhão, com a foto de minha mãe e meus irmãos, estava guardado na casa de minha madrinha. Ele era precioso demais para ficar no meu pescoço, e ficava com medo de usá-lo e perdê-lo. Aquela era uma das únicas lembranças que eu tinha de minha mãe e meus irmãos adotivos.

—É bem bonita.

—Foi desse jeito que descobri que tinha você.

—Como assim?

—Liara era meu amor. A pessoa que eu mais amava no mundo. Mas, quando ficou grávida, a aconselharam a ficar longe de mim. Casou-se com aquele cara, Medici, e nunca mais a vi. Foi realmente um tiro em meu coração quando eu soube que ela tinha uma filha biológica, já que tinha outros adotados também. Depois de um ano, fui para Azkaban. Pensei nela durante todos esses anos, sabia? Esperava que ela me desse uma chance se eu saísse daquele lugar. Algum tempo depois, descobri que tinha sido assassinada. Entrei em depressão profunda naquele lugar. O assassinato de sua mãe ainda é algo confuso para mim. Com certeza ela fora morta por Comensais da Morte depois que Voldemort se foi, mas não sei exatamente o motivo ou quem a matou. Liara normalmente não se envolvia com assuntos que diziam respeito à guerra do nosso mundo, era muito reservada e não representava nenhum perigo. É por isso que sempre me questionei o motivo de sua morte. Bem, fiquei completamente desolado com a notícia mas criei forças muitos anos depois, quando descobri que Pedro estava vivo e perto de Harry. Saí movido pelo ódio à Pedro. Enquanto me escondia pelas ruas de Londres, vim para casa para ao menos dormir em uma casa de verdade. Explorei esse lugar por algum tempo e me recorreu a ideia de vir até aqui. Até que vi o seu nome na nossa árvore genealógica. Ela foi criada com magia antiga e indicava precisamente todos os membros da nossa família e então não duvidei quando vi seu nome nela.

"Foi o momento mais feliz de minha vida. Sabia que era filha de Liara, a única mulher que me relacionei durante muito tempo. A data de seu nascimento também condizia. Você nunca irá imaginar o quanto me reconfortou saber que o amor mais puro que senti na vida tinha um legado. Fui à Hogwarts atrás de você. Minha surpresa e amor foi de explodir o coração. Você é absurdamente parecida com sua mãe. Além disso, era amiga de Harry e pude ver duas das pessoas que mantinham a minha alegria de viver unidos"

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!