Acordei meio tonta, não ouvi o barulho do mar, o que me fez estranhar logo de início, abri os olhos e percebi que não estava mais na praia, eu me encontrava em um quarto, deitada em uma cama macia. Eu não me lembrava de como vim parar aqui, eu estava um pouco confusa.

—Olha só quem decidiu acordar. - Jack falou aparecendo no quarto e fechou a porta.

—Como eu vim parar aqui? - Perguntei meio sonolenta e sentando na cama.

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—Depois que você saiu desesperada pela porta, passaram alguns minutos e eu resolvi ir atrás de você e foi ai que eu te encontrei desmaiada na praia. - Falou sentando na minha frente.

—Eu não estava desmaiada, eu só dormi. - Passei a mão pelo rosto. Por mais que eu tenha dormido, eu aina me sentia muito cansada.

—Que seja, pelo menos eu te encontrei, ou você poderia estar doente, ou até mesmo morta de tanto frio que ficou a noite. - Jack disse deitando atravessado na cama. - Essa cama á bem macia.

—Sim ela é! Obrigada por ter ido atrás de mim. - Olhei pra Jack que tinha o seu olhar direcionado para o teto.

—Não precisa agradecer, só achei que foi o certo depois de tudo que você descobriu ontem. - Falou olhando para mim.

—Então Calypso contou pra você? - Perguntei mexendo nos meus dedos.

—Na verdade... - Sentou novamente na cama e abriu um sorrisinho. - eu meio que estava passando pelo jardim e ouvi vocês conversando.

—Eu não acredito que você ouviu a nossa conversa. - Falei um pouco surpresa, mas eu deveria me lembrar que se ele não fizesse isso não seria o Jack Sparrow que todos conhecem. - Deixa pra lá. - Suspirei.

—Então... Você passou de uma simples jovem comum e bonita, para uma jovem muito importante e bonita. - E colocou aquele típico sorriso no rosto.

—É, as coisas complicaram para mim de uma forma bem rápida. Isso chega a ser louco. Eu vou ter que decidir quais mulheres irão virar sereias e eu ainda teria que protege-las. Isso não é pra mim, eu nunca quis isso. - Coloquei as mãos na cabeça.

—Sei que isso não deve ser nada fácil para você, mas não acha que poderia ser pior? Você poderia ser amaldiçoada que nem o peixe fora d'água. Ele tem que levar as almas dos que morreram no mar deste mundo para o outro em seu navio, tem que ficar fazendo isso pelo resto da vida e só pode ver a amada acada 10 anos. A sua situação comparada a dele é bem melhor. - Era estranho ver Jack Sparrow consolando alguém.

—Você bebeu? O que está acontecendo com você? Não está está sendo o mesmo Jack chato de sempre.

—Eu estou tentando te ajudar e você reclama? - Falou um pouco indignado.

—Desculpa! Eu só não imaginava que um dia eu ia ver você sendo... Amigável com alguém, principalmente se a pessoa não tiver nada que você queira.

—Eu não sou tão ruim assim e acho que nós dois podemos ser... Amigos. - Nós dois rimos.

—Sério? Você acha mesmo que isso é possível?

—Não sei, mas podemos ver no que isso vai dar. até porque eu sei que você vai precisar muito da minha ajuda, você agora é o que? Rainha? Princesa? Governadora? Precisa da ajuda de uma pessoa inteligente como eu.

—Não sei se você seria o tipo de pessoa para quem eu pediria algum tipo de conselho, mas mesmo assim eu vou precisar da sua ajuda para alguma coisa. - Sorri. - Acho que é melhor eu procurar Calypso, nós ainda não terminamos de conversar. - Levantei da cama.

—Kiara, minhas condolências por sua mãe.

—Obrigada! - Falei de costas para ele e sai atrás de Calypso.

Fui para o jardim imaginando que ela poderia estar lá e eu tinha acertado em cheio, lá estava ela jogando algo no lago que eu deduzi ser comida para os peixes. Caminhei até Calypso e fiquei do lado dela observado os peixes comendo, nenhuma de nós falamos nada.

—Nós ainda temos que falar sobre algumas coisas. - Falei depois de alguns minutos de silêncio.

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-Também acho a mesma coisa. - Olhou pra mim.

—Por que você mesma não apareceu para mim ao invés de usar Margot e fingir ser Valquíria?

—Não queria que você ficasse assustada por ter uma Deusa fazendo um simples ritual. E você não podia fazer o ritual tão cedo, precisava de uma certa idade e eu estava fazendo o possível para atrapalhar a sua decisão.

—Não tenho tanta certeza se eu ficaria, mas agora não adianta reclamar sobre o que você fez, já aconteceu e de simples aquela maldição não tinha nada, eu fiquei um ano apagada. Eu vou recuperar as minhas memórias?

—É bem provável que sim, mas você não vai recuperar elas de uma hora pra outra, isso vai levar um pouco de tempo. - Calypso começou a andar pelo jardim e mexendo em algumas plantas.

—E como eu vou ficar agora? O que vai acontecer? O que eu tenho que fazer?

—Você está realmente pronta para tudo o que vai acontecer? Você está preparada para isso? - Ela perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas.

—Eu posso deixar isso tudo de lado e seguir a minha vida normalmente? - Perguntei com um fio de esperança.

—Não, isso é algo bem impossível.

—Então eu tenho que aceitar isso, talvez eu possa gostar. - Sorri de lado tentando me convencer do que tinha falo.

—No mar não existe essa coisa de rei, rainha, príncipe e princesa, só existe o Deus do Mar. Eu diria que você seria uma guardiã das sereias. Eu chamei alguém que pode te ajudar com isso, ela conhece cada gota que tem no oceano e foi encarregada de fazer com que se acostume com o novo método de vida.

—Como assim novo método de vida? Quem é ela? - Perguntei confusa.

—Você é uma guardiã, você pode ficar em terra, mas uma hora ou outra vai ter que voltar ao mar.

—Você quer dizer que por um tempo eu vou ter que viver no mar?

—Sim! - Ouvimos um barulho de água vindo do lago, olhamos pra trás e lá tinha uma linda sereia. - Essa é Serena, ela ira te ajudar.

—É bom vê-lá novamente Serena, faz muito tempo. - Jack falou aparecendo de repente.

—O que você está fazendo aqui? - Perguntou Calypso.

—Ele estava ouvindo a nossa conversa. De novo. - Suspirei repreendendo o mesmo que só deu de ombros. - De onde você conhece ela?

—Lembra aquela história que eu te contei sobre a sereia e o homem religioso? - Fiz sinal de sim com a cabeça. - É ela.

—Srta Kiara, deve me acompanhar, preciso levá-lá até as outras sereias, todas querem te conhecer. - Sorriu Serena.

—E como eu irei fazer isso? - Perguntei aproximando dela.

—Você tem que entrar na água e querer ser uma sereia, querer ter cauda, respirar de baixo d'água. - Respondeu Calypso.

Eu entrei na água do lago que estava um pouco gelada, fechei os meus olhos e fiz o que Calypso falou. Eu sentia algo diferente acontecer comigo, senti uma vibração na aguá, naquele momento eu abri os olhos, comecei a senti o meu corpo ficar quente e depois minhas pernas começaram a ficar geladas, olhei para minhas pernas e vi o processo de transformação acontecer, de pernas para uma linda cauda verde e dourada.

—Com certeza essa foi a coisa mais incrível que eu já vi. - Sorri e olhei para Serena que parecia estar feliz por presenciar a minha transformação.

—Nós temos que ir logo, você tem muito que aprender. - Serena segurou minha mão. Me virei na direção de Jack e Calypso que me observava.

—Obrigada aos dois, por ter me ajudado. E Calypso, como ela morreu- Perguntei me referindo a minha mãe.

—Ela pegou uma gripe muito forte minha querida. - Suspirei e fechei os olhos tentando lembrar de alguns momentos que vivi com ela.

—Já sei que eu vou ter que dar a notícia a tripulação que a adorável Kiara não vai voltar conosco, eles vão ficar bem tristes. - Jack falou fingindo tristeza.

—Eu sei que você vai sentir a minha falta Jack. E fique tranquilo, não é tão fácil assim se livrar de mim. Até! - Serena me puxou e nós duas mergulhamos em direção ao desconhecido, pelo menos para mim.