Foram semanas no cerco, investindo contra a cidade e recebendo alguns ataques em retorno. Precisávamos que Eragon voltasse logo para podermos tomar de vez a cidade, mas por enquanto estávamos conseguindo manter terreno.

Nasuada me deu a ordem de vigiar a cidade e o acampamento, a primeira missão oficial de Elrohir como um dos Varden. A cada marca que o relógio de sol marcava, nós dois sobrevoávamos a cidade.

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Eu sentia e compartilhava com meu dragão sua majestade voando por sobre os muros, reluzindo sob o sol com o metal de sua armadura e o colorido de suas escamas entre as placas brilhantes. Horst também tinha me pedido para incrementar minha armadura, ao que eu aceitei. Agora eu a vestia, com espinhos parecidos com os do adereço de Elrohir adornando meu próprio elmo, além dos detalhes de rubi e esmeralda encrustados.

— São como as cores das suas armas. A herbolaria os encontrou e me deu de presente.

Eu agradeci o presente e desde então andava com a armadura o tempo todo. E eu não precisava de todos os olhares sobre mim para saber que eu tinha a postura muito mais elegante agora. Uma verdadeira Cavaleira.

“Silbena, há uma sombra na cidade.” A voz do dragão me trouxe de volta para nossa ronda, e ele compartilhou comigo seus sentidos para eu conseguir localizar a tal sombra. Era como ver uma bola de fumaça engolindo a luz ao seu redor.

“Espectro.”

“Durza?”

“Não, ele morreu. Eragon deu um fim nele. É outro.”

Ele interrompeu a conexão de sentidos e decidiu voltar para o acampamento. Tínhamos de avisar Nasuada. Se ele atacasse, teríamos que estar prontos. Apesar de eu não ter ideia de como matar um espectro.

— Outro espectro? Galbatorix já começou a se preparar.

— Evidente que sim, nosso ataque já é mais que certo. E Galbatorix pode ser orgulhoso, mas ele é esperto demais para esperar um ataque com os portões abertos.

— Sim, tem razão. O confronto é inevitável.

E aquilo resumia muito bem aquele momento. O confronto estava prestes a acontecer. Cada passo, cada momento daquele cerco, aquilo tudo já era uma etapa da guerra. O confronto final não tardaria.

E realmente não demorou muito. Quando Eragon voltou, o espectro atacou. As coisas dessa vez foram mais fáceis do que Durza, com certeza, mas ainda assim tomou tempo. Quando o exército atacou sob o comando do espectro, eu montei em Elrohir e saquei minhas espadas.

Saphira voava na direção do espectro, então eu me contentei em fazer Elrohir cuspir fogo no exército inimigo. Poucos foram queimados propriamente, mas parecia que a maioria deles não estava pronto para ver um dragão que não fosse o azul voando por cima de suas cabeças.

Ele aterrissou perto de alguns dos homens que correram do fogo e, com toda o ar dos seus pulmões, rugiu tão alto que acho que uns dois homens morreram de susto.

Quando a comoção acabou, tivemos tempo para nos recompor e finalmente ouvir Eragon. Eu fui até a tenda de Nasuada para a reunião depois de conferir que nenhum dos meus homens havia se ferido, pelo menos não gravemente.

— Eragon, bom te ver de volta. – Ele tinha uma nova espada em mãos e seu rosto finalmente parecia portar alguma maturidade. Os últimos tempos pareciam ter sido difíceis.

— Silbena, olá. – Ele conseguiu falar quando finalmente encontrou de onde tinha me ouvido. O cansaço era evidente. – Obrigado pelo auxílio.

— É meu exército também. – Dei de ombros. Nasuada finalmente decidiu que Eragon deveria iniciar o relato sobre seus últimos tempos.

Depois de toda a questão com os anões, ele voltou a Ellesméra para concluir seu treinamento com Oromis. Lá ele descobriu que seu pai na verdade era Brom, e não Morzan como um dia ele suspeitara. Isso com certeza tinha o ajudado a se livrar de um peso invisível sobre si.

Ele nos contou sobre a revelação de Oromis sobre os ditos eldunarí, a força secreta que tornava Galbatorix tão forte. Nasuada não o interrompeu, mas ele notou que nós não parecíamos tão chocados.

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— Delrio tinha uns documentos que falavam vagamente sobre esses. – Eu expliquei porque já sabíamos daquilo. Ele ouviu, um pouco desanimado sobre a revelação. – Você é quem vai ter que descobrir mais sobre eles no entanto, o documento só falou que eles existiam, Elrohir não tem ideia de como funciona. Só o que eu sei é que aquele lugar tem uma energia estranha, como se um milhão de vozes falasse ao mesmo tempo. Não literalmente.

— Os eldunarí não obedecem a qualquer um por vontade própria, ele os obriga através de magia negra. – Eragon falou. – Eles só falam com quem eles querem.

“Eu posso compartilhar com vocês o meu conhecimento mesmo não estando mais entre vocês”

A voz grave soou pela minha cabeça, estrangeira. Olhei ao redor, sentindo que ele também tinha feito contato com Elrohir. Ele se assustou com o contato tanto quanto eu.

“É um prazer, Glaedr.” Respondi, voltando então a prestar atenção em Eragon, que acabava de contar como o dragão havia o dado seu coração dos corações. Em seguida ele apenas contou que tinha conseguido sua própria espada, Brisingr. Ele chamou o nome e a lâmina se incendiou.

“As suas fazem isso?”

“Não que eu saiba, Grande. Não sabemos se elas têm nome.”

Por fim, Eragon contou como Oromis voou com eles até aqui, mas Galbatorix os atacou diretamente e conseguiu vencer Oromis e seu dragão. Aquilo o encheu de emoção, mas eu imaginava que o velho Cavaleiro já esperava aquele tipo de situação. Agora só se podia olhar para frente.

— Muito bem. Nós finalmente conseguimos tomar Feinster, o que nos põe um passo a frente em nossos planos. Muito obrigada a todos vocês. – Nasuada agradeceu e ficou de pé, pronta para continuar seu trabalho. – Descansem agora. Não teremos muito mais tempo para isso daqui para frente.

E todos nós sentimos o peso daquela afirmação. Não havia mais tempo para hesitação. Estávamos na iminência da guerra.