Cap.08 – Teimosia


O dia amanheceu agradavelmente frio, como era de se esperar para o final do outono. Ao abrir os olhos, a claridade incomodou, mas não só isso, o quarto que estava não lhe pertencia. Era um quarto claro e amplo com linhas masculinas.


Foi quando lembrou-se da noiteanterior. Aquele pesadelo que parecia ter saído de seus piores pesadelos. Ou seja, tinha que sair dali antes que Roy fizesse mais perguntas ou que dissesse algo que ainda não devesse ser revelado.


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- ajeita a atadura – Droga, tantos lugares para eu quase bater o carro e eu tinha que fazer isso aqui! Por que raios minha fuga trouxe-me para cá?


A loira caminha até o banheiro onde lavou o rosto e ajeitou o roupão. Ainda era cedo, Roy deveria estar do centésimo sono, afinal, ele não perdia uma boa oportunidade de dormir.


- abre cuidadosamente a porta e espia – É mais fácil eu errar um alvo do que Roy acordar cedo.


No quarto do moreno...


Ligação on


- Maes?


- É, quem fala?


- Roy.


- Jura? O que aconteceu? Você caiu da cama?


- Para de piadinhas e me escuta.


- Vai com calma man, é sábado, cedo e você ainda quer mandar nas minhas piadinhas?


- Maes é sério. Ou você acha que eu acordaria cedo só para te encher o saco?


- Sei lá, vai saber. Mas o que foi?


- Preciso que você puxe a ficha da Riza.


- Por quê?


Roy conta a história toda.


- Caramba, vou ver o que descubro, mesmo não sabendo no que isso ajuda.


- O que está acontecendo deve ter alguma ligação com a vida pessoal dela... Família, amigos, origens...


- Vou fazer isso o mais rápido possível. Por enquanto preocupe-se em não deixá-la sozinha, quem fez isso pode voltar e ela é teimosa, não vai querer deixar ninguém protegê-la.


- Maes, ela está apagada no quarto de hóspedes... Não vai acordar tão cedo.


- Até parece que você não a conhece. Nesse momento, ela deve estar na sua sala fazendo o mínimo de barulho possível para escapar sem ser vista.


- Ok, senhor paranóico, deixe a Riza por minha conta, só cuide do que pedi.


- Ja ne.


Ligação off


- Vamos ver a bela adormecida.


Roy caminha preguiçosamente até perto do quarto quando ouve um barulho escada abaixo. Debruça-se sobre o corrimão e vê a loira a procura de alguma coisa. Provavelmente a chave de seu carro, essa que estava em seu bolso.


- É isso que está procurando? – balança o molho de chaves enquanto descia as escadas –


- Devolva minhas chaves, Roy!


- Só se você prometer que vai me contar o que aconteceu.


- Te garanto que você não quer saber. Agora me devolva isso para que eu volte para casa. – ela tentava alcançar as chaves, mas Roy que era mais alto, levantou a mão tornando impossível a loira alcançar as chaves –


- Você não vai voltar para lugar nenhum sozinha. É perigoso.


- Eu sei me defender! – ela tenta ficar na ponta dos pés –


- Como soube ontem? – a loira pensou em falar alguma coisa, mas no fim acabou calada –


Apesar de se manter calada, continuou a tentar alcançar as chaves, acabando por perder o equilíbrio fazendo seu corpo pender sobre o corpo de Roy.


Sendo assim, os dois acabaram caindo no chão. Com ela sobre ele.


- Peguei a chave!


- agarra a cintura da loira – E eu você!


- Me solta, Roy.


- Não vou soltar para você sair por ai fazendo coisas inconseqüentes.


- Você não vai desistir, não é?


- Não.


- Eu preciso ir em casa, mas não quero te meter nos meus problemas, então você vem comigo sem fazer perguntas.


- Eu não posso te ajudar, se você não confiar mim.


- Eu não vou te meter em meus problemas.


- suspira – Tudo bem.


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Os dois ficam em silencio por alguns segundos.


- Será que você poderia me soltar?


- Hã? Lógico...


Os dois levantam-se.


- Vou trocar de roupa, não saia daqui!


- Não vou sair.


Não foram nem dez minutos para que Roy voltasse para sala devidamente vestido para sair.


Roy saiu e entrou no carro. Riza parou atrás da porta, e passou a olhar para os lados.


- O que foi?


- Preciso ter certeza de que ninguém vai me ver.


- ri – É sábado, ninguém está acordado.


- a loira corre para o carro – Continue rindo para você ver o que acontece.


Tenta segurar o riso e começa a dirigir.


O dia estava muito bonito, e no centro, havia mais pessoas nas ruas. Ao que parecia, namorados, passeando. Mas Riza não parecia se importar muito com o clima, procurava furiosamente algo no porta luvas.


- O que está procurando?


- Meus óculos, não quero ser reconhecida.


- Bem, os hematomas são feios, mas quase não dá para ver de longe.


- O problema não são os hematomas, é eu ser reconhecida enquanto ando com você. Tenho uma reputação a zelar.


Naquele momento, Roy não sabia se ria ou se chorava. Cada coisa que era obrigado a ouvir... Enquanto dirigia, se deu conta de que não sabia para onde estava indo.


Assim, dá uma freada brusca.


- põe a mão na nuca – Já não basta meu tornozelo doer, você quer prejudicar meu pescoço?


- Para onde estamos indo?


- suspira – Desça, eu dirijo.


- Você tem certeza que quer descer do carro aqui, vestida dessa maneira? – ele a olha de cima a baixo –


- Argh! Eu indico o caminho e pare de me olhar assim.


- Assim como? – fazendo cara de inocente –


- Apenas dirija, Roy.


Dito isso a loira passou a olhar para a paisagem, aquela história estava ficando cada vez mais perigosa. E agora Roy estava querendo se meter. Por que ele não era capaz de ignorar o acontecido anterior? Tornaria as coisas tão mais fáceis.


Tudo o que queria naquele momento, era livrar-se daquele peso. Contar tudo o que sabia e sumir. Graças aquela maldita promessa, estava presa a Roy de uma maneira que não agüentava mais.


-


-


Na saída da cidade...


- Dessa vez você escapou... Mas te garanto que voltarei, Riizie.


Continua...