The Ravenclaw Girl

O Vestido Azul


***

No domingo, eu já havia tomado o café da manhã e respondido a carta de minha mãe; depois de ter conversado com Ernest e com Annelize no dia anterior eu me sentia melhor.

Agora eu estava simplesmente sentada na grama dos jardins de Hogwarts, mas não era a única por ali; pelo jeito os alunos resolveram aproveitar o que poderia ser a última aparição de sol nesse ano. Reconheci Hermione Granger, Ron Weasley e Harry Potter, os três da Grifinória, vi também Astoria Greengrass da Sonserina, sempre muito elegante. Cho Chang e sua amiga risonha também estavam ali. Susan Bones e Hanna Abbott, há alguns metros de mim, conversavam entre si.

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Sustentei meu corpo com os braços e me inclinei levemente para trás, sentindo o calor do sol. Não estava um dia quente e o sol não me incomodava. Eu sempre preferi os dias frios, mas aquele clima estava agradável. Fechei os olhos e senti a brisa calma bater em meu rosto.

Senti alguém se sentar ao meu lado na grama, mas não abri os olhos. Apenas franzi levemente minhas sobrancelhas.

— Olá. – uma voz desconhecida falou.

Abri meus olhos e encontrei os olhos castanhos de ninguém mais ninguém menos que Adrian Pucey. Fiquei tão perturbada que perdi a firmeza em meus braços e minhas costas bateram no chão.

— Ai. – resmunguei, sentindo o rosto arder de vergonha. Minha mãe ficaria tão decepcionada se me visse agora...

— Você está bem? – o Sonserino me segurou delicadamente pelos ombros e me ajudou a me por sentada.

— Sim. – falei firme, tentando recuperar minha dignidade – Sou Amélia Knight. – me apresentei e ele riu.

— Eu sei. Quinto ano, Corvinal. – sorriu de modo simpático – Meu nome é Adrian Pucey.

— Eu sei. – o imitei – Sexto ano, Artilheiro do time de Quadribol da Sonserina. Acho estranho você vir falar comigo. – disparei.

— Acha estranho? – ele me olhou com curiosidade – Por que?

— Porque não somos da mesma Casa e nem do mesmo ano. – respondi – E eu nem pratico Quadribol.

— Bem, - ele me olhou, ainda sorrindo – eu queria conhecer a menina mais bonita da Corvinal. – assim que Adrian pronunciou aquelas palavras, senti que estava corando novamente, mas, mesmo assim, sorri.

— Se foi um elogio, eu agradeço. – falei baixo.

— Não foi um elogio, eu apenas falei a verdade. – ele sorriu – Você é amiga de uma garota da minha Casa, a Grey. Na verdade foi a amizade de vocês que me chamou a atenção. Acho que você já deve saber, mas nós, Sonserinos, muito raramente formamos amizade com pessoas das outras Casas. – ele me encarou .

— Annelize e eu nos conhecemos no Expresso de Hogwarts, antes da Seleção das Casas. Eu queria ir para a Corvinal e ela para a Sonserina. – falei, um pouco mais relaxada. Eu não conseguia acreditar, mas parecia que Adrian Pucey estava flertando comigo descaradamente.

— Toda a família Knight pertenceu a Sonserina, não é mesmo? – ele perguntou. Concordei com a cabeça.

— Sim, pertenceu. – falei, me afastando dele e me levantando – Eu vou voltar para meu salão comunal, Adrian. Nos esbarramos por aí.

Corri para dentro da escola novamente.

***

Setembro passou como em um piscar de olhos. Professor Flitwick começou a me ajudar todas as quartas – feiras a tentar conjurar um Patrono corpóreo, e embora eu ainda não tenha conseguido, sentia que estava evoluindo bastante.

As aulas estavam puxadas, mas de qualquer forma estava tudo bem, exceto por Defesa Contra as Artes das Trevas. Umbridge era uma gárgula! Não aprendíamos nada na prática, apenas em leituras e cópias. Isso em DCTA, ao meu ver, é inadmissível. Podemos aprender assim em História da Magia ou em Astronomia, mas em Defesa?

Ernest e eu continuávamos nos sentando lado a lado nas aulas que tínhamos juntos. Adrian Pucey sempre me cumprimentava e falava comigo quando tinha chance; ele era uma boa pessoa, mas eu não conseguia evitar de sentir, quando conversava com ele, como se estivesse fazendo algo... errado.

Muito bem, era o primeiro final de semana de outubro e também o primeiro final de semana de visita a Hogsmeade. Annelize e eu estávamos caminhando por entre as lojas do vilarejo, para ir até Dedos de mel, a doceria favorita de Lissie. Eu não gostava muito de doces, mas ela sempre me arrastava até lá.

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— Mas o que é aquilo? – disse Annelize, pausadamente, enquanto parava de andar.

Parei também e segui seu olhar, um pouco confusa. Apenas vi Draco seus dois amigos idiotas juntos com Pansy entrando no Três Vassouras.

— Qual é o problema? – perguntei, mais confusa ainda.

— A Parkinson está junto! – respondeu e endireitou o casaco – Vai fazer o que você tinha que fazer que nós nos encontramos depois. Eu vou no Três Vassouras impedir que algo aconteça.

Assim, Annelize Grey me deixou sozinha e marchou a passos largos até o bar. Fiquei parada por alguns instantes, não acreditando no que ela havia feito. Revirei os olhos e recomecei a andar. Precisava achar uma roupa para o Natal, já que teríamos o prazer de receber Francis e Cassiopeia em casa.

Sei que ainda teria outros fins de semana para isso, mas eu queria me adiantar logo. Por causa disso, entrei na loja Trapobelo Moda Mágica, que vendia todos os tipos de roupa bruxa possíveis. Um sininho tocou quando abri a porta e uma bruxa de meia idade surgiu a minha frente.

— Posso ajuda-la, querida? – sorriu para mim.

— Oh, por enquanto eu gostaria apenas de dar uma olhada em vestidos para jantares em família, entende? Mas falarei com a senhora, caso precise de ajuda. – sorri de volta.

Ela me levou até um canto da loja, onde ficavam vários vestidos. Uns eram lindos, outros pareciam árvores de Natal, e tinha um que o tecido parecia estar vivo.

— Fique á vontade. – ela se virou e foi para outro lugar.

Francis e Cassiopeia sempre queriam que eu vestisse verde ou púrpura quando eles estivessem comigo. Verde por homenagem a Sonserina (apesar de eu ser da Corvinal, eles não tinham por isso nenhuma consideração; se eu carregasse o sobrenome Knight deveria homenagear a Sonserina), e púrpura porque era uma cor nobre. Como eu nunca gostei de verde, que nunca ficava muito bem com meus cabelos muito escuros e minha pele muito clara, sempre escolhia vestes de cor púrpura.

E eu estava procurando um vestido púrpura que me agradasse. Mas nenhum deles era bom. Um tinha estampas de detalhes amarelos, que eu realmente não gostei. Outro tinha uma costura estranha. Eu já estava ficando com dor de cabeça quando o vi. Era perfeito.

Não, o vestido não era verde nem púrpura. Era azul. Era de um azul tão escuro quanto o céu a noite. Tinha um leve decote, como os que minha mãe costumava usar em festas. Marcava na altura da cintura e era de veludo. Simples e refinado; sem nenhum detalhe.

Eu o agarrei e levei até a bruxa de meia idade.

— Vou levar este.