No dia seguinte, no horário de almoço, termino de almoçar com minhas amigas Silena e Thalia, e vou “patrulhar” na escola. Acabo de adentrar na quadra da escola e já vejo algo desagradável. O capitão do clube de natação azucrinando umas garotas do primeiro ano com um pedaço de cano.


– Mas o que está acontecendo aqui? – pergunto irritada ao capitão.


– Nada demais presidente. Estávamos apenas brincando. – responde o garoto.


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– Não viu que as assustou? – digo a ele, o obrigando a encarar o rosto apavorado das duas pobres garotas. – Peça desculpas a elas! – digo furiosa.


– Não vou pedir desculpas por brincar. – resmunga o capitão do time de natação.


– Então você irá ficar trancado na sala de detenção pensando no seu ato até a aula recomeçar! – ordeno com uma expressão assustadora no meu olhar.


– Isso é muito injusto! – diz ele indignado, mas andando comigo até a sala.


Depois de chegar à sala, tranco a porta me certificando de que ele não possa escapar nesses trinta minutos antes de recomeçar a aula.


– Malditos homens...


POV Percy

Acabo de almoçar e subo os andares do prédio da escola para ir relaxar no último andar, até que vejo meus antigos parceiros do time de natação (eu saíra do time ano passado) reclamando de algo.


– Aquela vadia demoníaca. – resmunga um deles, com o coro de aprovação dos outros.


– O que aconteceu? – pergunto sem muito ânimo e eles me olham aliviados.


– Percy! Você não vai acreditar no que aconteceu. – diz Tyson, um dos meus ex companheiros. Como eu não digo nada, ele prossegue. – Aquela psicopata da presidente do conselho prendeu o nosso capitão dentro da sala de detenção por nada!


Ergo uma sobrancelha, surpreso. Não acreditaria que ela prenderia alguém em uma sala, sem que ele tenha feito nada.


– Tem certeza que ele não fez nada? – digo entediado.


– Ele só estava correndo atrás de umas meninas com um cano na mão, nada demais! – defende Tyson.


Ah. Por mais que a medida possa ter sido um pouco extrema na opinião deles, não fora sem motivo.


– Por favor, Percy! Ajude-nos a arrombar a porta! – suplica um dos novos integrantes do time, que eu não faço ideia do nome.


– Foi mal caras, não estou a fim de me meter em problemas hoje. – digo completamente desinteressado. Estava com muito sono para usar força.


Já estava saindo de perto deles, até que escuto parte da conversa.


– Droga, sem o Jackson não iremos conseguir arrombar a porta, não somos tão forte. – reclama Tyson.


– Tenho uma ideia! Hoje deixamos essa passar, mas na próxima estaremos preparados. Vamos encontrar algo para ameaçá-la. – diz o sujeito que não sei o nome.


Imediatamente isso me chama a atenção. Caso eles levassem isso realmente a sério, poderiam segui-la e descobrir que ela trabalhava em uma loja vestida de empregada. Não entendi bem, mas isso me incomodou muito. Talvez eu não gostasse de outras pessoas vendo algo tão impossível que apenas eu sei. Talvez eu apenas me importe com o fato dela não querer que isso aconteça. Então, fui à direção a eles novamente.


– Bom, não estou fazendo nada, acho que vou arrombar esta porta com vocês. Mas qualquer coisa, eu não tive nada a ver com isso. – digo e eles concordam comigo, satisfeitos.


Nós três pegamos impulso e derrubamos a porta. O capitão me agradeceu com tapinhas nas costas.


– Estou com saudades de você no time, Jackson. Você faz a diferença. – diz sorrindo e piscando para mim.


– Uma pena sair do time, adorava nadar. Já vou indo. – digo e me despeço deles.


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Vou subindo para o terraço da escola, e vejo ninguém menos que Annabeth Chase observando a vista do colégio nele.


Sorrio. – Você está me seguindo? – pergunto a ela.


Ela me encara furiosa. – Eu cheguei aqui primeiro! – responde rispidamente.


– Sabe, o capitão do time de natação ficou realmente furioso com você, Chase.


– Ele recebeu o que merecia! Ficar correndo atrás de duas pobres garotas com um cano na mão. Francamente... – depois de dizer, ela olha para o horizonte calmamente.


Passado alguns segundos, sua expressão volta a ficar furiosa. – Por que não contou para ninguém ainda do meu trabalho? Quer me torturar ou o que?


Sorrio. – O que eu ganharia contando para as pessoas, Annabeth? – pergunto e ela olha para mim com uma expressão menos rígida.


Parece que reconsiderou o que eu disse.


– Então de certa forma, estou em débito com você. Se quiser alguma coisa de mim, apenas avise. – ela diz com um sorriso mínimo.


Secretamente, eu gostei muito do sorriso que ela me deu. Acho que nunca tinha a visto sorrir verdadeiramente. Mas também adorava suas expressões raivosas, eram interessantes.


– Então se vista de empregada, e seja minha empregada pessoal por um dia. – digo debochado e ela me fuzila com os olhos.


– Jackson, seu idiota! – ela grita para mim, e sai do terraço dando passos pesados de raiva.


Sufoco o riso com a cena.



***

Finalmente a aula acabara. Já estava indo para minha casa, até que passo pela sala do conselho estudantil e vejo Annabeth com um semblante cansado escrevendo em vários papéis, e vários outros na mesa, esperando serem preenchidos.


Entro na sala sem ser convidado.


– O que você está fazendo? – pergunto petulante.


– Preenchendo alguns formulários. – ela responde sem dar muita atenção com uma voz muito cansada.


– Mas você não deveria ter ajuda dos outros alunos do conselho? – pergunto confuso.


– Já foram todos para a casa depois de preencher apenas um desses. – ela responde.


Vê-la trabalhando assim, me vem uma ideia maluca. – Quer que eu lhe ajude?


Ela para de escrever, e me encara incrédula. – E por que você iria me ajudar?


Coloco uma das minhas mãos no ombro dela. – Porque vendo você trabalhar tão arduamente assim na escola ou no trabalho... Preocupa as pessoas. – digo.


Ela treme por eu colocar as mãos dela e dá um leve tapa em meu braço, o afastando. – Eu não preciso de ajuda de homens idiotas! – responde grosseiramente.


Isso me irrita completamente. – Ah. Tanto faz. – digo e saio da sala batendo a porta.



***


Já eram seis horas da tarde. Estava sentado num banco da praça perto ao Maid Café. Iria ao restabelecimento ou não? A atitude de Annabeth na escola não fora interessante. Perderia o interesse na vida “dupla” dela por isso?


Estava desistindo e indo para casa, até que a avisto saindo do restabelecimento com um saco de lixo enorme. Ela estava cambaleando?


Chego até ela para ver e a encontro arfando e quase caindo no chão. O seu rosto estava vermelho como um tomate. Ela não havia me visto mesmo estando em sua frente.

Retiro o saco de lixo de sua mão, jogando-o com rapidez no lixo, e seguro a loira antes dela cair.


– Você está bem? – pergunto.


Seu rosto continuava vermelho, e ela tremia também. Estava muito quente e sua testa continha gotículas de suor.


– Eu... Her... Desculpe-me... Eu não devia ter lhe tratado daquele jeito na escola... Você não é uma má pessoa, apesar de tudo... – Ela me diz com a voz embargada e desmaia na minha frente.


Bato a porta de trás do Maid Café e espero alguém aparecer para ajudar-me a socorrê-la. Apesar de estar um pouco preocupado, dou um leve sorriso. Ela continuava interessante, afinal.