Little Things

Neville tentava achar uma maneira confortável para sentar-se na calçada da casa de sua namorada. Luna logo foi ao encontro namorado, a loirinha vestia um short preto que ia até mais da metade da coxa, uma blusa de longas mangas, cachecol, o cabelo preso num rabo de cavalo com um lenço.

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Luna sentou ao lado do namorado e deixou que ele tivesse alguns minutos de silêncio para depois falar com ele. Ela sabia o quão nervoso ele estava por ter que passar por uma cirurgia, ela queria consola-lo, mas sabia que ele precisava de um tempo para ajeitar os pensamentos e essa paz que ele tanto precisava sentia toda vez que olhava pra ela. A loira não sabia quais palavras usar, então preferiu apenas encaixar sua mão na de seu namorado.

Sua mão se encaixa na minha

Como se fosse feita só pra mim

Mas tenha em mente

Isso era pra ser assim”

Rony havia convidado a namorada para irem para um parque de diversões que estava na cidade, Pansy aceitou de primeira. Tinha quarenta e sete minutos que Rony a esperava na sala da casa dela, ele não aguentava mais ouvir o pai da menina tocar as Sinfonias de Beethoven no violino.

Pansy finalmente apareceu na sala vestindo uma calça vermelha apertada, blusa cinza com detalhes na gola, um colar em formato de chave, tênis, bolsa, cabelo solto e diferente dos outros dias Pansy estava usando um chapéu e óculos de grau.

–Vamos embora ruivo. –Saiu puxando o namorado para fora da casa.

–Você nem deixou eu me despedir dos seus pais. –Reclamou.

–Você não queria fazer isso, vi em seus olhos. –Sorriu pra ele.

Ao chagarem ao parque de diversões, dirigiram-se para a roda gigante. Enquanto o ruivo comprava os ingressos, Pansy observava as várias sardas que espalhavam-se no rosto do namorado.

“E estou ligando os pontos

Com as sardas em seu rosto

E tudo isso faz sentido para mim”

Narcisa, Lúcio e Manuela assistiam a um filme infantil que Manuela tinha escolhido. Lúcio olhava surpreso para Narcisa que ria junto a Manuela de piadas infantis. O homem percebeu que nem com a cirurgia plástica que Narcisa havia feito por pressão da irmã havia desmanchado as ruguinhas que se formavam nos olhos dela sempre que ela ria, ela odiava aquilo, se achava velha por isso.

Na verdade, Narcisa tinha muitos problemas com sua autoestima. Antigamente, mesmo antes de engravidar de Draco, Narcisa odiava o tom esbranquiçado das coxas. A mulher odiava as duas covinhas do final da espinha e detestava a barriga, mesmo que ela já houvesse feito cirurgias e muitos regimes, ela continuava odiando.

“Sei que você nunca amou

As rugas nos seus olhos

Quando você ri

Você nunca amou

Sua barriga ou suas coxas

As covinhas em suas costas

No final da sua coluna

Mas eu as amarei pra sempre”

Narcisa decidiu subir para o quarto, tomou banho e deitou-se para dormir, ainda sentindo falta de algo.

Não demorou muito e Lúcio entrou no quarto com uma bandeja média de prata nas mãos com uma xícara de chá fumegante.

–Fiz pra você. –Coloca a bandeja na cama. –É de camomila, seu chá preferido. –Lúcio respira fundo torcendo para que a, até então esposa, tomasse o chá.

–Não precisava. –Diz num tom frio, postura fechada e totalmente tensa.

–Claro que precisava, sei que você nunca dorme sem tomar chá. –Pronunciou as palavras com bastante convicção.

–Como você sabe que eu nunca durmo sem chá, se você nunca estava em casa? Você não sabe o que faço, ou o que eu digo, ou muito menos o que eu sinto. –Ironia era o que tinha impressa em sua voz.

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–Bom, o chá está aqui e você bebe se você quiser beber. –Suspirou pesadamente e se levantou da cama. –E só pra você saber, eu sempre soube o que você sente. –Virou-se pra ela.

–E eu posso saber como você supostamente sabe disso? –Arqueou a sobrancelha.

–Você fala enquanto dorme e acho que é por causa do chá. –Deu de ombros e saiu.

“Você não consegue ir para a cama

Sem uma xícara de chá

E talvez seja por isso

Que você fala enquanto dorme

E todas essas conversas

São os segredos que guardo

Embora não façam sentido para mim”

Era óbvio que Neville precisava de algo pra se divertir ou ao menos abrir um pequeno sorriso, nem que fosse de canto, era assim que Luna estava pensando.

–Nev. –Chamou-lhe a atenção. –Você está com medo? –Questionou-o.

–Um pouco. –Concordou.

Luna vasculhou sua mente em busca de algo que pudesse ajudar o namorado, e então no fundo de sua mente acendeu uma pequena ideia que poderia passar um pouco de segurança a ele. A loirinha lembrou-se da música que estava ouvindo antes do almoço.

–"Unconditional, unconditionally... I will love you unconditionally. There is no fear now, let go and just be free, i will love you unconditionally." –Cantarolou e quando terminou percebeu que Neville estava gravando. –Não acredito que você gravou, você sabe que eu não gosto. –Reclamou com tom de voz controlado.

–Desculpa, só quero ter algo pra me acalmar enquanto eu estiver esperando até começar a cirurgia. –Desculpou-se e logo em seguida deu a ela um bom motivo.

"Sei que você nunca amou

O som da sua voz gravada"

Pansy parecia incomodada com o olhar de algumas meninas sobre ela e o namorado, Rony logo percebeu a mudança da moça.

–O que aconteceu pra você ficar assim? –Parou de frente a ela.

–Estou um pouco incomodada com o olhar daquelas meninas, elas estão encarando porque eu estou ficando gorda. –Abaixou a cabeça e o ruivo revirou os olhos.

–Deixa de ser boba Parkinson, eu amo você pelo que você é e você é perfeita desse jeito. –Garantiu e abraçou de lado e logo após depositou um beijo na testa da namorada.

"Você nunca quer saber quanto você pesa

Ainda ama se apertar para entrar em seus jeans

Mas você é perfeita para mim"

Neville puxou Luna para mais perto de si, entrelaçou seus dedos nos dela e beijou a bochecha alva da menina.

–Você me faz tão bem Luna. –Acariciou o rosto da loirinha.

–Por que essa declaração? Algum motivo em especial? –Luna encarou-o.

–Eu estou um pouco assustado com essa coisa de cirurgia e se alguma coisa der errado, eu quero que você saiba que eu amo você, e que eu agradeço muito a você por ter se apaixonado por seu melhor amigo nerd. –Falou tudo muito rápido e procurou não fixar o olhar em um único ponto.

–Pudim,em primeiro lugar você deveria parar de falar besteiras, nada vai acontecer com você, em segundo você não tem que me agradecer por me apaixonado por você, terceiro eu amo você e você deveria se amar ao menos um pouquinho do quanto eu amo você. –Declarou-se e olhou dentro dos olhos dele.

“Você nunca irá se amar

Com metade da intensidade com que eu amo você”

Lúcio deu um tempo até Narcisa dormir e abriu a porta do quarto devagar e abaixou-se ao lado da cama e olhou cada detalhe do rosto da mulher. Ah se ela soubesse ou se simplesmente acreditasse na imensidão do amor dele para com ela. Ele realmente esperava que tudo se ajeitasse, mas se não desse mais certo para os dois, ele queria muito que ela aprendesse a se dar valor e se amar como ele a ama. Lúcio queria que Narcisa soubesse que ele sempre estaria ali por ela, porque ele a amava.

“Se você souber

Que estou aqui por você

Talvez você vá se amar como eu te amo”

Tanto Lúcio, quanto Rony e Neville amavam suas garotas pelo conjunto de acertos e erros, qualidades e defeitos. Eles amavam cada pequena coisa que existia em cada uma delas, todos os segredos ouvidos por Lúcio no sono de Narcisa, a voz de Luna que as vezes soava estridente demais aos ouvidos de Neville, a raiva que Rony sentia da insegurança de Pansy, essas eram as pequenas coisas que jamais sairiam da boca deles, pequenos segredos guardados dentro deles e que jamais seriam contados. Eles estavam apaixonados por elas cada dia mais e essas pequenas coisas apenas faziam com eles se apaixonassem ainda mais. Porque eram a elas que aquelas pequenas coisas embelezavam.

“Simplesmente deixei essas pequenas coisas

Saírem da minha boca

Porque é você

Oh, é você

É você

Que elas embelezam

Estou apaixonado por você

E por todas essas pequenas coisas”