The One That Got Away

A História da Minha Vida



Story Of My Life

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Narcisa, Lúcio, Manuela e Hermione estavam no portão do hospital, a felicidade e a emoção eram vistas de longe.

De longe eles avistaram, um garoto de grandes olhos azuis acinzentados, numa cadeira de rodas, sendo trazido por um enfermeiro. Draco abriu um grande sorriso.

–Até que enfim eu vou sair desse lugar. –Draco fez sinal para que Manuela caminha-se até ele. –Tchau Augustus, obrigado por tudo. –Agradeceu ao homem que assentiu com a cabeça e voltou para dentro do hospital. –Vejo que alguém cortou o cabelo. –Bagunçou a franja da irmã.

–Ficou feio? –A menina perguntou, enquanto ajeitava a franja.

–Tá brincando? Você tá linda. Tô morrendo de ciúmes de você com os seus coleguinhas de escola. –Draco tirou de dentro da camisa a corrente que tinha ganhado da irmã.

–Tenho um bom gosto perfeito. –Disse cheia de si.

–Egocentrismo é coisa de família. –Narcisa reclamou com um tom brincalhão.

Todos foram para a Mansão. Hermione foi com Draco para o quarto do rapaz, Narcisa e Lúcio ficaram na sala com Manuela.

–Fiquei com saudades do meu quarto. –Draco deitou-se na cama.

–Eu senti saudades de você. –Hermione sentou-se ao lado dele.

–Eu sei, sou irresistível. –Hermione riu com o comentário.

–Draco sendo Draco. –Deu uma cotovelada no namorado.

–Doeu. –Draco devolveu a cotovelada.

–Eu disse que tudo ficaria bem. –Hermione comentou.

–Ainda faltam meus pais e eu preciso me curar por completo. –Draco disse.

–Você acha que sua mãe terá mesmo coragem de mandar seu pai ir embora? –Perguntou.

–Tenho certeza, minha mãe nunca volta a palavra atrás. –Sentenciou.

–É uma pena, gosto deles como um casal. –Hermione falou com pesar na voz.

Já no andar de baixa, as coisas não estavam nada boas. Estavam péssimas, Narcisa estava decidida e Lúcio arrasado.

–Narcisa, pela última vez. –Começou. –Você tem certeza? -Questionou.

–Tenho, nós não somos mais os mesmos e eu não sinto mais as mesmas coisas sobre nós dois. –Revelou com sinceridade.

–Manuela, suba e termine de fazer suas malas e nada de ficar com febre. –Advertiu. –Eu ouvi você combinar com a Maria. –A menina entristeceu-se.

–Mas pai... –Tentou falar.

–Mas nada Manuela. Suba e termine de arrumar as coisas. Logo á noite nós iremos embora, é só o tempo de eu terminar de arrumar algumas coisas do escritório. –A menina subiu escada acima aos prantos.

–Lúcio... –As palavras tentaram sair da boca de Narcisa, mas ficaram entaladas.

–Vamos parar com esse jogo. –Sugeriu. –Agora é a minha vez de falar. –Avisou. –Eu não vou mais correr atrás de você, eu não vou mais insistir. Quando os papéis estiverem prontos, eu vou assinar sem pensar nem ao menos uma vez. –Suspirou e saiu andando.

Lúcio passou a tarde inteira trancado no escritório, havia um misto de sentimentos dentro dele. Ele ainda amava a esposa, mas odiava a posição que ela havia tomado. Ele sentia raiva de si mesmo, sentia raiva dela. Mas ele ainda a amava, acima de toda raiva e todo o ódio.

O homem encarou os três únicos quadros que restaram nas paredes, um com a foto de Narcisa, outro com a foto de Draco e o último continha a foto dos dois. Por mais que Lúcio quisesse seguir em frente e deixar Narcisa no passado, ele não conseguia. Jamais conseguiria. Sem Narcisa, ele se sentia vazio. Oco por dentro.

“Escritas nessas paredes estão as histórias

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Que eu não consigo explicar

Eu deixo o meu coração aberto

Mas ele fica aqui, vazio por dias”

Lúcio sentou-se na poltrona e as imagens de mais cedo invadiram a mente do homem. As imagens tornaram-se perturbadoras, e as palavras de Narcisa tomaram conta da cabeça de Lúcio.

“Nós não somos mais os mesmos e eu não sinto mais as mesmas coisas sobre nós dois”

Ele não conseguia entender o porquê de ela não sentir mais o mesmo sobre eles. Como ela poderia ter apagado tudo? Como ela havia sido capaz de esquecer tudo o que passaram juntos?

Ele tinha a certeza que essa frase ele levaria consigo até a morte, talvez até mesmo deixasse escrito uma carta pedindo para que as mesmas fossem escritas na lápide que ficaria em seu tumulo.

“Ela me disse de manhã

Que não sente mais a mesma coisa em relação a nós

Me parece que quando eu morrer

Essas palavras serão escritas na minha lápide”

Lúcio fechou a última caixa. Agora era real, ele iria embora essa noite e jamais chamaria aquela mansão de casa novamente. Era a última vez. Ele havia perdido o chão, perdido até mesmo a razão para continuar a viver. Mas ele ainda tinha a filha, ele teria que continuar. Por ela. Mesmo sem chão, teria que continuar.

Lúcio havia segurado os dois lados da situação por meses, havia tentado de todas as maneiras salvar seu casamento e sua família. Mas de nada havia adiantado segurar a barra. O homem sentia como se estivesse segurando algo que já não mais existia há muito tempo. Havia tentando segurar o nada.

“E eu irei embora, embora esta noite

O chão debaixo dos meus pés está completamente aberto

O modo como venho segurando muito firme

Mesmo sem ter nada para segurar”

Se levantou, caminhou até a porta e colocou a mão na maçaneta. Mas antes de sair ele deu uma última olhada naquelas paredes, nelas haviam sido pitadas cada momento de sua vida, aquelas paredes haviam ouvido seus segredos, suas brigas com Narcisa, as ameaças de Mirela ao telefone. Aquelas eram coisas que ele não poderia mudar, aquelas cores que ele havia deixado ali, ele nunca poderia mudar. Ele permitiu a si mesmo, a desabar. Sentou-se no chão, com as costas na porta e sentiu que dentro de seu peito, seu coração estava preso dentro de uma jaula. Prisão perpetua.

“Escritas nessas paredes

Estão as cores que não posso mudar

Deixo o meu coração aberto

Mas ele permanece aqui, em sua jaula”

Ele nunca mais acordaria ao lado de Narcisa, ele nunca mais a veria dormir. Agora todas as manhãs dela seriam ensolaradas, sem ele ali para nublar o céu azul da mulher. Ele sempre achava uma maneira de fazer chover dentro dela, e agora que ela ficaria sem a presença dele, seus dias seriam melhores, o céu azul e o sol aberto estariam sempre presentes. Ninguém mais a faria chorar. E ele? Estaria para sempre quebrado por dentro, mas sempre manteria seu coração preso em sua jaula, forçando-o a manter-se tranquilo. Entupindo-o de remédios, para acalma-lo, para que ele não mais grita-se o nome de Narcisa. Mesmo quebrado, continuaria.

“Eu sei que em toda manhã agora

Parece que a luz está sobre sua cabeça

Embora eu esteja quebrado

Meu coração permanece tranquilo”

Ele finalmente abriu a porta e saiu, Narcisa estava de pé, na escada. Manuela segurava uma malinha rosa e as outras perto do mordomo. As dele também estavam ali, Narcisa já havia despachado as malas dele do quarto. A cada que ele dava parecia que ele estava andando por cima de chamas, o fogo que as aquecia, queimava os pés dele. Mas ele iria embora essa noite.

–Pode colocar as coisas no meu carro, as outras amanhã você leva. –Dirigiu-se ao mordomo. –O endereço está na mesa do escritório. –Ainda falava com o mordomo. –Já se despediu do seu irmão? –Dessa vez falou com Manuela.

–Já. –Disse entre soluços.

–Então vamos. –Lúcio virou-se para sair, mas Manuela agarrou-se a Narcisa.

–Tia, não me deixa ir. –Chorava compulsivamente.

–Eu preciso te deixar ir, será melhor assim e você pode passar as tardes aqui e quando seu pai permitir pode dormir aqui. –Narcisa secava as lágrimas da meninas enquanto falava. –Isso não é um adeus, é um até logo. –Beijou o topo da cabeça da loirinha.

–Vamos. –Lúcio chamou novamente e a menina o seguiu.

–Pai. –Draco o chamou do topo da escada, Hermione ao seu lado. –Você ia embora sem se despedir de mim? -Os olhos inchados, e as lágrimas escorrendo.

–Vá para o carro Manuela, eu já vou. –Lúcio passou por Narcisa e subiu as escadas. –Não queria te acordar, achei que estivesse descansando. –Tentou explicar. –Eu já deixei o endereço, quando quiser vá me visitar. –Convidou.

–E por que você não vem me ver? –Draco perguntou, segurado á Hermione.

–Porque as coisas vão mudar a partir de agora. –Estendeu a mão.

–Me dá ao menos um abraço? –Draco pediu e o pai mesmo sem jeito o abraçou.

–Você vai superar, filho. Você sabia que essa história terminaria assim. –Deu dois tapinhas no ombro do filho de desceu.

“E eu irei embora, embora esta noite

O fogo sob meus pés está queimando”

–Não vai ao menos dizer adeus? -Narcisa disse ao perceber que ele já havia passado da porta de sair.

–Por que você quer complicar mais as coisas? Por que cobrar uma despedida, se é você mesma que a escolheu? –Vociferou. –Eu esperei todo esse tempo para você mudar de ideia e você a manteve, então eu decidi que acaba aqui e agora. Eu não vou mais correr atrás de você, eu não sou vento para perseguir nuvens. –Rugiu. –Mas se você faz tanta questão de selar o momento. –Começou. –Adeus. –Disse seco, e saiu andando, abriu a porta do carro e arrancou com o mesmo.

“E eu estava esperando este momento para me aproximar

Mas, querida, correr atrás de você

É como perseguir as nuvens”

Enquanto o carro se afastava da mansão, Lúcio lembrava-se das vezes que havia passado ali. Quantas vezes ele havia levado Narcisa para casa, depois de viagens e festas. Quantas vezes ele havia dirigido a noite toda para aquecê-la, depois de terem passado o dia na casa de praia. E agora o tempo parecia uma estatua. Parecia estar congelado.

“A história da minha vida, eu a levo pra casa

Dirijo a noite toda para mantê-la aquecida, e o tempo

Está congelado”

Ele havia dado á Narcisa a chance de viver de verdade, longe da pressão dos pais dela. Ele havia dado esperança para ela, ele havia a ensinado o verdadeiro significado de esperança. Mas as coisas haviam saído fora do controle, ele sugava todo o amor dela, até que ela já não aguentasse e então ele saia e procurava outras maneiras de se distrair. Ele havia consumido todo o amor que havia no coração dela, na vida dela. E agora, ela estava despedaçada por dentro.

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A história da minha vida

Eu dou a ela esperança (dou a ela esperança)

Eu consumo seu amor, até que ela esteja despedaçada por dentro”

Essa era a história da vida dele, toda ela vivida ao lado de Narcisa. A história da vida de alguém que já não tinha mais uma vida. A vida dele havia sido encerrada no momento em que colocou os pés para fora da Mansão. Essa era a grande e trágica história da vida de Lúcio Malfoy.

“A história da minha vida

A história da minha vida”

*

Narcisa subiu as escadas e trancou-se no quarto e para abafar o som do choro, ligou a rádio e começava a tocar uma música.

Holding On and Letting Go

Tem alguém ai fora?

Tem alguém ouvindo?

Alguém realmente sabe?

É o fim do começo

O choro, a corrida, uma respiração

É tudo o que nós estávamos esperando

Algumas vezes eu quero o que foi me tomado

Muda todo mundo antes”

As palavras da música furaram a barreira do coração de Narcisa destruíram tudo o que existia pela frente.

O pior veio com a outra parte. Falava exatamente com ela. Sempre havia sido assim, Lúcio nunca sabia o queria e o que não queria, o que em um momento queria, no outro já não queria mais. A porta que havia sido aberta quando conheceu Lúcio, havia se fechado no momento em que ele saiu pela porta. A oração que ela fizera, havia sido respondida, só que de outra maneira, ás vezes as nossas orações são respondidas, elas sempre são, mas ás vezes não da maneira que queríamos, que havíamos desejado.

“É tudo o que você queria, é tudo o que você não queria

É uma porta se abrindo e uma porta se fechando

Algumas orações acham uma resposta

Algumas orações nunca sabem”

Quando ela havia conhecido Lúcio, ela havia visto nele um anjo. Um anjo diferente dos outros anhos, mas mesmo assim um anjo. Ela havia segurado aquele anjo perto de si, mas, no entanto aquele anjo tornou-se um homem frio e aquele anjo de antes parecia ter sumido de vez. Mas mesmo assim ela continuou segurando aquele anjo, mesmo que não tão bom, junto a si. Escondido dentro de seu coração.

“Algumas vezes nós estamos segurando anjos

E nós nunca sequer sabemos

Não sei se nós vamos fazer isso, ou se nós sabemos

Nós só não podemos deixá-lo a mostra”

Ela havia segurado firme por todos esses anos e agora havia deixado ir.

“Nós estamos segurando firme e deixando ir”

*

Lúcio abriu a porta da casa, que já estava totalmente mobiliada e Manuela correu em direção ao seu novo quarto. Ela já conhecia a casa, Lúcio já havia mostrado a ela aquela casa.

Ele fez o mesmo, abriu uma das malas e tirou dela dois porta-retratos e os colocou no criado mudo, as duas fotos eram de Draco e Manu juntos. Mesmo Draco careca, a semelhança entre ele e a irmã era notável de longe. Os mesmos olhos, o mesmo sorriso, a mesma marra, os mesmos gestos. Na primeira foto, Manuela e Draco estavam apenas sorrindo um do lado do outro, já na outra Manuela fazia careta e colocava chifres na cabeça do irmão e Draco estava com a língua de fora.

Colocou um livro no criado mudo. O título do livro escrito em vermelho “Orgulho e Preconceito”, Narcisa havia dado a ele á dois anos atrás em seu aniversário, mas ele nunca havia lido. Só tinha aberto uma vez, naquele mesmo dia para colocar uma foto dentro. A foto dos dois. Era a mais recente, havia sido tirada no inicio da doença de Draco. Ele ainda a amava e amaria para o resto de sua vida.

"Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente." -Amor e Preconceito

*

"Eu teria perdoado a sua vaidade se ele não tivesse ferido a minha." –Orgulho e Preconceito.