—Então quer dizer que meu pai socou Maxon até que ele ficasse desacordado?- Henry me pergunta tentando controlar sua crise de risos.

—Exatamente.- digo seria enquanto todos me olham com expectativa.- Não! Vocês não podem rir.- continuo emburrada.

—E ele só vai sair da enfermaria hoje à noite porque o dedo mindinho dele quebrou?- Lyra se vira para mim com sua pior cara de seria.

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—Isso mesmo. Pelo jeito ele tem um dedo mole.- Henry chega abraçando Lyra por trás e todos deixam uma risada escapar. Lhe dou um soco e o olho de cara brava.

—Que isso America. Não vai dizer que tudo não foi pelo menos um pouco engraçado.- ele diz e me olha com aqueles olhos de cachorrinho pidão.

—Tá bom! Podem rir.

Nossa tarde se passou assim, rindo e zoando com Maxon. Não me senti muito confortável, mas aos poucos as piadas realmente começaram a ter graça e eu não consegui resistir a todo o humor na sala. Bradley não apareceu. Gostaria que ele tivesse esquecido tudo isso e me perdoado, mas acho que nem eu mesmo faria isso. Depois de um tempo, meu herói e Mary se juntam a nós. Depois que Maxon foi levado desmaiado para a enfermaria, William veio até mim e me levou de volta para meu quarto. Estava em choque demais para conseguir falar qualquer coisa, então não consegui agradecer pelo o que fez por mim.

—Eu não sei como agradecer William. Talvez sua estratégia não tenha sido a melhor, mas do mesmo jeito, obrigada.- digo honesta e o abraço.

—Sabe, você nunca bateu em ninguém por mim pai.- Henry fala com ciúmes.

—Claro que não! Lyra sempre chega antes de mim na hora das surras.

—Minha esposa é assustadora, não é?- ele diz de gracinha.

Lyra e Henry foram embora pouco tempo depois. Sobrando somente eu, William e Mary.

—O que estava fazendo naquele corredor naquela hora da noite?- pergunto curioso. Mary e William trocam olhares e tem uma conversa silenciosa.

—Não fomos completamente honestos com você em relação a essa aliança.- ele diz se virando para nós.

—O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que sei o que fizeram nas férias, sei quem Clarkson é, e principalmente, sei o que seu sogro faz- ele responde - Já ouviram falar do ditado, mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda? O sentido é o mesmo.

—Estão só fingindo e enrolando?- pergunto e ele assente.- Esperando pelo o que?

— Que eles morram.

Meu rosto de espanto deve ter sido engraçado, porque Mary riu graciosamente.

—Não vamos mata-los, America.- ela assegura- só estamos enrolando até que Maxon e Charlotte assumam o poder.

—E o que acontece quando eles forem reis?

—Esperamos que eles compartilhem de nossas ideias e, juntos, vamos terminar com o ciclo vicioso de guerras e corrupção que começou antes mesmo do nosso reinado.

—Então vocês sabem que o que aconteceu com o avião de James não foi um acidente?

—Sabemos querido.- Mary o abraço e o conforta.- estamos procurando os responsáveis. Quando descobrirmos, serão os primeiros a saber.- ela termina.

—Isso é muita informação para minha cabeça.- digo atordoada.

—William, posso falar com ela em particular?- Mary se vira para William que obedece na hora. O que ela poderia querer falar comigo sozinha?

—O que houve entre você e Bradley?

—Acho que terminamos.- digo sem saber como me sentir.

—Como assim terminaram? Mas e a gravidez?- ela pergunta assustada.

—Eu não sei. Ele veio falar comigo sobre meu comportamento nos últimos dias. Dizer que eu não sou a mesma pessoa que ele conheceu, que de algum jeito eu ainda estou tentando fazer algum tipo de ciúmes em Maxon. Acha que eu exagerei?

—Honestamente?- eu assinto- Todos achamos.

—E porque me deixaram fazer isso?

—Concordamos que você precisava despejar sua raiva em alguém. Todo o seu ressentimento e a sua tristeza ficaram trancados durante esse ano todo e você nunca reclamou de Maxon e do que aconteceu. E nós nunca achamos que iria tão longe assim.

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—Fiz idiotice em colocar ele no meio disso tudo, não fiz?- pergunto com medo da resposta.

—Ele se recusou a fazer isso de qualquer jeito, mas Lyra e Celeste o convenceram a entrar. Acho que elas queriam muito ver o show. Mas acho que ele não conseguiu suportar.

Droga America! Você já deveria ter aprendido uma hora dessas. Sei que fui ingênuo e uma criança, mas não fiz de propósito. Foi como se meus instintos, meu subconciente precisasse disso.

—Só o de tempo. Ele te ama, vai voltar. Só peça desculpas, por favor.- ela pede e me abraça. Nesses meses em que estive longe de casa, Mary e William foram mais do que importantes para mim. Eles me tratam como família e eu faço o mesmo. Acho que teria enlouquecido, mais do que já enlouqueci, se eles não estivessem aqui.

Ouço sons na porta e Bradley entra. Ele não possui um sorriso como de costume. Sei que uma hora teríamos que conversar, mas parte de mim esperava que fosse demorar mais. Sei o que quero, mas tenho medo de que ele não queira mais.

—Soube do que aconteceu. Me desculpe não estar lá par te salvar.

—Você não tinha que estar lá. Precisava fazer isso por mim mesma.- eu digo e ficamos em silêncio. - Você estava certo. Eu não sei o que aconteceu comigo, não sou aquela pessoa dos últimos dias. Eu não sei o que deu em mim.- digo rindo da minha própria atitude.- Eu segui em frente, eu te amo e vamos ter um filho! Eu não poderia pedir mais do que isso. Me desculpe colocar você naquele plano ridículo, eu não queria que as coisas acontecessem assim. Me desculpe agir como uma louca e me desculpa, me desculpa...- minhas desculpas são interrompidas quando Bradley me beija.

—O que isso significa?

—Significa que está perdoada.- ele diz terno- Só se prometer que vai dedicar sua total atenção para mim. Sem mais planos e esquemas. Só a linda, humilde e boa Louisa.

—Com certeza!

Maxon não conseguia levantar a mão para levar o garfo até sua boca por causa do braço enfaixado. Claro que Henry não deixou essa passar de lado. Ele não perde uma oportunidade.

—Então Príncipe Maxon, a comida está boa?

Clarkson engasgou na hora e sua cara de raiva não saiu despercebida. Ele lança um olhar de fúria para Henry e sai do salão com passos fortes. A refeição continua normalmente até que Lyra e Celeste voltam a brigar. O que será dessa vez?

—Vocês não podem passar um dia sem discutir?- Bradley pergunta irritado- Henry! Senta no meio das duas por favor.

—Desculpa cara, mas dessa vez eu to na briga também, então acho que vai ter que se virar sozinho.

—Por favor me diz que elas não apostaram de novo?- peço torcendo para que a resposta seja não, mas minhas preces não são atendidas.

—Apostaram sobre o que?- Kriss pergunta animada, tentando se enturmar.

—Minha vida provavelmente.- digo sem paciência.

—É ai que você erra America. Não apostei sobre sua vida, apostei sobre sua vida com Bradley.- Lyra diz feliz e eu olho para ela com cara de susto.

—Me diz qual a diferença entre os dois assuntos.- peço tentando me manter paciente.

—Veja só, quando é sobre você, eu sempre perco, mas quando o Bradley entra, eu ganho.- Celeste diz vitoriosa.

—Você não ganhou! Eu ganhei!- Lyra interrompe.

—Nenhuma das duas ganhou nada! Eu acertei as duas apostas, portanto eu ganhei.- Henry se intromete.

—Vocês podem por favor, parar de gritar- Enfim alguém que me entenda- agora me expliquem direito, porque eu quero participar também- Bradley diz animado. Eu bufo e cruzo meus braços.

—Celeste disse que você não se casaria com Bradley, Lyra disse que você se casaria com Bradley.

—Tá, a Lyra ganhou, porque tanto alvoroço?- Pergunto impaciente.

—Porque Celeste disse que você se casaria com um príncipe e Lyra disse que não.

—E o que você tem a ver com a história Henry?

—Como eu sou um homem muito honesto, eu apostei que você se casaria com Bradley e com um príncipe. Só que claro eu já sabia da verdade e elas não. Por isso, eu ganhei.

Bradley se levanta e vai para o lado de Henry, o apoiando.

—Ninguém mandou apostar antes de saberem todas as verdades.- Bradley diz.- Henry ganhou e ponto final. O que elas vão ter que fazer?

—Você vai adorar.- Henry diz malicioso.

Maxon e Kriss passaram o jantar inteiro nos olhando como se fossemos seres de outro planeta. Eu até entendo, eles passam seus dias trancados no palácio, não saiem, não conhecem pessoas, não tem amigos. É simplesmente os dois olhando para a cara de Clarkson o dia inteiro. Se fosse eu, já teria pirado há muito tempo. Para kriss deve ser ainda mais difícil, sair de uma vida, alegre e cheia de pessoas ao redor, e se tornar uma garota sozinha em um lugar hostil.

—Você não parece bem.- digo para Kriss assim que o jantar acaba.

—Estou com saudades. Da minha casa, da minha família. Aqui é um lugar muito solitário.

—Depois de ficar meses tendo que conviver com o rei, qualquer um imploraria para sair.- digo em um tentativa de a fazer rir.

—É ótimo estar aqui, mas sinto falta de toda a agitação e das garotas. Lyra e Henry nos fizeram um enorme favor vindo para cá última vez. Já te contaram tudo o que eles aprontaram?- ela diz animada.

—Me disseram! Pagaria para ter visto o cara do Clarkson- digo baixinho para que ninguém ouça.

—Foi muito bom. Gostaria que Maxon fosse assim inspontâneo, mas ele só faz o que o pai manda.- ela diz triste.

—Ele vai cair na real. Eu te prometo.

—Quando vi você descendo as escadas, tive certeza que eu ficaria brava, invejosa e essas coisas, mas não fiquei. Uma parte de mim sente tudo isso, mas outra parte de mim sabe que você não o ama e que eu deveria lutar por ele ou desistir de tudo. Só tenho medo de, no futuro, virar uma pessoa que eu não sou.

—Se realmente o ama, lute por seu casamento. Lutar por amor sempre vale a pena.- digo sincera e ela fica em silêncio, pensando em minhas palavras.

Lyra aparecesse no final do corredor e me grita.

—Estamos indo para a cozinha, quer ir com a gente?- pergunto amistosamente e ela faz uma cara de confusão. Puxo seus braços e juntas corremos até onde nos esperam.

As criadas e guardas ficaram mais surpresos de ver sua princesa sentada com eles do que eu poderia imaginar. Se Clarkson descobrir isso, Kriss não terá um futuro muito bom. Ela parecia tímida e receosa no começo, mas sempre que a palavra era passada para mim, eu a colocava na conversa e, ao longo das horas, ela foi ganhando a simpatia de todos presentes, inclusive de Celeste. Já disse que ela a odeia com todas as suas forças? Celeste a chama de vadia ursupadora ladra de namorados. Espero que agora ela resolva usar o senso e não criar uma imagem através de coisas que aconteceram no passado.

—Os ataques então pararam? Não aconteceu nenhum ainda.- eu digo mudando de assunto e todos me olham assutados.

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—Os ataques não pararam America. Estão mais frequentes do que antes. Quase todos os dias eles entram.- Kriss diz transtornada.

Foi então que eu me assustei. Se os rebeldes estão mais violentos do que nunca, porque não atacaram até agora?

—Henry, houve algum ataque quando vocês vieram aqui na outra vez?

—Não, porque a pergunta?

—Nada não, curiosidade. -respondo tentando disfarçar meu verdadeiro pensamento.

Bradley me olha e ele parece entender o que estou pensamento. Dou licença e saio da cozinha, Brad ao meu lado. Pergunto para um guarda qualquer onde Mary e William estão e saio a procura dos dois. Esperamos bastante tempo do lado de fora da sala de reunião. Quando eles finalmente saiem, puxo os dois para meu quarto, sem dizer uma palavra.

—Podem me dizer o que está acontecendo?- William pergunta sem entender nada.

—Vocês armam os rebeldes?- pergunto e eles fazem cara de susto

—O que?- Mary pergunta.

—Vou perguntar de novo, vocês estão armando e mandando dinheiro para os rebeldes invadirem o palácio?

—Sim.- William responde.

—Porque? Milhares de vidas inocentes estão sendo perdidas!- grito desesperada.

—Estamos em guerra, America! E mesmo que eu não goste, morte é uma consequência da guerra.- William diz calmo.

—Mas porque?

—O plano é tomar o palácio, e obrigar Clarkson a sair da guerra com a Nova Ásia e renunciar. Com o exército de Chang, poderemos invadir o castelo de Gales e botar Charlotte no poder também.

—Vai dar dois golpes de estado em uma semana?- pergunto horrorizada.

—Dois golpes de estados pacíficos.- William acrescenta.

—Se soubesse tudo o que eles fazem de ruim. Você viu, America. Viu tudo o que Clarkson faz e ainda assim acha que ele deve permanecer no controle?- Mary tenta me fazer ver a razão.

—É só demais para mim. Tem que prometer que Lyra e Henry saberão disso amanhã! Nós iremos para minha casa e vocês explicarão tudo para eles.- eu digo mas parecendo como uma ordem e eles assentem.

—O que achou disso tudo?- Bradley me pergunta.

—Eu acho que vai dar errado.

E elas deram.