Ao abrir os olhos, Elsa não se encontrava mais na velha Torre de Astronomia onde havia, juntamente com Elena, começado seu confronto com o pai.

O local onde se encontrava era estranho, mas ao mesmo tempo lhe parecia familiar. Não precisava nem se esforçar para saber onde estava, afinal aquelas lembranças pareciam que ficariam eternamente costuradas em sua memória.

Aquela era a mesma cabana que havia visto na Penseira, a mesma em que o ex-professor de História da Magia havia prendido sua irmã por tanto tempo.

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Como havia ido parar ali mais uma vez, Elsa não sabia dizer, mas, com relutância, pôs-se a andar em direção à velha cabana, a qual não parecia ter sido afetada pelo tempo, uma vez que continuava do mesmo modo como ela se lembrava.

Estendeu a mão trêmula para a maçaneta com sua outra mão apertando a varinha de Salazar Slytherin com força, e abriu a porta.

Foi isso que ela sentiu. Não havia mais nada que pudesse descrever o que ela sentia naquele momento.

À sua frente estavam Jennete e Elena, esta última encolhida na mesma cama onde a loira a havia visto na última vez que esteve ali por obra da Penseira que havia na Diretoria de Hogwarts.

As areias de pesadelo formadas na Torre de Astronomia finalmente recuaram, mostrando Pitch de pé com um sorriso vitorioso, Elena de joelhos com uma das mãos na cabeça e uma expressão de dor no rosto, enquanto que Elsa estava desmaiada no chão.

– O mesmo truque não funciona tantas vezes. – Elena declarou quase num rosnado, furiosa, enquanto mantinha a mão na cabeça como que para se livrar da dor que se abatera sobre ela.

– Não me surpreende. – Pitch deu de ombros e manteve o sorriso vitorioso no rosto. – Mas parece que sua irmãzinha não é tão acostumada com minhas Areias quanto você. – Gesticulou para Elsa, que estava inconsciente no chão, tremendo.

Elena se levantou rapidamente e logo foi até a loira, abaixando-se mais uma vez e colocando a cabeça da irmã em seu colo.

– O que você fez com ela? – A morena perguntou em um tom acusatório enquanto o fuzilava com os olhos.

– Não finja que não sabe, afinal já passou por isso tantas vezes. – Ele pareceu ainda mais satisfeito quando viu Elena tremer com a lembrança dos tempos que passara com o Riddle mais novo.

Só há um jeito de tirá-la de lá. Elena concluiu em pensamento, apertando a varinha de Godric Gryffindor com mais força. Pitch, percebendo a intenção clara nos olhos azul-gelo da filha mais velha, se apressou em lhe dizer:

– Acha mesmo que vou deixa-la fazer isso? – Ele riu.

– Desde quando preciso da sua permissão? – Ela arqueou uma sobrancelha e sorriu desafiadora.

Pitch já ia retrucar quando Elena bateu a mão livre no chão e uma parede de fogo imensa surgiu entre Pitch e as Gêmeas Gryffindor, deixando-o pasmo.

– Vai ter que durar tempo suficiente. – Elena murmurou num tom que só ela poderia ouvir e apontou sua varinha para Elsa. – Legilimens!

Elsa pareceu ainda mais assustada ao constatar que as duas conversavam entre si e até então ela não havia dado a mínima atenção, começando a finalmente ouvir o diálogo entre a Gêmea Slytherin mais nova e a Gêmea Gryffindor mais velha.

– Vi a Elsa hoje. – Jennete declarou com um sorrisinho satisfeito, finalmente parecendo chamar a atenção de Elena, que até aquele momento havia permanecido olhando para o teto da cabana sem realmente parecer vê-lo. – Ela sente sua falta. – Declarou em um tom debochado. – Talvez por isso ande tão frio em Hogwarts. Parece que a monstrinha está perdendo o controle dos poderes mais uma vez.

– Cale a boca. – Elena respondeu em um tom frio e impessoal, igual ao que ela estivera usando quando retornou a Hogwarts, mas que ao mesmo tempo soava rouco, como se a voz não fosse usada há muito tempo.

– Você não me engana com esse jeito frio. – Jennete riu e se levantou da poltrona onde há pouco estivera sentada, apontando a varinha para Elena. – Crucio!

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Elsa se preparou psicologicamente para ouvir a irmã gritando de dor, além de também estar sentindo uma dor insuportável lhe atingir a cabeça, mas o grito não veio. Em vez disso, Elena mordera a mão com tanta força que os dentes perfuraram a pele, que começava a sangrar. Só então a loira percebera que já havia algumas cicatrizes nos braços, embora não fosse tantas quanto se lembrava.

– Expelliarmus! – Elsa tentou desarmar a Slytherin mais nova, mas o feitiço a atravessou como se ela não fosse real, deixando a loira ainda mais chocada do que já estava.

Porém, antes que Elsa pudesse proferir qualquer palavra, Jennete simplesmente parou o feitiço, olhando satisfeita para a morena trêmula à sua frente. Mas, tanto Jennete quanto Elsa se surpreenderam quando Elena se levantou de súbito de seu lugar, segurando Jennete com a mão sangrenta pela gola da blusa preta que a garota usava, olhando-a de um jeito assassino que Elsa sequer sabia que ela era capaz, assustando até mesmo a loira. Aquela não era a Elena que conhecia.

– Pode me torturar o quanto quiser. Eu parei de me importar há muito tempo. – Elena disse pausadamente, como se caso falasse mais rapidamente, a outra não iria entender. – Mas se você falar da minha irmã ou de qualquer um dos meus amigos mais uma vez, eu não vou me importar se você é irmã da Jacky. Você morre. – Soltou-a e virou-se para voltar ao seu lugar.

– Você perde o controle com tanta facilidade. – Jennete riu embora ainda massageasse o pescoço.

– Já sei que eu sou um monstro, então não precisa ficar me lembrando. – Elena sorriu com deboche, mas só Elsa viu, uma vez que a morena estava de costas para a Slytherin mais nova. Era incrível como parecia com Pitch quando sorria daquele jeito e constatar isso pela primeira vez assustou a loira. – Mas se não quiser ver realmente o monstro que eu posso ser, sugiro que fique calada. – Sentou-se no mesmo lugar onde estivera antes.

– Já entendi porque o Black a obrigou a fazer um Voto Perpétuo. – Jennete voltou a se sentar, mantendo a varinha em mãos, pronta revidar qualquer coisa que Elena pudesse fazer contra ela. – Você não se importaria em matar alguém.

Elena permaneceu calada, voltando a fitar o teto como se não tivesse ouvido o que a outra lhe havia dito. Jennete se irritou.

– Crucio! – A garota voltou a realizar o feitiço e dessa vez Elena enterrou suas unhas no braço já machucado, abrindo novas feridas ali, evitando gritar.

Elsa sentiu uma pontada dolorosa na cabeça, como se fosse ela a sentir o Crucio, e caiu de joelhos no chão, colocando as mãos na cabeça e sufocando um grito.

Assim que Jennete parou, a dor sumiu da cabeça de Elsa, que se permitiu relaxar a postura rígida. Antes que pudesse se levantar, porém, escutou a Slytherin mais nova falando:

– Você ama sua irmãzinha, a Elsa, mas ela nunca vai vir te salvar... – Depois disso, não escutou mais nada, pois uma mão tocou seu ombro, fazendo-a ficar paralisada pelo medo de que fosse Pitch, mas ao virar lentamente o rosto, percebeu que era Elena.

Mesmo ainda confusa por ver a morena tanto dentro da cabana como ali ao seu lado, Elsa a abraçou com força, chorando.

– Me desculpe. – Pediu, sentindo-se imediatamente culpada por toda a dor que a irmã mais velha havia passado sem que ela pudesse fazer nada.

– Não foi culpa sua. – Sabia que Elena sorria de maneira reconfortante enquanto falava. – E eu não me importo mais. Já passou. Já acabou. O que você viu aqui não é mais do que uma cena do passado. – A ouviu suspirar.

– Mas... – A loira tentou falar, mas a morena a interrompeu.

– Elsa, o passado está no passado. Esqueça-o. – Ouviu a irmã mais velha dizer antes de senti-la desaparecendo. – Droga. – Elena praguejou, separando-se dela e olhando-a nos olhos. – Elsa, isso não é real. São as Areias Negras do Black. Você precisa sair daqui.

– Como? – Elsa perguntou subitamente sentindo o medo lhe percorrer o corpo trêmulo.

– Feche os olhos e pense em alguma coisa boa. – A morena sorriu enquanto ficava transparente, desaparecendo. – E não se importe com o que viu ali. O Passado está no Passado... – Então, sumiu completamente, deixando a loira sozinha ali.

Elena abriu os olhos mais uma vez e novamente estava na Torre de Astronomia com Pitch, que já havia desfeito a barreira de fogo. Ao notar que já não estava perto de Elsa, a morena percebeu que o Riddle mais novo devia tê-la enfeitiçado, sendo esse também o motivo pela qual ela foi retirada da mente da loira.

– Desgraçado infeliz. – Elena falou em um acusatório enquanto se levantava, jamais deixando de apontar a varinha para ele.

– Ninguém mandou você interferir. – Ele também apontou sua varinha para ela. – Eu sei bem o que machuca a Elsa, e você sabe que eu gosto de usar isso a meu favor. – Sorriu sádico. – Vamos acabar logo com você, está bem? Já que parece que ela não vai sair de lá. – Riu.

– Estupefaça! – Uma voz que não era de Elena gritou e Pitch foi jogado para trás, batendo as costas na parede, mas caindo já de pé.

Era Elsa.

– Como você conseguiu sair?! – O homem perguntou em plena fúria, alterado.

– Não pode me machucar com aquilo. – A loira olhou para a irmã pelo canto do olho ao falar a frase seguinte. – O Passado está no Passado. – Viu Elena sorrir assim que ela disse isso e ambas as Gêmeas Gryffindor apontaram a varinha para o pai. – Agora vamos acabar com isso.