Em Marmoreal, Alice e Mirana estavam na sacada do quarto da Rainha Branca com Bayard, observando o Reino.
– Eu pensei que teria um campeão a esta altura. – Mirana suspirou, parecendo cansada.
– Por que você mesma não mata o Jaguadarte? – Alice questionou, fitando-a. – Deve ter forças para isso.
– É contra meus modos machucar qualquer criatura viva. – Mirana respondeu e por algum motivo que não sabia, Alice achara aquela frase extremamente familiar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Percebendo algo que os demais não conseguiram, a Rainha Branca olhou pelo telescópio que havia ali e sorriu.
– Temos companhia. – Disse isso e saiu dali.
Alice foi até o telescópio e também olhou, sorrindo logo em seguida ao ver Hatter, Mactwisp, Mally, os Tweedle e Cheshire chegando com alguns sabujos.
– Bayard. – A loira chamou. – Olhe. – Tirou o telescópio da base e colocou de modo que o sabujo pudesse ver sua família chegando.
Logo os dois partiram pelo mesmo caminho que Mirana e encontraram os outros lá embaixo. Já no pátio, Mirana, Anna, Elsa, Elena, Merida, Soluço, Rapunzel, Jacky e Jack receberam os irmãos Tweedle, Cheshire e Mactwisp. Bayard correu até sua família e Alice até o Chapeleiro.
– Que bom te ver. – A loira sorriu. – Eu achei que você ia...
– Que eu ia morrer? – Hatter também sorriu. – Mas não morri. E estou inteirinho. Eu preferia morrer a não vê-la de novo. Não gostaria de não vê-la de novo, principalmente agora que está no tamanho certo. É um bom tamanho, um tamanho ótimo, um tamanho maravilhoso...!
– Hatter. – Alice o interrompeu, colocando as mãos em seus ombros.
– Tamanho. – O Chapeleiro sussurrou e balançou a cabeça. – Eu estou bem.
– Onde está seu chapéu? – Alice arqueou uma sobrancelha.
O chapéu de Hatter apareceu voando e logo Cheshire também apareceu, segurando-o.
– Cheshire. – Alice cumprimentou.
– Como anda o braço? – O Gato questionou, flutuando no ar.
– Já sarou. – A loira sorriu.
– Até mais, querido chapéu. – Cheshire sorriu para o chapéu de Hatter e desapareceu.
–
Na sacada do quarto que Mirana havia lhe dado para ficar, Alice olhava todo o Reino de Wonderland quando Hatter se aproximou.
– Você sabe a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha? – O ruivo perguntou quando parou ao lado dela.
– Me deixe pensar um pouco. – A loira brincou.
– Sabe que dia é amanhã? – Hatter perguntou.
– O Glorian Day. – Alice respondeu sem entusiasmo. – Como eu esqueceria? Eu só queria acordar.
– Ainda acha que isso é um sonho? – Hatter arqueou uma sobrancelha.
– É claro. – A loira respondeu. – Tudo isso vem da minha mente.
– Isso significa que eu não sou real? – Hatter perguntou com tristeza.
– Infelizmente sim. – Alice concordou. – Você é só um fruto da minha imaginação. Meus sonhos sempre são meio loucos.
– Então você também que teria que ser meio louca para sonhar comigo. – Hatter sorriu.
– Então eu devo ser. – Alice concordou com um sorriso que logo se desfez. – Eu vou sentir sua falta quando acordar.
–
Pela manhã, Mactwisp tocou o trompete no pátio do castelo, onde todos os que apoiavam a Rainha Branca, que não eram poucos, estavam reunidos.
– Quem se oferece para ser campeão pela Rainha Branca? – O Coelho Branco questionou.
Hatter saiu do meio da multidão e levantou a mão.
– Esse seria eu. – O ruivo declarou.
– Evaporar-se no ar é uma ótima habilidade. – Cheshire surgiu do nada. – Eu devo ser o escolhido.
– Eu serei. – Mally falou.
– Não. Eu. – Tweedledee saiu do meio da multidão.
– Não. Eu. – Tweedledum fez o mesmo.
– Mirana. – Elena chamou a atenção da Rainha Branca. – Você sabe que pode contar com qualquer um de nós. – Fez sinal para os outros sete, que concordaram.
Mirana olhou para Mactwisp e o Coelho Branco abriu o Oráculo. Os irmãos Tweedle olharam para a figura do Glorian Day e se viraram para os Dez, a qual Alice estava um pouco mais distante.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Não há outro matador. De jeito nenhum. – Tweedledee anunciou.
– Se não for a Alice, ele não morre. – Tweedledum concordou.
Mirana olhou com infelicidade para todos e fez sinal para que permanecessem calados, afinal não queria pressionar a loira. Então se virou para Alice.
– Alice. – Mirana falou. – Você não pode viver sua vida para agradar os outros. A escolha tem que ser sua. Porque quando você for lá para enfrentar aquela criatura, você terá que ir sozinha. – Disse, embora fosse completamente aparente que não gostava da ideia.
Alice olhou para todos e recuou alguns passos, logo correndo para longe dali. Uma lágrima solitária escorreu pela face de Mirana a qual ela não se incomodou em limpar.
– O que vamos fazer? – Anna questionou, passando o olhar por todos ali.
– Eu vou matar o Jaguadarte. – Mirana respirou fundo e começou a andar até o castelo.
– Mirana. – Rapunzel foi atrás dela e segurou seu braço, impedindo-a de prosseguir. – Você viu o Oráculo. Se não for a Alice, o Jaguadarte não vai ser derrotado. Você vai morrer.
– Eu sei. – Mirana respondeu com uma expressão absolutamente vazia e se desvencilhou do braço da amiga. – Eu apenas deixei de me importar. – Falou isso e adentrou no castelo.
–
Alice correu até uma parte mais afastada no castelo e se sentou no banco que havia lá, logo deixando as lágrimas escorrerem livremente por seu rosto.
– Nada se é conquistado com lágrimas. – Ouviu uma voz e virou-se na direção do som, vendo Absolem começando a ser coberto por um casulo.
– Absolem? – Alice falou. – Por que está de cabeça para baixo?
– Cheguei ao fim desta vida. – A Lagarta Azul respondeu.
– Você vai morrer?
– Transformar. – Absolem corrigiu.
– Não vá. – Alice pediu. – Eu preciso da sua ajuda. Não sei o que fazer.
– Não posso ajudá-la se você nem sabe quem é, garota idiota. – Absolem disse.
– Eu não sou idiota. – Alice respondeu. – Meu nome é Alice e eu moro em Londres. Minha mãe se chama Elizabeth e minha irmã se chama Margaret. Meu pai foi Edward Kingsley II. Ele sonhava em cruzar o mundo e nada iria impedi-lo. Eu sou filha dele. Eu sou Alice Kingsley.
– Finalmente Alice. – Absolem sorriu. – Não era tão inteligente na primeira vez que esteve aqui. Costumava chamar este lugar de País das Maravilhas.
– País das Maravilhas... – Alice repetiu e várias imagens vieram à sua cabeça com uma pontada de dor.
–
– O que é Hogwarts? – Perguntou.
– É uma longa história, Alice. – Edward respondeu. – Em primeiro lugar, é uma escola que meu pai estudou.
–
– Ah, me desculpe. – Mirana falou.
– Não, tudo bem. – A loira sorriu. – Ah...
– Mirana.
– Alice. – A loira lhe estendeu a mão, a qual ela rapidamente apertou. – Eu estava indo comprar os materiais para Hogwarts, mas não sei exatamente onde ou o que comprar.
– Posso te ajudar se quiser. – Mirana ofereceu-se.
– Seria ótimo. – Alice sorriu.
Logo as duas começaram a caminhar juntas pelo Beco enquanto Mirana explicava sobre o mundo mágico à Alice.
–
– Nós ainda não nos apresentamos formalmente. – Jack lembrou. – Meu nome é Jack.
– Meu nome é Anna. – A ruiva disse.
– Jackeline. – Jacky falou. – Ou só Jacky.
– Alice. – A garota disse.
– Meu nome é Mirana. – Mirana se apresentou.
– Soluço. – O magricelo de cabelos castanhos disse.
– Merida. – A ruiva de cabelos desarrumados respondeu.
– Eu sou Rapunzel. – A loira se apresentou.
– Elena. – A morena disse, lançando um sorriso aos demais.
– Elsa. – A loira falou relutantemente.
–
– Kingsley, Alice.
A loira quase correu até o banquinho e se sentou nele. Logo a professora colocou o chapéu em sua cabeça. Kingsley? Há muito tempo não vejo um por aqui. Vamos analisar. Menina forte e decidida. Ao que parece, nada consegue te parar depois que coloca alguma coisa na cabeça. Faz muito tempo que não vejo alguém assim. Curiosa e corajosa o suficiente para explorar qualquer lugar. Sem dúvidas, você vai para...
– GRIFINÓRIA!
–
– Você é como uma irmã para mim. – Mirana comentou.
– Eu também penso o mesmo de você. – Alice sorriu.
–
– Ao que parece, todos tivemos a mesma ideia ontem. – Hansel sorriu e se aproximou de Mirana.
– Acho que sim. – Hatter concordou e pegou a mão de Alice.
–
– Algum problema? – A loira perguntou preocupada enquanto ajudava a amiga, que havia caído, a levantar.
– Claro que não. – Mirana forçou um sorriso, mas a amiga já a conhecia bem o suficiente para saber quando estava mentindo.
– Essa é a Mirana delicada e que se preocupa com todo mundo falando. – Alice sorriu. – Agora quero a verdadeira.
–
– OBLIVIATE!
–
Abriu os olhos novamente depois de alguns minutos. Ela tinha todas as suas memórias de Hogwarts de volta.
– Não é um sonho. – A loira sorriu. – É uma memória. Tudo isso é real. Você, Mirana e Hatter.
– E o Jaguadarte. – Absolem completou. – Lembre-se: A Espada Vorpal sabe o que quer. Tudo o que você precisa fazer é usá-la. Vá em paz, Alice. Talvez nos vejamos em outra vida. – Disse isso e foi completamente coberto pelo casulo.
Fale com o autor