The New Heroes of Olympus — O Filho Solar

Capítulo 2 - Minha vovó é muito pirada


" Minha mãe vai me matar. ", pensei. Hoje realmente não foi um dia normal, mas eu estou feliz, claro. Não é todo dia em que uma colega de classe vira psicopata e tenta matar você e seu amigo durante um gameplay bem legal de um jogo de zumbis. Ah, eu esqueci de mencionar que o diretor da escola ficou com muita raiva da gente e nos expulsou.

— Como a gente vai explicar nossa situação para a mamãe, Hon? — Pedro perguntou, enquanto escutávamos o sinal ensurdecedor do metrô nos nossos ouvidos ao entrarmos no vagão para ir para casa.

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Não, Pedro não é meu irmão, ele morava com sua mãe, Milena Cintra, em Los Angeles, mas após uma grande briga aos 8 anos, Pedro fugiu de casa e me conheceu. A partir de um certo dia, ele passou a morar na minha casa, junto a mim e minha mãe. Com o passar dos anos, todos na família já tinham afeto com ele e vice-versa.

— Você acha que ela vai ficar com raiva da gente? — Me esgueirei entre os braços levantados das pessoas dentro do vagão.

Pedro pensou um pouco.

— Acho que sim, não? — Ele finalmente respondeu, pensativo. — Por que ela gostaria de ver seus dois pirralhos expulsos da escola?

Não soube responder, então apenas dei de ombros.

Durante a viagem, ficamos olhando as pessoas dentro do vagão. Vi uma mulher com um rosto exatamente igual ao de um ator muito feio e não consegui não rir.

— Por que você está rindo? — Pedro se interessou em saber.

Cheguei perto do ouvido dele.

— Aquela mulher ali, de camisa amarela... — Pedro achou a mulher. — Ela não parece com o ator do vilão no filme que a gente viu domingo passado?

Pedro também não conseguiu ficar sem rir e enquanto íamos para casa, ficamos vendo com quem cada pessoa no caminho parecia.

Quando chegamos em casa, abrimos a porta e logo fomos à sala procurar a mamãe. Mas ela não estava lá, então decidimos ir ao quarto dela.

Ela se assustou quando nós abrimos a porta. Mamãe estava arrumando malas enormes.

— Nós vamos viajar? — Pedro perguntou.

— Vocês... — Mamãe virou para falar com a gente. — Chegou a hora de vocês se mudarem.

— Como assim se mudar? E como assim só "vocês" e não "nós" ? — Perguntei.

Mamãe olhou para baixo.

— Agora que vocês foram expulsos da escola... — Ela começou, mas ficamos surpresos por ela já saber da notícia. — Sentem. — Ela pediu, apontando para a cama. Sentamos na ponta. — Quando eu conheci seu pai, Hon, eu não sabia quem ele era direito, mas ficamos apaixonados a primeira vista. Um tempo depois, quando você nasceu, ele olhou uma única vez para você e disse que precisava ir embora. Eu não entendi direito, mas ele falou que era muito importante. — Ela fez uma pausa para respirar fundo. — Há um tempo atrás, ele me visitou e disse que ele era um... — Ela não conseguia falar. — Ele era um deus.

Pedro tentava não rir e eu fiquei sem entender. Relacionei com o que Sophie tinha falado mais cedo e compreendi.

— Mãe... — Comecei. — A menina doida de hoje... — Ela olhou para mim sem entender e eu expliquei tudo de anormal que havia acontecido. Ela apenas assentia com a cabeça, entendendo tudo o que eu falava. — Quando ela falou de eu ser semideus, ela não me referiu como único.

— Ah, sim. O Pedro também é. — Mamãe explicou.

Pedro não ficou mais com vontade de rir, pois tinha ficado preocupado.

— Espera um pouco... — Pedro pediu. — Quer dizer que eu sou realmente irmão do Hon?

— Não, não. Existem vários deuses. — Mamãe respondeu. — O Hon é filho de um, o único que eu conheci, mas você é de algum outro.

Eu estava muito confuso.

— Eu Sophie de quem, afinal? — Ninguém riu quando eu perguntei.

— Não sei dizer. Só sei dizer que conheci seu pai na praia. — Mamãe falou. — ... E que vocês têm que ir morar em um acampamento seguro para semideuses chamado Acampamento Meio-Sangue. Vocês já têm 13 anos, já estão preparados para isso.

— Onde é isso?

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— Long Island. Vou pedir para a avó de vocês os levarem até lá.

[ ... ]

Mamãe estava nos levando para a casa da vovó, mas a pedido de Pedro, paramos na casa de Bia para uma despedida.

— O que você vai falar para ela, cara? — Perguntei antes de Pedro sair do carro.

— Vou explicar tudo e dar um presente de lembrança. — Ele me mostrou um pingente que pelo o que eu já ouvira falar, significava alguma coisa entre eles.

Durante o tempo em que Pedro estava na casa de Bia, eu fiquei pensando em como seria minha nova vida. Pedro voltou para o carro cerca de uma hora depois com o rosto molhado e os olhos vermelhos. Decidi não perguntar o que havia acontecido lá dentro.

Quando chegamos em frente à casa da vovó, resolvi fazer a tão esperada pergunta.

— Mamãe, nós vamos nos ver de novo?

Ela, quase chorando, limitou-se a responder.

— Sim, vá.

Andamos em direção à estranha casa da vovó. O lugar cheirava a morangos, tinha vários enfeites estranhos pendurados em todos os lugares. Vó nos cumprimentou com seus inseparáveis óculos escuros e seu cabelo descabelado para o alto.

— Estão prontos?

Assentimos. Alguns minutos após a partida da casa da vovó, a gente ficou parado em um sinal. Ouvimos um barulho muito alto vindo da esquerda e só percebemos o que estava acontecendo tarde demais. Um carro preto vindo em alta velocidade, colidiu com o nosso carro, amassando ele por inteiro.

Vovó estava muito brava, estava enlouquecendo. Ela saiu do carro e foi encrencar com o motorista do outro carro. Enquanto assistíamos pela janela, algo muito forte e provavelmente muito grande, pegou o carro pelo lado oposto e começou a nos carregar para longe.

Pedro e eu começamos a gritar por ajuda, ou tentar abrir a porta, mas nada foi sucedido. Logo estávamos em um lugar isolado de Los Angeles. Quando abriram a porta para a gente sair, demos de cara com Sophie e uma outra menina que, surpreendentemente, tinha uma perna de ferro e a outra era de burro.

— Olá, parentes. — Sophie cumprimentou. — Preparados para a minha vingança?