POV: Connor.

Eu estava quase chegando ao lugar a que tínhamos combinado de nos encontrar quando eu a vi. Miranda conseguia ser tão linda e chamar minha atenção até a uma quadra de distância. Quando cheguei mais perto ela sorriu. Ah, aquele sorriso, era por ele que eu estava descumprindo as regras, bem, tecnicamente, era mais pra um acordo entre eu e Travis, mas eu me sentia assim com ela, um foragido da lei.
–Hey Connor­–Miranda disse docilmente e me abraçou. Afastei-me um pouco e encostei nossos lábios, em um selinho muito rápido.
–Miranda– Eu disse sorrindo.
–Eu já te disse que você é um tarado? –Ela gargalhou.
–Ei, eu posso te beijar, nós somos namorados, não somos? –Perguntei, ainda um pouco inseguro do que nós realmente “éramos” , quer dizer, eu nunca havia pedido a mão de Miranda, mas achava que havíamos feito um tipo de acordo silencioso.
–Não oficialmente. –Ela murmurou cabisbaixa– Você ainda não pediu.
–Miranda, eu... Me desculpe é que, eu quero que seja perfeito e... Eu tenho tanta coisa pra falar que nem sei por onde começar, você sabe que eu sou atrapalhado... – Cocei a nuca, eu estava muito nervoso. Eu sabia que Miranda levava essas coisas muito a sério e o que eu menos queria era estragar tudo o que tínhamos construído.
–Comece do começo, oras.
–Okay... –Me afastei um pouco e voltei a andar em sua direção. –Ei gata, vem sempre aqui?

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Miranda começou a rir loucamente e, depois que conseguiu se controlar, levou a mão à boca, um sorriso travesso brincando em seus lábios:
–Eu não acredito que você ainda se lembra Connor.
–Aquele tapa dói até hoje sabia? –Eu brinquei, acariciando o lado esquerdo do rosto onde os dedos de Miranda ficaram marcados por dois dias, há dois anos atrás.
–Oh, meu Deus! Eu fiquei com a consciência pesada por duas semanas. Me desculpa, mesmo. –Nós dois rimos e ela me encarou, colocando uma das mãos em meu rosto. –Se for com você vai ser perfeito Conn. Você sabe que não precisa fazer isso agora, não sabe? Faça quando achar que for a hora certa, eu não quero te pressionar, pelo contrário, quero que você se sinta livre pra fazer o que bem entender e eu até mesmo te entendo se você não gostar de mim tanto quanto eu gosto de você. – Ela disse tão naturalmente e seus olhos tanta sinceridade, que aquilo me atingiu em cheio. Eu gosto de Miranda, até mais do que deveria. Parecia tão certo, mas nós sabemos que é errado, temos um passado e isso faz parte da nossa história, não pode ser apagado, bem, na verdade nossos irmãos tinham um passado extremamente conturbado, se soubessem que eu e Miranda supostamente namorávamos, surtariam. Travis brincava comigo dizendo que eu e a Gardner mais nova namorávamos, mas depois que eu negava ia para o meu quarto não conseguindo evitar um sorriso sonhador, ele batia na porta e colocava a cabeça para dentro só pra dizer: “Hey, eu estava brincando; aquela família é maluca, você não iria querer se relacionar com nenhum deles, o que eu estou fazendo é só pro seu bem, não quero que você acabe como eu”. Eu não entendia, eu não conseguia entender, eu não queria entender. Ele achava que me proibir de conversar com Miranda na escola e até bloquear os contatos dela no MEU celular iria me impedir de fazer o que quisesse, se não dera certo com ele, por que daria comigo? Se ele e Katie haviam errado, não significa que eu e Miranda cometeríamos o mesmo erro e muito menos que somos parecidos com nossos respectivos irmão.
Percebi que Miranda me encarava, curiosa.
–No que você está pensando? –Ela questionou.
–Sabe, o Travis e a Katie... Você sabe o que realmente aconteceu?
–Não. Essa é a única coisa que Katie nunca me contou, eu só me lembro de ela ter chegado em casa muito tarde chorando e bêbada. Katie nunca tinha bebido antes, muito pelo contrario, ela era contra bebidas alcoólicas. Ela foi até a janela do quarto e jogou a aliança de namoro deles no riozinho sujo que da a vista do nosso quarto, entrou no banheiro e fez coisas que nunca deveria ter feito. Depois ela chorou por muito tempo, por algum motivo desenvolveu claustrofobia e entrou em depressão leve por algumas semanas. O real motivo? Ninguém sabe se foi o término dela com o Travis ou o término deles foi consequência do que quer que seja que a deixou assim. –Podia ver que os olhos de Miranda estavam marejados e fiquei sem reação por um momento.
–Só um segundo linda. – Eu disse e me dirigi até o porta-malas do meu carro. Eu estava decidido, aquele era o momento certo.

POV: Miranda.

Três anos, eram três anos de diferença e eu e Connor parecíamos ser muito mais maduros do que Travis e Katie. Se ele não entendia o que o irmão mais velho fazia, muito menos eu. Esse ano era o ano da formatura, e ninguém iria estragar isso.

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Avistei Connor se aproximando novamente com um lençol e uma das mãos no bolso, quando chegou até mim mandou eu segui-lo, estendeu a toalha na sombra de uma arvore, em frente ao lago, um lado afastado do parque onde estávamos. Sentamos-nos e Connor passou um dos braços sobre meus ombros.
–E aí, já decidiu qual roupa vai usar no baile? –Ele me perguntou.
–Ainda falta um mês Connor.
–E daí? Eu já tenho minha roupa separada desde a oitava série.
–Isso é loucura. –Eu ri.
–Então Miranda, você sabe que eu gosto muito de você não sabe?
–Sei, por quê?
–E você gosta muito de mim né? –Ele não respondeu minha pergunta.
–Sim, mais do que você possa imaginar. –Respondi–Por que essas perguntas estranhas Connor?
–É que, eu estava pensando se você quer ir ao baile comigo... –Eu logo o interrompi.
–Mas nós já vamos juntos e...
–Como minha namorada. –Connor estendeu uma caixinha de veludo em minha direção, com duas alianças pratas dentro. Seu rosto estampava um sorri despreocupado e com uma ponta de nervosismo.
–E você ainda pergunta? E claro que sim, idiota.
–Eu vou ignorar a parte que me feriu.
Connor passou os braços por minha cintura e me beijou. Nosso primeiro beijo como namorados.

”Here comes that movie scene
The one you think is so cliche
That moment when we kissed
By the lake pouring rain
I aint no superman
But I can change your world
Here comes forever, girl?…”

“Aqui vem a cena de filme
Aquele que você acha que é tão clichê
Aquele momento em que nós nos beijamos
À beira do lago chovendo
Eu não sou o super-homem
Mas eu posso mudar seu mundo
Vem sempre aqui, garota?...”