Aparataram em meio a um salão cinza, mais como uma sala de jantar gigantesca. Uma mesa de pelo menos vinte lugares estava disposta em meio ao cômodo. Corine não sabia onde estava, mas poderia chutar.

– Onde está Lúcio? – perguntou Bella que acabara de aparecer ao seu lado – Cisa!

Uma mulher de meia idade e cabelos brancos, ao mesmo tempo em que castanho escuros emergiu de uma das escadas com os olhos marejados.

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– Draco – correu para o garoto com emergência, envolvendo-o em um abraço caloroso e apertado – Você está bem?

Malfoy mexeu a cabeça como quem diz sim. A mulher afagou seus cabelos e se afastou passando a notar Corine.

– Quem é ela? – perguntou ao garoto, mas seus olhos dirigiam-se a Bellatrix – Não lembro de tê-la visto antes.

– É uma amiga de Draco – disse a mulher descabelada com um tom calmo – Insistiu em ser trazida e ele cedeu.

– Lúcio não vai gostar nada disso – concluiu ela, voltando-se para Draco novamente – Porque a trouxe?

– Não poderia deixá-la pra trás – falou lentamente – As pessoas iriam desconfiar.

– Desconfiar? Você deixou que essa garota se metesse nos seus deveres, filho? – o tom dela era afetado, parecia irritada e preocupada ao mesmo tempo – Se o Lorde das Trevas descobre que infiltrou uma aluna qualquer de Hogwarts dentro dos seus propósitos estará morto juntamente com ela.

– Ela não vai morrer – respondeu ele.

– Então trate de mandá-la embora nesse exato momento – insistiu a mãe de Draco.

– Corine não tem pra onde ir – insistiu Draco – Se ela for pra casa, os pais dela vão entregá-la pra que quer que seja e ela sabe disso. Eu sei disso e você também. Ela vai ficar.

– Você se responsabiliza diante de seu pai e do Lorde das Trevas?

– Me responsabilizo. Ela vai ficar.

Narcisa inspecionou Corine com a cabeça erguida, como se ela representasse um risco enorme para sua existência.

– Qual é mesmo o seu nome? – perguntou.

– Corine Gouldfye – disse a garota.

– Sua mãe trabalha no Ministério, se bem me lembro de seu sobrenome.

– Correto.

– Você claramente não é da Sonserina, parece assustada, teimosa e infantil. O que Draco viu em você?

– Grifinória – admitiu enquanto seu rosto tornava-se duro e sem quase nenhuma expressão perceptível.

Resolveu que não iria respondeu o que Draco havia visto nela, até porque nem ela sabia e também não estava em condições de mostrar seu orgulho e petulância. Apenas calou-se e continuou a sustentar o olhar da garota.

– Você precisa descansar querido – Narcisa virou-se para Draco ignorando a existência de Corine na sala como se ela fosse um inseto que pudesse ser pisado facilmente – Parece exausto e esgotado. Depois conversamos, quando o Lorde das Trevas retornar para uma reunião. Severo, Bella. Melhor esperarmos por eles lá em cima.

Os três desapareceram pela escadaria cinzenta que daria em algum lugar o qual Corine nem imaginava onde.

– Talvez seja melhor que eu vá embora – comentou a garota passando as costas de sua mão pela testa – Vou acabar te prejudicando, sua mãe... Ela não gostou de mim e...

– Fique quieta Corine – reclamou Draco – Você fala de mais quando não existe necessidade alguma. Você vai ficar. Eu disse que vai. Há muito tempo meu pai não dita as regras aqui.

Draco colocou suas mãos gélidas nas bochechas de Corine e juntou os lábios de ambos rapidamente.

Corine parou por um momento e então suspirou profundamente sem mais nenhuma palavra, pois um homem loiro de cabelos longos – visivelmente o pai de Draco – partilhava do mesmo ambiente que os dois após ter aparatado.

O homem observou a cena com atenção, tentando descobrir o que realmente se passava ali.

– Comovente Draco – disse ele – Acabo de saber que completou sua tarefa e jogou o velho Dumbledore torre abaixo, mas a pergunta que devo fazer é quem seria essa garota, exatamente?

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Lúcio observou Corine da mesma forma que sua mulher fizera anteriormente e levantou a sobrancelha esperando a resposta do filho.

– Corine – disse Draco rapidamente, levando sua mão até a da garota e apertando-a.

– Um nome bastante... Interessante. Qual seria o seu sobrenome querida?

– Gouldfye – respondeu enfim, procurando por algum tipo de reação no rosto de Draco, que encarava o pai atentamente.

– Ah, uma filha de curandeiro – ele sorriu torno, dando alguns passos pela sala – Mas o que exatamente faz por aqui? Presumo que deveria estar em Hogwarts, com seus amigos ou dormindo em sua cama confortável.

– Trouxe-a comigo. Ela me ajudou em grande parte da minha... Tarefa – respondeu Draco.

– Oh, Draco, venha cá – Lúcio levantou o dedo indicador, onde existia um anel de rubi.

O homem abaixou seu tom de voz, tornando-se inaudível. Porém, Corine sabia que ele estava irritado. Draco por sua vez, apenas acenava positivamente com a cabeça.

Algum tempo mais tarde, o garoto retornou e puxou Corine em direção a escada, levando-a para um corredor comprido e repleto de quatros e fotos de família pelas paredes. Haviam também tapetes no chão e no fim do corredor um móvel em mogno sem nada em sua superfície.

Draco abriu a porta esquerda, dando acesso a um cômodo amplo com paredes brancas e cortinas azuis marinho. Próxima a uma parede existia uma cama em madeira escura perfeitamente arrumada que convidava Corine a se deitar. Percebera que estava exausta a partir desse momento. Em outro canto, uma escrivaninha igualmente escura sustentava livros empilhados e organizados e alguns papeis mexidos próximos a um tinteiro. Uma porta entreaberta chamou a atenção de Corine que continuava encostada nos batentes da porta.

– Eu deveria tomar um banho – falou Draco, que começava a mexer em suas coisas pela escrivaninha e a afrouxar a gravata – Feche a porta.

Corine fechou a porta lentamente, tentando não fazer barulho e encostou-se na mesma. Observou Draco remexer seu guarda-roupa e sorriu.

Se fosse em outra situação seria agradável o ver procurar algo pra vestir, estar dentro de seu quarto, partilhar uma vida com o mesmo. Mas agora estavam em perigo. Na verdade, ela era a única em perigo em toda aquela casa imensa. Poderia ser morta para guardar um segredo, morta por saber de mais, morta simplesmente por estar ali.

– Eu tenho a sensação de que deveria ir embora o mais rápido possível – comentou.

– Não deve – ele parou de mexer em suas coisas e olhou para ela imediatamente – Vai ficar.

Draco recuou e puxou Corine pelo braço, levando-a até a cama confortável com a qual a garota sonhava em dormir.

– Meu pai disse que pode ficar aqui se é isso que eu realmente quero, porque me importo com você. Sinto-me responsável Corine. É só você não causar nenhum problema.

– Que problema causaria dentro de uma casa infestada por comensais da morte?

– Este é o problema. Você está em uma casa infestada de comensais da morte. Seria melhor se você não conversasse com ninguém se eu não estiver por perto.

– Acha que eu quero mesmo confraternizar com comensais? – ela sorriu enquanto observava os olhos de Draco se iluminarem rapidamente.

– Me sinto ofendido dessa maneira.

Ficaram em silencio por longos minutos, olhando para o teto, ouvindo a respiração um do outro quando Corine lembrou-se de um fato isolado.

– Saí de lá sem nada. Se vou realmente ficar aqui, preciso do meu malão, minhas coisas. Como fui estúpida.

– Estúpida você realmente foi. Bella poderia ter te matado, sabia?

Corine se emburrou pensando em quão infantil fora por ter corrido atrás de um garoto em meio a uma horda de comensais, tendo em mente apenas não perder Malfoy e não ser assassinada a sangue frio por um deles.

– Vou pedir seu malão de volta – concluiu Draco – Não se preocupe, tudo bem?

Ela concordou com a cabeça e Malfoy a puxou rapidamente para si, beijando-a lentamente acariciando sua cintura. Subiu suas mãos até a curva da cintura da garota e acariciou-a em movimentos circulares. Corine levava suas mãos até os cabelos loiros de Draco e os puxava lentamente, intercalando em carinhos em sua nuca. Suas mãos passaram em meio a camisa de Draco, procurando por botões, querendo desfazê-los finalmente e o fez.

Agora, Malfoy a segurava nas costas, passando seus lábios pelo pescoço da garota enquanto sentia um pedaço da pele quente de Corine roçar seu peito nu. Retirou a blusa fina que a garota vestia e beijou-a mais uma vez.

Enquanto a beijava, passava a sentir como se não houvesse exterior. Não matara ninguém, não tinha deveres, tarefas perigosas e nem estava em meio a um começo iminente da guerra no mundo bruxo. Existiam apenas ele e Corine. Não sabia direito como ordenar o que estava sentindo naquele momento, porém presumiu que havia enfim se afeiçoado a ela. Havia, pela primeira vez na vida, se apaixonado por alguém.