The Last Time

With the hands of uncertainty


Mike abriu os olhos com preguiça, olhou no relógio digital ao lado da cama e já marcavam 6 da tarde, havia dormido praticamente o dia inteiro. Ergueu o tronco e ficou feliz ao ver que o lado da cama estava vazio, Anna já havia saído dali.

Coçou a barba negra com a ponta dos dedos e se levantou da cama, se arrastou até o banheiro do quarto e tirou a camiseta com dificuldade, um dos braços formigava levemente, devia ter dormido por cima dele. Encarou os olhos escuros do próprio reflexo e deixou que um leve lapso de lembranças viesse à mente, fechou os olhos e quase pode sentir a maciez dos fios dourados dela roçando em sua pele outra vez. Havia sido um ano difícil, não só para ele, como para todos. Agora a tempestade parecia se abrandar, as coisas pareciam voltar aos eixos novamente, só que agora sem Talinda, Chester parecia um pouco mais tendencioso a voltar novamente com Anita.

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Tirou o restante da roupa e entrou no chuveiro morno, deixando a água quente escorrer silenciosa pela pele pálida, molhar os cabelos negros e relaxar os músculos doloridos do corpo. O rosto de Anita voltou a brincar em sua mente outra vez, agora triste, pedindo desculpa pela traição. Por que ela sempre fazia isso com ele? Talvez quem estivesse se intrometendo na vida dela fosse ele, sempre no meio do caminho, impedindo com que ela pudesse ficar de vez com Chester. O único empecilho agora era apenas o que ele sentia por ela, talvez fosse a hora de engolir esse sentimento e deixar que Anita seguisse de vez o seu destino, pelo menos assim ninguém mais se machucaria, ninguém além dele próprio, mas com isso ele acreditava que conseguisse lidar. Já havia deixado Anita ir antes, podia deixá-la ir outra vez, o que o tornava a situação de agora diferente da de antes?

Mike fechou a torneira e se enrolou na toalha, assim que saiu do banheiro se deparou com Anna, também de toalha, procurando algo em seu closet.

– O que está fazendo aqui Anna? – disse com um tom tedioso, ultimamente essa era a pergunta que ele mais fazia, não só pra ela, como também para si próprio.

– Oh, me desculpe, achei que ia demorar mais um pouco no banho – ela corou – Vim procurar uma blusa sua pra usar.

– Não tem as suas próprias?

– Eu sei, é que... – caminhou lentamente até ele com um sorriso terno nos lábios – Eu gosto mais do seu cheiro.

Mike soltou um suspiro.

– Tudo bem, pode pegar qualquer uma, mas saia logo, eu preciso me trocar.

– Não precisa ter vergonha de mim Mike, não tem nada aí que eu já não tenha visto.

– É sério Anna, pega a camiseta e sai.

– Ainda está chateado por causa do que eu disse mais cedo? Não foi por que eu quis Mike, eu juro que...

– Não é nada disso Anna, eu só preciso de espaço, okay?

– Está triste por causa da Bennington? – Mike não respondeu, apenas virou o rosto – Sabe que a essa altura, provavelmente ela e o Chester já devem estar se entendendo né? Eles são primos, Mike, só Deus sabe a quanto tempo esses dois tem um caso. – Mike ouviu tudo calado, provavelmente aquilo seria verdade, Anita e Chester se conheciam desde que nasceram, o intruso ali era apenas ele. – Não fica assim Mike, ela não merece. O que ela já fez por você? Te traiu um monte de vezes, com o mesmo cara, ainda por cima. Eu posso ter errado com você, mas eu nunca te traí, eu sempre te amei Michael.

Anna chegou até Mike, ele permaneceu imóvel até ela o abraçar e puxá-lo para um beijo, roçar os dedos por entre os fios grossos de sua barba e delicadamente ir deslizando a mão pelo tórax úmido dele.

– Anna, espera – ele a segurou pelos ombros, afastando o beijo. – Eu não posso fazer isso, nós estamos separados, e eu nem sei se ainda sinto alguma coisa por você.

– Eu não me importo Mike! Eu te amo! Se levar tempo para que volte a me amar, eu não me importo, eu espero.

– Isso pode nunca acontecer Anna.

– Eu não me importo Mike – Anna o puxou para mais um beijo e apertou com força as costas de Mike, então ele começou a corresponder o beijo, sem muita certeza do que estava fazendo.

Ao perceber que ele começava a dar sinais para que ela continuasse, Anna sorriu internamente, aquela era a sua primeira vitória. A primeira de muitas.

Desceu as mãos pela silhueta de Mike e com leve empurrão fez com que a toalha envolta na cintura dele se desprendesse e fosse parar no chão. Surpreso, Mike quis se soltar do beijo, mas Anna apenas o puxou mais para si e o conduziu até a cama. Ele se sentou na cama e logo Anna se colocou de joelhos, Mike parecia ainda um pouco desconfortável com a situação, então Anna acariciou as coxas dele e em seguida iniciou uma massagem suave no membro de Mike.

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A encarou enquanto ela iniciava aquela atividade, era estranho estar novamente com aquela mesma mulher depois de tantos anos. À medida que a masturbação que ela fazia ia ficando mais intensa, sentia seu pênis enrijecer mais, e seu corpo começou a também desejar aquilo, mesmo sem ter certeza se aquela era a mulher certa, seu corpo a pedia.

Ao ver o rosto de Mike se rendendo ao prazer, Anna então tocou os lábios no membro rijo de Mike, contornou a ponta da glande com a língua e depois o abocanhou, massageando aquele membro com a língua, o pressionando com os lábios. O membro de Mike pulsou quente em sua boca e logo ele soltou um gemido, Anna subiu as mãos pelas coxas dele novamente, agora com mais vigor, sentindo um calor queimar sua pele de dentro para fora. Sugou o membro de Mike até ouvir a respiração dele ficar difícil, o som do prazer dele era como música para seus ouvidos.

Deslizou a boca lentamente para soltar o pênis de Mike, mas antes de soltá-lo completamente apertou com os lábios mais uma vez a ponta sensível da glande, ouvindo Mike soltar mais um gemido rouco e delicioso aos seus ouvidos.

Se colocou de pé e tirou a própria toalha, caminhou até Mike calmamente e se sentou, encaixando-se no membro de Mike. Ele abocanhou um de seus seios e o sugou por um breve instante, depois mordiscou o mamilo e subiu as mordidas suaves até seu pescoço, até que enfim deu início às estocadas.

Anna gemia alto e se agarrava a Mike com toda força, enquanto o quadril dele batia contra o dela, entrando e saindo numa velocidade moderada. A cada contração que a vagina dela dava, Mike soltava um suspiro pesado de prazer, sentindo o próprio pênis responder àqueles estímulos.

Anna empurrou o tronco dele para que ele deitasse na cama, sem se desconectar dele, iniciou um rebolar suave sobre o membro de Mike, sentindo o próprio clitóris roçar na pele dele. Mike, mesmo deitado, estocava levemente Anna, fazendo-a se contorcer sobre ele e soltar gritos intensos, quase sempre com o nome dele no meio.

Ao sentir que seu ápice se aproximava, Mike deu início à estocadas mais intensas, a ponto de sair e entrar completamente em Anna, fazendo com ela praticamente delirasse de tesão. Ela ainda chegou ao ápice primeiro do que ele, sentindo o calor do gozo lhe escorrer entre as pernas, um pouco depois Mike também explodiu, sentindo enfim o corpo se aliviar.

Anna se abraçou a ele e apoiou sua cabeça em seu peito enquanto ele ainda recuperava o fôlego, fechou os olhos e sentiu o coração dele batendo forte e depressa, sorriu com o rosto colado à pele dele, tamanha era sua felicidade, não deu nem para perceber a falta de expressão no rosto de Mike.


**


– Você precisa se perdoar Chester – ela disse em voz baixa enquanto colocava um pouco de café numa xícara para ele – se você não perdoar a si mesmo não vai poder seguir em frente, e seus filhos precisam que você siga.

– Não é tão fácil como parece. – Chester respondeu enquanto pegava a xícara de café e bebericava.

– Eu sei que não é, eu sou a prova viva de que não é, mas eu não tenho ninguém que precise de mim Chester, e você tem seus filhos. Tem que ser forte por eles.

Chester fechou os olhos enquanto sentia o vapor quente do café lhe encher as narinas, as crianças estavam na casa de Samantha, as gêmeas provavelmente estariam perfeitamente bem, mas Tyler era maior, ele devia se perguntar onde o pai se encontrava, logo agora que sua mãe não podia mais acalentá-lo.

– Você tem razão Ann, mas eu não sei se posso sozinho, você devia vir comi...

– Não Chester, eu não vou voltar atrás, já conversamos sobre isso. Além do mais, você é um pai excelente e é mais forte do que pensa.

– Eu queria ter essa mesma certeza.

– Para com isso Chaz, você consegue.

Terminou o café e se levantou, se aproximou de Anita e fez uma carícia em sua bochecha.

– Tem certeza que não quer voltar?

– Não tem mais nada naquela cidade pra mim. No momento eu estou mais preocupada em curar minhas feridas do que fazer novas, eu estou decidida a me estabelecer aqui.

– E quando é que eu vou te ver outra vez?

– Eu tenho uma audiência lá daqui a alguns meses, talvez a gente se encontre.

– É muito tempo!

– Não Chester, é o suficiente. Agora você tem que ir, seu vôo sai em um pouco mais de uma hora, vou chamar um táxi pra você.

Antes que ela se movesse, Chester a segurou pelo pulso e a puxou para si, a abraçou com força e olhou em seus olhos mais uma vez.

– Eu te amo Ann.

– Eu também te amo Chaz – ele deu um selinho em seus lábios e ela então se desvencilhou para ligar para o táxi.

Assim que Chester saiu, permaneceu um longo instante fitando a rua vazia, aquilo enfim colocava um ponto final no que havia deixado para trás. Agora era apenas recomeçar, pela segunda vez, só que agora estava decidida a não magoar mais ninguém. Pretendia apenas cuidar de sua carreira por enquanto. Mike agora estava livre pra ficar com quem bem entendesse, nada daquilo fazia mais parte da sua vida.

**


– Me desculpe mesmo Lee, eu não vou poder jantar com você e sua família.

– Por que não Kady? Minha esposa estava ansiosa pra te conhecer, além disso, eu também prometi pra Anita que...

– Eu sei o que prometeu – Cláudia soltou um suspiro – Peça desculpas a sua mulher por mim, eu realmente ainda não estou em condições de sair de casa para esse tipo de ocasião.

– Kady, você não pode ficar se lamentando assim.

– Eu sei John, eu só preciso de um tempo para me recuperar disso tudo.

– Vou respeitar sua decisão Kady, mas espero que ela não se estenda mais do que o necessário okay?

– Tudo bem Lee, obrigada – A morena desligou o telefone e logo em seguida se jogou exausta na cama.

Nos últimos dias o trabalho era a única coisa que preenchia sua mente, com Anita fora da cidade, era obrigada a voltar para a mesma casa vazia todos os dias e deixar que os próprios pensamentos a tirassem do sério.

Tentava não chorar, mas era algo quase impossível, se sentia fraca por não conseguir deixar que a imagem de Rob saísse de sua mente. Ficava pensando no que ele estaria fazendo, se também sentia sua falta, ou se sequer ainda pensava nela, a resposta que sua mente dava sempre era negativa. Não, ele não pensava mais nela.

Brad ainda viera lhe visitar algumas vezes, mas não havia muito que ele pudesse fazer por ela. Ali na cama as horas passavam como dias inteiros, lentas, fatigantes, torturantes. Virava-se de uma extremidade à outra sem nunca encontrar conforto.

Ás vezes se pegava cantarolando vacilante algum trecho das músicas do Linkin Park, sentindo a própria voz desafinada e embargada pelo choro preso martelar contra o silêncio da casa vazia. Naquela hora torturante, decidiu que caminharia um pouco, ates que sucumbisse à própria solidão.

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Iria até um restaurante que ficava a dois quarteirões dali, um pouco de movimento talvez liberasse a tormenta dentro de seu peito por alguns instantes.

Caminhou até o banheiro com os olhos baixos, não precisava que o espelho mostrasse quão destruída ela estava. Escovou os dentes e penteou os longos cachos castanhos dos cabelos, calçou um par de tênis e ao abrir o guarda roupas se deparou com uma blusa do Led Zeppelin que Anita esquecera, ainda do temporada que ela passara ali, depois que Mike a tirara do próprio apartamento por conta de Kevin. Quase um ano se passou desde aquela data, Anita sofreu um acidente, outro seqüestro, Talinda faleceu, as coisas andaram tão turbulentas, que a amiga não teve nem tempo para se preocupar com a trivialidade de uma camiseta esquecida. Kady desejava que ao invés de tudo o que aconteceu, Anita tivesse tido a oportunidade de se preocupar com aquela blusa.

Pegou a blusa da amiga e a vestiu, era larga demais tanto para Kady quanto para a dona da blusa, mas mesmo assim se sentiu um pouco mais aliviada sabendo que havia algo da amiga anda próximo de si.

Depois desceu do prédio e foi caminhando pela calçada, o sol ainda começava a se por no fim da tarde, o movimento na rua começava a aumentar. Caminhou tranquilamente, olhando discretamente as pessoas em volta, alguns casais passavam de mãos dadas e Kady sentia raiva. Pensava em como era possível tantas pessoas conseguirem sustentar relações tão doces e duradouras, enquanto a relação dela tinha sido um puro fracasso. A felicidade dos outros sempre a incomodava quando estava triste, fazia com que ela se sentisse incompetente, mas era apenas por causa da dor insustentável em seu peito, não desejava o mal a ninguém.

Chegou ao restaurante italiano um pouco cansada da caminhada, o lugar estava bem cheio, caminhou a passos largos até o balcão e pediu uma porção de Spaghetti ao molho branco para a viagem, comer em casa parecia bem mais agradável do que sozinha em uma mesa em meio a dezenas de casais apaixonados no clima de “A dama e o vagabundo”.

O rapaz do balcão pediu que aguardasse enquanto eles preparavam a refeição e ela assentiu com a cabeça, permaneceu ali tamborilando os dedos, até que uma risada familiar chamou sua atenção. O procurou com os olhos sentindo o coração bater acelerado no peito, mas assim que o encontrou sentiu uma leve fraqueza nas pernas.

Um prato enorme de uma comida qualquer estava diante dele, enquanto sorria e trocava olhares com uma garçonete ruiva, ela parecia tímida, mas respondia aos olhares dele, chegando a trocar papeizinhos, que Kady imaginou serem telefones. Rob parecia tão corado, esperto, sorridente, havia feito a barba e o cabelo castanho e espesso estava penteado despojadamente para trás. Tinha uma aparência mais jovial e contente, de uma maneira que a muito Cláudia não via.

Sentiu leves pinicadas nos olhos se iniciarem, não queria chorar ali, pensou em simplesmente sair correndo porta afora, mas seria falta de consideração com os cozinheiros do restaurante, fazer o pedido e não pagá-lo. Apenas se virou para o balcão novamente e deixou que os cabelos caíssem sobre o rosto e a escondessem, engoliu o choro e aguardou. O pedido pareceu levar uma eternidade inteira para chegar, espiou por cima do ombro e agora Robert devorava seu prato sozinho, diferente dela, ele parecia não ter nenhum problema em jantar desacompanhado.

– Aqui seu pedido moça, vai querer algo para beber? – Cláudia apenas negou com a cabeça e entregou o dinheiro para o rapaz.

Pegou a sacola de papel com a comida e foi saindo de cabeça baixa, Rob não precisava notá-la ali, ainda mais em situação tão pior do que a dele, com um pouco de sorte sairia com discrição sem ser notada. Mas como andava de cabeça baixa, Kady acabou esbarrando em um garçom que voltava com vários copos vazios em uma bandeja.

Os copos todos viraram e caíram no chão se estilhaçando e mil pedacinhos, o restaurante inteiro olhou na direção dela, naquele instante Kady já não pode dar conta da sua própria desgraça.

– Me desculpe – disse já com choro na voz enquanto o garçom resmungava algo e tentava recolher os cacos do chão. – Eu posso pagar pelo prejuízo.

Ela disse enquanto o ajudava a recolher os estilhaços e chorava ao mesmo tempo de desespero.

– Não precisa se incomodar moça, é visível que não está passando bem.

– Me desculpe – ela disse mais uma vez entre soluços e algo a puxou suavemente pelos ombros e começou a guiá-la para a saída. Kady chorava envergonhada, soluçava abraçada ao próprio corpo, quando a brisa fria do lado de fora bateu contra seu corpo.

– Você se cortou ou alguma coisa do tipo? – Ao reconhecer aquela voz, Kady apenas se limitou a chorar ainda mais. Rob suspirou e a analisou, não parecia ter se machucado. – Olha para mim Cláudia.

Robert puxou os fios castanhos de seu cabelo para longe do rosto e segurou seu queixo, obrigando-a a fitá-lo. Ela tinha os olhos avermelhados e as feições abatidas, estava trêmula, mas mesmo assim parecia querer sair correndo a todo custo.

– Me solta Rob.

– Eu vou te levar em casa okay?

Aquilo soou quase como uma ofensa para ela. Com um movimento brusco, o empurrou para longe.

– Não preciso da sua compaixão Bourdon, eu posso ir para casa sozinha.

– Veio de carro? – ela negou com a cabeça – Olha só, quer mesmo voltar para casa no escuro e sozinha? É perigoso, ainda mais pra uma mulher como você.

– Mulher como eu? Por acaso acha que sou uma louca que ando pedindo pra ser assaltada? Eu sei me cuidar seu filho da puta!

– Não! Estou dizendo que você é uma mulher bonita, e não são apenas os homens de bem que olham pra você.

– Me poupe dos seus elogios, guarde eles pra sua garçonete.

Kady o empurrou mais uma vez e saiu caminhando a passos duros pelo meio da rua, quase sendo atropelada por um carro, que buzinou e obteve como resposta o dedo do meio da mão de Kady.

Rob soltou uma risada para si mesmo vendo aquela cena, depois entrou no carro e foi atrás dela.


**


– Como seu advogado eu espero que me conte toda a verdade Kevin, não só a metade dela. Se eu não souber de tudo, não tem como eu te defender.

O rapaz levantou os olhos para o advogado em sua frente, era um homem de quase cinqüenta anos, calvo e irritadiço, não era o tipo de se chamar para tomar umas.

– O que quer saber? – Kevin disse com um tom tedioso na voz.

– Como conseguiu se infiltrar no hospital sem ser notado por nenhum dos familiares da Bennington? Teve ajuda de alguém? – Kevin bufou, não queria entregar ninguém, mas se ainda quisesse sair daquela droga de cadeia, teria que abrir a boca – Anda Kevin, alguém te ajudou? Algum enfermeiro?

– Não, a ex-mulher do Mike me ajudou. – disse com os olhos fechados.

– Ex mulher? Está falando da ex esposa do Mike Shinoda?

– Essa mesma, Anna Hillinger.

– Tem certeza rapaz? Essa é uma acusação séria, e de uma mulher direita, ainda por cima!

Kevin soltou uma risada ao ouvir aquilo.

– Não se espante tanto, garanto pro senhor que ela é bem mais perigosa do que eu.