Entraram na segunda cabana, sentando no chão mesmo. Shila explicou que estavam com poucos suprimentos, por isso, não iria oferecer nada para os recém-chegados. Uma pena, Dean estava morrendo de fome.

– Pelo jeito, vocês não sabem mesmo o que está acontecendo – Shila sentou-se ao lado de Millah. Sam deu de ombros, o que Shila entendeu como um pedido de explicações. – Há cerca de três anos, uma doença se espalhou pela Terra.

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– Uh, essa foi uma fase difícil. Eu já estive aqui, resolvi visitar na data em que a doença se espalhou. Não foi uma decisão tão boa... – O Doutor interrompeu, mas viu que Shila o fuzilava com o olhar. Parecia gostar de contar as histórias sem interrupções. – Hm... continue.

– Não parecia fazer muito efeito nas pessoas, apenas em certos animais como os corvos. Até que, um dia, os mortos começaram a andar pela Terra. As pessoas que morriam, retornavam como coisas repugnantes, sem emoções.

– E bem fedidas – Um garoto, provavelmente Justin, entrara na barraca. Vestia uma blusa social, rasgada e suja, e jeans na mesma situação. Parecia ter a mesma idade de Shila.

– É... Então, quando a maioria da população mundial morreu e se tornou essas coisas, nós, os sobreviventes, tentamos nos esconder. Estamos só passando a noite aqui. As coisas não andam fáceis, não vemos uma cidade há dias, e, como eu já disse, os suprimentos estão acabando.

– Você está dizendo – John começou – Que estamos em um apocalipse zumbi?

– John, por favor? – Sherlock bufou.

– Bem, na verdade John está certo – Justin coçou a nuca. – Eu costumava jogar alguns jogos sobre zumbis quando era menor. É algo parecido, só que pior.

Shila, de repente, pôs sua mão na boca do companheiro, e o dedo indicador da mão esquerda, em sua própria boca, para manter o silêncio. Todos começaram a escutar barulhos. Eram estranhos, como pessoas doentes tentando respirar, mas sem sucesso. Shila desembainhou sua espada, e deu a Justin uma das facas. A outra, jogou para Sam.

A garota saiu da barraca. Justin pegou uma adaga de suas coisas e deu para Millah, Dean sacou sua arma, assim como John e Sherlock, Cas buscou uma lâmina dentro de seu sobretudo, e o Doutor pegou sua chave de fenda sônica. Justin olhou para o homem e fez uma careta de discórdia.

– O que você acha que vai conseguir fazer com uma chave de fenda? – Sussurrou.

– Ela costuma fazer tudo. Menos em madeira. Tenho que arrumar alguma coisa pra a madeira... – O Doutor sussurrou de volta.

– É uma horda enorme! – Shila entrou sussurrando. – Vamos, corram!

– Entrem na Tardis, todos vocês – O Doutor disse.

– Tardis? – Justin perguntou, correndo.

– A Cabine Telefônica! – Sherlock gritou de volta.

A horda estava perto. Eram criaturas horríveis, com a pele em estado de decomposição e a cor esverdeada. Os olhos, vermelhos, isso quando tinham olhos. A maioria tinha membros faltando, e regiões do corpo em que quase não se via mais carne.

Shila enfiou sua faca na cabeça de um dos zumbis. Sam foi obrigado a fazer o mesmo. Já estavam bem próximos quando chegaram à Tardis.

– Entrem! Vamos – Dean puxava todos para dentro.

Tentaram fechar as portas, contudo, várias daquelas coisas colocaram braços para dentro, tateando a porta da Tardis. Um dos braços dos zumbis agarrou Sherlock, puxando-o com mais força do que ele imaginava que aquelas criaturas teriam. Millah passou sua lâmina pela carne da criatura morta, o braço, caindo dentro da nave. Os outros passaram a imitá-la, livrando a porta até conseguirem fechá-la.

Sujo de sangue, suado e arfando, Sherlock já estava cansado daquele dia. Maravilhado, claro, mas cansado. Com certeza, nunca viajara tanto, e estava faminto.

– Precisamos comer – Disse – Você tem isso na sua nave?

– Não... vamos à uma lanchonete.

– L-lanchonete? – Justin perguntou.

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Ainda conseguiam ouvir as criaturas bufando e gemendo do lado de fora, e sair daquele lugar numa caixa telefônica lhe parecia impossível. Principalmente porque ela não se movia. Mas, pensando melhor, a coisa era maior do lado de dentro que do lado de fora.

– Espera... – Shila cerrou os olhos – Isso aqui é uma máquina do tempo?

O Doutor apenas sorriu. Shila riu, andando pela nave, girando ao redor de si mesma.

– Isso quer dizer que podemos ir onde tudo ainda era... normal? – Justin perguntou.

– Onde vocês moravam? – Perguntou Sherlock.

– Londres – O garoto respondeu.

– Doutor... – Sherlock fez um gesto de cabeça, parecia se comunicar secretamente com o Doutor.

– Sugiro que se segurem em algum lugar. – Dean começou, se agarrando no velho corrimão.

– Hã? Por qu...

Antes que Justin pudesse continuar sua pergunta, a Tardis guinchou e balançou pela milésima vez naquele dia. Justin, Shila, e Castiel foram lançados ao chão, e a nave se moveu mais uma vez no tempo e espaço.