Ela era bem bonita, confesso, tomamos café e conversamos bastante. Dawn disse que sempre quis vir falar comigo, mas a vergonha sobressaia. Algumas pessoas ficavam olhando para mim, e logo eu imaginava seus pensamentos. "Ele está com uma garota?", "Como ele conseguiu tomar café com alguém tão bonita?". Enfim, poderiam ser inúmeras coisas, ignorei, estava feliz e só isso importava. Na verdade, estava escondendo minha dor atrás de uma falsa felicidade, mas não vem ao caso. Pensava muito em Carter, e em Melissa também. Sera que eu realmente gostava deles de outra forma? Ou seria apenas um medo de perder essas amizades? Eu já estava destruído em pensamentos por dentro, e faltava pouco para destruir-me por fora também.

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Após o café fomos para de trás de uma loja de materiais de construção, onde a propósito Kimberly trabalhava. Nos beijamos, foi bom, mas entre os dois beijos que havia dado, preferia o com Melissa. Não sei se foi pela pessoa, ou só por não gostar muito mesmo, mas vamos dizer que foi aceitável, faria novamente.

O mais surpreendente veio após o beijo, enquanto caminhávamos até sua casa. Ela olhou fixamente em meus olhos, faltando pouquíssimas quadras para chegarmos, e....

— Posso te dizer uma coisa?

— Claro que pode.

— Vai me achar louca.

— Prometo que não vou.

— Então ta legal..... la vai. O que acha da gente namorar?

— O QUÊ? - engoli um seco.

— Disse que não ia gostar... - desanima.

— Não é isso, só não estava esperando nada do tipo.

— Então estamos?

— Ta, acho que sim... Pode ser. - fico confuso e assustado.

— Ai meu deus, você é incrível. Até amanhã Adan, ou melhor dizendo... Namorado. - sorri.

Retribuo o sorriso para não ser chato. Admito, fiquei sem reação, nunca iria esperar, estava abismado com o que acabara de acontecer. Então estava namorando? Eu estava namorando? Era tudo confuso, como se estivesse dentro do universo de Flash, e suas linhas temporais malucas.

Ligo para minha mãe ir me buscar, contudo, quem o faz é meu irmão. Elizabeth tinha recebido uma chamada de emergência no emprego, ela trabalhava de assistente em um supermercado, digamos que era uma ótima atendente, ajudava no caixa, passando as compras das pessoas. Tinha um certo receio de andar carro com Theo, ele tinha tirado a pouco tempo a carteira de motorista, então era de se ficar um pouco com receio.

Não nos falamos um com o outro até chegar em casa, mas a cara dele parecia de luto. Ao chegarmos me atrevo a perguntar se estava tudo bem, repentinamente saiu da minha boca.

— Está sim, eu só estou cheio de tarefas só isso.

— Mas você quase nunca faz tarefas. Certeza que esta tudo bem?

— Porque quer saber?

— Porque é meu irmão mais velho, e a pesar de ser chato como é, eu amo você.

— Porra piralho, obrigado. Pelo menos alguém né... - diz abalado

— Acho que já peguei tudo no ar, aconteceu algo entre você e May não é? - pergunto mas já com a certeza.

— Ela terminou comigo.

— Qual motivo?

— Disse que só pensava em skate e essas coisas, queria mais tempo para nós e eu não podia dar. Só queria achar alguém que me aceitasse do modo que sou.

— Ela é uma idiota por causa disso, não merecia você. Olha bem como é, você consegue qualquer uma.

— Queria que fosse verdade baixinho. - ainda abalado.

— Quanto a mim, acredite ou não acho que estou namorando.

— Esta zoando né?

— Não estou idiota, ela se chama Dawn.

— A japonesa da sua aula de cálculo?

— Anda me espionando?

— Não, é que Josh e os moleques da pista ficam falando dela, e de sua bunda. Santa bunda.

— Vocês são uns retardados.

— Desculpe mas é a realidade. Ta vendo, até meu irmão mais novo namorando e eu não mais.

— Olha esquece isso. Que tal uma partida de basquete?

— Você? Jogando basquete? Conta outra.

— Está com medo?

— Claro que não, quer saber, bora então.

Mesmo sendo péssimo nos esportes queria poder animar meu irmão. Faria de tudo para isso acontecer.

Jogamos o resto da tarde toda. Foi um resultado horrendo de 49 a 0. Pelo menos dessa vez não quebrei o nariz, que a propósito ainda doía bastante e com frequência.

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Depois ficamos jogando vídeo game e comendo pizza, toda vez que Elizabeth não fica em casa comíamos porcarias, afinal da última vez que tentei cozinhar quase botei fogo na casa fazendo macarons, já Theo nunca botou os pés na cozinha, a menos que fosse para comer. Já que estamos falando nisso queria saber qual era seu segredo, ele comia muito e não engordava, ele era forte, mas tudo bem definido. Enquanto a mim, melhor nem comentar, digamos que fui chamado de galinha por toda minha vida, e para ajudar era extremamente branco. Tinha puxado mais ao meu pai, e falando nele, sentia muita falta. Geralmente quando eu e Theo tínhamos esses "momentos de irmãos", era ele que dava o ponta pé inicial para tal feito. Queria apenas vê-lo logo.

A tarde com meu irmão foi algo sem palavras, não éramos a família perfeita, nem os irmãos perfeitos, mas quando tínhamos momentos assim era pra valer, e quando ocorriam simplesmente não queria que acabasse. Meu irmão era meu espelho desde pequeno, a pesar das diferenças. Gostava quando olhava as fotos dos aniversários, das brincadeiras, mas a melhor de todas era a foto que Elizabeth tirou quando eu nasci, e ele com dois anos e meio me segurando no colo com maior receio de derrubar-me de teus braços. Relembrando esses incríveis feitos, acabava me emocionando e querendo ter mais momentos assim.

Ia subir ao meu quarto, já estava bem tarde, Theo me para e me abraça, agradecendo por dar uma força.

— Também te amo baixinho. Desculpes minhas idiotices de sempre. Precisamos ser mais unidos, afinal sem o papai aqui você precisa de uma figura masculina grandiosa.

— Super grandiosa você Theo. - rimos juntos.

— A propósito, tenho um presente pra você. Esse ovo de Páscoa era para May mas..... Agora é seu. - fala retirando um enorme ovo de chocolate de sua mochila.

— Poxa obrigado, não tenho nada para você.

— Relaxa, só aproveite. - sorri.

Já em meu quarto escuto minha mãe chegando e me dando boa noite. Depois de alguns minutos virando por toda a cama, tudo fica em breve escuridão e acabo pegando no sono.