The Ghost Ship

Acho Que Eu Estou Louco


-Ah!! – Murmurei, jogando minha camisa nele. Ele riu e jogou a camisa de volta, eu entrei no quarto e troquei de roupa. O dia ia render muito.

Coloquei uma camiseta folgada e uma bermuda, com tênis, e saí para comer alguma coisa. Nadar um pouco depois de acordar abria o apetite... Comi alguma coisa em uma das lojinhas do barco, não faço idéia do que era, só sabia que estava com fome, e fui ver aonde estavam o resto da tripulação daquele navio sinistro.

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Andei pelo deck, por onde eu e Emily caímos, o que só restou um buraco com grades de proteção escritas CUIDADO!¸ uma espécie de pátio, e encontrei Emily deitada em uma espreguiçadeira.

-Emily! – Deixei escapar. Ela abriu os olhos e, ao me ver, abriu um sorriso.

-Oi! – Ela disse. – Tudo bem?

-É, estou sim... E você, depois da noite de ontem...

-Não, eu estou ótima. – Ela disse. – Graças á você.

-Por um lado, eu também sou o culpado de ter feito a gente cair. – Falei. Emily riu, e disse que eu não precisava me culpar. Depois, viu o corte no meu rosto e o hematoma da batida na madeira do piso do navio na noite anterior. E ela começou a se culpar por ter me feito me machucar daquele jeito.

-Ei, ei, você não disse pra eu não me culpar? – Falei, rindo. – Isso vale pra você também!

Emily riu junto comigo, e perguntou se havia sido muito grave. Eu disse que não, que nem doía mais. Acabamos dando outra volta pelo navio. Daquela vez tomando cuidado com onde pisávamos. Ninguém queria ficar suspenso por três andares por um buraco no piso, certo?

Tomamos café juntos, por minha conta, eu segurei a mão de Emily de novo, daquela vez consegui me controlar e não agir feito um total idiota, e, enquanto eu curtia meu momento de glória de mãos dadas a ela, a droga do tempo passou rápido de novo. Quando me dei conta, já eram meio-dia.

Emily P.O.V.:

Quando eu acordei, tomei um banho e fui tomar um sol, deitada numa espreguiçadeira. Para minha enorme surpresa, Justin apareceu, e começamos a conversar novamente. Ele segurou minha mão novamente. Daquela vez, tomamos cuidado por aonde pisávamos. Quando demos conta, já eram meio-dia, e eu e Justin precisávamos estar no ensaio do show dele para a minha festa ás duas.

Passamos o tempo que sobrava antes do ensaio conversando, nós dois debruçados, até que Justin me convida pra dar uma volta no shopping do navio. Eu aceitei. Fomos caminhando pelos corredores, eu achando roupas mais lindas que as outras em lojas de grifes, Justin só se concentrando em skates e tênis. Em uma das lojas que nós dois fomos juntos, a atendente tentou cortejá-lo quando ele foi pagar o que comprara. Ela o chamou de gracinha umas três vezes. E tentou agarrá-lo. Sim, agarrá-lo.

-Emily, me ajuda! – Ele sussurrou, enquanto a mulher chegava mais perto dele, chamando-o de seu verdadeiro amor. Justin só andava para trás, recuando. Nenhum de nós conseguiu reagir direito.

Quando ela iria colocar suas mãos nele, em sua cintura, aconteceu uma coisa muito estranha. Ela ficou reta, de olhos arregalados, mais pálida do que já era. Justin e eu arregalamos os olhos quando a mulher pegou uma tesoura da mesa e enfiou no próprio peito. Nós dois ficamos atônitos ao ver o corpo da mulher desabar no chão, espalhando sangue por todo lado.

-Meu... Deus! – Eu disse. – Ajuda!

Justin conseguiu se recompor e chamar um segurança, dizendo que uma atendente havia se matado. O homem não acreditou, mas, ao ver a mulher sangrando no chão, chamou ajuda.

Justin P.O.V.:

-Esse navio está ficando cada vez mais assustador. – Falei para Emily, enquanto íamos para o ensaio do show, depois de uma mulher ter se matado na nossa frente. Foi definitivamente muito estranho, parecia que a mulher havia sido possuída.

-Não era assim quando eu era pequena e vinha pra cá! – Ela disse. Eu não me impedi de rir. Então, chegamos no salão aonde eu me apresentaria. A notícia da mulher da tesoura que havia se matado na minha frente havia chegado até o ouvido de Scooter, e, quando nós chegamos, ele me segurou pelo ombro e começou a perguntar se eu estava bem, se a mulher não havia me ferido e tal.

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-Scooter, ela só pegou a tesoura e se atacou! Nem encostou em mim! – Eu falei. Na verdade, ela quase havia me tocado. Não havia deixado de ser assustador. Consegui o convencer de que estava sadio, e ele me mandou ir para o palco. Cumprimentei a banda, não eram pessoas que eu conhecia, mas pareciam ser legais. Eu iria cantar minhas músicas favoritas. Baby, Down To Earth, Stuck In The Moment, That Should Be Me, Never Say Never, Next To You, Favorite Girl e One Less Lonely Girl. Ah, e o clássico Happy Birthday to You, mas isso era uma surpresa para Emily.

Fiz o teste de som sem nenhumas preocupações maiores, e fiquei quase o dia inteiro lá. Lá para suas quatro e meia da tarde, eu já pensava que iria desmaiar. Não havia tomado café, e, bem, estava arrependido daquilo. Minha força era Emily. Ela parecia feliz com tudo aquilo, sorria sempre que nossos olhares se encontravam. Quando o ensaio acabou, ás exatas cinco e meia da tarde, eu corri até a lanchonete mais perto e comprei qualquer besteirinha para cobrir a fome.

Enquanto eu comia, Emily apareceu atrás de mim, e, com um abraço por trás, disse que eu estava fazendo daquele o melhor aniversário de sua vida. Eu me surpreendi de início, mas depois sorri, me virei e a abracei. Mas depois ficou tudo realmente estranho de novo. Assim que rompi o abraço com Emily, vi em uma névoa, o rosto da mulher que havia se matado. Não me assustei, na verdade, eu tentei ignorar a “visão”, mas me perguntei se eu estava enlouquecendo ou algo assim.

Eu paguei o que havia comido e perguntei se Emily queria alguma coisa. Ela disse que não. Eu dei de ombros, ofereci meu braço a ela e fomos caminhando pelo deck. E eu percebi que eu não estava lá tão... Limpo. Estava suado pra caramba. O preço de ser artista, e não usar desodorante anti-transpirante.

-Eu vou ter que tomar um banho... – Falei para Emily. Rompi o contato entre nós dois e dei um passo para o lado. – Vai fazer alguma coisa essa noite?

Ela olhou pra mim, incrédula.

-Como assim?

-Quer jantar comigo hoje? – Perguntei, num sorriso. Ela abriu a boca, e ficou em choque durante uns três segundos.

-C-claro que quero! – Ela disse. Eu sorri.

-Te pego ás sete. – Ri. – Tenho que ir agora.

-Claro. – Ela murmurou. Eu sorri e fui embora. Eu sou muito cara de pau mesmo... Convidar uma garota para sair quando eu só a conheço a um dia. Mas, ela era uma garota legal. E eu gostava dela. Quando cheguei na cabine, tomei um banho. Eu tinha uma hora e meia para fazer uma reserva, escolher uma roupa decente e, bem, ser consciente o bastante para não levá-la em um restaurante de comida italiana.

Não que eu não goste, é que eu tenho um problema com encontros em restaurantes de comida italiana. O meu primeiro encontro foi assim. E foi terrível. Eu deixei espaguete cair em mim e na garota. Ela nunca mais quis falar comigo.

Depois de tomar banho, coloquei uma roupa provisória e fui correndo para a zona com as lojas do navio. Eu fui mais inteligente de que no meu primeiro encontro, fiz uma reserva em um restaurante japonês. Não fui tão inteligente assim, não sabia mexer num hashi direito, e tinha aquela história do shoyu, bem, se eu pisasse no tomate, seria muito vergonhoso, mas eu me garantia. Eu acho.

Então, voltei pra a cabine, e, eu não costumo demorar tanto a escolher uma roupa para sair, mas daquela vez eu demorei, mesmo tendo menos da metade do meu armário disponível. Acabei colocando uma calça escura, tênis, uma camisa social preta e um paletó meio roxo, meio preto. Me olhei no espelho, ajeitando a gravata. Não estava tão mal. Já o meu quarto era outra história.