Não importa quanto tempo passasse Minho nunca iria mudar. O coreano levantava um homem pelo colarinho da blusa enquanto acerta seu rosto com um soco. Os outros meninos pareciam ter entrado na pilha de Minho.

Algumas pessoas que estavam presentes na festa começaram a brigar com meus amigos fazendo copos de vidros voarem e casais pararem de se beijar para prestar atenção na confusão.

Vi de canto de olho um homem jogar Thomas contra uma parede de espelhos. O moreno caiu no chão passando a mão sobre vários cortes que haviam aberto.

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Newt apareceu ao lado do amigo desferindo um soco no homem. A atitude do loiro me fez ficar surpresa pois ele era quase sempre calmo.

Comecei a desviar da multidão que começou a correr para fora da confusão. Em pouco tempo o homem que me forçou a entrar estaria aqui e ele estava armado. Não tínhamos nem um pedaço de pau para nos defendermos. Imagina contra uma arma de fogo.

Joguei o copo que ainda estava na minha mão no chão e comecei a correr contra as pessoas. Com meu ombro empurrava elas para me deixarem passar. Algumas caiam no chão em meio à confusão, provavelmente por causa do álcool.

Um homem com cabelos negros mais ou menos o dobro da minha altura no estilo armário apareceu na escada empurrando todos sem nenhum esforço. Atrás dele o loiro que tinha me forçado a entrar.

Tínhamos que sair daqui o mais rápido possível. Busquei um copo de vidro que estava jogado no chão e corri para um corredor. Várias peças de roupas estavam jogas ali, em meio de toda bagunça encontrei uma blusa de pano preto. Rasquei a peça em duas e cobri meu rosto como havia feito no deserto para me proteger do sol. Apenas com meus olhos de fora meu cabelo encodava meu pescoço por baixo do pano.

O homem não pode me reconhecer, pensei. Não sei o motivo dele ter me forçado a entrar mas algo me falava que não era coisa boa.

Voltei para a grande sala onde a briga ainda acontecia. Minho jogou um segurança sem muita dificuldade sobre uma mesa enquanto Thomas e Newt desviavam de ataques. Caçarola um pouco desajeitado jogava objetos de vidro no rosto dos seguranças junto com Aris.

Pela primeira fez consegui ver Brenda e Jorge batendo nos homens com pedaços de cadeiras.

Corri para o lado oposto ao que estava ficando bem atrás da escada vendo tudo que acontecia no primeiro piso.

Um homem vestindo uma roupa de couro vermelha ridícula subia as escadas correndo carregando uma pistola na mão. Subi no corrimão da escada pulando em seus ombros quando passou por mim. Com o copo de vidro que havia pego acertei em sua cabeça abrindo um grande corte na altura do supercílio fazendo cair desacordado não chão.

Caindo sobre ele alcancei a pistola destravando-a no mesmo momento. Como tive o reflexo para fazer isso nem eu mesma sabia.

Corri em direção a luta no outro lado do saguão acertando um tiro no tornozelo de um homem que apontava uma pistola contra Newt.

O loiro olhou surpreso para mim não me reconhecendo pelo fato de estar tampando todo meu rosto.

Não me importei com isso no momento então voltei a correr em direção as brigas. Minho havia deixado uns dez homens desacordados então não havia muito o que se fazer.

Os outro clareanos continuavam lutando mas eu ainda prestava atenção no loiro que se aproximava de Thomas.

Com um impulso saltei sobre uma mesa acertando a cabeça dele com a arma. Desiquilibrado caiu no chão soltando a arma por alguns segundos. O suficiente para alcança-la. Com toda minha força acertei seu rosto com um chute abrindo um corte na testa.

–Quem você pensa que...

Antes que ele pudesse terminar de falar e de se levantar rolei no chão acertando sua barriga com um chute fazendo-o tossir e levar suas mãos a mesma.

Os meninos encaravam a situação perplexos ainda sem saber que era eu que estava embaixo do pano preto.

Com apenas um minuto de distração o loiro se levantou voltando a ficar duas vezes o meu tamanho.

–Garoto patético – Ele falou se referindo a mim. – Nenhum homem pode me derrotar. – Ele disse com uma voz grossa e alta esbanjando fúria.

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–Que bom que eu não sou um. – Falando isso levantei as duas armas, uma em cada mão e acertei duas balas em seu peito.

O loiro caiu para trás sem fazer mais nenhum movimento. Virei para meus amigos que ainda encaravam perplexos a situação e tirei o pano preto da cabeça jogando-o no chão.

–Elisab-beth? – Thomas gaguejou ao me ver.

Newt estava literalmente de boca aberta ao descobrir que o cara de matou o loiro era eu.

–O que? – Perguntei fingindo um desentendimento.

–Demais. – Essa foi a única palavra que conseguiu sair da boca de Minho. Brilhante.

–Temos que sair daqui. – Disse virando as costa e guardando as armas no cós da calça. – Não quero descobrir porque eles estava atrás da gente.

–Talvez seja alguma coisa do C.R.U.E.L. – Jorge disse se aproximando. – Aproposito hermana, belo chute.

Dei um sorriso com seu comentário andando para perto deles.

–Acho que seja algum tipo de contrabando para eles. – Brenda disse apontando para o loiro. – Capturando vocês eles podem vende-los para o C.R.U.E.L. e dependendo de quem eles peguem podem até fazer uma chantagem.

–Faz sentido. – Disse. – Mas temos que sair agora, mais deles vão surgir.

Só em pronunciar as palavras pisos fortes aconteciam lá em baixo.

–Janelas. – Newt disse rapidamente se dirigindo a uma grande janela de vidro. Com um pedaço de madeira ele estilhaçou ela dando espaço para passarmos.

Não era uma altura muito grande. Uns dois metros e meio no máximo. Brenda e Jorge foram os primeiros a saírem se esgueirando pela parede saltando em seguida.

Minho olhou para mim mas recebeu um Vai em troca.

Em seguida foram uns Clareanos que trabalhavam com Zart e alguns corredores. Depois Thomas saltou sem problema e em seguida Minho e Aris. Olhei em volta pensando em como Winston iria descer todo machucado, mas eu não conseguia encontra-lo.

–Winston? – Perguntei para Newt que estava em minha frente.

O loiro olhou triste para o chão e eu já sabia o que tinha acontecido. Um nó se formou em min há garganta imaginando o corpo de Winston em algum lugar do deserto.

Passos fortes na escada me acordaram fazendo minha atenção voltar para Newt.

–Vai. – Disse para o loiro enquanto me aproximava da janela.

–De jeito nenhum, não vou deixar você por último. – Ele disse botando as mãos no meu ombro.

Com uma das mãos puxei uma das pistolas destravando-a no momento seguinte.

–Posso me proteger. – Falei levantando a arma deixando-a na altura dos olhos.

Um sorriso se esboçou pelo rosto de Newt e em um ato inesperado ele me puxou pelo pescoço de dando um beijo. Com a mão livre afundei meus dedos em seus cabelo.

Gritos raivosos fizeram nossos corpos se separarem. Levantei minha arma novamente apontando para um dos homens disparando contra sua mão fazendo seu facão cair.

O loiro agarrou a parede e pulou para o solo. Andando de costas alcancei a janela passando meu corpo para o lado de fora.

Uns cinco homens corriam em minha direção mas antes que me alcançassem pulei do segundo andar sem ao menos descer pelos detalhes da parede como os outros haviam feito.

Uma dor forte nos tornozelos me fez cair um pouco para frente mas logo me recompus começando a correr com os meninos e Brenda.

Os gritos raivosos dos homens agora eram ouvidos ao fundo. O barulho mais alto era o dos nossos pés batendo contra o chão.

–Isso... foi... incrível- Minho disse entre sua respiração.

Não pude conter uma pequena gargalhada que logo foi acompanhada por Newt e Thomas.

–Desde quando você... – Ele continuou.

–Não sei. – Respondi antes que ele pudesse terminar.

–Meu Deus garota você é incrível. – Minho ainda falava pausadamente entre a respiração fazendo tudo ficar mais engraçado.

–O que foi que aconteceu com você? – Caçarola que havia vindo para trás da fila diminuindo a velocidade da corrida perguntou.

–Depois que a tempestade foi embora eu estava perdida. Eu não consegui achar vocês, na verdade eu não tinha condições nem de fazer uma busca momentânea. Em uma das noites eles me acharam. O grupo B.

Ao falar do grupo B eles ficaram um pouco confusos.

–O grupo de Aris sabe? Só te garotas lá. Na verdade, Teresa também estava lá. – Falei isso olhando para Thomas que inconsequentemente fez seus olhos brilharem. Brenda que agora estava do nosso lado agora fez uma cara estranha, mas não estava interessada no momento.

–Estou preocupada com ela. – Completei. – Alguma coisa está acontecendo com ela, ela estava triste, muito triste. Eu queria ajudar mas ela disse que não podia me falar.

–Quem é Teresa? – Brenda perguntou.

–Ela é do nosso grupo, chegou depois de mim. – Thomas disse.

–Tinha um menino lá também. O nome dele era... Ed.

–Ed? – Aris perguntou ao lado de Thomas.

–Sim você conhece?

–Ele chegou um pouco antes de mim, ele deve ter ficado uns meses lá. – Aris respondeu.

–Igual você. – Newt disse. – No nosso grupo só tinha garotos ai chegou você primeiro e por último Teresa. Agora Teresa está com as garotas. No grupo B só tinha meninas, primeiro chegou esse Ed e depois Aris, e agora ele ta com a gente.

–É um padrão. – Minho completou.

–Parece que o C.R.U.E.L. é bem organizado, não é mesmo? – Jorge falou.

–Continue contando Beth. – Thomas disse.

–Depois disso eu fugi do acampamento delas e encontrei a cidade, foi quando achei vocês. Agora me digam, o que aconteceu com vocês?

–Eu e Brenda fomos arrastados para uma serie de tuneis abaixo do solo, tinha vários Cranks lá mas conseguimos escapar, depois achamos a cidade e dormimos em um caminhão. Mas isso não foi a parte mais estranha. – Thomas falou.

–Oh, eu não achei que fosse. – Disse tirando alguns risos dos Clareanos.

–Tem placas espalhadas por toda cidade falando “Thomas é o verdadeiro líder”.

–Como assim? – Newt perguntou.

–Como assim que ele é o verdadeiro líder. – Minho respondeu.

–Espera, vocês não sabiam? – Perguntei.

–Encontramos os garotos minutos antes de você – Brenda completou.

–Com certeza a placa é coisa do C.R.U.E.L. – Thomas disse.

–Achei que Minho era o líder, era o que a tatuagem dizia. – Falei diminuindo a velocidade da corrida.

–Pelo visto ele é mais verdadeiro que eu. – Minho disse acompanhando meus passos.

Não pude deixar de soltar uma risada com o comentário de Minho.

–Eu também não sei o que ela quer dizer. –Thomas falou.

–Isso não é nossa maior preocupação agora.- Newt disse. – Temos quanto tempo?

–Acho que uma semana, ou um pouco menos. Me perdi nas contas.

–Falta muito para chegar nesse tal refúgio seguro? – Jorge perguntou.

Com minha mão livre agora apontei para uma cadeia de montanhas na nossa frente.

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–Atrás delas.

–Então não há o que esperar. – Com a fala de Brenda formamos a fila inicial e aumentamos o ritmo até sair do limite da cidade.

~*~

Já era noite quando paramos para dormir. Minho, Thomas e Aris haviam desmaiado de cansaço no chão. Os outros clareanos ficaram espalhados em um raio de três metros, então não estávamos muito longe. Brenda e Jorge estavam deitados um ao lado do outro . Olhando daqui pareciam um pai e uma filha.

Eu estava sentada com as pernas esticadas um pouco afastada do grupo. Uma vez ou outra passava a mão pelas pistolas para checar se ainda estavam lá. Passos de alguém se aproximando fizeram levantar meus olhos. Era o manco que trazia um sorriso escondido pelo escuro.

Sentando do meu lado senti ele esticar as pernas igual a mim.

–Então. – Newt falou.

Sempre ótimo para começar uma conversa.

–Como você ta? – Continuou.

–Acho que bem. Pelo menos estou com vocês novamente. – Respondi soltando um sorriso que não sei se ele conseguiu ver devido ao escuro.

–Pelo visto você manda bem quando o assunto é se defender. – Ele falou soltando uma risada.

–Não vou deixar barato pra eles, não é?

–Sempre foi teimosa. – O loiro disse soltando uma risada um pouco mais alta mas devido nossa distancia os Clareanos não conseguiram nos ouvir.

Um silencio se instalou sobre nós deixando apenas a noite fazer barulho.

–Fiquei preocupado. – Ele cortou o silencio.

Senti sua mão sobre a minha me dando uma onda de conforto.

–Sabe... – Antes que Newt pudesse falar mais alguma coisa virei de lado puxando seu rosto contra o meu selando nossos lábios.

Ele subiu suas mãos até meu rosto depositando uma em minha nuca e uma em meu rosto.

Cruzei meus braços atrás de seu pescoço fazendo-me ficar sobre seu colo. Enquanto o beijo ia se aprofundando senti Newt dar pequenos sorrisos entre eles fazendo-me passar as mãos por seu cabelo e nuca.

Senti aos mãos do manco saírem de meu rosto e descerem devagar até minha cintura apertando-a de leve.

Ao passar aos mãos pela nuca do loiro senti seus pelos arrepiarem fazendo-me soltar um sorriso entre o beijo.

–Não é justo – Ele disse baixo com uma voz rouca entre o beijo.

Falando isso ele me jogou para lado voltando a me beijar mas dessa vez estava sobre meu corpo.

Enquanto voltava a passar minhas mãos pelo cabelo e agora costas de Newt ele descia seus beijos pelo meu pescoço me dando leve calafrios ao sentir seus lábios quentes em meu pescoço frio.

Um barulho alto do céu fez com que gostas grossas de chuva caíssem sobre nós fazendo os clareanos ao longe soltarem resmungos.

Soltei um riso abafado pelo beijo logo sendo seguida pela risada de Newt. Tirei minha perna que estava entrelaçada a cintura dele fazendo-o sair de cima de mim.

–Não parece uma boa hora, não é mesmo. – Disse entre os pequenos risos.

–Foi você que começou. -Ele falou também rindo me puxando para poder deitar em seu peito sobre a chuva.

–Boa noite Newt.

–Boa noite Lisa.