Reencontro

Uma semana já havia se passado, naquela manhã de quarta-feira Logan estaria de volta em casa. Adrian mal podia conter o nervosismo, passar todos esses dias longe dele era difícil, mesmo estando maior parte do dia com Bobby.

O relógio apontou o meio-dia, Adrian estava almoçando com os outros alunos, quando de repente ouviu o som da moto de Logan.

– Eu conheço esse som. – Disse Adrian, esperançoso.

– Vai lá, Ad. – Respondeu Bobby, sorridente.

Quando Adrian chegou até a porta da mansão, viu Logan vindo em sua direção. Seu cabelo estava diferente, ao invés de maior volume dos lados, estava curto e com menos volume em cima, sua barba estava feita, e suas roupas não estavam rasgadas como as de costume.

– Eu estou tendo alucinações, ou você está arrumado? – Perguntou Adrian, espantado com o novo visual de Logan.

– Não gostou?

– Não gostei, eu amei, com todo o respeito, você ficou lindo. – Adrian corou após fazer sua observação.

– Ah, obrigado. Vai ficar aí parado ou vai me dar um abraço?

Adrian correu em direção a Logan e o abraçou.

– Senti sua falta.

– Também senti, garoto.

Ambos entraram na mansão conversando sobre o que Logan havia feito na Florida.

– Sério? – Perguntou Adrian, incrédulo.

– Sim, aquele mutante era impressionante, ele controlava os cinco elementos com maestria.

– Qual era a sua classe?

– 3, no mínimo. Mas me conte, você se comportou?

– Sim senhor.

–Vou perguntar ao Bobby.

– Ah, não precisa. – Adrian riu.

– Onde está o professor?

– Aqui, Logan, seja bem vindo de volta. – Respondeu Xavier, sorridente.

– Precisamos conversar. – Disse Logan, preocupado.

– O que está acontecendo? – Perguntou Adrian.

– Depois eu te conto.

– Ah, okay.

Xavier e Logan subiram as escadas e foram para a sala do Professor. Ao, chegar, fecharam as portas para que ninguém ouvisse o que iria ser falado ali dentro.

– Você descobriu sobre os sentinelas?

– Sim, estão sendo desenvolvidos em um laboratório na Florida, é impossível entrarmos lá, a não ser que alguém com poder magnético nos ajude.

– Magneto?

– Sim, poderíamos usar Adrian para entrar lá, mas é muito arriscado. Você conseguiu manter sua segunda personalidade presa?

– Sim, mas se houver um ataque em massa de sentinelas, não haverá motivos para segura-lo sob controle. Claro, isso é apenas uma hipótese, não temos certeza se haverá um ataque.

– Vamos descobrir.

– Certo, mas por enquanto aproveite.

– ótimo.

Logan saiu da sala e foi em direção à cozinha, onde Adrian e Bobby estavam lavando a louça.

– Opa, tudo bem, Logan? – Perguntou Bobby.

– Tudo, e você?

– Bem. Ad e eu estamos bem mais próximos do que antes.

– Somos como melhores amigos. – Completou Adrian.

– Bem, levando em conta que ele te chamou de Ad, e você não o matou. – Logan Riu.

– Você parece mais alegre. Pelo jeito sua viajem lhe fez bem. – Comentou Adrian.

– Ah sim, eu só superei algumas coisas.

Logan não sentia mais tanta culpa em relação à morte de Jean, ele passara a aceitar o que havia acontecido como se fosse inevitável. O que não deixava de ser verdade.

Adrian vibrava por dentro por estar perto de Logan novamente. Não via a hora de ficar sozinho com ele.

– Quero te mostrar uma coisa, Logan. – Disse Adrian, sorridente.

– Que tal agora?

– Ótimo.

– Já que vocês vão estar ocupados, eu vou ler um pouco. – Comentou Bobby.

Adrian e Logan foram em direção da piscina.

– Enquanto você esteve fora, eu treinei meu controle sobre a água. Observe.

Adrian estendeu suas mãos em direção à piscina, com a palma da mão virada para cima, sua expressão se fechou, depois do ar parar por alguns segundos, toda a água se levantou.

– Incrível. – Comentou Logan.

– Eu posso fazer mais.

Adrian se concentrou um pouco mais e fez todos os carros ali perto flutuarem.

– Acho que estou ficando bom nisso. – Disse Adrian, orgulhoso de si mesmo.

– Você está controlando bem o seu poder. – Logan apoiou um de seus antebraços no ombro de Adrian. – Agora os faça descerem.

– Certo. – Adrian fechou os olhos por um momento, toda a água e os carros voltaram aos seus devidos lugares. – Eu estou descobrindo a cada dia meu potencial, acredito que posso vir a me tornar o mutante mais poderoso, para que assim eu possa proteger as pessoas.

– Cuidado com sua ambição, Ad, ela pode se tornar maior e fugir do controle.

– Eu vou manter tudo sob controle. – Adrian sorriu.

– Acredito em você.

– Obrigado.

Logan logo percebeu o que o Professor estava fazendo, ao invés de limitar os poderes de Adrian por completo, ele estava liberando aos poucos, para que o mesmo pudesse usa-los sem limites. Por um lado era bom manter tudo sob controle, mas por outro, tudo apontava uma eventual guerra entre humanos e mutantes, dessa forma, Xavier teria uma arma com poder destrutivo ilimitado, Adrian.

– Vou conversar com os outros alunos, e avisar que amanha terá aula de história.

– Okay, Logan, obrigado pela atenção.

– Não precisa me agradecer. – Logan sorriu e entrou na mansão.

Adrian começou a ouvir algumas vozes vindas de um lugar distante, que diziam:

– Eu preciso avisar alguém sobre isso, mas ninguém aqui vai me ajudar, pelo menos se um mutante pudesse me ouvir. – A voz falhou, e nada mais pode ser ouvido.

–Preciso encontrar esse lugar, de onde a voz vem. Espere, não é possível. Se eu estiver realmente certo, tenho um grande problema.

Adrian correu para dentro da mansão, procurando o Professor.

– Professor? – Gritou Adrian.

– Ele saiu. – Respondeu Peter, confuso.

– Eu preciso falar com ele agora.

– Por que você não tenta conversar com ele telepaticamente?

– Ótima ideia, obrigado.

– Disponha.

Adrian fechou os olhos para se concentrar. – Professor?

– Diga, Adrian.

– Temos um problema. Eu ouvi uma voz de um mutante, que vinha de Alcatraz, ele dizia que precisava contar algo para os mutantes, porque todos nós corríamos perigo.

– Entendo, estou voltando agora, não saia dai. Nem pense em ir pra lá sem minha ordem, o local é muito perigoso, vigiado vinte e quatro horas por dia, okay?

– Okay.

A visão de Adrian ficou embaçada, até o ponto de não poder ver nada.

– Adrian? Adrian? – Gritou Peter, assustado.

Adrian caiu ao chão, desacordado.