Os últimos três dias têm sido absolutamente calmos, sem dificuldades nenhumas, penso que o romance com o Finnick fez com que o Capitólio convencesse os produtores a darem-nos uns últimos dias de paz juntos, na nossa lua de mel que acabará trágica.

Tem havido comida, não se houve falar do Dylan, há água, vivemos a falar acerca da nossa infância, e depois aproveitamos para namorar um pouquinho. Isso deve deixar o público a vibrar, penso então nos meus pais e na Annie, a frustração que não devem estar a sentir por causa da nossa felicidade enganosa.

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Neste momento estou nos braços dele, estamos sem dizer nada, afinal, não há muito a dizer. Eu não quero que isto acabe, não os Jogos, esses quero que acabem depressa, não quero é ter de despedir-me dele.

—Queria ficar assim para sempre - deixo escapar e depois fico envergonhada por ter reparado que o disse em voz alta.

—Adoro quando ficas vermelha, é tão fofinho. Não tens que ficar assim, sinto o mesmo - sorrio e ele também. Damos um beijo, não ardente, mas sim calminho. -Quando voltares a casa esquece-te de mim, segue em frente.

—Como é que tu... - ele interrompe-me.

—Tu vais voltar a casa - garante-me, nesse momento apercebo-me de que ele quer morrer por mim, deixar-me viver. Deixo isso para a hora final e ignoro a minha conclusão.

—Mesmo que volte, eu não vou conseguir esquecer isto - garanto e ele põe as mãos no cabelo puxando-os ao de leve.

—Tu não podes - eu fico meia indignada.

—Como não posso? Claro que posso! Voltar será ainda mais difícil sem ti, eu já tenho a consciência pesada, isso não desaparecerá. Tu devias ter aprendido pela tua avó! Viver consegue ser mais doloroso que morrer, eu vi o meu companheiro ser decapitado, eu não o pude salvar, como é que era suposto eu conseguir estar em paz? Se eu voltar ao Distrito 12 eu vou voltar com um problema horrível comigo própria que me causará muito mais sofrimento que a morte que provavelmente me espera quando enfrentarmos o Dylan! Eu convivo com imensos vitoriosos, eu vivo com vitoriosos, mas eu não tenho o problema de ser cobarde e desistir da legacia que a minha família contém. Eu não quero viver como eles, não quero viver os Jogos de novo todo o santo ano, não quero ter pesadelos com as mortes de inocentes que causei! E perder-te a ti vai ser ainda pior, apesar de os meus pais poderem compreender, há uma dor que eles nunca compreenderão se tu fores! - ele fica a olhar para mim. Provavelmente o Capitólio está todo colado aos ecrãs e a assistir a este discurso que provavelmente me vai causar problemas.

—Qual é essa dor? - hesito em dizê-la, por outro lado, posso justificar este discurso de revolta com este sentimento.

—Os meus pais podem ter perdido as suas famílias, mas nunca se perderam um ao outro da forma que eu te perderia. A dor de que eu falo é perder o grande amor da tua vida - ele beija-me e eu correspondo, há alguma urgência presente nesse beijo, assim ficamos toda a noite, na troca de carícias.

É de manhã, começo a ouvir barulhos, mutantes começam a sair por todos os lados, eu e o Finnick começamos a fugir e a matar alguns pelo caminho, mas não há muita escapatória, eles querem matar-nos e não há nada que possamos fazer, corremos para dentro da secundária e eles não nos seguem, é então que encontramos a pessoa indesejada.

—Vejam só quem temos aqui, finalmente apareceram! - ele tem um sorriso na cara toda ensaguentada e pelo que vejo inflamada. O seu corpo está todo magoado, mas ainda assim ele consegue achar que está superior a nós, e talvez esteja mesmo. - A nova geração do esquadrão 451 está finalmente reunida uma última vez. Para o público em geral, não saiam daí, porque acreditem que não vão querer perder isto. Agora especificando, Annie Cresta, já perdeste o teu marido, o teu filho, a tua nora, o teu companheiro de equipa, e perderás também o teu netinho. Katniss Everdeen, podias ter sido minha mãe, mas não, preferiste o padeiro, tudo podia ser mais simples neste momento, não foi pelas tuas escolhas. Peeta Mellark, tiraste a Katniss do meu pai, agora eu vou tirar a tua filha de ti, quem sabe o teu filho também não aparece por aí morto, algures. Ryen Everdeen Mellark, tínhamos tudo para sermos amigos, mas acho que depois do sofrimento que causaste ao meu irmão há uns anos atrás, e claro, depois de eu despachar a tua irmã, não o vais querer fazer. Quando eu sair daqui, tem cuidado, quem sabe a comida não está envenenada - ele faz as ameaças repugnantes dele. - Quanto a vocês os dois, essa história de amantes condenados é muito 74ª Edição dos Jogos da Fome, já está a ficar enjoativo. Nunca nenhum de vocês ganhará, porque essa vossa vida amorosa atrapalha-vos, só vos torna fracos!

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—Tu não mereces o mínimo de compaixão... Metes-me tanto nojo, és igualzinho ao teu pai, o maior assassino deles todos, não admira que a minha mãe o tenha rejeitado vezes e vezes sem conta, tal como eu te rejeitei - ele parece ter ficado furioso e lança-me duas facas das quais eu me desvio, pego no meu arco e numa flecha, atirando imensas vezes de forma a destabilizá-lo, o Finnick avança para cima dele, que ampara os golpe do tridente. Consigo atingir o braço do Dylan, que fica enfraquecido. Nesse momento o Finnick atira-o ao chão, no entanto ele atira-lhe com uma faca no ombro, penso que deve ter sido de raspão, logo o corte não deve ter sido nada de muito profundo. Vou a correr em socorro dele, nesse momento o Dylan parece sentir e manda-me uma faca que acerta no joelho, dói imenso. Eu baixo-me e deitada, a tentar levantar-me, ele vem na minha direção e eu levanto-me com imenso esforço.

—Impressionante a tua capacidade de ainda lutar quando sabes que a morte está prestes a chegar - o Finnick está no chão e ele já me tinha atirado de volta, pegando numa faca e pondo-me perto do pescoço.

—Isso! Mata-me! Dá-me esse prazer, de conhecer a morte! Já mataste imensa gente, mais uma morte na lista não fará a diferença. Tira-me este peso de cima! Afinal, a vida causa muito mais sofrimento do que a morte, tu saberias se a Katniss fosse tua mãe, se o teu pai não fosse tão imprestável ao ponto de nem se voluntariar para os Jogos como ela fez, como eu fiz, como o meu pai fez, como tu farias! - ele parece estar irritado e levanta a faca, manipulei-o. Ele ajuda-me a levantar, isso surpreende-me, há um truque, mas eu tenho outro, o Finnick está para se levantar quando eu lhe faço sinal para entrar no meu jogo. - Pensando bem, podíamos até divertirmo-nos um pouquinho mais, que tal matar o Finnick primeiro?

—Eu pensei... - eu interrompo.

—Todos pensaram, mas pensaram todos mal. Achas mesmo? - vejo felicidade e satisfação estampadas na cara dele, então um tridente voa e acerta-lhe no peito, ele cai e morre de imediato. O canhão toca e o Finnick vem ter comigo.

—És brilhante - elogia-me. Abraçamo-nos e é naquele momento que caio na real sobre o que isto significa. - Eu não te vou fazer...

—Para! - interrompo-o, quando ele pega numa faca e corro para ele.

—Só um pode sair vencedor! - nesse momento lembro-me de uma frase que o tio Haymitch costuma dizer.

—Não há vencedores, apenas sobreviventes - ele olha para mim. - Não quero sobreviver, não sem ti, não me peçam isso!

—Willow, pousa isso! - eu pego numa faca e aponto para mim. - Tu tens que sobreviver, não eu! Os teus pais precisam de ti!

—Os meus pais têm o meu irmão, o Haymitch, têm-se um ao outro, não vão ficar sozinhos. A tua avó sim, ela precisa de ti! Ela criou-te, cuidou de ti sempre, desde que nasceste! Ela perdeu o teu avô, ela perdeu o pai, não a deixes perder-te a ti também, é demasiado dor para ela! - tento fazê-lo ver a razão.

—Não dá - ele beija-me e pega na faca, eu faço o mesmo e quando vamos espetar a arma, houve-se uma voz.

—Parem! Declaro aqui os vencedores da 99ª Edição dos Jogos da Fome, Willow Everdeen Mellark e Finnick Odair - eu abraço-o e deixo a faca cair.

—Acabou? - perguntei.

—Acabou! - beijamo-nos e abraçamo-nos.

Finalmente, os Jogos acabaram finalmente, não há ninguém que possa mudar isso, fomos declarados vencedores!

Continua...