The Diary Of A King Off The Armature

Relembrar uma e viver a outra


20 de Abril de 1189 – campo de batalha

Retornei para treinar para a batalha, estou aprendendo golpes novos e usando cobaias, nós as buscamos um dia por semana e todas as noites, nós as decapitamos, estou aprendendo a controlar a minha nova força.

Estou começando a minha transformação, ficando corcunda, unhas cada vez mais compridas, pés crescendo, cabelo caindo, eu realmente estou virando um monstro, porém, um monstro poderoso e forte.

Todas as pessoas, quando são usadas de cobaias, são soltadas na floresta, enquanto acham que estão livres, eu corro atrás delas, assustadas, elas disparam, correm o mais rápido que podem, até que param, coitadas, ficam cansadas, e isso torna tudo mais fácil para mim.

É só esperar o momento que ela para e começa a olhar ao redor, assustada, pedindo para que não a machuquem, implorando pela sua vida. Faço um pouco mais barulho para a brincadeira ficar boa, ela se assusta mais e mais, ficando com o coração na boca.

Me aproximo lentamente, sem emitir barulho, quando de repente, a vítima ouve um barulho no lado direito, um vulto do lado esquerdo e no fim, eu apareço na sua frente. Minhas garras preparadas para segurar o pobre ser humano, quando finalmente o faço e a levanto com apenas uma das mãos, com a outra livre, eu corto o rosto do ser em meu poder, faço cortes profundos em seu peitoral.

Depois de muito vê-la sofrer e de seu sangue escorrer por todo o meu braço, minhas unhas encontram o seu pescoço, fazendo-lhe um corte tão profundo, que sua cabeça parece uma peça de encaixar, com apenas uma puxadinha, a cabeça do decapitado sai completamente.

Quando volto para o acampamento com o corpo do morto em mãos, eles percebem que demorei e me dão bronca, mas como não caço e mito menos tenho humanos como refeições por um bom tempo, alguma diversão deveria ser liberada.

Me recordo de um dia onde a caçada ao humanos foi feita, eu possuía o desafio de não usar as minhas garras para arrancar a cabeça da mulher que eu estava caçando, encontrei um machado e segurando com uma das mãos o machado atrás da cabeça, pronto para cortar qualquer coisa que aparecesse em minha frente.

Quando finalmente achei o humano de sexo masculino, ele estava tentando se esconder atrás de uma grande pedra, que se localizava entre três arvores.

Cheguei de fininho por trás, o machado pronto em minhas mãos e, quando faço barulho para que a espécie olhe para mim, foi isto mesmo que ele fez, e lançou um olhar suplicante, mas não disse nenhuma palavra, apenas foi se abaixando de vagar e, quando se ajoelhou, eu desci o machado.

A lâmina pegou bem ao centro de seu crânio, rachando-o ao meio, sangue espirrou para todos os lados, minha roupa ficou cheia de respingos do sangue do homem, e quando ele caiu sobre a grama verde, parecia que alguém tentara tingir a grama de vermelho, mas havia falhado.

Fiquei ali, observando o homem, deitado inconsciente na grama, com o machado ainda cravado no meio de sua cabeça, o olhar suplicante ainda em seu rosto. Fiquei pensando por um instante que aquele homem tinha família e provavelmente filhos, mas logo afastei este ridículo pensamento da cabeça e voltei para a cabana com o homem em meus braços, como fiz e farei com todos que eu matar.