The Death Of Me

I wanna steal your innocence.


I wanna steal your innocence.
Eu quero roubar sua inocência.

Damon virou-se de frente para a porta, tentando esconder Elena com o próprio corpo. Com uma das mãos, ele pegou a blusa dela que estava sobre o mármore da pia e esticou-a para Elena, que vestiu-a rapidamente, sem tirar os olhos da pessoa que estava na porta, totalmente sem jeito.

Nick deu um passo para trás, igualmente constrangido.

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- Eu... Eu... Eu não queria atrapalhar... Me distraí, achei que era o masculino... – ele foi falando de forma entrecortada, nervoso. – Eu... vou embora.

- Não! – Elena exclamou alto demais, logo controlando-se. – Não, Nick. Entre e feche a porta. Nós precisamos conversar.

- Eu... Tá bom. – ele hesitou um pouco e depois fechou a porta, ficando a uma boa distância dos dois.

Damon observava a cena em silêncio enquanto Elena descia do balcão.

- Stefan não pode saber disso... De jeito nenhum... – ela murmurava enquanto passava as mãos nos cabelos, pensativa. Nick não parecia ser uma má pessoa, mas ela o conhecia muito pouco para poder ter certeza de que ele manteria o segredo. Então ela virou-se para Damon com determinação. - Você sabe o que fazer.

Damon concordou com a cabeça lentamente e deu uns passos na direção do garoto, que, apesar de ter a mesma estatura de Damon, se afastou assustado, até bater com as costas contra a parede fria. Damon aproveitou e parou a poucos centímetros dele, os olhos fixos nos de Nick.

- Você veio até o vestiário, ele estava vazio, e então você foi embora. – a voz de Damon era suave mas firme, e Nick nem piscava diante dele. - Entendeu?

- Eu fui até o vestiário, ele estava vazio, eu fui embora. – Nick repetiu automaticamente, como um robô.

- Muito bem. – Damon disse com paciência, como se falasse com uma criança. – Agora vá embora.

Nick deu meia volta e caminhou sem pressa até a porta, fechando-a ao passar. Elena, que permanecera em silêncio observando a cena, explodiu.

- Eu falei, Damon! Eu falei que era perigoso, que alguém poderia nos ver! – ela exclamou com raiva, pegando o seu sutiã que Damon deixara no balcão e enfiando-o sem cuidado nenhum dentro da mochila, colocando-a sobre o ombro.

- Elena, relaxa. – Damon disse com a sobrancelha erguida enquanto a observava. – Esse garoto não vai se lembrar de mais nada.

- Nick não. Mas poderia ter sido Stefan! – ela continuou exclamando enquanto se dirigia até a porta. – Não quero mais que você apareça por aqui, entendeu bem? - Damon fez uma careta pra ela e Elena abriu a porta, pronta para ir embora.

- Elena, você está fazendo tempestade em copo d’água. – ele disse com tédio, apoiado na parede e observando-a.

- Talvez. Mas se Stefan descobrir sobre isso... – ela nem conseguia imaginar como seria. Elena balançou a cabeça e saiu, murmurando antes de bater a porta. – Tchau, Damon.

Naquela noite, Elena, sem ter o que fazer, resolveu aparecer na casa de Stefan de surpresa. Ela estacionou o carro em frente à casa e então tocou a campainha. Uma música animada vinha lá de dentro, e Elena franziu a testa. Quando Damon abriu a porta, o barulho ficou ainda mais alto.

- Elena... – ele disse com um sorriso de canto, apoiando-se na porta. – A que devo a sua visita?

Ela observou-o com a sobrancelha erguida; a camisa preta dele tinha alguns botões abertos, e seus cabelos estavam bagunçados. Quando ele sorriu mais abertamente, Elena pôde notar uma presa coberta de sangue.

- Stefan está? – ela perguntou com certa frieza, e Damon balançou a cabeça.

- Você acha que se ele estivesse eu estaria fazendo uma pequena festinha? – Damon riu com desdém.

- Onde ele está? – Elena perguntou, ignorando o comentário de Damon. Ele deu de ombros, dizendo que não sabia, no mesmo momento em que uma garota surgiu por trás dele, passando os braços pela sua cintura.

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- Você vai demorar? – ela perguntou manhosa, fazendo bico, e então olhou para Elena, sorrindo. – Temos uma nova convidada?

Elena não sorriu de volta, notando com desgosto o estado da garota: ela usava apenas uma blusa e sua calcinha, e sua coxa estava toda cheia de sangue, com as marcas das presas de Damon perto da virilha.

- Não quero estragar a festinha particular de vocês. – Elena disse com um sorriso irônico.

- Tem certeza de que não quer participar, Elena? Você seria muito bem-vinda. – Damon disse com malícia, envolvendo a cintura da garota. – Não é, querida? – ela fez que sim com a cabeça, passando a mão pelo peito descoberto de Damon com um sorrisinho de canto.

- Não, obrigada. – Elena respondeu com desprezo, se afastando da porta. – Vou achar Stefan e mandá-lo dormir lá em casa. Assim ele não atrapalha vocês. – ela sorriu irônica novamente e então caminhou até seu carro, pisando firme. Ao entrar fechou a porta com força, ligando-o e afastando-se da casa o mais rápido que pôde.

Ela queimava de raiva por dentro enquanto dirigia pelas ruas escuras de Mystic Falls. Ela sequer tentava explicar para si mesma o motivo da irritação, apenas deixava aquilo borbulhar dentro de seu estômago. Enfiou a mão no bolso e tirou o celular, discando o número de Stefan. Chamou por vários segundos e nada, então ela bufou com raiva, deixando uma mensagem.

- Onde você está? Quando ouvir isso, vá até a minha casa. Não se preocupe, não houve nada, só estou louca para te ver. – ela desligou e jogou o telefone no banco.

Então Elena soltou um grito e freou rapidamente, notando o corpo que atravessava a rua bem à sua frente. Ela buzinou com força e abriu a janela pra xingar a pessoa quando a luz do carro iluminou-a, e ela notou que era Nick parado ali.

- Nick! – ela exclamou enfiando a cabeça para fora da janela. – Foi mal, eu não tinha visto você!

Ele se aproximou dela sorrindo, mas com uma expressão assustada.

- Mal me conhece e já quer me matar, Gilbert? – ele perguntou rindo, com a mão sobre o coração.

- Sinto muito, mesmo! O que você está fazendo aqui essa hora?

- Estava indo ao Mystic Grill, me falaram muito bem de lá. – ele deu de ombros.

- Entra aí, eu te levo.

- Não, Elena, não quero incomodar... – ele recusou rapidamente, balançando a cabeça.

- Eu quase atropelei você. Deixe eu me redimir! – Nick riu e depois confirmou com a cabeça, dando meia volta e entrando no carro.

- Onde você estava indo? – ele perguntou enquanto ela acelerava e virava numa rua, tomando outra direção.

- Tinha ido até a casa de Stefan, mas ele não estava lá. – ela deu de ombros.

Logo os dois chegaram ao Mystic Grill. Eles entraram e pegaram uma mesa próxima ao bar vazio.

- Então, o que você achou do primeiro dia de aula? – Elena perguntou logo que se sentaram, tentando ver se ele se lembrava de alguma coisa que não deveria.

- Ah, foi... normal. As pessoas me olharam muito. – ele disse com uma risadinha desconfortável.

- Elas costumam fazer isso por aqui... Sabe, cidade pequena. – Elena revirou os olhos e riu um pouco.

- Você foi a pessoa mais legal que eu conheci em Mystic Falls. – ela sorriu sem jeito, desviando o olhar brevemente. – Aliás, se me permite dizer, Elena, você é muito mais legal do que muitos em Chicago também.

- Você está exagerando! – ele negou com a cabeça enquanto ela ria e fazia um gesto com a mão, mandando-o esquecer. – Você está sentindo falta de lá? Com certeza deve ser uma vida bem mais agitada do que a vida daqui.

- Ah, com certeza... Mas eu nunca fui muito fã daquela vida corrida, para ser sincero. Acho que vou me dar bem aqui, então. – Elena sorriu para ele e franziu a testa quando ele se levantou. – O que você quer beber? Uma cerveja também?

- Nós não podemos beber ainda, Nick. Não sei em Chicago, mas em Mystic Falls isso é bem controlado.

- Observe e aprenda. – ele disse com uma risada convencida, se afastando na direção do bar. Ele se apoiou nele e chamou o barman, que sem demora lhe deu duas cervejas. Nick voltou para a mesa com um sorriso vitorioso, oferecendo uma para Elena.

- Como você fez isso? – ela perguntou rindo enquanto aceitava.

- Bem, todo mundo sempre diz que eu pareço mais velho. Às vezes isso pode ser útil. – ele ergueu sua garrafa, esticando-a na direção de Elena, e os dois fizeram um brinde, rindo.

- À sua vinda a Mystic Falls, Nick. – ele sorriu e bebeu um longo gole, imitado por ela.

Quando sua cerveja estava quase terminando, Elena viu, por cima do ombro de Nick, justo quem ela não gostaria de ver. Damon entrou no Mystic Grill com uma garota de cada lado, abraçando-as pelos ombros e com uma aparência de bêbado. Só quando ele passou perto da mesa foi que ele notou a presença de Elena, trocando um longo olhar com ela, que fez força para virar o rosto e bufou.

- Eu notei esse olhar... – Nick disse rindo e observando Damon. – Quem é esse?

- Damon Salvatore, meu cunhado. – ela pronunciou a última palavra com desgosto, revirando os olhos.

- Você não me parece muito fã dele. – Nick falou ainda rindo, tomando o último gole da sua cerveja.

- Não é muito difícil de notar o porquê. – ela falou enquanto observava Damon com a sobrancelha erguida, uma expressão irritada no rosto.

- Relaxa, Elena. – Nick disse sorrindo. – Vou buscar mais uma cerveja.

Ela confirmou com a cabeça e desviou os olhos de Damon. Foi quando seu celular vibrou no seu bolso traseiro, assustando-a. Elena pegou-o e sorriu ao ver que era Stefan.

- Onde você está? – ele perguntou prontamente, preocupado. – Eu estou aqui na sua casa.

- Ah, desculpa! Eu acabei mudando de planos no meio do caminho e não avisei.

- Onde você está? Quer que eu vá aí? – ele perguntou mais calmo.

- Eu estou no Mystic Grill, mas não. Eu vou até aí, é melhor. Me espere, OK?

- Certo. Eu te amo. – Elena sorriu e falou antes de desligar.

- Eu também, Stefan.

- Stefan? – perguntou Nick enquanto sentava com mais duas cervejas.

- Pois é... Eu vou ter que ir encontrá-lo. Foi mal pela cerveja. – ela apontou para as duas garrafas na mão dele.

- Não tem problema, eu bebo as duas. – Elena riu e balançou a cabeça.

- Não quer carona?

- Não, eu vou caminhando depois. Fica tranquila. – Nick sorriu para ela enquanto ela se levantava. – Obrigado pela companhia, você faz eu me sentir menos sozinho por aqui.

- O prazer é meu, Nick, foi ótimo. Boa noite. – ela sorriu de volta e então se dirigiu à porta, segurando-se para não olhar na direção de Damon, mas sentindo o olhar dele queimando a sua nuca.

Stefan acabou passando a noite na casa de Elena, só indo embora pouco antes da hora do colégio para buscar suas coisas em casa. No primeiro tempo os dois já se encontraram novamente, pois tinham aula de física juntos. Almoçaram juntos, também, mas com a companhia de Caroline, que ficou reclamando sem parar sobre a má organização do próximo evento social do colégio.

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Quando o último sinal tocou, no entanto, Elena não achou Stefan. Acabou indo sozinha até o estacionamento, entrando no carro e largando a mochila no banco ao lado. Levantou os olhos para o espelho retrovisor, para dar ré e sair da sua vaga, mas quase gritou ao encontrar outro par de olhos no reflexo.

- Merda, Damon! – ela exclamou irritada, virando-se para o banco de trás.

- Olá para você também, Elena. – ele disse com calma, com aquele seu sorriso típico, irritando-a ainda mais.

- Quando é que você vai parar de aparecer assim? – ela perguntou com repreensão na voz, tentando controlar seu coração que batia acelerado pelo susto. – Ontem mesmo eu mandei você ficar longe desse colégio!

- E você não chegou a acreditar que eu realmente ficaria longe, não é? – ele deu uma risadinha.

- Fui idiota de acreditar. – Elena bufou e virou-se para frente, observando algumas pessoas que passavam. Por sorte os vidros eram escuros demais para que pudessem enxergar para dentro. – O que você quer aqui? – ela perguntou mais calma, mas ainda fria.

- Não gosto daquele garoto. – Damon comentou ao ver Nick passar a alguns metros, ignorando Elena.

- Duvido que ele seja pior do que você. – ela disse revirando os olhos, ainda sem olhar para trás.

- Você já viu o jeito como ele olha para você? – Damon perguntou com certa indignação, mas depois soltou uma risada arrastada. – Acho que Stefan precisa começar a se cuidar. Tem mais um na disputa agora.

- Nick é só meu amigo. E você fala como se isso fosse um jogo. – Elena falou com desgosto, virando-se para Damon novamente. – O que você quer? – ela repetiu firme.

- Ver você. – Damon respondeu como se fosse óbvio, dando de ombros.

- E por quê? Tenho certeza que aquelas garotas de ontem têm sangue o suficiente para você. – ela deu um sorriso irônico.

- Eu não quero seu sangue. – ele fez uma careta e então se corrigiu. – Não só o seu sangue.

- Tanto faz, elas ainda podem dar a você o que quer de mim. – Elena se virou e ligou o carro. – Vá embora, eu quero ir para casa.

Subitamente ela sentiu um arrepio percorrer toda sua coluna vertebral; não percebera o movimento de Damon, que se aproximara e tinha a boca próxima ao ouvido de Elena e os dedos roçando a pele do pescoço dela.

- Elas não são você. – ele sussurrou bem baixo, ao pé do ouvido dela, que se esforçou para parecer firme.

- Não acho que isso faça muito diferença para você, Damon. - o esforço foi inútil, pois a voz dela saiu fraca.

- E eu acho que alguém por aqui está com ciúmes... – ele deu uma risadinha ainda bem perto da orelha dela e segurou os cabelos dela, afastando-os para o outro ombro e deixando um lado do pescoço de Elena todo à mostra.

- Ciúmes? De você? – Elena deu uma risada irônica, que ficou entrecortada no momento em que Damon tocou-lhe o pescoço com os lábios bem de leve.

Ele não respondeu mais nada, apenas deslizou os lábios por toda a extensão do pescoço dela, dando-lhe alguns beijos úmidos e demorados. Elena não segurou um suspiro, mas então pareceu acordar; inclinou o corpo para frente, afastando-se do toque dele.

- Não seja ridículo, Damon. Eu não teria ciúmes de você.

Elena sentou-se corretamente e deu ré com o carro, saindo do estacionamento do colégio. Damon só deu uma risadinha descrente e então voltou a se escorar no banco traseiro.

- Onde nós estamos indo? – ele perguntou depois de um tempo.

- Vou lhe deixar em casa, e depois tenho coisas melhores para fazer. – ela respondeu fria.

- Se você se refere a Stefan, ele não estará disponível hoje. – Elena olhou Damon pelo espelho retrovisor com a sobrancelha erguida. – Ah, ele lhe deixou um bilhete. Vai dormir no Matt para ajudá-lo a estudar para alguma matéria inútil. Stefan fazendo amiguinhos humanos. – Damon esticou-se e largou um pedaço de papel no colo de Elena. – Sinceramente, às vezes acho que meu irmãozinho parou em 1864. Um bilhete? – ele deu uma risada debochada. – Ele deixou uma flor também, mas dessa eu já me livrei.

- Damon! – Elena repreendeu-o irritada enquanto abria com uma mão o bilhete que confirmava o que Damon dissera.

Ela estacionou na frente da casa dos Salvatore logo depois e virou-se para trás.

- Pronto, agora desça e me deixe em paz.

- Não vai descer também? – ele perguntou com um sorriso de canto. – Caso você não tenha se dado conta, eu tenho a casa toda para mim hoje.

- Faça o mesmo que ontem, então. – Elena respondeu com desdém, voltando a olhar para frente. – Tchau, Damon.

- Você quem sabe, Elena. – ele deu de ombros e saiu do carro, mas não sem antes aproximar-se dela e beijar-lhe o pescoço rapidamente.

Ela ficou ali parada, sem acelerar, imagens de Damon com aquelas garotas na noite anterior piscando na sua memória. Aquele mesmo sentimento que queimava por dentro brotou nela, ao mesmo tempo em que as palavras dele ecoaram na mente dela sem que ela quisesse: “Elas não são você.

Então, sem raciocinar direito sobre o que estava fazendo, Elena tirou a chave da ignição, desligou o carro e desceu. Damon já estava prestes a fechar a porta da casa quando ela cruzou o jardim quase correndo. Quando os olhares dos dois se encontraram, ela parou por um instante que pareceu longo demais, em que os dois ficaram apenas se encarando, um entendimento mútuo se formando. Depois ela venceu a distância entre eles e seus lábios se grudaram ali mesmo, na entrada da casa.

De forma um tanto descoordenada e sem afastarem-se um do outro, eles entraram na casa e Damon fechou a porta com o pé, pressionando o corpo de Elena contra ela. Elena passeava as mãos por baixo da camisa de Damon, arranhando-lhe as costas com as unhas, enquanto ele segurava-a pelo rosto com as duas mãos, os lábios apertados contra os dela.

Eles se beijaram daquela forma urgente por um tempo, até que ambos estavam sem fôlego para continuar. Eles se afastaram lentamente, respirando fundo, seus olhares fixos um no outro. A mente de Elena trabalhava rapidamente, tentando entender o que a fizera sair do carro. Parte dela dizia que deveria ter ido para casa, mas a outra parte estava contente por estar ali nos braços de Damon.

Ele olhou-a demoradamente e depois selou os lábios nos dela sem pressa, puxando-a pela mão para a sala. Elena sentou-se no sofá enquanto ele se afastava para a mesa onde deixava todas as suas bebidas.

- Você está com fome? – ele perguntou subitamente, sem olhá-la.

- Eu... Um pouco. – Elena respondeu pega de surpresa, sentindo-se um tanto desconfortável e não sabendo explicar o motivo.

- O que você quer que eu cozinhe? – Damon perguntou enquanto se aproximava dela com uma taça de vinho em cada mão.

- Desde quando você cozinha? – ela aceitou a taça que ele lhe oferecia.

- Já lhe disse, Elena, existem muitas coisas que você não sabe sobre mim. – Damon deu um sorrisinho de canto e ela não pôde deixar de sorrir também, levando a taça aos lábios. – Vou fazer uma massa... Você gosta de massa, não é? – ele perguntou antes de tomar um gole do seu vinho também.

- Quem não gosta de massa? – Elena perguntou rindo. Damon fez um gesto com a cabeça, concordando, e foi na direção da cozinha.

Ela ficou ali sentada, observando o ponto onde ele desaparecera e tentando controlar seus sentimentos. Naquele momento, eles estavam mais confusos do que nunca. O que ela estava fazendo ali? E por vontade própria?

Sem querer ficar sozinha com eles, Elena levantou-se e seguiu Damon. Parou na porta e observou-o ligando o fogão e colocando água numa panela para esquentar, e logo em seguida pegando alguns legumes na geladeira e começando a cortá-los. Ela sorriu.

- Por que vocês guardam toda essa comida em casa? – ela perguntou curiosa, cruzando a cozinha e sentando-se numa cadeira em frente a uma pequena mesa de madeira.

- Stefan tentando agir como humano. – Damon deu um sorriso irônico e olhou para Elena, sem parar de cortar os legumes. – Vampiros podem comer, você sabe. Claro que não é o mesmo que beber sangue, mas ainda assim é muito bom. – ele deu de ombros e voltou a olhar para o que estava fazendo.

Elena deu uma olhada ao redor e notou um caderno grosso, com uma capa de couro marrom, pousado em cima do balcão da cozinha. Ela deixou a taça na mesa e foi até lá, pegando-o na mão.

- O que é isso? – perguntou enquanto o abria. Na primeira página estava escrito o nome Giuseppe Salvatore.

- Diário do meu querido pai. – Damon respondeu com ironia enquanto colocava um pouco de massa na água fervente. – Me dê ele aqui. – ele se aproximou alguns passos dela, com a mão estendida.

- Por que eu daria? – ela perguntou rindo e folheando algumas páginas. – Estou curiosa.

- Vamos, Elena, dê ele aqui. – Damon continuou se aproximando mais com a mão erguida, nenhum sorriso no rosto agora.

- Por que você o quer tanto? Só está deixando-o mais interessante. – Elena ainda ria, e então cerrou os olhos para Damon e saiu correndo com o diário na mão.

Ele bufou e foi atrás dela. Não precisou de mais de alguns segundos para prensar Elena contra a parede da pequena biblioteca da casa, para onde ela tinha fugido.

- Me devolva. – Damon falou com a voz baixa e controlada, mas uma expressão um tanto ameaçadora. Elena ergueu a sobrancelha.

- Qual é o problema, Damon? O que quer que esteja escrito aqui, não pode ser assim tão ruim. – Damon encarou-a brevemente e então se afastou, dando de ombros, ainda sério.

- Ótimo. Leia, então. – ele caminhou de costas até se apoiar na parede oposta e cruzou os braços.

Elena, vitoriosa, abriu em uma página qualquer e começou a ler em voz alta: “Andei colocando verbena na bebida de Stefan, tentando protegê-lo daquela assassina. Pobre Stefan, é tão inocente! Veio com uma história de que nem todos os vampiros são maus... Aquela mulher certamente está mexendo com a cabeça dele, e ele sempre tão disposto a ver o bem nos outros. Ah, já Damon... Tenho certeza de que ele está muito ciente da natureza assassina dela. E de que ele ficará do lado deles na hora da captura. Maior desgosto que um filho poderia me dar... Assim que tiver a chance, vou matá-lo com as minhas próprias mã...”

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Elena calou-se no meio da frase, fechando o diário, incapaz de falar alguma coisa. Ela jogou-o na poltrona mais próxima e ergueu o olhar lentamente para Damon. Ele lhe deu um sorriso frio e então saiu da biblioteca. Ela ficou alguns segundos parada, sem reação, e depois o seguiu.

Encontrou Damon na cozinha, mexendo em algumas panelas, de costas para ela. Elena se aproximou em silêncio, sabendo que ele a ouviria mesmo assim, e passou os braços ao redor da cintura dele, abraçando-o por trás. Ele ficou imóvel, seu corpo rígido por um tempo, até que ele começou a relaxar lentamente.

- Sempre o Damon malvado. – ele sussurrou irônico e deu uma risadinha abafada. – Sempre o Stefan perfeitinho.

Elena não falou nada, apenas deu um beijo no ombro dele e permaneceu abraçando-o enquanto ele terminava de cozinhar a janta dos dois. Ela fechou os olhos, ouvindo as palavras que lera ecoando em sua mente, provocando-lhe um sentimento estranho. Pena.

Ela sentia pena de Damon. A face verdadeira por trás de tudo, por trás de toda aquela personalidade, era a de um homem mal compreendido, rejeitado. De alguma forma ela compreendia, de alguma forma sentia compaixão por ele. No final do dia, não era culpa dele.

O celular no seu bolso acordou-a do transe. Elena se afastou de Damon para atender.

- Stefan?

- Hey, Elena! Só para me certificar que você recebeu meu bilhete. – ela lançou um olhar para Damon, que sorriu de forma corrompida.

- Recebi, sim. Tudo certo aí com o Matt?

- Tudo. Você está em casa?

- Estou. – ela respondeu mordendo o lábio inferior, tentando permanecer firme.

- Ótimo. Tenha uma boa noite, OK? Eu te amo.

- Bom estudo pra vocês. Eu também te amo, Stefan. – ela desligou o celular e voltou a guardá-lo no bolso.

Damon, que espalhava sobre a massa o molho que fizera com os legumes, deu uma risada maliciosa.

- Você está ficando boa em mentir, Elena. – ela bufou para o comentário dele e se afastou para arrumar a mesa.

Cerca de uma hora depois, Elena estava atirada na cadeira, a taça de vinho quase vazia na mão.

- Estou prestes a explodir, Damon. – ela disse entre risadas.

- Pelo jeito minhas habilidades culinárias foram aprovadas. – ele riu enquanto servia mais vinho para os dois e ela confirmava com a cabeça. – E agora você lava a louça.

- Ah, qual é? Você é um vampiro! Lava em cinco minutos o que eu precisaria de meia hora para fazer.

Ele olhou para ela com os olhos cerrados, mas rapidamente um sorriso corrompido surgiu em seu rosto. Elena ergueu a sobrancelha enquanto ele levantava-se e recolhia os pratos, levando-os até a pia. Ele ligou a água e colocou tudo embaixo dela, procurando uma esponja no balcão.

- Me traga o resto aqui, pelo menos. – ele resmungou enquanto começava a esfregar os pratos. Elena levantou-se, pegou as taças e levou-as até a pia.

Então, mais rápido do que ela pôde acompanhar, um monte de água voou na direção dela, acertando sua blusa. Ela deu um gritinho histérico e olhou com raiva para Damon, que ria maliciosamente. Elena olhou para baixo e notou que a sua blusa branca, molhada, deixava totalmente à mostra o sutiã vermelho que ela usava por baixo.

- Damon! – ela xingou-o enquanto dava tapas no braço dele, que ria indiferente, sem sentir nem cócegas.

Ele desligou a água e segurou-a para que ela parasse de bater nele. Aproximou o rosto do dela e falou com a boca a alguns centímetros da de Elena.

- Acho melhor nos livrarmos disso antes que você fique doente... – a expressão era inocente, mas a voz estava carregada de malícia. Rapidamente ele arrancou a blusa dela, que não reclamou. Pelo contrário, desceu as mãos pelo peito dele, abrindo todos os botões da camisa e depois subindo as unhas pela pele dele, arranhando o seu abdômen.

Damon deixou a boca apenas roçando na dela, sem beijá-la de fato, apenas para provocá-la. Elena, sem paciência, segurou-o pelos cabelos e grudou os lábios nos dele, invadindo-os com a língua e começando um beijo cheio de desejo. Ele retribuiu da mesma força, envolvendo o corpo dela com os braços e pressionando-o contra si mesmo. Um tanto desajeitados, e sem quebrar o beijo, eles saíram andando pela cozinha até alcançarem a porta para a sala. Damon segurou Elena pelo quadril e a puxou para o próprio colo; ela envolveu a cintura dele com as pernas, se firmando, e encheu-o de beijos no pescoço enquanto ele atravessava a sala e subia as escadas numa velocidade incrível. Quando chegaram no quarto dele, Damon colocou-a no chão, e ela não demorou para se livrar da camisa já aberta dele.

Ele empurrou-a contra a escrivaninha que estava no meio do caminho entre a porta e a cama, e, voltando a beijá-la com uma urgência que ela nunca sentira nele, arrancou o sutiã de Elena com habilidade. Ela mordeu o lábio inferior dele, sem conseguir se controlar, ao sentir as mãos dele sobre seus seios.

Sem querer afastar os lábios, eles cambalearam até a cama, caindo deitados nela. Damon ficou por cima de Elena, ajeitando-se entre as pernas dela, suas mãos passeando por todo o corpo dela. Foi ela quem parou o beijo, precisando de ar, e ele aproveitou para descer a boca pela pele dela, beijando-lhe o pescoço, o ombro, e o peito, até chegar nos seios. Segurou um deles com a mão e se demorou nele, sentindo o mamilo de Elena se eriçar sob o toque de seus lábios.

Ela deslizou as mãos pelo corpo dele até alcançar a calça. Rapidamente abriu o botão e o zíper, abaixando-a um pouco, deixando Damon tirar o resto com os pés. Ele não se demorou em tirar a calça dela também e deixá-la só de calcinha.

As respirações pesadas e entrecortadas dos dois poderiam ser ouvidas do andar debaixo, enquanto os pequenos suspiros e gemidos que Elena soltava ao pé do ouvido de Damon o deixavam louco.

Quando eles se livraram das roupas que restavam, Damon segurou Elena pelo quadril e rapidamente os corpos dos dois eram um só. Elena inclinou a cabeça para trás, suspirando, e ele não resistiu, afundando as presas na pele do pescoço dela. Ela deu uma pequena ofegada, mas logo relaxou, cravando as próprias unhas na nuca dele.

O corpo de Damon movia-se contra o dela enquanto ele segurava o quadril de Elena erguido, grudado no seu. As presas dele no pescoço dela, em vez de lhe causarem uma sensação de dor, pelo contrário, se misturavam ao prazer que ela estava sentindo e a faziam gemer várias vezes seguidas perto do ouvido dele.

Logo ele afastou os lábios cheios de sangue do pescoço dela e Elena puxou-o para um beijo, sentindo o seu próprio gosto na boca dele. Então ele levantou um braço, cortando-o com as próprias presas e oferecendo-o a Elena. Ela segurou-o depois de uma breve hesitação e então grudou a boca na pele de Damon, sugando o sangue dele lentamente e por algum tempo.

Depois ela ergueu o rosto para observá-lo. A partir daí, os olhos dos dois permaneceram grudados praticamente o tempo todo, com exceção dos momentos em que ela os cerrava com força e gemidos fracos escapavam de seus lábios levemente vermelhos.

Algum tempo depois ela tinha os cabelos negros espalhados sobre o peito de Damon, que já subia e descia de forma estabilizada. A mão dela brincava distraída no abdômen dele. Nenhum dos dois falou nada durante vários minutos, cada um absorto nos seus próprios pensamentos.

O primeiro a quebrar o silêncio foi Damon, que ergueu o queixo de Elena para poder enxergar o pescoço dela.

- Já está bem. Não me controlei e fiz um pouco mais de estrago nele do que deveria.

- Não doeu. – ela disse de forma suave, levantando os dedos para tocar o próprio pescoço. Ele sorriu um pouco.

- Posso te perguntar uma coisa? – Damon falou devagar e Elena virou-se na cama, ficando de barriga para baixo e apoiando o queixo no peito dele para poder olhá-lo.

- Você nunca responde as minhas perguntas, por que eu deveria responder? – ela deu um sorrisinho de canto, imitando-o, e Damon revirou os olhos.

- Por que você ficou? Por que você não foi embora depois que me deixou em casa, hoje mais cedo?

Elena olhou nos olhos dele por um bom tempo, a testa franzida, tentando encontrar dentro de si mesma a resposta para aquela pergunta que também a intrigava.

- Acho... que eu estava sentindo ciúmes. – ela deu uma risadinha meio constrangida.

- Sabia! – ele exclamou com superioridade e Elena deu um tapa no peito dele, rindo.

- Cala a boca, Damon.

- Com prazer. – ele disse com um sorrisinho, esticando o pescoço para conseguir alcançar a boca de Elena, beijando-a sem pressa.

Depois de alguns minutos eles se afastaram e Damon franziu a testa.

- Sabe, seu ciúme é egoísta. – Elena fez uma careta. – Você tem dois, Elena! – ele deu uma risada arrastada.

- É diferente. – ela disse emburrada, parecendo uma criança.

- Eu não posso beber todo aquele sangue de você, Elena. Faria mal. – ela olhou só com o canto do olho para ele, ainda emburrada.

- Para beber o sangue delas você não precisa levá-las para um bar, ou se livrar da roupa delas. – Damon não se agüentou e riu dela, balançando a cabeça. Recebeu mais tapas como resposta.

- Minha vez de perguntar. – Elena declarou depois de mais um tempo de silêncio. – Você pensa em Katherine quando está comigo? – ela perguntou um pouco hesitante.

Damon encarou-a por alguns segundos antes de responder.

- Você é idêntica a ela, Elena, e você sabe disso. No início, logo quando vim para Mystic Falls, era inevitável. Mas depois de ver vocês lado a lado, eu... Consigo separá-las muito bem.

Elena mordeu o lábio inferior e ficou em silêncio, observando-o. Damon passou uma mão pelos cabelos dela.

- Katherine está morta, Elena. E você está aqui. E você não é nada como Katherine.

- Aí que você se engana. – ela murmurou. – Eu estou aqui, com os dois Salvatore. Exatamente como Katherine.

Damon balançou a cabeça e rapidamente se moveu na cama, virando-se e prendendo Elena contra o colchão.

- Eu conheci Katherine. Ela era manipuladora, egoísta, vadia, assassina, maluca. Você não é nada como Katherine. – ele roçou a boca pelo rosto dela até alcançar os lábios e beijou-a delicadamente.

Quando Damon se afastou, Elena sorriu.

- Por que vocês, Salvatore, fazem isso ser tão difícil? – Damon riu e deu de ombros, assumindo logo uma expressão convencida.

- Eu sou a metade sexy e divertida da família.

Elena sorriu de canto, e, pegando Damon desprevenido, conseguiu se virar na cama e ficar sentada sobre as pernas dele. Ela deslizou as unhas pelo abdômen dele até logo abaixo do umbigo, e disse em voz baixa, rouca, se inclinando e dando um chupão no pescoço dele.

- Talvez...

Aquela noite foi longa.