The Boyfriend

Fazer tudo o que você mandar? Espera, o quê?


– Chegamos. - Nico disse parando a moto. Thalia tirou o capacete e olhou ao redor. Estavam num beco escuro e sujo e pararam na frente de um grande galpão velho.

– Onde estamos? - Perguntou, fazendo uma careta e descendo da moto. Nico deu de ombros.

– Onde meus amigos estão. - Ele respondeu. Thalia levantou as sobrancelhas e Nico riu. - Não aqui, dentro do galpão.

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Thalia deu de ombros, mas na verdade estava nervosa. Ela sempre teve a intuição de que Nico era drogado, mas nunca parou para pensar sobre seus amigos.

– Vamos lá, eles são legais. - Ele disse começando a andar. Thalia demorou alguns segundos antes de começar a andar atrás do garoto, que já estava alguns passos á frente.

Antes de abrir a portão, Nico parou e esperou a garota chegar perto dele.

– Ah, eu já sei o que você pode me dar em troca desse favor. - Ele disse. - Você vai fazer o que eu mandar, até que eu me canse disso.

E então abriu a porta e começou a andar novamente, deixando Thalia parada ali processando a informação. Quando finalmente caiu a ficha ela começou a correr atrás do garoto.

– Espera Nico! - Chamou. - Como você pode me pedir uma coisa dessas?

– Você disse que faria qualquer coisa que eu quisesse, voilá! - Ele respondeu calmo, então olhou para Thalia e revirou os olhos. - Depois nós falamos disso, se concentre em parecer que me ama.

Thalia bufou, mas fez o que o garoto disse. Nico se virou e pegou delicadamente a mão da garota.

"A mão dele é quente."

Thalia olhou surpresa para a mão que estava segurando a sua e pedindo para que seus dedos se entrelaçassem. Tinham passado praticamente o dia inteiro de mãos dadas e ela não tinha percebido esse detalhe.

– O que foi? - Nico perguntou.

– Nada. - Thalia saiu de seu transe e entrelaçou seus dedos. Nico sorriu para ela e começou a andar novamente, dessa vez lado a lado com a garota.

Ele abriu a porta do galpão e Thalia nao pode deixar de soltar uma exlamação de surpresa.

O interior do galpão não era nada parecido com o que Thalia imaginara. Ela pensara em algo sujo e fedido, mas na verdade era extremamente reconfortante.

As paredes era pintadas de várias cores - azul ali, amarelo aqui, vermelho ali - e cada cor tinham algumas coisas escritas, mas também tinha a parte do galpão que estava cinza-descascado. Tapetes diferentes e de várias cores estavam espalhados por todo o chão, dando um ar divertido ao lugar. Varias mesas estavam encostadas em uma das paredes, nelas haviam pratos, copos, garrafas de bebida e talheres. Também tinham vários sofás, puffs, almofadas gigantes, cadeiras e todos os tipos de assentos diferentes. A iluminação era engraçada, porque cada lâmpada era de uma cor diferente.

Várias pessoas estavam lá dentro - sentadas, de pé, deitadas - e todas falavam muito alto, por causa da música alta que também tocava. Ao contrário do que Thalia imaginara, não tinham apenas garotos ali, várias garotas estavam lá e pareciam extremamente confortáveis ali.

Nico puxou delicadamente Thalia para dentro, fechando a porta logo em seguida, e começou a andar por lá junto com ela. Enquanto andavam - ainda de mãos dadas - muitos olhavam para os dois como se fossem alienígenas, mas ninguém falou absolutamente nada sobre os dois.

Um garoto alto, de cabelos negros e olhos verdes que usava uma jaqueta do time da escola andou até eles, seguido de uma garota de cabelos castanhos e olhos negros que pareciam querer matá-la, o que não combinava nem um pouco com seu sorriso de deboche. O garoto abriu a boca para falar mas suspirou cansado e se virou.

– Dá para alguém abaixar essa porcaria, por favor? - Pediu o jogador e alguém desligou a música que tocava. - Obrigado.

– Hey! - Nico cumprimentou. - Cadê a cerveja? Esse lugar fica tão caído quando eu passo algum tempo fora!

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– Cale a boca di Ângelo! - A garota disse, cumprimentando-o com um aperto de mão engraçado.

– O que podemos fazer se você é o encarregado das bebidas? - O outro garoto perguntou, também cumprimentando Nico com o mesmo aperto de mão.

– É claro, aquele troço que você chama de organização, não é? - Nico perguntou revirando os olhos. - E você fez sua parte?

– O entregador deve chegar á qualquer momento com doze caixas de pizza. - O outro respondeu. Nico revirou os olhos mais uma vez.

– Eu estava ocupado e esqueci. - Admitiu. - Ligue para o mercado depois e peça.

– Vamos parar de blá blá blá. - A garota disse. - Vou fazer a pergunta que todos aqui querem saber, Nico: O que a Grace está fazendo aqui?

– Eu a convidei. - Nico deu de ombros. Ela revirou os olhos.

– Por quê? - O menino perguntou antes que a garota batesse em Nico.

– Eu faço isso com todas as minhas namoradas, não faço? - Nico respondeu/perguntou.

– O que quer dizer com isso, Nico? - A garota perguntou, mais interessada.

– Vocês ainda não sabem? - Perguntou o moreno. Os dois fizeram uma expressão confusa. Nico suspirou. - Thalia é minha namorada.

Ficaram parados de choque por um instante, então, de repente, a garota pegou Nico pelos ombros, fazendo-o soltar a mão de Thalia, e balançou-o.

– Que bicho te picou? - Perguntou. - Que macumba ela usou em você?

– Clarisse, me solta! - Nico pediu, mas ela não parou de balançá-lo. - Percy, me ajuda aqui, caramba!

– Clarisse, sacode mais para ver se sai, seja lá o que tenha aí dentro! - O garoto disse, ignorando Nico.

– PARA! - Nico gritou, se soltando das mãos da garota. - Merda, bagunçaram meu cabelo!

– Já estava bagunçado. - Ela resmungou. - Como assim namorando?

– Namorando, tipo namorando. - Nico respondeu. - Existe outro jeito?

– Isso é tão bizarro. - Percy disse. - Tem certeza que eu não estou sonhando.

– Deixa eu ver. - Clarisse disse, então deu um beliscão no pescoço de Percy, que gritou. - Não, você não está sonhando.

– Olha só, Nico, eu sei que você tem namoradas diferentes e tals... - Percy começou. - Mas a Thalia? Sério? Quero dizer, vocês se odeiam!

– Nós também nos odiávamos antes de sermos amigos, Percy. - Nico murmurou. Percy virou o rosto.

– Essa história de novo não! - Clarisse disse, então suspirou, tentando manter a calma. - Eu não acredito nisso.

Thalia se apavorou. As duas primeiras pessoas que eles tentavam conhecer já descobriam de cara? Era tão impossível assim eles se amarem?

– Você falou isso para minhas três namoradas anteriores! - Nico disse. - E eu não vou nem comentar sobre o seu namoro com o Chirs!

Clarisse passou a mão pelos cabelos, respirando pesado. Pelo jeito, ela não gostava de tocar nesse assunto. Suspirou.

– Eu continuo não confiando na garota. - Clarisse disse, então se virou para Thalia. - Seu eu souber que você está enganando Nico, que está fazendo ele sofrer, eu mesma acabo com a tua cara, entendeu?

– Não assuste ela assim desde o primeiro dia, Clary. - Percy disse, mas também tinha um olhar gélido para Thalia. - Nós nem nos apresentamos.

– Deixa que eu faço isso. - Nico se voluntariou. - Thals, esses são Clarisse La Rue e Percy Jackson, meus melhores amigos.

Thalia balançou a cabeça, sem jeito. Não conseguira convencer os melhores amigos de Nico, como iria convencer suas próprias melhores amigas, então?

– Ligue para o mercado, Nico. - Percy disse, saindo de perto deles. Nico pegou o celular e discou um número, então falou bem pouco e desligou.

– Eles já estão trazendo. - Nico disse. Clarisse assentiu e saiu de onde eles estavam também. - Poxa, eu queria que isso fosse um encontro divertido!

– Me desculpe, Nico. - Thalia disse envergonhada.

– Não, me desculpe você, eu não deveria ter te trazido aqui. - Nico murmurou. - Vem, é melhor irmos embora.

Ele pegou a mão de Thalia e a puxou até a porta, mas antes que pudessem sair, Nico sentiu uma mão em seu ombro e se virou.

– Oi Sil. - Nico abraçou a garota.

– Oi. - Ela disse. - Eu ouvi a conversa, só espere um pouco e eles se acostumam!

– É. - Ele concordou sem muita animação.

– Bem vinda Thalia. - Ela disse sorrindo. - Fiquem mais um pouco!

– Acho melhor não, Sil. - Nico respondeu, sorrindo.

– Por favor! - Silena pediu. - Eu não vou deixar ninguém fazer mal á Thalia. E você precisa conversar com Pers e Clary mais calmamente. Vá lá!

Nico sabia que não iria adiantar discutir com Silena e se deu por vencido. Olhou para Thalia.

– Tudo bem, por você? - Perguntou. Thalia sorriu.

– Claro. - Ela respondeu.

Nico deu um selinho na garota e saiu, agardecendo Silena. As duas garotas o viram se afastar entre as pessoas.

– Venha comigo, Thals. - Silena pediu. Thalia quase riu com o apelido repentino. - Quer alguma coisa para beber?

– Não, obrigada. - Thalia respondeu.

Andaram algum tempo em silêncio, mas pelo canto do olho Thalia podia ver o olhar que Silena lançava as pessoas que abriam a boca para debochar de Thalia. Chegava a ser engraçado como garotos grandes podiam calar a boca com o simples olhar daquela garota que parecia ser doce.

– Sabe, fico feliz que Nico arranjou alguém como você. - Silena disse. - Geralmente as namoradas dele são todas chatinhas e sem sal, fazem de tudo para agradá-lo. Você tem atitude, ele precisa de alguém assim. Que, apesar de tudo, proteja ele. Ele está muito acostumado com todos fazendo o que ele quer.

Thalia não sabia o que fazer, então apenas sorriu. Era estranho pensar que estava mentindo para ela.