The Best Thing Thats Ever Been Mine

You're annoying and that name is awful



Entrei em casa com minha mãe suspirando atrás de mim, acho que ela esqueceu que tem uma filha debilitada agora.


– Filha, seu pé está doendo? –Foi só pensar que a mãe super preocupada se lembra, é tipo mágica.

– Não mãe, obrigada por perguntar. –Subi as escadas com meu pai na minha retaguarda achando que eu iria rolar escada a baixo se não tivesse ninguém para apoiar minhas costas. Sinceramente, era melhor ser cuidada excessivamente assim pelo meu pai do que ver minha mãe feito uma adolescente apaixonada perto do meu namorado.

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Peguei a caixinha do filhote e deixei sobre a minha cama, fui ao banheiro tomei um banho quentinho, depois me vesti uma calça de moletom aveludado azul marinho que fazia minha bota ortopédica parecer um tênis super escroto, e uma t-shirt branca sem estampa.


Finalmente tive tempo para dar um jeito no meu cabelo, e como tinha lavado-o isso facilitou porque só precisei secar e dar um jeito nos cachos com o babyliss.


– Amorzinho... –Olhei para o lado enquanto desfazia meus cachos e minha mãe estava parada na porta. Se me chamou de “amorzinho” é porque quer alguma coisa, sempre assim. – Brinca um pouquinho com sua irmã? É que ela está sentindo falta dos amiguinhos da escola, então ela precisa de companhia.

– Pede pro papai brincar com ela, ele pode fazer o Ken, o namorado da Barbie. –Ela riu.

– Papai está cansado. Nós acabamos de chegar do trabalho, ou não percebeu? –Suspirei.

– Está bem... Eu brinco. –Rolei os olhos e minha mãe veio saltitante para me encher de beijinhos e abraços.

– Obrigada. Se houver algum problema, estou lá embaixo. –Com uma piscadinha ela sumiu do meu quarto e eu fui para o quarto da minha irmã segurando a caixa com o gatinho, Sophia permanecia com uma carinha triste mexendo na sua casinha de bonecas.

– Oi mana, posso brincar com você? –Seus olhinhos ganharam um brilho surpreendente e ela sorriu, mostrando seu mais novo dente permanente em crescimento.

– Pode, senta aqui. –Deu duas batidinhas no tapete rosa felpudo dela, me sentei e ela olhou curiosa para a pequena caixa nas minhas mãos. – O que é isso? –Quando apontou para a caixa, o filhote deu um pequeno miado e minha irmã me olhou assustada.

– É um filhotinho de gato. –Abri as abas da caixa e ela olhou dentro, o gatinho se mexia freneticamente nos panos.

– Tipo um bebê?

– Sim, é um bebê, só que sua mamãe é uma gata. –Sophia achava que os bebês eram as coisas mais frágeis do universo, sempre que eu não queria que ela mexesse na minha caixa de músicas, por exemplo, eu dizia que era tão frágil quanto um bebê, e ela nem tocava na caixa. Uma vez que minha tia trouxe meu primo recém-nascido para a minha casa, Sophia ficou com tanto medo de machucá-lo que nem dar um beijo na bochecha dele não quis. Fico imaginando como vai ser quando ela tiver um filho.

– Aaah, ele vai se machucar se eu fazer carinho? –Ri baixinho.

– Não, não vai. –Ela levou sua pequena mão até a cabeça do gatinho ruivo e afagou com cuidado. – Quer me ajudar a dar mamadeira para ele? –Me recordei que ele estava a algumas horas sem comer, e eu tinha que estabelecer um horário para que ele cresça saudável.

– Quero. –Um grande sorriso cresceu nos lábios dela. Retribui o sorriso e me levantei, indo em direção das escadas, Sophia me seguiu saltitando.


Fui até a cozinha e peguei uma seringa dentro do armário de remédios, peguei todos os ingredientes e comecei a misturá-los dentro de um copo, minha irmã ficava cuidando da caixa com o gatinho enquanto eu testava a “mamadeira”. Depois peguei o filhote e guiei a seringa até a sua boca, apertando para sair um pouco de leite para ele perceber que era a hora do lanche.

Algumas sugadas depois, dei ele para Sophia tentar amamentar, ela ficou morrendo de medo, mas mesmo assim conseguiu alimentá-lo com sucesso.

– É de quem esse gatinho? –Meu pai adentrou na cozinha, que droga, eu não havia avisado-os sobre o novo mascote da família.

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– É nosso. –Dei um sorriso inocente e ele me fuzilou com os olhos.

– Você pediu permissão?

– Não, mas...

– Que fofinho! –Agora foi minha mãe que veio correndo em direção do filhote. – Ai, posso segurar?

– Não mãe, eu estou amamentando ele. –Sophia disse em um tom sério, me fazendo rir.

– Ok, chega de amamentá-lo, daqui à três horas você dá mais a ele. –Um pouco contrariada ela me entregou o gatinho e eu o guardei na caixinha novamente, cobrindo-o com os panos.

– Qual o nome dele? –Minha mãe questionou.

– Não sei, vou decidir isso com Rony amanhã porque foi ele que me deu esse gato. –Sorri e subi as escadas com minha irmã sempre me seguindo. Coloquei a caixinha na minha cama novamente e voltei para o quarto de Sophia. – Vamos brincar agora? –Perguntei mais entusiasmada do que deveria estar.

– Vamos. Qual Barbie você quer ser? –Olhei pensativa para todas as opções que ela tinha e achei uma de cabelos longos e pretos, com algumas mechas roxas e uma roupa bem bonita. Gente, até a Barbie tem roupas mais legais que as minhas, isso é vergonhoso.

– Quero essa, e você? –Ergui a Barbie de cabelos pretos e Sophia fez a mesma expressão pensativa que eu, ela é a minha versão criança, que assustador.

– Essa. –Ela ergueu uma loira com mechas rosas com uma roupa bem de patricinha - espera ai, Barbies são patricinhas - mas com uma mini-bolsa em formato de cupcake, a coisa mais linda que eu já vi. NEM EU TENHO UMA BOLSA EM FORMATO DE CUPCAKE, argh.

Ficamos brincando por um tempão, nunca pensei que eu fosse achar tão incrível enfiar minha Barbie dentro de um carro rosa conversível ou ir na casinha e puxar a descarga que fazia barulho de verdade.


– Mana, já passou três horas? –A danadinha já estava pensando em alimentar meu gatinho.

– Não passou nem duas ainda. –Gargalhei e ela bufou tediosa. Depois de cansarmos de brincar e eu jurar para minha irmã que iria avisar quando passasse as três horas, fui obrigada a assistir My Little Pony na tv. Baseado naqueles desenhos que os pôneis tem perto do rabo, as famosas Marcas Cuties, eu tive que escolher qual personagem eu era, agora eu me pergunto, qual a diversão em escolher um personagem para ser? Após uma breve decisão, escolhi ser a Rainbow Dash e minha irmã escolheu ser a Apple Boom.

Depois de escolhermos, acabou a nossa super brincadeira e o desenho também, para a minha felicidade.


– Já passou as três horas? –Bufei.

– Já, já passou. –Até o filhote ter idade para comer algo sólido vou ter que agüentar minha irmã enchendo o saco para amamentá-lo.


A minha mãe esqueceu de continuar fazendo o jantar ficou babando em cima do gatinho que mamava feito um bebê no colo da minha irmã.


– Filha, desliga o arroz para mim? –Revirei os olhos e fui até o fogão, fazendo o que ela havia pedido.

– Não quer que eu arrume a mesa, não? –Falei sarcasticamente.

– Seria uma boa ideia. –Pelo jeito ela não entende sarcasmo.

– Ei princesinha, eu te ajudo.

– Obrigada por ter consideração por mim, pai. –Nós dois rimos e começamos a espalhar os pratos, copos e talheres pela mesa.

Após o filhote estar amamentado e em seu devido lugar, minha mãe resolveu terminar o jantar e servir as panelas na mesa. Me servi com um pouco de arroz, strogonoff de frango, salada e suco de limão, comida simples, mas gostosa.

Quando meu estômago ficou cheio, minha pressão sanguínea baixou me deixando bem sonolenta, por isso dei boa noite à todos e fui deitar. Eu já estava devidamente vestida com meu pijama e arrumando minha colcha macia quando minha mãe adentrou no quarto.


– Bebê, o que você acha que o Rony gostaria de almoçar amanhã?

– Mãe, ele é um esfomeado, come qualquer coisa. –Gargalhamos.

– Hey, não fale assim do seu namorado.

– É a mais pura verdade. Faça qualquer coisa gostosa mãe, ele não é enjoado com comida. –Ela fez uma expressão pensativa e assentiu, saindo do meu quarto e fechando a porta. Minha mãe vai tentar agradá-lo como nunca me agradou, tenho certeza disso.

Tirei minha botinha e deixei-a encostada no criado-mudo, me aconcheguei na cama e fechei os olhos, desligando minha mente por um momento. Meu objetivo para amanhã seria dormir até a hora do almoço, mas parece que não foi uma tentativa de sucesso quando alguém veio tentar me acordar.


– Hey dorminhoca, acorda... –Uma voz rouca bem sexy soou no meu ouvido, o hálito quente fez meu corpo estremecer. Eu sabia exatamente quem era, mas a preguiça me dominava agora, meu namorado que esperasse.

Resmunguei de olhos fechados e virei para o outro lado na minha cama de casal, indo para bem longe de Rony.


– Você vai continuar dificultando as coisas? –Bufei como resposta e fechei os olhos com mais força lutando contra a claridade e formando um casulo com a colcha em volta de mim. – Acorda, por favor... Eu queria tanto te beijar agora que seus pais estão lá embaixo... –Espiei com um olho só e ele riu. Suspirei e voltei a ficar com os dois olhos fechados.

– Sai daqui, estou com mau hálito matinal e cabelo feio. –Me escondi debaixo das cobertas.

– Ah, mas eu te amo do jeito que você é.

– Não, você só vai me amar quando eu não estiver com mau hálito matinal e cabelo feio. –Reclamei sem sair do meu casulo pessoal.

– Eu também não acordo muito bonito.

– Duvido. –Isso era para ter sido um pensamento, mas sem querer foi um pensamento em voz alta. Droga, eu odeio conversar quando não estou 100% acordada, eu nunca sei distinguir nada na conversa.

– Pode duvidar, eu juro que sou feio quando acordo, mas não é por causa disso que eu ignoro minha namorada. –Escutei seu soluço fingido e descobri que tenho a capacidade de rolar os olhos quando minhas pálpebras estão fechadas.

– Hey dramático, sai do meu quarto que eu vou me arrumar, te encontro lá embaixo. –Ele suspirou e eu pude ouvir seus passos indo cada vez mais distantes, ótimo, consegui o que eu queria. Joguei minhas pernas para o lado de fora da cama com os olhos ainda fechados, tateei o chão em busca da minha bota ortopédica e a coloquei, levantei meio cambaleando e finalmente abri os olhos, minha visão ainda estava embaçada, mas mesmo assim caminhei até o banheiro.

Lavei meu rosto e certifiquei de que nenhuma baba seca permanecia ao redor da minha boca. Logo após isso, escovei muito bem os dentes com pasta dental de canela e conferi meu hálito que estava com cheirinho tão bom que até eu me beijaria. Ok, pensamentos tensos começando, hora de acordar de vez. Peguei algumas roupas no meu closet e fui tomar um banho gelado, sem molhar a cabeça porque levo um bom tempo para arrumar meus cabelos. Depois de um tempo me rendi para a temperatura morna quando eu estava quase congelando debaixo da água.

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Quando minha pele ganhou um delicioso cheiro de baunilha, sai do box e me sequei, colocando um shorts jeans qualquer, meia fina preta por baixo e um agasalho com a estampa da bandeira dos Estados Unidos. Como esse mês já daria início a primavera, o tempo decidiu colaborar e a sensação térmica não era mais como estar no pólo norte fazendo topless.


(N/A: Roupa, tirando o sapato http://cdn1.lookbook.nu/files/looks/medium/2011/12/12/1780171_trui.jpg?1323685414)

Peguei a “mamadeira” do gatinho que estava já cheia de leite em cima do meu criado-mudo e o alimentei.

Depois de o filhote estar dentro da caixa dormindo novamente e meus cabelos estarem devidamente presos em um rabo de cavalo não muito ajeitadinho, decidi que já era hora de descer. Enquanto descia os degraus da escada me apoiando no corrimão, olhei no relógio e já eram dez e meia da manhã.


– Bom dia, raio de sol. –Papai me cumprimentou sorrindo animadamente. Com toda a minha animação pós ser acordada, dei um aceno de cabeça e continuei andando. Até que me lembrei de uma coisa: Papai não ia muito com a cara de Rony ainda após saber que começamos a namorar, e por que estava tão feliz sendo que ele estava na minha casa?

– Oi, pensei que tinha entalado na privada, já estava indo lá te salvar. –Resmunguei irritada quando o ruivo implicante veio me ajudar a mancar até na cozinha aonde minha mãe folheava livros e mais livros de receitas.

– Bom dia meu amor, -Amor? De novo? Oh droga, lá vem ela com seus pedidos. –Quer me ajudar no almoço? –Sinceramente, não. Agradeci por não ter pensado alto.

– Claro mamãe. –Falei demonstrando nenhum entusiasmo, e ela percebeu me lançando um olhar triste logo depois. – Quero dizer, é óbvio que quero te ajudar, mãe! Adoro cozinhar. –Dei o meu melhor sorriso fingido e pelo visto, ela não reconheceu que foi fingido, pois me abraçou animada.

– Então Rony, vá lá com meu marido assistir o jogo enquanto eu e a Mione discutimos o que vamos fazer para o almoço.

– Mas eu nem dei oi direito para ela ainda. –Ron fez um bico adorável, me abraçando pela cintura.

– Bom, se apressem. –Bufei sendo carregada pelo ruivo para fora da cozinha e para bem longe do meu pai.

– Não está mais com mau hálito matinal, não é?

– Obviamente que não.

– Minha boca está sentindo falta da sua. –Ri da sua expressão chateada.

– A minha também está, mas tenho coisas a fazer. Depois recompensamos o tempo perdido. –Falei dando um selinho nele como um ponto final no assunto.

– Jura? –Assenti e sorri, dando um beijo rápido nele quando escutei os passos de alguém, era Sophia descendo as escadas carregando seu cobertor rosa.

– Agora vai lamber minha irmã, te vejo depois. –Dei um último selinho nele e corri para a cozinha. – Então mamãe, o que vai ser?

– Macarrão com almôndegas recheadas de queijo, croquete de frango com requeijão e de sobremesa, Smoothie de abacaxi com morango. –Droga, eu já estava a ponto de babar na bancada. Hoje eu iria me acabar de comer no almoço.

– Ok, o que vamos fazer primeiro?

– As almôndegas do macarrão. –Mexer em carne crua até que era legal. Recheá-los com cubinhos de queijo mais ainda porque queijo derretido é meu ponto fraco.

Enquanto minha mãe fazia o macarrão, fiquei com o trabalho de fazer os croquetes de frango, porque segundo ela no livro de receitas o croquete estava classificado como “muito fácil de fazer”. Ela acha que eu sou o que na cozinha? Um homem das cavernas que come carne crua? Tudo bem que muitas coisas eu só faço olhando na receita e sou um pouco desastrada, mas eu sei cozinhar.

Senti inveja quando vi minha mãe cortando as coisas muito rápido, depois indo para a panela do macarrão e ainda fritando as almôndegas, e eu lá cortando lentamente a cebola e o pimentão, medo de me cortar sabe.


– É para hoje esses croquetes, ok? –Minha mãe debochou enquanto eu refogava todos os ingredientes.

– Dona Rachel, você é responsável pelo macarrão, então preste atenção apenas no seu trabalho. –Bufei, fazendo ela rir.

– Filha, mudando de assunto, queria ter uma conversa séria com você. Acho que poderia ser agora, já que só estamos nós duas entocadas nessa enorme cozinha. –Tenho um leve desprezo por conversas sérias. – Bom, agora que você e Rony estão namorando, você é uma menina e ele um menino... –Será que ela pode ser mais óbvia? – Meninos têm necessidades maiores que as meninas, você entende sobre que necessidade estou falando, não é?

– Conversa sobre sexo? Sério mãe? Agora? –Suspirei, desligando o fogão em seguida para deixar o croquete esfriar.

– Por quê? Já aconteceu? –Nós duas nos encarávamos chocadas. Ela porque achava que eu já tinha feito algo com o Ron, e eu porque simplesmente ela achava isso.

– Não! Claro que não! Mas eu já tive aula sobre sexualidade na escola quando eu tinha 13 anos, pensei que já soubesse disso. –As aulas de sexualidade no colégio não poderiam ter sido mais constrangedoras do que foram.


Teve uma série de perguntinhas sobre o tema em que iam dois alunos na frente de um sininho, e quem soubesse apertava o sino e dizia a resposta. Quem perdesse tinha que demonstrar o uso correto da camisinha em um pênis de borracha, os meninos idiotas não paravam de rir, pareciam que nem tinham um daqueles – não tão grande obviamente, mas isso não vem ao caso – no meio das pernas.

E foi eu e Rony que fomos na frente, a pergunta foi sobre os métodos anticonceptivos, mas como eu sempre fui a mais inteligente e não a mais ágil, ele que apertou o sininho primeiro, mas o burro respondeu errado, tendo assim que colocar a camisinha naquele troço rosa horroroso de borracha. Foi engraçado e terrivelmente embaraçoso para ele e outros meninos que tiveram que fazer isso.


– Eu sei que você já estudou isso, mas na vida real é diferente. Eu tive você com 16 anos, eu tive que praticamente parar minha vida adolescente para criar uma criança de verdade. Jamais pensei em ter te abortado ou te doado como sua avó sugeriu para mim, ter você foi e a sua irmã foram as melhores coisas que ocorreram na minha vida. Mas só não quero que ocorra com você. –Dei um longo suspiro.

– Quando eu sentir que chegou a hora, você vai ser a primeira a saber, mãe. –Eu estava realmente constrangida, mas se eu não falasse a real, minha mãe jamais largaria do meu pé tão cedo até terminarmos essa maldita conversa.

– Eu acredito em você. Quer que eu marque uma consulta para você no meu ginecologista? –Eu já estava a ponto de tampar meus ouvidos e sair repetindo “lálálá, não estou ouvindo nada”, mas seria muito infantil.

– Não, não precisa, pelo menos não agora. E vamos agilizar no almoço que já são onze e meia. –Minha mãe assentiu, para o meu deleite, e voltamos a fazer a comida.

Pude ouvir os comentários animados dos meninos na sala e os gritinhos revoltados de Sophia porque não queria assistir futebol americano. Isso era um bom sinal, papai não estava matando Ron.

Depois dos meus lindos croquetes de frango devidamente fritos e saborosos – confirmei isso provando um escondida da minha mãe – começamos a planejar a sobremesa.


Espremi algumas laranjas para misturar com o smoothie e tirei toda a polpa fora, deixando apenas o suco. O resto da sobremesa teria que ser feita na hora, então após o almoço é que ela iria ser finalizada. A última coisa a ser feita foi ajudar minha mãe a cortas algumas verduras para a salada, fazer suco de abacaxi e tirar o refrigerante da geladeira.


– Olá mulheres encantadoras, querem ajuda com a mesa? –Ron, sempre estupidamente cavalheiro. Ignorei a parte que me incluía e aceitei a ajuda, o que ocasionou minha mãe suspirando apaixonada enquanto ele estendia a toalha sobre a mesa e seus bíceps se contraiam.

Por causa do meu árduo trabalho no preparo do almoço, fiquei encostada na pia tendo visão privilegiada de quando o ruivo erguia os braços para pegar os copos na parte mais alta do armário e sua camiseta levantava, mostrando apenas um pedaçinho do seu abdômen com um pequeno traço de pelos finos e clarinhos indo em direção da sua calça, o caminho da felicidade.


Meu pai entrou na cozinha logo depois de Sophia, e por sorte não percebeu minha cara de pervertida, foi um grande alívio me lembrar que ele não lê mentes.


– Que cheirinho delicioso! Depois do almoço eu lavo a louça, porque essas minhas garotas já trabalharam demais. –Sorri quando recebi um beijo dele no topo da minha cabeça.

Minha mãe colocou as comidas na mesa e o cheiro realmente estava muito bom. Sentei nas laterais da mesa retangular com seis lugares e meu pai foi na ponta, Sophia na outra ponta e minha mãe nas laterais ao lado do meu pai. Ron foi do meu lado, é claro. Eu não sabia que ele iria ser tão acanhado assim na minha casa, na frente dos meus pais.

Me servi com tudo e só percebi que meu prato estava gigante quando ia colocar a primeira garfada na boca. Ah, que se dane, consigo comer tudo.


– Esse macarrão com essa almôndega recheada está um arraso... Quem fez? –Meu pai disse enfiando mais um pouco de macarrão na boca.

– Eu só ajudei, mamãe fez a maioria sozinha. –Comentei.

– Está uma delícia. E esse croquete?

– Mione, e fez tudo sozinha. –Minha mãe disse em um tom orgulhoso.

– Uau! Delicioso. –Bajulações e mais bajulações, nunca me cansarei disso. Bom, até eu poderia dizer que foi a melhor coisa que eu já havia feito sozinha.

– Está muito bom mesmo, parabéns amor. –Namorado puxa-saco, nunca me cansarei disso também.

– Obrigada. –Mamãe deu um sorriso apaixonado quando Ron beijou minha bochecha. Droga, por que esse almoço não termina logo? Quero matar esse ruivo de tanto beijá-lo. Argh.

Depois de levar uma bronca por comer rápido demais e outra por falar de boca cheia, resolvi almoçar calmamente. Após minha barriga estufar, acompanhei minha mãe para fazer a sobremesa. Misturamos o açúcar, o suco de laranja, o abacaxi e o morango picados e congelados no liquidificador. Quando finalizamos, levamos até a mesa e servimos em copos altos e com canudos, eu estava me sentindo uma garçonete, nada contra garçonetes, é óbvio.

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Mais bajulações depois, os meninos resolveram parar de puxar nosso saco e terminaram de comer.


– Ok, agora a louça é de vocês, meninos. –Mandei um beijo soprado para cada um e fui na sala, pude escutá-los reclamando e ri baixinho, me jogando no sofá. Segundos depois minha mãe chega saltitando.

– Papai vai lavar e Ron vai secar. –Gargalhamos e fizemos um high five no ar. Liguei a tv e Sophia veio para a sala também, provavelmente expulsa pelos meninos da cozinha porque ela poderia fofocar se eles quebrassem algum lindo prato de porcelana da mamãe.

Depois de eu já ter arrumado meu quarto, escovado os dentes, assistido alguns seriados de comédia, Rony e meu pai apareceram rindo na sala. É sério, quem demora uma hora para lavar e secar uma louça?


– Hey Mi, como está o gatinho? –Ron perguntou indo para perto de mim e puxando minha meia fina, não sei porque ele gosta tanto de fazer isso.

– Ótimo. Já abriu os olhos e consegue andar um pouco. –Sorri.

– Onde ele está?

– Lá em cima.

– Vamos lá? Quero ver ele! –Assenti e subimos as escadas juntos, foi só virar o corredor e ficar longe da visibilidade dos meus pais que ele me prendeu contra a parede e me tascou um beijo intenso, agora senti o quanto a boca dele estava com saudades da minha.

Quando eu estava retribuindo o beijo agarrada nos fios ruivos dele, prestes a subir no seu colo escutei pequenos passos, isso bastou para nos soltarmos em um segundo. Adivinha quem era? A destruidora de amassos, é claro. Mais conhecida como Sophia Granger.


– Eu quero dar comida para o gatinho, mana. –Suspirei.

– Tudo bem, vamos lá então. –Puxei meu namorado pela mão e minha irmã correu na frente, adentrando no meu quarto feito um furacão e já pegando a seringa e o estoque de leite.

– Já decidiu um nome para ele? –Ron perguntou.

– Bom, o filhote é seu também, e por isso queria sua opinião para o nome. –Nós dois sorrimos.

– Eu sou o pai dele?

– Basicamente isso. –Gargalhamos.

– Hum... –Ele fez uma expressão pensativa. – Que tal Bichento?

– O que? BICHENTO? Você está louco? Tem muito nome melhor do que isso.

– O que foi? É um nome legal! –Rolei os olhos.

– Só se você acha isso, é um nome ridículo!

– Então o que você sugere?

– Qualquer coisa menos Bichento! –Pronto, já estávamos brigando e por um motivo muito estúpido. Tão estúpido quanto esse nome que Rony havia sugerido para o filhote.

– Não, vai ser Bichento e deu. –Ele cruzou os braços, eu consideraria um ato infantil se eu não tivesse feito o mesmo.

– Só para você então. –Sophia parecia nem ouvir a discussão, alimentava o gatinho calmamente.

– Oi, pensei ter ouvido gritos. –Minha mãe adentrou no quarto com uma expressão preocupada.

– Não foi nada mãe... –Eu é que não ia falar que a briga foi por causa da decisão do nome do gato.

– Tudo bem então. Amorzinho, -Ela estava ficando craque em me chamar de “amorzinho”. – Pode levar a So para o parquinho? A Dona Carmelita está de folga e eu e seu pai estamos ocupados com coisas do trabalho. –Revirei os olhos discretamente.

– Posso sim, mãe. –Sorriu e agradeceu, vindo me abraçar logo após isso.

– Obrigada mesmo filha linda. Leva o Rony com vocês, a Sophia adora ele. –Como se eu já não soubesse disso. – Ah, e aproveita e compra um hamster para ela. –Hamster, sério? Oh céus. Peguei o dinheiro que ela havia me dado e guardei no bolso do meu shorts. Depois que minha mãe se foi, me virei para meu namorado teimoso.

– Quer ir com a gente?

– Claro, eu adoro a Sophia, ela pelo menos concorda com tudo que eu sugiro. –Tudo isso por causa de uma droga de nome. Ignorei a parte que me tocava e peguei um all star no meu closet e calcei só um pé, maldita bota ortopédica. Ajudei minha irmã à amarrar os sapatos e lá se foi a família feliz para o parquinho.

Dei tchau para meus pais e sai pela calçada de mãos dadas com Sophia. O caminho até o parquinho ocorreu com um silêncio perturbador, eu odiava brigar com Rony, mas nunca nenhum de nós dois baixava a guarda, era realmente chato.

Soltei minha irmã e ela correu para os escorregadores, o parque estava bem vazio e por isso caminhei até os balanços e me sentei em um deles, Rony se sentou em um dos bancos coloridos, ficando de frente para mim.


– Sabia que a Sophia sempre quer dar comida para o Bichento? –Quanto me toquei que havia chamado meu gatinho de “Bichento” dei um tapa na minha testa. – Hey, não vai se acostumando não, ainda não estou cem por cento adquirindo esse nome. –Rony gargalhou.

– Viu? É um nome adorável para nosso filhinho. –Comecei a rir. Ele se levantou e veio se sentar no balanço ao lado do meu. – Me perdoa por aquela discussão inútil?

– Eu é que deveria pedir desculpas, Bichento é realmente um nome adorável. –Estava impressionada comigo mesma por eu não ter sido sarcástica.

– Então fizemos as pazes? –Assenti. – Prove. –Rolei os olhos e ele riu. Levantei do meu balanço, sentei no colo dele e o beijei docemente.

– Satisfeito?

– Uau, sim. –Gargalhei da sua carinha impressionada. Encostei minha cabeça no ombro dele e ele envolveu minha cintura com os braços, embalando o balanço para frente e para trás. Fiquei olhando minha irmã brincando e imaginei como seria ter um filho, minha mãe sempre me dizia que é um amor incondicional, mas nunca parei para pensar nisso.

– Que nome você daria aos seus filhos? –Perguntei.

– Telúrio, ou Ósmio. –Bati em seu braço com força.

– Pedi nome, não elementos da tabela periódica, seu bobão. –Riu alto.

– Eu sei bobona, só estava zoando. –Ri enquanto brincava com uma mecha do seu cabelo. – Ah, nunca pensei nisso antes...

– Pensei que eu fosse a única adolescente que não havia feito planos sobre filhos ainda.

– Agora descobriu que somos nós dois. Mas seria legal ter uma filha idêntica a você, só que em versão menor. Imagine Sophia de cabelos ondulados e olhos da cor do mel.

– Eu era uma criança feia tá? Não imagine a coitada da minha irmã assim. –E mais uma vez ele gargalhou alto.

– Primeiro: Você não é feia, nunca foi. Confirmo isso porque cresci com você e sempre foi linda.

– Eu era dentuça. –Fiz bico e ele riu.

– Não discuta comigo, você era, é e sempre vai ser linda. –Sorri e agradeci dando um selinho nele.

– Bom mesmo seria ter um filho ruivo de olhos azuis. –Modo de indiretas ligado.

– Quem sabe nossos genes cooperam e nós teremos nossos filhos do jeito que desejamos. –Finalmente percebi o quão apaixonada eu estou por esse maldito ruivo. O exemplo disso é que eu estou fazendo planos do futuro, eu nunca fiz planos do futuro. Meu lema foi sempre que a única coisa que é certa nessa vida, é a morte. Mas agora eu estava fazendo planos de filhos? Oh droga, estou realmente perdida.

Sophia veio saltitando e se sentou no balanço do nosso lado.


– Mana, eu queria tanto uma amiguinha para brincar comigo, por que você e o Ron-Ron não fazem um bebê para eu poder brincar? –Agora até minha irmã estava fazendo planos? Pude escutar Rony se segurando para não rir e por isso belisquei seu braço para ele parar com isso.

– Está muito cedo para termos um bebê, Sophia.

– E da onde eles vem? –Minha mãe vem conversar sobre sexo com sua filha de dezessete anos incompletos, mas não tem a mínima decência de explicar para sua filha de seis anos incompletos da onde os bebês vêm. E é claro, sobrou para mim.

– Bom... –Pigarreei pensando em uma boa história. A da cegonha e a do repolho estavam fora de questão, por mais que eu tentava acreditar que eu fui concebida a partir de uma cestinha voando pelo céu com um balão na ponta, não na relação sexual entre meu pai e minha mãe. ECA. – A mulher tem uma sementinha dentro dela e o papai tem um regador... –E mais uma vez Ron se conteve para não rir, ele não estava me ajudando assim. – Você sabe o que acontece quando se rega uma semente, não é?

– Sim, a professora mostrou a semente do feijão dentro de um algodão com água. Saiu várias coisinhas verdes de dentro dela.

– Exatamente. Quando o homem e a mulher se amam bastante, o regador rega a sementinha e ela floresce, formando um bebê. –Eu estava realmente surpresa comigo mesma, pois havia sido mais convincente do que qualquer outra história para contar para crianças.

– Hum... Então por que o Ron-Ron não rega a sua sementinha? –Arregalei meus olhos e Rony caiu na risada de uma vez por todas, ele não conseguia mais parar de rir e Sophia o olhava sem entender nada.

– Mas que droga Ron, para de rir. –Sussurrei, dando um tapa de leve no braço dele.

– É que eu maliciei toda a história, Mi. O regador em si, o fato de sair um líquido do regador...

– Eu entendi! –O interrompi, dando um tapa com mais força. Ele secou as lágrimas e parou de rir. Pigarreei e resolvi começar minhas explicações sobre o porquê que Rony não regaria minha sementinha tão cedo. – Eu e o Ron somos muito jovens, e por isso nós não podemos ter um bebê.

– Mas nós podemos ir praticando... –Belisquei seu braço com muita força enquanto meu rosto criava um tom vermelho sangue.

– Não começa com suas brincadeirinhas... –Sussurrei mais uma vez.

– E quem disse que eu estava brincando? –Cobri meu rosto com as mãos, já estava ao ponto de chorar de vergonha.

– Com quantos anos eu vou poder ter um bebê? –Pelo visto Sophia nem ligou pela minha ruborização.

– Se depender do nosso pai, vamos poder ter um bebê só depois da menopausa. –Quando Rony gargalhou finalmente percebi que Sophia não sabia ainda o que era menopausa, por isso limpei a garganta e continuei. – Não pode ser muito cedo, So. Depois que você estiver morando na sua casa, com um emprego e um homem que te ame bastante, você poderá ter um filho.

– Nossa, então vai demorar um monte né?

– Vai. –Um silêncio se formou, apenas meu namorado babaca ficou rindo baixinho provavelmente maliciando cada vez mais a minha história.

– Hey, vamos comprar seu hamster?

– Vamos mana! –Ela pulou do banco animada. E lá se foi o Ron de mãos dadas com a minha irmã saltitando na frente, enquanto eu andava desajeitada logo atrás deles. Enquanto a lerda aqui mancava, fiquei raciocinando coisas sobre a escola.


Me lembrei que já era mês de março, e que teria que fazer uma apresentação de cheerleader, e também me lembrei que a droga do meu tornozelo estava machucado e eu não iria dançar! Bem na minha primeira apresentação, deveria ser macumba da Lilá.

Paramos no pet shop e os dois irmãozinhos felizes discutiam sobre qual hamster escolher como se fosse a decisão mais importante do mundo. Depois de um hamster chinês estar enfiado em uma das gaiolinhas cheias de escorregadores e afins, paguei pelo mascote que o Bichento provavelmente iria comer quando crescesse, e fomos embora.


– Ele é fofinho né, mana? É um machinho. –Assenti e continuei andando de mãos dadas com Ron que segura a mão de Sophia e estava tão animado com o bichinho quanto minha irmã. – Que nome eu dou para ele?

– Que tal Perebas? –A criança ruiva do meu lado sugeriu. Hoje seria o dia dos nomes bizarros e eu não havia sido informada? Quando pensei que minha irmã fosse xingá-lo, bater nele com seus pequenos punhos e gritar que o nome do hamster iria ser “Fofinho” porque por alguma ironia do destino ele era fofinho, ela fez algo que realmente me deixou surpresa.

– Gostei. Você vai se chamar Perebas. –Ela disse encostando o dedo indicador na gaiola que carregava. É sério, acho meu namorado tem um dom de mexer com os neurônios da minha pobre irmãzinha.

Quando finalmente chegamos, Sophia correu para dentro de casa animada contando sobre seu novo mascote para meus pais que riam do seu grande entusiasmo.


– Amor, já vou indo que está tarde. –Rony me puxou pela mão, me abraçando pela cintura.

– Ah, fica mais um pouco... Vamos lá alimentar nosso filhinho, o Bichento. –Ele deu um grande sorriso e me beijou calmamente.

– Não, eu tenho que ir se não mamãe morre se o bebezão dela chegar muito tarde. –Comecei a rir e olhei no meu relógio de pulso, exatas seis da tarde.

– Ok, não quero você morto. Vai lá dar tchau aos seus sogros, à sua pequena cunhada que eu te espero aqui. –Sorriu e me obedeceu, indo para dentro da minha casa. Fiquei esperando-o encostada na parede e pude escutar as vozes deles no andar de cima. Escutei passos e Ron já havia voltado.

– Tchau gatinha, o dia de hoje foi perfeito, apesar das nossas briguinhas bobas. Mas são elas que deixam nosso namoro mais divertido, não é? As discussões, depois as reconciliações que me agradam e muito... –Eu sabia que ele estava se referindo ao meu beijo de pedido de desculpa, e por isso dei um tapa de leve no seu braço e comecei a rir.

– Também achei que foi perfeito, mais ainda por você estar nele, seu safado. –Recebi um olhar malicioso e gargalhei, envolvendo seu pescoço com meus braços. Ele deu um beijo molhado no meu pescoço e como sempre, meu corpo se estremeceu por conta própria. Era como se cada toque que ele me desse causasse leves choques na minha pele, mas eram choques deliciosos que eu nunca me cansaria de sentir.

Acariciei seus cabelos ruivos que eu tanto amava, me certifiquei de que ninguém estava olhando e o beijei apaixonadamente, ele retribuiu o beijo enquanto subia e descia as mãos sobre minhas costas, fazendo um carinho bom.


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– Amo você. –Ele sussurrou de olhos fechados.

– Eu também, muito. –Dei um selinho nele e seus lindos olhos azuis se abriram.

– Até mais, minha olhinhos cor de mel. –Sorri abobalhada e um pouco contrariada o soltei, já sentindo falta da sua pele quente tocando a minha.

– Até, meu ruivo. –Acenei e ele sorriu, saindo pelo portão e antes de dar a partida no seu carro, me soprou um beijo e foi embora. Suspirei e entrei em casa novamente.

– Filha, estou começando a aprovar esse garoto. Estou quase tento a certeza de que ele é um ótimo menino para você. –Meu pai disse, por eu não ter percebido ele, levei um baita susto e ele riu, vindo de braços abertos.

– Papai, pode ter certeza, sua filha está em boas mãos. –Falei com toda a sinceridade. – Mas qualquer coisa, se ele pisotear o meu coraçãozinho te chamo para pisotear a cara dele, falou? –Ele riu me abraçando carinhosamente e dando um beijo no topo da minha cabeça.

– Conta comigo para isso, pequena.