The Best Thing Thats Ever Been Mine

The other little boy that I love the most


Hermione POV

– Papai também está faminto... –Resmungou Ron, me fazendo rir enquanto acariciava o rostinho do nosso filho vendo-o mamar.

– Pode descer lá que eu tento fazer Hugo arrotar, coloco-o no berço e desço pra comer também. Depois provavelmente vamos ter a primeira fralda para trocar. –Ri mais ainda da cara de nojo do ruivo.

– E vai ser toda sua... –Quando ele estava saindo de fininho do meu lado, cravei minhas unhas no seu braço, fazendo-o se virar assustado para mim.

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– Se não se importa, um bebê de quase cinqüenta centímetros e quase três quilos saiu de um buraco no qual só o seu brinquedinho adentrava, que não tem nem um terço do tamanho dele. Então, a fralda é sua. –Me olhou chocado.

– Está dizendo que meu brinquedinho não é grande? –Contive uma gargalhada.

– É do tamanho perfeito para mim, gatinho. –Puxei-o pela gola da camiseta, dando um beijo doce em seus lábios. – Agora vá comer senhor “meu-brinquedinho-é-grande”. –Recebi uma semi cerrada de olhos.

– Vai ficar bem? –Me beijou novamente.

– Vou. –Retribui, sorrindo logo depois. Ron deu um beijo fofo na testa do nosso filho e um sorrisinho antes de se retirar do quarto.

Enquanto aguardava Hugo se satisfazer do meu leite, fiquei observando cada detalhe do quarto. Como Rony conseguia ser perfeito em todos os sentidos? Havia valido a pena aguardar vários meses para ver o quão incrível ficou o cômodo.

Agora a única iluminação vinha das minúsculas estrelas coladas no teto e da luz da lua do lado de fora, que adentrava por uma janela com persiana. Hugo estava com as pálpebras pesadas e de vez em quando se esquecia do que estava fazendo, e acabava com a boca grudada em meu seio sem chupá-lo. Mas era só tentar afastá-lo que voltava a sugar.

– Ainda não está bom, bebê? –Ri de leve, apoiando minha cabeça no encosto da poltrona, suspirando. Não que eu não apreciasse o momento que estava vivendo. Finalmente poder amamentar meu filho e tê-lo em meus braços, vê-lo forte e saudável era a melhor coisa que poderia estar acontecendo, mas meu estômago já protestava de fome.

Bastou mais uns dez minutos para que Hugo se afastasse do meu seio, parecendo satisfeito. Seguindo as orientações do doutor Tyler, massageei o seio que ele mamava e percebi que ele havia se “esvaziado” e estava mais macio, sinal de que meu filho havia mamado o suficiente.

Contente por ter dado tudo certo, levantei e coloquei uma fralda de pano em meu ombro, ajeitando Hugo em posição para arrotar e bastaram algumas massagens em suas costas para que o arroto saísse. Deus, isso estava saindo melhor do que encomenda, para mim que eu teria que ligar para minha mãe uma vez a cada cinco minutos para ela me ensinar as técnicas com bebês.

– Agora a mamãe precisa comer... –Arrumei Hugo no berço, colocando almofadas de proteção ao redor dele. – Depois eu volto, espera só um pouquinho. –Liguei o móbile de novo e sai do quarto, deixando a porta entreaberta e meu coração angustiado. Meu filho era tão novinho e frágil... Não me deixava contente em deixá-lo sozinho...

Suspirando, fui até a sala de jantar onde encontrei Ron comendo e Claire conversando com ele. Os dois sorriram ao me ver.

– Parece angustiada... Quer que eu vá ficar de olho no seu pequeno? –Assenti, ansiosa. Ela deu uma risada baixa. – Tenho um casal de filhos, querida. Sei muito bem como cuidar desses bebezinhos, relaxe e coma o quanto quiser. –Ela subiu as escadas e eu me sentei de frente para o ruivo, mais aliviada.

– Agora vê se come, baby, sua barriga está tentando conversar com a minha. –Rimos alto e me servi da lasanha com molho branco que Claire havia feito. – Deu tudo certo? –Acenei positivamente minha cabeça, observando Ron me servir com suco de laranja.

– Até arroto de bebê é fofo. –Ele gargalhou do meu comentário.

– E do seu bebezão aqui, é fofo? –O ruivo fez força de boca aberta e eu dei um berro para impedi-lo.

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– Se você arrotar, juro que meu pé vai parar dentro da sua garganta! –Arregalou os olhos ruivos para mim, fechando a boca. Voltei a rir. – Brincadeira, bebezão. –Sai do meu lugar e fui sentar no colo dele. – Dê comida para sua bebezona. –Ron sorriu, espetando com o garfo um pedaço de lasanha e dando na minha boca, enquanto seu outro braço envolvia minha cintura, acariciando-a carinhosamente.

Foi ótimo jantar sendo cuidada por Ron, mas eu saberia que esses momentos de namoro e paz não durariam muito tempo, e confirmei isso depois que Claire veio me avisar que Hugo estava aos prantos no quarto.

– Se for cocô, você me deve dez dólares e ainda limpa. –Disse o ruivo, subindo até o quarto comigo.

– Se for xixi, você troca, fica uma semana sem sexo e me deve dez dólares. –Ele me olhou espantado.

– Uma semana? –Gargalhei.

– Homens, só escutam o que lhe interessam. –Revirei os olhos, adentrando no quarto e me abaixando no berço. – Bebê... Por que choras, se não me amas? –Ron riu nas minhas costas. Hugo me olhava fazendo um bico adorável pronto para abrir o berreiro novamente e não me contive, pegando-o no colo dando uma discreta cheirada em sua fralda.

– E ai? –Ron me olhou esperançoso.

– Rá, uma semana sem sexo. –Sorri presunçosa, colocando nosso filho com cuidado na cômoda para trocar.

– Você sabe que vai ser prejudicada também... –Segurou em meu quadril por trás, beijando minha nuca descoberta por um coque frouxo. Tentei demonstrar indiferença, mas é óbvio que meu corpo se arrepiou por completo.

– Mas enquanto isso... Você o troca. –Ergui a embalagem de lenço umedecido, sorrindo satisfeita. Rony emburrou e olhou para seu filho, que fez outro bico.

– Calminha, Hugo. Papai é meio lerdo, colabora. –Foi a cena mais engraçada do século vê-lo tentar trocar Hugo, mas ao perceber que nosso filho estava chorando já de irritação por causa da falta de habilidade do pai, ajudei-o a trocá-lo, e logo nosso pequeno estava seco dentro de seu tip top bonitinho.

– Quer que eu coloque ele para dormir? –Perguntou o ruivo, beijando minha bochecha.

– Não, eu coloco. –Sorri agradecida. – Vai tomar um banho, você merece depois de sofrer tanto nas minhas mãos. –Ele riu em meu pescoço, me fazendo ficar encolhida e arrepiada.

– Mas valeu a pena. –Deu um beijo molhado em meu pescoço, antes de se afastar. – Já venho dar boa noite para nosso garotão. –Fez cócegas com o nariz no rosto de Hugo, que remexeu seus braçinhos preguiçoso.

Depois que ele saiu do quarto, voltei a por nosso bebê no berço e fiquei olhando-o durante algum tempo, observando cada expressão, cada movimento que o seu pequeno peito fazia ao respirar... Coloquei minha mão dentro do berço até tocar sua minúscula mão, e sua primeira reação foi apertar seus dedinhos ao redor do meu dedo indicador, me fazendo suspirar feliz.

Até que me peguei sussurrando uma música para ele. Never Grow Up, da Taylor Swift.

As suas mãos pequenas encaixadas ao redor do meu dedo e está tão quieto no mundo esta noite

Suas pequenas pálpebras agitadas porque você está sonhando, então eu te dobro, ligo a sua luz noturna favorita

Para você tudo é engraçado, você não se arrepende de nada. Eu poderia dar tudo o que tenho, querido, se você pudesse ficar assim

Oh querido, nunca cresça. Nunca cresça, apenas fique assim pequeno. Oh querido, nunca cresça. Nunca cresça, isso poderia ficar simples assim

Eu não deixarei ninguém te machucar, não deixarei ninguém quebrar seu coração. E ninguém irá te abandonar. Só tente nunca crescer, nunca crescer

Terminei o refrão sorrindo ao perceber que Hugo relaxou o aperto dos seus dedos em volta do meu dedo, havia adormecido. Estava tão calma com aquela visão que só percebi a chegada de Ron, quando ele acariciou suavemente a bochecha do nosso filho, sorrindo para mim.

– Vamos dormir? Ele vai ficar bem. Encontrou sua cantora preferida. –Sorri, corando um pouco.

– Bom, eu tento ser sua cantora preferida...

– E é, desde que sua voz se tornou a voz preferida dele quando você conversava com sua barriga. –Suspirei satisfeita ao ser envolvida em um abraço delicioso dele.

– Eu te amo... –Falei sonolenta, fechando os olhos enquanto minha cabeça repousava em seu peito. – Amo muito. Você e nosso filho.

– Eu também amo vocês dois. Muito mais do que imagina. –Ele afagou meus cabelos, me erguendo com cuidado em seu colo.

Ron me deu um banho rápido, me vestiu em um pijama e me deitou na cama, me deixando adormecer em seu peito. Eu estava cansada, e por isso dormi rapidamente, mas tive uma noite cheia de sonhos com Hugo e meu marido, mais ainda por que o choro estridente de nosso filho começou a soar na babá eletrônica às três da manhã, onde dormi sentada dando de mama para ele.

...

Na manhã seguinte, Rony havia ganhado uma semana de férias do trabalho para poder se acostumar com o fato de que tinha um filho para cuidar agora. Agradeci muito ao Richard, chefe dele, depois porque ter meu marido por perto era o que eu mais precisava.

Já tive um gostinho de como seriam os próximos meses após cair no sono enquanto amamentava Hugo e o ruivo ter que vir me acordar para poder trocar um bebê aos prantos por ter molhado a fralda de novo.

De barriguinha cheia, fralda limpa e depois de ter arrotado, Hugo voltou a dormir e eu, mais cansada do que nunca, também voltei junto com Rony.

Só que o sossego não durou muito. Cinco da manhã e lá estava Hugo desesperado de novo, e dessa vez era cocô. Agora me diz, quem em sã consciência consegue trocar uma fralda cheia de cocô estando menos consciente do que um zumbi?

Despertei com a ajuda de água gelada no rosto e lá fui eu com a ajuda do meu marido trocar a primeira fralda de cocô. O fresco do ruivo saiu fazendo ânsia do quarto e tive que passar pomada contra assaduras sozinha. Viado, ele vai morrer antes que nosso filho complete um ano.

Voltei para minha cama prestes a matar meu marido. Não havia passado nem vinte e quatro horas do parto e eu ainda era obrigada a trocar nosso filho sozinha porque Ron tem nojo. Vê se não tenho motivos para querer matá-lo?

Mesmo com os pedidos de desculpas de Ron, me virei para o outro lado da cama e dormi. Simples assim.

Oito da manhã e mais um chorinho. Hugo queria mamar, e me recusei a voltar a dormir. Já havia até perdido o sono.

O ruivo insistia em puxar meu saco para me fazer voltar a ficar de bem com ele, mas geralmente manhãs em que eu estava cansada, nunca meu humor era bom. Só tive paciência para brincar com Hugo e ver se conseguia tirar um sorriso de seu rosto.

Ron desistiu de me fazer parar de ser uma criança birrenta e foi pegar meu café da manhã, enquanto eu ficava com nosso filho deitado em minhas pernas, mexendo em suas mãozinhas e conversando com ele.

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– Cadê o neném da mãe? Cadê? Neném da mãe está ficando cansado? Ah... Mas a mamãe quer pelo menos um sorrisinho. –Rocei meu nariz na pele macia de seu rosto e tudo que ele fez foi emitir uns estalidos com sua boca de inquietação, arregalando admirado seus olhinhos para mim.

– Parece que estão se entendendo, estou ficando com ciúmes. –Rony disse, entrando no quarto e fazendo bico.

– Ele morou por oito meses dentro de mim. –Pontuei calmamente, observando Hugo olhar curioso para uma mecha de cabelo meu que caiu balançando em sua frente.

– Amor... –Sentou ao meu lado, passando o dedo indicador na bochecha do nosso filho, que virou bruscamente seu rosto para o pai, assustado e momentos depois, curioso, como sempre. – O que acha, gatinho? Mamãe deve perdoar o papai? –Hugo fechou sua mão em volta do dedo de Ron, me fazendo suspirar enciumada. – Viu, ele me ama também. –O ruivo deu um sorriso presunçoso, beijando a mão do nosso pequeno.

– Quem não amaria? –Antes que pudesse conter o comentário, eu já havia feito. E Rony aproveitou para aumentar seu sorriso. – Droga, é que é muito fofo te ver assim cheio de intimidade com Hugo... –Falei, fazendo bico.

– Obrigado, garotão. Mamãe me perdoou graças a sua fofura. –Começou a roçar o nariz no pescoço do nosso filho, que se encolheu fazendo aqueles barulhinhos de inquietação de novo.

– É, perdoei... –Rolei meus olhos e ele riu, depositando um beijo carinhoso em Hugo, e logo após em minha bochecha.

– Boba. –Envolveu minha cintura com seu braço, me dando um selinho. – Tem que tomar café. Hugo parece com sono, depois voltamos aqui. –Assenti, recolocando-o no berço.

Voltamos juntos para o andar de baixo, conversando entusiasmadamente, demonstrando que eu não estava mais brigada com ele. Aliás, quem conseguiria?

O dia passou-se naturalmente. Hugo se ajustava na nossa rotina e vice-versa. Houve algumas visitas dos meus pais, dos outros avós do meu pequeno, Jorge que veio conhecer seu novo sobrinho junto com Angelina, Fleur que trouxe sua pequena junto com o marido, e percebi um certo interesse intenso da loirinha no meu filho.

– Quem aposta que eles vão namorar algum dia? –Brincou Ron recebendo um olhar maligno de Gui, minutos depois na cozinha enquanto eu servia as visitas com chá e biscoitos.

– Minha Victoire vai namorar somente após alguns bons anos, e não quero que seu primeiro namorado seja seu primo. –Disse ele enciumado, pegando a filha no colo, que se agarrou ao pai como uma macaquinha.

– Papi, gatinho! –Victoire disse, apontando entusiasmada para Bichento que havia pulado na bancada e vinha ronronando na minha direção.

– Isso, filha. Prefira gatinhos a garotos. –Nós três gargalhamos juntos de Gui, fazendo a pequena Vic rir adoravelmente também, mostrando seus dentinhos da frente.

– Venha, Bichentinho. Alguém quer te conhecer. –Peguei meu gato no colo, sentindo-o esfregar sua carinha em meu peito. O coitado não recebia tanta atenção mais pelo fato de Hugo necessitar de toda atenção agora, mas Claire de vez em quando ia afagar o ruivinho.

– Oi! Olha, papi... –Disse a loirinha, afagando as orelhas de Bichento, que ronronou imediatamente. – Ele gostou de mim?

– Claro que gostou, meu amor. –Minha linda sobrinha sorriu para mim, se esticando para poder acariciar mais meu gato.

Depois disso, enquanto eu e meu marido conversávamos com o outro casal na sala, Vic corria pela casa atrás de Bichento, arrastando-o pelo rabo várias vezes, garantindo boas risadas nossas, porque o gatinho não parecia se importar.

No final da tarde decidi dar o primeiro banho em casa no Hugo, e Ron obviamente veio ajudar. Primeiro, preparamos com antecedência todas as coisas necessárias como o shampoo, o sabonete, a tolha...

Testamos a temperatura da água e então o ruivo teve a tarefa de trazer nosso filho até a mim, já parecia bem mais confiante ao pegá-lo no colo, mas sempre fazia uma cara de pânico hilária.

Deixei Hugo só de fralda e ele logo se aprontou para abrir um berreiro, mas então envolvi-o em uma manta para prender suavemente seus braçinhos e com a ajuda de Ron, lavei somente sua cabeça e seu rostinho.

Para lavar o resto do corpo, confesso, foi um sufoco, porque eu não agüentava mais vê-lo chorar angustiado quando seu corpinho pequeno e despido adentrou na água morna. Porém, o ruivo se atarefou em pegar um chocalho colorido e ficou distraindo Hugo para que ele não chorasse.

E graças ao bom Deus, deu certo. Além de tudo, nosso filho deu um minúsculo sorriso quando viu as tentativas do pai de animá-lo. Ron correu em busca da sua câmera e quando retornou eu já estava com Hugo no colo envolvido em sua toalha com capuz. Mesmo assim, Ron não resistiu e fez uma sessão de fotos com o bebê peladinho enrolado na toalha. Tão adorável.

Amamentei Hugo, aproveitei para comer algo, chegou a vez de Ron trocar nosso filho, uma cena digna de filmagem, tanto que eu filmei. Deu tempo para jantar tranquilamente porque nosso filho engatou no sono e não acordou até as dez da noite, quando tive que amamentá-lo novamente e trocar mais algumas fraldas.

Fui tomar banho e Rony ficou aguardando nosso pequeno dormir de novo. Quando voltei do banho, me deparei com a cena mais linda de todas. O ruivo com o dedo enfiado entre as grades do berço dormindo pesadamente e Hugo com o braçinho esticado, agarrado no dedo do pai, tão adormecido quanto ele.

Deu dó, mas acordei meu marido e fomos dormir juntos, desabando na cama cansados e sussurrando um “eu te amo” sonolento.

...

A madrugada havia sido a mesma rotina do dia anterior. Acordar feito um zumbi, amamentar cochilando por causa do móbile, trocar mais fraldas...

E a próxima semana foi a mesma coisa... De brinde ainda tive que ver meu filho levando vacina, foi mais doloroso para mim, creio eu. Só não comecei a chorar ao ver aquela agulha adentrando na perna gordinha de Hugo e ele abrindo um berreiro, porque Ron me abraçou e disse que era para o bem dele.

Hugo ganhou os três padrinhos e madrinhas mais loucos do mundo nessa semana, quando fomos oficialmente batizá-lo.

O padre até se assustou quando Cedrico começou a fingir um choro escandaloso de emoção e quando Cho e Gina brigaram sobre quem iria segurar meu filho para derramar a água benta sobre sua cabeça. Qualquer ocasião com eles se tornava uma comédia, uma comédia que Arthur não perdeu tempo e filmou tudo.

Todas as quartas-feiras, Ron comemorava o avanço de mais uma semana do nosso filho, fazendo um bolo de caneca e desenhando com chantilly quantas semanas ele já tinha. Argh, papai lindo.

Fomos ao pediatra no final do mês de outubro e o doutor ficou contente do avanço de Hugo, ele estava muito melhor do que muitos recém-nascidos de nove meses por ai. Nós não poderíamos estar mais felizes.

Só que tinha um problema... Eu já havia me recuperado do parto e tudo mais, mas Ron havia retornado ao trabalho, eu teria que retornar a faculdade e... Deus, eu sentia falta de namorar de vez em quando com meu marido, afinal, cansava somente trocar fraldas e amamentar, sem ter uma pausa para relaxar.

Então, na primeira sexta-feira de novembro, que, aliás, era o primeiro dia do mês, pensei em fazer uma surpresinha para Rony. Vesti uma camisola pêssego quase transparente que exibia bem meu corpo já quase cem por cento em sua forma original, graças às horas que passei na piscina fazendo hidroginástica com uma professora que o ruivo contratou.

Quando ele se deitou na cama cansado, sai do banheiro toda sexy e ele sorriu malicioso ao meu ver.

– Hum... O que eu fiz para merecer esse anjo esta noite? –Perguntou ele com a voz rouca.

– Nasceu... –Pisquei, me aproximando dele lentamente. Me ajoelhei na cama e engatinhei até ele, abrindo os botões de sua camisa.

– Senti sua falta... –Sussurrou ele sorrindo e dando um apertão carinhoso em meu quadril, me fazendo arfar de leve em seu ouvido somente com aquele toque.

– Eu também, baby. Eu também... –Deslizei minha mão pelo seu peitoral agora nu e quando estava pronta para beijá-lo até que sufocássemos, um choro alto começou a soar da pequena caixinha de som em cima do criado, me fazendo recuar imediatamente.

– Hugo! –Exclamamos em uníssono.

– Eu vou. –Disse Rony, pronto para se levantar.

– Não. Você trabalhou e foi para a faculdade hoje, eu vou. –Levantei e fui em passos rápidos até o quarto. Tentei acalmar Hugo com minha voz, como doutor Tyler me ensinou, porque bebês tendem a chorar somente por manha ou por querer sair do berço, então é bom ensinar desde cedo que choro não é a primeira saída para ser tirado do berço.

Só que logo meu coração se desmanchou e eu tive que pegar Hugo em meu colo, encostando seu peito no meu peito e balançando-o de leve.

– O que foi, bebê? Te dei mama agorinha pouco... –Resmunguei com a voz chorosa, acariciando suas costas e ele chorou com mais força. – É cólica? –Sentei na minha poltrona de amamentação e virei ele de barriga para cima. Fiquei girando a poltrona enquanto massageava sua barriguinha sem parar de dizer coisas para acalmá-lo.

Passaram-se quinze minutos, mais quinze, mais quinze... Até que uma hora depois, Ron veio ver o que estava acontecendo, e Hugo ainda chorava sem parar.

– Eu estou ficando desesperada, Ron! –Confessei, quase perdendo o controle e chorando junto com meu filho. – Nada adianta! Já o embalei, tentei distraí-lo... Mas é horrível vê-lo sofrer. –Sequei uma lágrima que escorreu. Eu estava cansada, estressada, mas sabia que não era culpa do meu filho, sabia que não era porque ele queria que estava com cólica, mas meus nervos não agüentavam mais ao ver que nada fazia a dor passar.

– Calma, amor. –Disse o ruivo docemente, pegando uma manta e envolvendo Hugo com cuidado, deixando ele como se estivesse em um casulo. E então o aproximou do seu peito, abraçando mais perto do seu peito.

Embalou-o durante alguns minutos e logo o choro foi cessando, enquanto o meu só aumentava.

– Ei, pronto, passou. –Ron sorriu para mim, fazendo um sinal para que eu me levantasse.

– Ser mãe é mais difícil do que eu pensava. –Falei choramingando, me aproximando dele.

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– Mas você está sendo uma mãe incrível, sabe que está. –Com um dos braços, o ruivo me abraçou, enquanto um dos meus abraçava ele de volta e o outro abraçava Hugo, em um abraço triplo. – Nós só precisamos de prática, baby.

– Não gosto de vê-lo chorar. –Fiz carinho na nuca do nosso filho que estava quase adormecido.

– E eu não gosto de ver ele, nem você chorar. –Secou minhas lágrimas carinhosamente e beijou meu rosto. – Agora está tudo bem. Vem, vamos dormir. Eu te amo, ok? Amo vocês dois. –Senti-o beijar o topo da minha cabeça e eu assenti, mais tranqüila.

– Nós também te amamos. –Me abracei mais fortemente a ele, para depois deixá-lo ninar Hugo no berço, mas ele logo dormiu, cansado após tanto tempo chorando.

Fomos para a cama e eu agradeci aos céus pelo marido que eu tenho. Eu simplesmente não poderia ter um homem melhor na minha vida.

...

Um mês se passou e ter que voltar a trabalhar e a ir para faculdade se tornou uma tarefa mais torturante agora que Hugo se desenvolvia tão bem. Ele podia mexer os braços com mais controle, e conseqüentemente podia se divertir com o rabo de Bichento ou erguer a cabeça durante alguns segundos quando rolava feito um besourinho em cima do seu tapete interativo e ficava de bruços.

Agora emitia mais sons engraçados, tentava imitar o que conversávamos com ele, parava até de chupar sua mão quando seu papai babão vinha falar com ele. Havíamos ido em mais uma consulta no pediatra, mais vacinas que me deixaram a ponto de chorar...

Claire era a babá perfeita e todas as manhãs e tardes levava Hugo até a biblioteca para que eu pudesse amamentá-lo, e ele aproveitava para tomar um ar também. No horário de almoço, Ron fugia do escritório para visitar sua mulher e seu filho, o que deixava meu dia muito melhor.

Nos vimos com a possibilidade de passar o natal na casa de Molly, e eu fiquei ansiosa com a possibilidade, já que algumas semaninhas de folga era tudo que eu necessitava.

...

E finalmente, o dia abençoado chegou. Era dia vinte e quatro de dezembro, um dia antes de Hugo completar dois meses e uma semana.

Era ainda de tarde, estava terrivelmente frio e eu estava com um vestidinho branco acinturado com bolinhas pretas, um moletom grosso por cima, meia calça e botas.

Naquele momento da tarde eu estava no ex-quarto de Rony, na casa de Molly, que agora servia como um quarto extra de Hugo, para que nosso filho pudesse relaxar sem ficar entre a baderna da nossa família que aprecia muito falar alto, o que poderia irritar meu pequeno.

Agora, além da cama de Ron permanecer intacta, possuía também um berçinho rústico de madeira em um canto com um móbile de ursinhos. Só que Hugo gostava mais do seu bebê conforto, por isso estava dormindo nele desde que chegamos.

Nós mulheres estávamos agora próximas a lareira, no lado de fora estava Vic que parecia uma bola de casacos junto com seu papai babão, se divertindo com os primeiros flocos de neve. Sophia não estava diferente, e brincava de guerra de neve com meu pai.

– Então... Quando vai vir o segundo filho? Quero essa casa cheia de crianças! –Disse vó Ella, fazendo nossas risadas ecoarem pela sala quentinha. Estavam todos ali, todos mesmo, quase trinta pessoas. Na verdade... Estavam todos que me importavam, porque tia Tessie e tia Muriel poderiam ficar mofando aonde quer que estiverem pelo resto da vida.

– Calma gente, dois meses se passaram desde o meu primeiro parto, e não quero repetir a experiência tão cedo. –Franzi meu nariz e as mulheres riram mais ainda.

– E vocês, meninas? –Minha vó Charlotte olhou sugestivamente para Cho, Luna e Angelina, Gina estava no outro andar com Harry mimando o sobrinho.

– Ei vovó Char, não me olha assim! –Exclamou Cho, exasperada. – Do jeito que meu namorado é lerdo, nem vai perceber quando me engravidar. –Revirou os olhos.

– E bem... –Luna se recuperou do acesso de risos. – Eu não quero engravidar tão cedo, eu e Neville temos outros planos. Queremos viajar pelo mundo ainda. –Ela sorriu sonhadora.

– Desde que tragam mais crianças, se divirtam. –Minha outra vó Sarah falou sorridente, e mais uma vez nós rimos.

– Eu e Jorge pensamos em nos casar o ano que vem, nos meses iniciais! Quem sabe a cegonha faz uma visitinha. –Angelina sorriu docemente.

– Porr falarr em casamente, vai o casamente de vocês? –Indagou Fleur, lançando mais um olhar preocupado para a janela, de onde se via Gui passeando com a filha nos ombros, enquanto a mesma ria pegando os flocos de neve nas mãozinhas.

– Ah, bem... –Os olhares pairaram sobre mim e eu sabia que ficaria corada. – Posso dizer que esfriou tanto quando o dia de hoje... –Ri meio incomodada. – Mas não é culpa do Ron. É que estamos muito atarefados, e ainda temos o Hugo para cuidar... –Todas as mulheres se entreolharam como se conversassem mentalmente.

– Mi, tá ouvindo isso? Acho que o Hugo está chorando... –Disse Cho e eu apurei meus ouvidos, mas não escutei nada.

– Não, acho que não...

– Eu acho que está! Vai lá antes que Gina apareça carregando seu filho de cabeça para baixo. –Confusa, obedeci a japonesa e comecei a subir o lance de escadas, dando uma olhadinha desconfiada para trás. O que essas garotas iriam aprontar?

Cheguei ao quarto de hóspedes e me deparei com Harry e Gina no maior do amasso ao lado do bebê conforto do meu filho.

– Façam um favor, tem um monte de quartos por aqui, meu filho não deve ver essas coisas. –Os dois se separaram, assustados.

– Ah, desculpa Mi, é que Hugo dormiu... –Começou Gina, um pouco envergonhada. - Ai o Harry me agarrou! –Apontou de repente para o namorado, que lançou a ela um olhar de incredulidade.

– Eu te agarrei? Você pula em mim cheia de estrogênio nesse corpinho esbelto e diz que eu te agarrei? –Bufei, fazendo os dois olharem para mim de novo.

– Não quero saber quem tem mais hormônio que o outro, agora, vão lá pra baixo porque já deram falta dos dois. –Eles saíram do quarto emburrados um com o outro e eu não pude deixar de rir.

Me inclinei no bebê conforto em cima do colchão e me deparei com dois olhinhos azuis me observando com curiosidade.

– Tudo mentira daquelas mulheres malvadas que ficam dizendo que meu bebê está chorando. –Ao ouvir minha voz, ele fez um barulhinho com a boca, admirado. – Hugo é quietinho, não é? É o bebê mais lindo da face da terra. –Rocei meu nariz contra a dobrinha do seu pescoço, me afastando para ver um lindo sorrisinho no rosto dele.

– Como é? Vem aqui bater um papo com nosso garotão e esquece que o papai também gosta de socializar? –Me surpreendi quando Rony agarrou na minha cintura, me fazendo virar abruptamente para ele.

– Vai assustar a mãe, Ronald. –Falei, com a mão no peito e ele deu uma deliciosa gargalhada.

– Só a mãe do Hugo. –Deu um selinho em meus lábios. – A mamãe mais boazuda de todos os tempos. –Senti-o apertar minha cintura de leve.

– Hugo está nos vendo. –Alertei, me virando para olhar o pequeno nos observando atento.

– E é óbvio que ele entende tudo que estamos fazendo. –O ruivo riu, esticando sua mão e tocando com o dedo a mãozinha do nosso filho, que logo agarrou seu dedo.

– Por que ele não gosta tanto do meu dedo? –Resmunguei enciumada, sentando na cama enquanto Ron sentou do outro lado do bebê conforto.

– Porque meu dedo é maior. –Ele piscou malicioso e eu suspirei. Maldito provocador.

Antes que eu pudesse bater nele para me torturar com aquelas mínimas ações que me deixavam em ponto de ebulição, Rony tirou Hugo do bebê conforto e ficou-o segurando no colo, enquanto ele balbuciava baixinho.

– Sabia que hoje a casa é nossa? –Lançou um sorriso de canto para mim.

– Como assim? –Arqueei uma sobrancelha.

– Hugo vai ficar aqui esta noite, e vamos ter uma noite feliz na nossa casa após a festa de natal. As meninas já providenciaram tudo, foram até lá em casa buscar as fraldas e coisas necessárias. –Minha boca se abriu em perplexidade. Me levantei sem falar mais nada e sai no corredor, onde dei de cara com Cho.

– Vocês...

– Não precisa agradecer, é nosso presente de natal. Tomara que uma noite de sexo selvagem te anime. –A japonesa disse, antes de dar meia volta calmamente e descer as escadas. Eu ainda estava chocada quando adentrei de volta no quarto.

– Essas mulheres...

– Eu sei, são impossíveis. –Ron riu, ajeitando melhor a roupinha de frio do Hugo. – Só que eu mal posso esperar para hoje à noite. –Sussurrou roucamente no meu ouvido ao passar do meu lado com nosso filho no colo.

É hoje que a casa cai.

Ignorei o tremor súbito que me atingiu e os pensamentos lascivos, porque ainda tinha que ajudar a fazer um grande jantar de natal.

No andar de baixo, Hugo começou a chorar desesperado.

– Que tal uma aposta? –Sugeriu Cedrico para Rony, que balançava o filho chorão em seus braços.

– Manda ai.

– Se ele sujou as fraldas, vai ter que se vestir de rena durante a noite toda, paizão. –Disse Diggory, rindo. Rony revirou os olhos.

– Certo, então. –Apertou a mão do amigo com a mão livre e lançou um olhar implorador para mim. - Amor, será que ele está com fome? –Me aproximei dele e peguei Hugo no colo, balançando-o de leve.

– Não, acho que foi a fralda mesmo. –Sorri maligna para Ron, que fez bico.

– Os chifres estão ali na sala, Roniquinho. Amor, pega o batom vermelho? –Pediu Harry pra Gina, que assentiu feliz e saiu correndo em busca do batom.

– Brincadeira, ele quer mamar. –Falei mexendo somente os lábios, e o ruivo arregalou os olhos para mim.

– Então você só quer me ver vestido de rena? –Assenti, mordendo o interior das minhas bochechas para não rir. – Você vai ser castigada mais tarde em casa por ser tão importuna assim, moçinha. –Ron deu um sorriso malvado e eu dei de ombros.

– Sou uma criança que insiste sem ligar para as conseqüências. –Eu sabia que aquilo só atiçaria o lado dominador do meu marido, só que era bem disso que eu estava precisando. Deus, devem ser os hormônios pós-parto atiçados, só pode.

– Ah, trouxe o batom!

– E eu a câmera! –Disse Gina seguida por Vó Ella, adentrando juntas na sala. Hugo esqueceu que queria mamar e preferiu procurar com os olhinhos o que estava acontecendo.

Ron sentou bicudo no braço do sofá e deixou que sua irmã pintasse seu nariz de vermelho e colocasse o arquinho de chifres nele.

– Por que nós todos não se vestimos de renas, como no natal passado? –Perguntou ele emburrado, ajeitando o arco em sua cabeça.

– Porque o Papai Noel só tem uma rena que tem o nariz brilhante, que serve para guiar o trenó, seu idiota. –Jorge foi atingido por uma almofada jogada pelo irmão e se afastou rindo.

– É, bobão. Todo mundo sabe disso. –Cho mostrou a língua, apertando a bochecha do meu marido e as risadas preencheram todos os cômodos da casa, até Hugo não se conteve e deu seu sorriso lindo ao ver a cara de rena do papai, o que encantou a todo mundo presente.

Enquanto Angelina babava no meu filho junto com seu noivo, eu e as outras mulheres nos ocupávamos na cozinha, preparando a ceia de natal.

Era comida suficiente para alimentar um estádio de futebol americano lotado, mas tudo não deixava de ser perfeito, mais ainda quando feito nas mãos cuidadosas das minhas avós, sogra, mãe...

Depois de pronto, servimos tudo na mesa comprida da sala de jantar decorada com uma magnífica toalha natalina, talheres dourados e velas para a iluminação.

Apreciamos aquela noite de natal da melhor forma. Reunidos, mais unidos do que nunca, tendo uma ceia farta para aproveitar, todo mundo com saúde e Hugo chorando no meio do jantar querendo mamar.

Conversamos bastante após a janta maravilhosa, discutimos sobre diversos assuntos e Jorge assumiu que queria casar em fevereiro com Angelina, o que trouxe mais razões para comemorar.

Fizemos a troca de presentes, a encenação de Arthur adentrando na casa vestido de Papai Noel, o que provocou risos na filha da francesinha e em minha irmãzinha, porém fez meu filho se esgoelar de tanto chorar.

Vovó Charlotte, Sarah, Nina, Ella e as vovós mais recentes, Molly e minha mãe, ficaram mimando a pequena Victoire e meu pequeno o resto da noite, aproveitando as últimas horas que eles poderiam ficar acordados. Sophia, a mais elétrica, gostou de ficar mimando seu primeiro sobrinho também e fazendo palhaçadas para ver seu sorriso.

Não precisou nem dar meia noite para que Victoire adormecesse nos braços da mãe e Hugo chorasse irritadiço no meu colo por causa de sono.

– Acho que é hora de te ordenhar, Mi... –Cho ergueu o aparelhinho que servia para armazenar leite do peito e tivemos que conter as risadas por causa das crianças sonolentas.

– Me ordenhar você vai ver, japa abusada. –Dessa vez foram os outros que tiveram que prender o riso mais uma vez.

Deixei Hugo com Rony e fui até o banheiro, onde reservei duas mamadeiras com meu leite. Me encarreguei de dar banho em meu pequeno antes de voltar para casa, pois as meninas haviam trazido tudo, tudo mesmo, que seria necessário para a estadia dele na casa dos avós. Mulheres abençoadas, essas.

Angelina participou do banho, o que fortaleceu nosso relacionamento. Não que ela já não tenha me conquistado desde a primeira vez que fez Jorge sorrir após a... Bem, o terrível acontecimento que prefiro não me recordar.

E ela parecia bem interessada em todos os passos do banho. Quem sabe ela não estava planejando encomendar um bebê também?

Hugo ficou todo mole após o banho, por estar bastante sonolento e quentinho. Ron subiu para se despedir dele e eu fiquei por pelo menos quinze minutos fazendo bico antes de dar um beijo no meu filho e sair do quarto, deixando-o lá adormecido enquanto a música calma do móbile de ursinhos vagava calmamente pelo cômodo.

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– Por que despedidas tem que ser tão dolorosas? –Murmurei chorosa e o ruivo riu, beijando meu pescoço descoberto por um rabo de cavalo que improvisei.

– Amanhã ele volta, isto é, se não deixarmos a casa dos pedaços.

– Babaca... –Apertei seu chifre de rena e ele riu mais ainda, esfregando seu nariz coberto de batom no meu rosto, me manchando toda.

Depois de me despedir de todos e desejar um feliz natal a cada um, deixei Molly por último, por estar um pouco angustiada de deixar um bebê de dois meses que acorda de madrugada para chorar sobre seus cuidados, ela poderia se sentir cansada demais...

– Minha querida... –Começou ela docemente, após eu confessar meus receios. – Criei sete crianças, fui acordada de madrugada por sete bebês, uma noite com seu pequeno não vai fazer nem cócegas. –Riu a adorável mulher ruiva, me abraçando. – Aproveite com seu marido que amanhã o Huguinho já volta para casa. É o nosso presente de natal, lembre-se, aproveite. –Ela piscou e eu senti meu rosto ficar um pouco quente.

– Está tão óbvio assim a minha... Necessidade? –Ela gargalhou, me soltando do seu aconchegante abraço.

– Não. Mas eu sei como ninguém o quanto faz falta uns momentinhos de... Intimidade. –E olhou sugestivamente para o marido, que ergueu a taça de vinho que bebericava e piscou para a esposa. Deus, quero ter uma vida ativa assim durante bastante tempo também.

Mandei mais beijos e fui praticamente arrastada por Ron até em casa.

– Vou tomar um banho... –Sussurrei sedutoramente em seu ouvido, quando finalmente chegamos. – Me aguarda quietinho. –Ele sorriu de lado e assentiu minimamente, rumando para o quarto.

Me afastei em passos rápidos até o banheiro e tomei um banho revigorante, daqueles que lava até a alma. Sequei meus cabelos, reforcei os cachos, passei aquela maquiagem fera com direito a batom vermelho, esborrifei meu perfume... Só que ai me lembrei que não tinha uma lingerie que prestasse... Droga. Logo na única noite livre para aproveitar com meu marido, não tem uma coisa que sirva direito em mim.

Olhei meu corpo nu no espelho e levantei minhas sobrancelhas. Eu já estava em perfeita forma novamente, e Ron provavelmente preferia arrancar a lingerie a me ver vestida com ela... Sorrindo maliciosa após uma ideia, tirei uma fita vermelha que achei dentro de uma gaveta e soltei meus cabelos já secos e com cachos definidos, fiz uma espécie de “tiara” com a fita e calcei meus saltos, sentindo aquela vergonha típica se assolar de mim.

Que merda, eu já era casada com ele e era a mesma garota inocente e envergonhada de antes.

Logo que sai do banheiro, senti o ar congelante da noite me pegar desprevenida, mas isso não durou muito tempo, pois logo dois braços quentes me envolveram, e meu pescoço fosse alvo da sua boca macia.

– Eu já te disse... –Mais um beijo em meu pescoço. – O quanto... –Uma mordidinha de leve que me fez derreter em seus braços. – Eu amo... –Sua mão deslizando sensualmente pelo meu corpo. – Cada parte do seu corpo? –Mordidinha no lóbulo da minha orelha.

– Creio que já, mas não custa repetir. –Falei com a voz rouca, pulando em seu colo e aproveitando todo o amor que ele tinha para me dar. E era um amor que durou a madrugada toda. Ah, eu amo esse homem.

O que não fizemos em dois meses, fizemos naquela noite feliz de natal. LITERALMENTE, feliz.

...

Para buscar Hugo na casa de Molly, fui cheia de casacos que além de me fazer evitar o frio da manhã, tampavam todas as marcas que Rony resolveu deixar em minha pele, porque segundo ele não tinha coisa mais estimulante do que minha pele branca sendo marcada por ele.

Só que eu estava mais satisfeita do que nunca, e uma Gina sonolenta não perdeu a chance de tirar com a minha cara por causa do sorriso permanente em meu rosto, sorte que ela logo preferiu voltar a dormir do que encher meu saco.

– Se comportou bem hoje na casa da vovó? –Sussurrei para meu filho que estava dentro do berço, se remexendo preguiçoso ao escutar minha voz.

– A Vic não tentou vir aqui roubar uns beijinhos dele, né? –Brincou Ron, fazendo Molly gargalhar.

– Se comportou, Mione. E não, a Vic resistiu ao poder de fofura dessa coisa linda. –A vovó babona ergueu Hugo no colo, beijando a bochechinha dele. – Agora, se a casa ainda estiver inteira, você já pode ir com seus pais. –Corei com o olhar malicioso da minha sogra sobre mim.

– Foi quase, mãe. Quase. –O ruivo abraçou minha cintura e eu bufei, mais corada ainda.

– Molly, Rony! –Exclamei baixinho, para que as pessoas na casa que ainda dormiam não acordassem. Os dois riram da minha cara de tomate ambulante.

Voltamos para casa com Hugo e notei quanto que sentia falta dele mamando em mim, ou só o fato de saber que poderia entrar no quartinho dele e sentir seus olhinhos azuis em mim. Ron também parecia morto de saudades, porque passou a tarde toda brincando com nosso filho na sala de estar, tentando ensinar a ele os primeiros movimentos para se tocar uma bateria.

Espiei toda a conversa deles em que Hugo só balbuciava, meu marido mexendo nos braçinhos gordinhos do nosso filho e ele olhando curioso para as próprias mãos... Me peguei suspirando apaixonada. Eles eram definitivamente os dois garotos que eu mais amava na vida, além do meu pai, que teve uma boa contribuição em me trazer para esse mundo, me fazer crescer saudável e ainda me entregar no altar para o ruivo cabeça oca.

O ruivo cabeça oca que eu amava cegamente.

No final da tarde, tomei café com Claire e deixei meus garotinhos brincando na sala. Percebi que o cômodo ficou silencioso demais e quando fui chegar, Hugo dormia no peito de Ron, que segurava-o com carinho contra seu corpo e cochilava também. Tão lindo.

Acho que vou sonhar com essa visão esta noite.