– Filha, vem jantar. –Minha mãe disse, dando leves batidas nos meus pés.

– Quantas horas eu cochilei?

– Duas horas, mais ou menos.

– Não estou com fome mãe, sinceramente. –Levantei-me e peguei uma maçã verde da fruteira da cozinha, minha mãe não insistiu no assunto e por isso subi as escadas e fui para o meu quarto. Sentei na frente do computador e dei algumas mordidas na maçã. Resolvi checar meu MSN, não que eu fosse muito popular e todo mundo adorava conversar comigo, mas mesmo assim entrei. Logo me apressei e coloquei em meu subnick ‘Campbell Hall, aí vou eu!’

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Incrivelmente uma janelinha piscou, era McLaggen. Foi só para pedir o meu número de celular, porque eu estava morta de cansada e não conseguiria falar com mais ninguém.


Tomei um banho rápido e senti como se fossem soltos uns 3 pianos em cima de mim, eu estava com cara de drogada e resolvi que estava na hora de ir deitar. Escovei meus dentes e lembrei-me de Ronald me chamando de “esquilinha’’ pelo telefone. Como um ato não pensado, fiquei observando meus dentes na frente, com o intuito de me certificar que eles não eram mesmo grandes.


– Babaca, idiota, tapada. Se deixa levar por um comentário estúpido, você é mais infantil que sua própria irmã de 5 anos, Granger. –Suspirei profundamente, penteei meus cabelos e fui deitar. Me enfiei debaixo das cobertas e deitei minha cabeça no meu travesseiro gostoso, quando de repente uma música da Barbie começa a tocar no meu celular.


– Sophia. –Bufei, me lembrando que não devia deixar meu celular perto dela porque eu fico sujeita a mudanças de toque sem consentimento.

Olhei na tela e li “Uma mensagem nova”, cliquei para ver e lá estava:


Boa noite, durma bem minha pequena. Beijos, Gustavo McLaggen.


Soltei um risinho abafado pelo meu travesseiro, McLaggen não havia me esquecido ainda, coitadinho dele.


Meus próximos 6 dias do mês de fevereiro foram monótonos e sem nenhuma novidade, fora que fomos comprar os materiais de aula e Sophia ficou com um dentinho mole, por minha culpa. Nem tão por minha culpa assim porque querendo ou não os dentes de leite dela iriam cair algum dia, não é?

É que eu havia pedido para ela pegar meu celular em cima da mesa e ela não foi, então eu me levantei e disse que por causa disso eu nunca mais ia levar ela no parquinho, ela se revoltou e fez que nem aqueles touros gigantes que correm na direção do toureiro que está lá feito um panaca segurando aquele pano vermelho, e eu era a panaca.

Pensei em desviar, mas colocar o pé na frente dela seria mais divertido. E foi isso que eu fiz, ela caiu de boca no chão e resultou em um dente de baixo dela mole e minha mãe surtando que estava saindo sangue.


E finalmente o almoço de aniversário de Arthur havia chegado. Meus pais como trabalharam a semana toda no consultório de dentista deles (e eu fiquei de babá contra a minha vontade) acordaram cedo na manhã do dia 06/02 para comprar o presente, dormi até às 9:00 pois minha mãe simplesmente resolveu invadir meu quarto dando gritinhos histéricos e dizendo algo como ‘ele vai adorar o presente, filha’ e até lá eu estava suportando mas quando ela abriu as cortinas e deixou o sol ir direto na minha cara, minha vontade foi gritar com ela até que ela fechasse mas como eu amava viver e minha mãe não era a mais pacífica do mundo, levantei-me lentamente, encarei ela com nenhuma felicidade a mostra, ela entendeu o recado e se mandou do meu quarto.


Me vesti com uma calça jeans, moletom e botas ugg, eu estava confortável e fofinha. Lavei meu rosto, escovei os dentes, penteei meus cabelos castanhos que caiam em ondas para baixo dos meus ombros e destaquei meus cachos com o babyliss. Passei um perfume, peguei meu celular e meus fones de ouvido e desci para esperar meus pais se arrumarem.


(Roupa: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=43137274&.locale=pt-br)


Sophia aguardava sentada no sofá, com um vestido rodado roxo com branco, meias de lã grossas, um sobretudo de aparência quente, botas e seus cabelos presos em marias chiquinhas, uma fofura. Já seu rosto não estava nada agradável de olhar, uma expressão emburrada inundava sua pequena face redonda.


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– O que houve?

– Mamãe e papai não deixaram eu levar minha Barbie e meu Ken. –Ela rosnava feito uma gatinha irritada. Não pude deixar de rir, o que não a deixou muito contente.


Alguns minutos depois a noiva da minha mãe resolveu escolher uma roupa de vez e nós partimos para a casa dos Weasleys. Fui escutando musica, e minha irmã nada feliz com a situação em geral descontou sua raiva trocando a música que eu estava ouvindo no meu celular.


– Você fica brabinha com nossos pais e desconta a raiva em mim, né? –Olhei para ela séria, ela deu a língua para mim e mudou de música novamente.


Abri minha boca em sinal de perplexidade e belisquei-a, nem tão forte para fazer chorar, mas nem tão fraco para impedir de ela fazer o maior escândalo no carro.


– Eu não sei quem é pior. –Meu pai disse, bufando.

– Foi ela que começou! –Por mais incrível que pareça, fui eu quem disse essa frase típica de relacionamentos entre irmãos. Eu poderia ser 11 anos mais velha que ela, mas ainda me considerava a caçula querida da família.


– Sinceramente, Hermione! Você dizendo isso é o cúmulo. -Como já fosse de se esperar, a carinha de cadela abandonada da minha irmã fez com que meus pais se comovessem e jogassem a culpa toda em mim, ela fica braba por não levar os bonecos estúpidos dela para a casa dos Weasley, mas é a irmã problemática com chiliques constantes dela quem leva o fardo.


Respire, Hermione. É só uma criança.


Coloquei meus fones e ignorei todos completamente e quando eu estava totalmente animada escutando The Boys, das Girl’s Generation. Sophia irritou meus pais o caminho todo, até que minha mãe fez alguma chantagem com ela e até que enfim, ela sossegou.


Senti o motor ser desligado, meu pai desceu e deu a volta no carro, abriu minha porta e me encarou.


– Quer descer ou vai passar o dia ai no carro? -Mostrei a língua para ele e desci. Olhei por alguns segundos a casa enorme da família Weasley, ela era linda e grande por causa dos 9 integrantes que viveram lá.

Gui e Carlinhos eram médicos famosos já não viviam mais ali, mas passaram a infância naquela casa. Percy era empresário e ficava mais em hotéis pelo mundo, para fechar seus negócios.

Passei pelo portão e parei atrás dos meus pais e de Sophia, enquanto eles apertavam a campainha da imponente casa.


– ELES CHEGARAM! –Um grito estridente vindo do interior da casa me fez dar risada. Segundos depois um homem abriu a porta. Era Arthur, um homem bem alto, devia ter pelo menos 1,80, tinha cabelos ruivos curtos, a pele muito branca e um pouco sardenta e olhos azuis. Ele era quase meu segundo pai.


– Que bom que vieram! –Arthur disse, abraçando meu pai, dando um beijo carinhoso no rosto da minha mãe e pegando Sophia no colo.


– Pequena Granger, como você cresceu! –Ele disse, sorrindo e fazendo cócegas nela. Eu sentia falta de quando eu tinha 5 anos e ele fazia essas coisas comigo. Tirei meus fones e os guardei, olhei para o Weasley pai com uma certa timidez pois fazia tempos que eu não o via, ele me olhava curioso.


– Hermione! Como você está linda, menina! E grande também! –Ele deixou Sophia no chão que bufou raivosa de ciúmes, me abraçou e chegou a me erguer no ar, eu ri e retribui o abraço.


– Obrigada, Sr. Weasley.

– Nada de Sr. Weasley, Sra. Granger. Me chame de Arthur. –Gargalhei e me rendi a chamá-lo apenas de Arthur.


– Minhas pequenas, estão tão lindas. –Olhei para trás e uma mulher baixinha acariciava os cabelos da minha irmã sorria para mim. Era Molly, a Weasley mãe. Seu vestidinho florido contrastava com sua pele branca, seus cabelos ruivos curtos e cheios e seus olhos castanhos brilhantes.

– Olá, Molly. Linda é você. –Retribui o sorriso dela e a abracei. Ela tinha um abraço extremamente confortante, minha segunda mamãe.

– Todos são lindos, não é? –Ouvi duas vozes iguais vindas atrás de mim. Soltei-me do abraço de Molly e me deparei com os gêmeos. Sorri para os dois e fiquei observando como eram idênticos. Os dois eram altos, tinham cabelos ruivos curtos, olhos castanhos e um sorriso no rosto.


– Geminhos! –Minha irmã disse, se jogando nos braços dos gêmeos.

– Grande Sophia! –Os dois disseram em uníssono, abraçando ela.


Quando finalmente ela resolveu se soltar deles pra ir se agarrar com Arthur novamente, me aproximei-me do gêmeo da esquerda para dar um abraço nele.

– Não, sem abraços. Você precisa antes adivinhar quem é quem. –O da esquerda disse, o da direita apenas assentiu.

– Ah não. –Cruzei os braços e fiz bico.

– Não iremos nos render à sua carinha fofa, Mione. –O da direita disse.


Comecei a rir até que uma voz feminina veio sussurrando no meu ouvido.

– O que tem uma pinta no pescoço é o Jorge. –Reconheci que era de Gina e no momento em que ela sussurrou, Jorge tampou a pinta com as mãos, se entregando. Eu tive que rir daquela cena.

– Gina, não vale! –Todos que assistiam a cena riram e eu me virei e abracei Gina.

– Que saudades amiga, você está linda! –A olhei de cima em baixo, ela seria uma cópia rejuvenescida de Molly. Tinha a minha altura, aproximadamente 1,70, cabelos ruivos compridos e lisos e olhos castanhos.

– Ah, que mentira. Linda está você! –Não nos soltamos do abraço até que Jorge nos interrompeu.

– Novamente, todo mundo é lindo aqui. Agora que a senhorita ai já nos reconhece cadê o nosso abraço? –Olhei para os dois e empinei o nariz.


– Se o meu abraço vale menos que adivinhar quem é quem, não vou abraçá-los. –Cruzei os braços e fingi estar braba com os dois.

– Como você pode ser tão idiota, Granger? –Fred me fez cócegas.

– Hey, isso realmente não vale. –Fiquei rindo e me arqueando para trás e se afastando deles. Os dois se olharam, assentiram com a cabeça como se acabassem de conversar mentalmente e então me agarraram em um abraço apertado.


– Ar, ar... É disso que eu preciso. –Tentei me livrar do abraço, mas quando mais eu tentava fugir mais eles me apertavam.

– Chega meninos, agora é minha vez. –Finalmente os gêmeos me soltaram e fizeram uma cara contrariada. Ri deles e olhei para o homem que acabara de falar, era Gui, 10 anos mais velho que eu, mas agia como se fosse da minha idade. Ele era alto, musculoso, tinha os cabelos ruivos um pouco compridos e olhos azuis, possuía também duas cicatrizes em um lado do rosto causadas por um acidente de carro. Era um homem muito bonito, mas casado. Antes que eu falasse qualquer coisa ele me envolveu em um abraço e me girou no ar.


– Deixe um pouquinho dela prra min. -Era Fleur, a francesinha com um sotaque muito fofo, esposa de Gui. Ela era extremamente linda, parecia uma bonequinha de porcelana com seus cabelos loiros que caiam em cascatas sobre os ombros, pele branca e olhos azuis muito claros. Eu sorri para ela e a abracei.


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No momento eu gostava dela, mas por um longo período de tempo eu e Gina nem olhávamos para a cara dela por parecer metida e arrogante. Porém após o acidente que rendeu as cicatrizes a Gui, Fleur se manteve amando fielmente ele, isso rendeu pontos para as nossas relações fossem amigáveis.

Logo após um aceno de cabeça breve para Carlinhos e Percy, os cumprimentos cessaram. Carlinhos não era tão próximo a mim, e eu sinceramente não ia muito com a cara de Percy, ele era muito ambicioso e não ia com a minha cara. Mas isso na minha língua, na língua de Gina seria mais necessariamente ‘nojento’ mesmo.


– RON-RON! –Vi Sophia correr na direção de Ronald. O analisei um pouco e percebi o capuz de seu moletom cinza sobreposto sobre sua cabeça, sua calça jeans e seu tênis estilo skatista, mas sem aqueles cadarços soltos e outras ridicularidades.

Ele abraçou minha irmã e pegou-a no colo, Sophia mantinha um sorriso de orelha em orelha no rosto, ela realmente gostava dele. Os olhos azuis dele encontraram os meus e eu percebi o quão... O quão... Como pode ser tão difícil deixar meu orgulho de lado? Ok, ele estava bem bonito. Lindo, talvez, mas já disse, vou manter meu orgulho de pé.

Alguns fios ruivos caiam sobre sua testa e seu rosto não estava muito visível por causa do capuz, mas desviei o olhar logo que minha mãe disse “Dê oi para o Rony!”.

Bufei baixinho, ainda querendo manter meu orgulho, mas um “oi” desanimado soou entre meus lábios, ele sorriu vitorioso e disse “olá Hermione, como vai?” na maior animação, como se eu fosse lá abraçá-lo e dizer “vou bem e você meu melhor amigo?”. Ele continuou segurando Sophia em seus braços enquanto sorria para mim. Não o respondi, apenas cerrei os olhos para ele e Gina me puxou pela mão e me fez subir as escadas.

Cheguei a um corredor longo e nada estreito, cheio de portas e em uma delas se situava o quarto da minha melhor amiga. Entrando lá vi Harry entretido no notebook dela.


– HARRY! –Berrei, indo na direção dele.

– HERMIONE! –Ele também berrou, soltou o notebook do lado dele e logo veio me abraçando fortemente.

–Que saudades, menina! –Acariciava meus cabelos enquanto continua me abraçando. Harry era menor que eu até, uns 5 centímetros apenas. Após ele me soltar vi como ele estava bonito. Seus olhos muito verdes agora sem os óculos e seus cabelos escuros bagunçados davam um ar fofo à ele.


– Eu que o diga. –Sorri e me soltei do abraço dele. Parei um pouco para olhar o quarto de Gina, era grande, tinham flores de cerejeira desenhadas nas paredes e um mural grande cheio de fotos dela com sua família, seu namorado e um monte de fotos dela comigo, o quarto era lindo.

Fiquei observando as fotos entretida e me assustei quando a voz de Harry quebrou o silêncio.

– Rony se envergonha muito do que fez a uns anos atrás e queria ser seu amigo novamente. –Olhei para Harry e ele continuava fitando a tela do notebook.

– Ele se envergonhar não muda praticamente nada. –Falei grossamente, me sentando ao lado de Harry.

– É, eu sei. Perdoa ele, Mione. –Eu jamais iria me render ao beiçinho que Harry fez pra mim, cruzei os braços e o encarei.

– Apenas quando EU quiser. –Revirou os olhos e parou com o assunto, dei um sorriso vitorioso e ficamos conversando lá sobre tudo o que havia acontecido desde que nós nos separamos.

Fiquei sabendo que os pais de Harry saíram de férias e ele estava pousando na casa dos Weasleys. A conversa estava tão legal que quando Molly berrou dizendo que o almoço estava pronto nós ainda não havíamos terminado nossos contos sobre as novidades. Desci as escadas e fui em direção aonde as vozes eram altas.

Me deparei com uma sala de jantar enorme e aconchegante, que pareceria ser antiga por causa da lareira que não era à gás, igual à lareira da minha casa, e o chão era de uma madeira muito bem encerada, eu podia jurar que via meu reflexo no chão. Tinha um lustre de cristais muito bonito no meio da sala e uma TV de tela plana encostada na parede, mas o que realmente me chamou a atenção foi a mesa repleta de vários tipos de comidas. Lasanhas, carnes, refogados, fritos, assados, saladas, agridoces, agradavam qualquer paladar.


– Bom, não deu tempo de fazer muita coisa, mas acho que está razoável. –Várias risadas encheram a sala, minha mãe já foi dizendo que aquilo estava perfeito, igualmente a outras pessoas que imitaram o ato dela.

Cantamos parabéns para o Sr. Weasley e entregamos os presentes, então começamos a nos servir. Me servi com peito de galinha, lasanha, arroz e salada. Peguei um copo de suco e me sentei. O almoço foi ótimo, a comida estava perfeita e conversas alegres enchiam a sala, o ambiente estava familiar e aconchegante.


Após terminar de comer, Gina me convidou para dar uma volta no quintal da casa, eu aceitei. Fomos à parte de trás da casa, a grama era verdinha e muito bem cortada, havia várias flores coloridas e duas árvores frutíferas. Olhei para um lado e vi a área da churrasqueira com uma mesa de piquenique enorme e com uma toalha xadrez sobreposta, olhei para frente e vi uma piscina grande com um trampolim, minha reação foi se maravilhar com aquele quintal.


– Essa casa foi sempre dos meus pais, desde que eles se casaram, mas nunca foi assim é claro. Essa casa começou sendo simples, de madeira e de acordo com o tempo meus pais foram reformando e agora está assim. Quando mamãe tiver netos, ela quer por um escorregador na piscina e um playground pequeno.


– Uau. –Foi a única coisa que saiu da minha boca, enquanto eu olhava admirada para tudo.

– MENINAS, VENHAM COMER A SOBREMESA! –A voz estridente de Molly soou vinda de dentro da casa.

– Sobremesa? Acho que não cabe mais. –Passei uma das mãos sobre minha barriga e fiz uma cara de dor.

– Você não vai resistir às sobremesas da minha mãe.

– SobremesaS? –Dei ênfase no plural da palavra e Gina riu.

– Sim, várias e deliciosas.

– Novidade sua mãe fazendo comida gostosa. -Entramos e vi a mesa coberta de gelatinas, frutas, pudins, bolos, tortas e sorvetes. Eu estava impressionada com a habilidade de Molly de cozinhar para uma tropa feito a gente.


Peguei um pedaço de uma torta de bolacha, torta de limão e gelatina de morango com sorvete de creme. Observei Sophia sujando o nariz de Ronald com um pouco de sorvete e os dois começaram a rir, se isso fosse comigo eu já faria Sophia limpar meu nariz, mas como Ronald não tinha que aturar ela por dias inteiros ele a tratava como se ela fosse uma deusa. Comi tudo novamente e me senti prestes a explodir.


– Vem, vamos relaxar na beira da piscina. –Senti a mão de Gina me puxando. Fomos até o quintal novamente e lá relaxamos na espreguiçadeira na beira da piscina.


– Ron-Ron, você não me pega! –Vi Sophia correndo e Ronald feito um bobo atrás dela, comparando o tamanho dele com o dela, um passo e ele a pegava, mas ele preferia fingir que era uma criança de 5 anos e corria feito uma lesma paralítica atrás da minha irmã.


– Peguei! –Ele pegou Sophia no colo e a girou-a no ar, logo após isso ele fez um ataque de cócegas dela. Quase que os interrompi porque achei que logo ele iria matar minha irmã de asfixia por cócegas, mas ele parou antes que eu pudesse sugerir algo.


– Quem é mais legal, eu ou a sua irmã? –Olhei para os dois incrédula, tinha que me meter no meio? Sinceramente.


– Hum... –Sophia fez uma expressão pensativa e eu a encarei como se fosse matá-la com meus olhos. – Você. –Riu e se abraçou com Ronald.


– Ah, então é assim? Nunca mais te ajudo a colocar uma calça quando você não quiser ficar de saia, esquece o parquinho e no meu computador você não mexe mais. –Parei de olhá-los, mas eu sabia que Sophia estava boquiaberta com a minha atitude.

– Mais... Mana.

– Nem mais nem menos, vai pedir para o Ronald te vestir, te levar no parquinho e vai jogar no computador dele. –Ela bufou e se soltou do ruivo, se aproximou de mim e deu um longo suspiro.

– Eu amo vocês dois. -Mordi meu lábio inferior pra não rir da carinha arrependida dela e a abracei.

– Então ta bom. -Sorri e escutei Gina rindo do meu lado.

– Que cena hilária essa, digna de uma novela. –Ela quase não conseguia falar direito, estava tendo uma crise de risos e não era eu quem iria salvá-la se ela vomitasse o almoço e a sobremesa. Revirei meus olhos e comecei a rir também, mas tomando cuidado pra não me afogar com a minha própria saliva.


Fui embora às cinco da tarde, mais tecnicamente, seis da tarde porque a despedida foi muito longa e calorosa, assim como os cumprimentos. Eu me sentia perfeitamente bem na casa dos Weasleys.


– Arthur, meus sinceros parabéns! Felicidades, paz, amor, e tudo que você desejar se torne realidade. –O abracei.


– Ah Mione, obrigado mesmo. –Arthur sorriu retribuindo o abraço.


– Molly, obrigada pelo convite, você é a melhor pessoa do mundo e cozinha muito bem. –Nós rimos e eu a abracei.

– Obrigada Mione, sempre que quiser as portas da minha casa estarão abertas para você e pode deixar que toda vez que você vier aqui vou fazer algo muito bom pra você comer.


– Como essa menina é interesseira. –Uma voz rouca masculina me fez virar e vi que era o ruivo que eu tanto não gostava.


– Desculpe, mas eu acho que estava falando com a sua mãe. –Falei grossamente e ele não se intimidou, apenas riu. Ele não ia vencer tão fácil assim.


– Tchau pra você também, fofa. –Ele piscou e foi lamber mais minha irmã. Rolei meus olhos e fui em direção à Gina.


– Tchau, Gi! –A abracei e dei um beijo no rosto dela. – Amo você.


– Tchau, Mione. Também amo você. –Ela retribuiu o abraço e o beijo. Acenei para todos e entrei no carro. Coloquei Super Bass, da Nicki Minaj e logo chegamos em casa. Quando chegamos fui assistir TV e me neguei a comer qualquer coisa porque eu ainda sentia que ia explodir a qualquer momento.


Chegando perto das 22 horas fui embalada pelo cansaço, resolvi subir e ir dormir debaixo dos meus edredons deliciosamente quentinhos. Acordei com minha mãe berrando que o almoço estava pronto, levantei na menor animação e desci as escadas arrastando meus pés, até levantar meus joelhos era um trabalho arduamente cansativo.

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Até agora eu não havia aberto meus olhos direito, sentei na cadeira e deitei minha cabeça na mesa. Senti algo me cutucar e eu vi que havia sido Sophia, com o cabo do garfo.


– EU JÁ ESTOU ACORDADA. –Ela deu uma risadinha e voltou a me cutucar. Quando eu levantei minha mão pra dar na cara da peste minha mãe chegou trazendo uma travessa e colocando em cima da mesa.


– Mione, não se estresse, fique bem feliz. –Sorriu e foi andando de volta a pia da cozinha quase flutuando.


– Eu devo perguntar o por quê?


– Nós vamos pro Brasil. –Sophia disse, com um sorriso de orelha em orelha.

– Desde quando...? –Olhei para elas com uma expressão confusa.

– Arthur conseguiu férias e quer passar 5 dias com a família no Brasil, e eu, você e sua irmã vamos. Lá no Brasil é verão agora, e seu pai odeia calor então ele não vai. –Ela voltou para a mesa e colocou uma colher dentro da lasanha que havia feito para o almoço. E então finalmente caiu a ficha.


Eu iria para o BRASIL aproveitar os últimos CINCO dias de férias que me restavam. Isso era... Isso era... P-E-R-F-E-I-T-O.


Comi rapidamente com o intuito de ir arrumar as minhas malas e logo que terminei de almoçar corri para o meu quarto. Tinha acabado de arrumar as minhas malas quando minha mãe disse que era para ajudar minha irmã a arrumar a dela, me safei das tarefas maternais durante a viagem, mas antes eu ainda tinha que ser a segunda mãe dela, que vida.


Fui até o quarto dela e fui pegando qualquer roupa de calor que ela tinha.


– Eu não gosto dessa! –Sophia puxou uma camiseta que eu havia socado na mala pequena dela e fazendo bico.

– E daí? Te perguntei algo? Coloca ai de volta. –Após socar o máximo de coisas o possível na mala da Barbie dela, deixei seu quarto. Depois de a minha mãe reclamar da organização da mala de Sophia e me mandar arrumar tudo novamente, passei a tarde toda jogando The Sims. Escutei barulhos de alguém subindo as escadas muito apressadamente, minha mãe parou na porta do meu quarto e me olhava apreensiva.


– Filha, às 22:00 vamos pegar o avião. –Ela falava como se estivesse próxima a ter um ataque cardíaco, se chacoalhava levemente e mordia os lábios.

– Tudo bem mãe, vamos nos arrumar que já são 18:00. –Eu falava calmamente com o intuito de acalmá-la, minha mãe gostava de antecipar as coisas e essa viagem de última hora estava matando-a por dentro.


– É, é. Certo, vou dar um banho na sua irmã e você tome banho no banheiro do seu quarto. –Estava cuidando pra não rir da paranóia da minha mãe, fiz o que ela mandou e após o banho, coloquei um moletom da abercrombie preto, bem simples. Coloquei uma calça skinny escura e um all star xadrez. Eu não ia para um desfile de modas, eu ia ficar 8 horas em um avião.


Sequei meu cabelo e o deixei solto, com suas ondas naturais. Logo, minha irmã estava pronta vestida com seu moletom da Barbie, uma calça jeans e seu all star roxo.

Minha mãe foi quem demorou para se arrumar mais, pois ela começou a surtar dizendo que estava esquecendo algo da viagem, checou todas as malas e já eram 21:00 quando minha mãe chamou um taxi e partimos para o aeroporto.


No caminho, minha mãe ligou para meu pai e nós nos despedimos dele. Chegando ao aeroporto, no espaço do Check-in localizei Arthur, Molly, Gina, os gêmeos e é claro, Ronald. Me aproximei deles e sorri.


– Boa noite, pessoal.

– Boa noite, Hermione. –Eles responderam, sorrindo. Abracei-me com Gina e esperei o Check-in ficar pronto.


– Onde está Harry?

– Seus pais já voltaram de viagem, ele teve que ficar. –Minha ruivinha disse, fazendo uma cara de triste.

– Que pena. –Fiz a mesma cara e depois de um tempo de espera, finalmente embarcamos no avião.