JEREMY: OFF

MELANIE: ON

No dia seguinte, encontrei Ryan antes da aula e ficamos conversando perto dos armários.

- Quer dizer que a Lynn ganhou um concurso para estudar em Londres??? – era a quarta vez que eu estava perguntando aquilo. Simplesmente não estava acreditando.

-Pela centésima vez! Sim!

-Como?

-Ela entrou nesse concurso há uns quatro meses atrás. Teve que fazer uma prova e tal. A gente até já tinha esquecido isso, ela não queria criar esperanças. E ontem à tarde, ela recebeu uma carta dizendo que ela tinha vencido e que as aulas começariam daqui a uma semana. Por isso ela não veio. Tem tanta coisa para arrumar em tão pouco tempo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- E porque eles avisaram isso só agora?

- Disseram que teve um problema com o primeiro vencedor. Se não me engano ele tinha trapaceado. Então quem tinha ficado em segundo lugar, no caso a Lynn, foi para o primeiro.

- Que sorte!

- É! Ela ficou tão animada que até começou a chorar!

- Sério?

- Aham!

- E ela não está nervosa?

- Provavelmente né? Ela vai para Londres! – a Ryan estava superempolgada.

- E quando ela vai? Quero me despedir.

- Ela vai daqui a dois dias. Claro que nós vamos até o aeroporto com ela!

- Mas o aeroporto é em outra cidade.

- Sem problemas. Fala para os seus pais que você vai comigo.

- Então ta. Eu vou pedir para a minha mãe. Ela não gosta muito que eu saia sozinha, quero dizer, sem ela.

- E o seu pai? Porque lá em casa, se o meu pai diz não, é não. E nem a minha mãe para fazê-lo mudar de ideia!

- O meu pai está em uma base militar na África do Sul. Ele não tem tempo para se preocupar com isso. – disse abaixando a cabeça, ficamos em silêncio enquanto caminhávamos até a sala de música.

Entramos e o professor Collen pediu silêncio e avisou que teríamos um concurso de talentos para quem quisesse participar. A Ryan ficou tão animada que eu achei que ia sair pulando pela sala. Ela virou para mim e disse:

-Vamos participar?

-O quê? Não...

- Ah!!! Por favor! Eu cantando e você tocando! Acho que podemos ganhar esse negócio!

- E qual é o prêmio?

- Não sei. Professor? Qual é o prêmio?

- Essa é a melhor parte! Os vencedores ou vencedor, ganha passagens para ir a Paris!

Dessa vez, Ryan deu gritinhos de felicidade. E olhou para mim com um sorriso maior que a cara.

- Imagina nós duas em Paris?!

- Mas eu nem tem conheço direito. – ta, essa saiu sem querer – Quero dizer, a gente nem sabe tanto uma sobre a outra. Como vamos, se a gente ganhasse e eu não quero criar esperanças, viajar juntas para a França?

- Eu sei que você veio de Toronto, seu pai é militar e está na África do Sul, e seu sobrenome é Wate. E você sabe que eu vim de Nova Orleans, tenho uma prima adotada chamada Lynn, e agora sabe que o meu sobrenome é Miller. Viu? Já podemos viajar para Paris juntas!

A animação dela me fez rir. E uma coisa que eu aprendi com o meu pai era nunca desapontar uma pessoa que está tão animada. Então eu murmurei um “ta bom”, e ela quase pulou em cima de mim ao me abraçar e dizer: Nós vamos ganhar esse concurso! Você vai ver!

Depois o professor pediu que ficássemos calmas e percebemos que quase a turma inteira estava olhando para gente. Pedimos desculpa enquanto, eu pelo menos, ficava vermelha, e nos sentamos. O professor perguntou se alguém queria tocar algo e um menino baixinho de óculos levantou a mão. Algumas pessoas deram risinhos mas pararam assim que o garoto começou a tocar o teclado. Ele era muito bom! Começamos a dançar e quando percebemos o sinal já havia tocado. Eu fui para a aula de História e Ryan foi para a de Biologia. Mas marcamos de nos encontrar no intervalo entre a próxima a aula para conversarmos mais. Meu Deus! Eu havia acabado de conhecê-la e já considerava-a minha irmã!