The Beautiful Thieves

Estou Quase Lá


10 de Agosto... Espere aí... já?

Era aniversário de papai, eu não podia ligar para ele, os telefones estavam grampeados... me restava apenas falar com Josh, ele saberia o que fazer.

- Eu posso desviar o código para a Inglaterra, mas não sei se vai funcionar, querida.

- Como falarei com meu pai então? Nem sei o fuso-horário pra pedir a Harry para que entregue o telefone a ele...

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- Tente! Tente algo com seu amigo enquanto eu desvio alguns códigos de área de algum celular daqui.

Eu então liguei para Harry, e felizmente estava no estúdio... com papai! O pessoal fez uma festa surpresa para tentar animá-lo e Harry entregou o telefone a ele.

- Parabéns pra você... -tentava cantarolar engolindo a emoção - Parabéns pra você...

- Mich...Michelle? Filha?! Bebê?

- Oi papai... feliz aniversário! -não consegui mais segurar meus soluços.

- Pelo amor de Deus, querida... onde você está? Quando vou vê-la novamente? Eu preciso de você... eu preciso ver com meus olhos que está bem! Volte pra mim, pequeninha... eu sinto tanto sua falta, eu te amo tanto... por que não me ligou antes?

- Ainda não era tempo. O senhor vai entender tudo quando eu puder contar. - meu pranto era doloroso e pesado, que fez com o Josh me abraçasse, enquanto falava ao telefone.

- Quando vai poder? Quando voltará?

- Quando me sentir pronta... mas estou bem papai, estou feliz!

- Eu sinto que sim, em sua voz..

- Olhe, eu até quero te ligar mais vezes, mas teno minhas exigências... JURE que vai acatar!

- Quais são?

- JURE PRIMEIRO!

- Eu juro por você.

- Tire os federais da minha cola, me sinto fugitiva com minhas fotos na internet com tarja escrita '' procura-se'', ok? - Jos soltou uma gargalhada que meu pai sem duvidas escutou. - E os grampos dos telefones também, não quero que uma viatura apareça do nada e me leve de onde estou sem meu consentimento.

- Como você sabe dos grampos? E quem é o cara do seu lado? Posso escutar sua respiração!

- Sei dos grampos porque conheço o senhor. E é só o Josh, ninguém demais!

- AAH, o cara que o Harry falou... hmm... fale pra ele desenterrar a cabeça da curva de seu pescoço e que se ele dormir com você, será um cara castrado. - ''tarde demais, pai!''

- Ele te escutou pai, com certeza entendeu o recado!

- Brincando apenas... só use camisinha, sem sabotagens tá?

- Pode deixar, não quero te levar mais supresas!

- Eu vou conhecer esse cara?

-Não sei papai, realmente não sei... Preciso desligar, fique bem.

-Já fiquei, beijos meu amor... eu te amo. Se cuide.

- Também te amo papai, beijos.

Finalizei a chamada pensativa...

- Aê, vou dormir na tenda hoje. - Josh fez uma careta decidida.

- Não vai.

- Vou sim, não quero ser castrado!

- Ele não vai te castrar, relaxe. -dei um selinho nele. - Ele quer te conhecer.

- Pra me matar, quando souber que maculei seu anjinho.

- Eu já estava sem o lacre mesmo, que diferença faz?

- Ok, me convenceu. Vou deixar você assumir o controle hoje.

- HOJE? Achei que iriamos variar...

- Está engraçadinha hoje!

- É o que você faz comigo... agora vamos logo pra longe de tudo, meu corpo está começando a arder... - disse mordendo meu labio inferior.

- O aniversário é de seu pai e ele quem me dá o presente, quando o vir, diga que é manífico!

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Nós sempre conversávamos um pouco depois de fazer amor, antes de pegar no sono, ele já não estava tocando no assunto de eu voltar, já havia se conformado com minha resposta de sempre, talvez fosse melhor pra ele não perguntar e se poupar da tortura. Ao menos, quando faziamos amor, quando ele estava dentro de mim, me sentia exclusivamente dele, meu pensamento era só voltado à Josh, como se somente ele existisse no mundo... no meu mundo. Onde transar em cima -sim, em cima - de um ônibus, vendo as estrelas brilharem ao redor da lua era tão romântico quanto radical... um mundinho em que dançar uma dança dos nativos com ele era divertido e sensual -mesmo as danças não tendo um pingo de sensualidade. Um mundinho que construimos durante todos os dias de quase nove meses, um mundo que o tempo não importava e que compartilhavamos todos os interesses; as crianças, o amor, o sexo.

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Ir para os EUA, era jogar esse mundo fora. Ficar com Davey era esquecer que esses meses existiram... Como esquecer? Não foram só transas legais... foi sentimento de amor mútuo, ele me ensinou a me doar para as pessoas, a descobrir minhas utilidades. Foi a diferença crucial entre ele e Davey; Josh acreditava em meus talentos e sabia como me estimular a desenvolvê-los. Davey nunca acreditou que eu pudesse ter muito além de futilidade.

Josh não me deixava fazer o que bem entendia, nem fazia minhas vontade. Primeiro tive regras, como todos do grupo tinham. Disciplina inglesa, me ensinou o suficiente para não misturarmos trabalho com vida pessoal, enquanto ajudavamos as pessoas, carinho entre nós era proibido, mas à noite, era de conversarmos sobre apenas nós mesmos, nada de trabalho.

Aos poucos nosso desejo foi surgindo. Estávamos cantando e dançando com os nativos, quando nos juntaram numa roda e nos fizeram dançar colados, uma dança romântica...

'' Vamos... Vamos sair daqui'' ele me disse, meio ofegante... eu queria... e nós fomos. Desde então, nossas noites juntos eram frequentes. Houveram umas semanas em que adoeci e ele passou noites em claro, somente para cuidar de mim... e eu era apenas uma estranha que ele não conhecia o passado.

Nossos laços se estreitavam muito cada dia que se passava... aquilo me deixava um dilema gigante: voltar para casa sem ele, recomeçar do zero. Voltar para casa, passar um tempo com meu pai e retornar à Africa, mas... com ele/.