The Beautiful Thieves

Chuva de Verão


Continuamos abraçados, naquele 11 de agosto debaixo daquela amoeira seca por causa do verão.

Conversavamos e intercalávamos com beijos, abraçadinhos. Eu queria mais, muito mais que um dia ao seu lado. Queria minha vida toda.

Que homem maravilhoso, seus braços fortes me acolhiam e seus lábios tinham (e ainda tem, claro) um contorno perfeito. Ele poderia não ser o homem mais lindo do mundo, mas pra mim era e continua sendo único, perfeito e seu olhar misterioso... ah, eu amo amá-lo!

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- O que tanto você olha em mim, bebê?

- Seus olhos, sua boca...

- Hum... Mas meus olhos não são claros como os seus ou dos garotinhos que você costuma gostar, agora meus lábios... sei usá-los muito bem mesmo!

- Não fizeram nada de interessante, eles só tem um contorno perfeito... só isso! - eu falava em tom de deboche, para provocá-lo.

- Ah é?! Esqueça meus beijos... aliás, o que de interessante eles fazem, você ainda não tem idade pra saber!

- Eu não queria mesmo... - falava fazendo biquinho.

- Não adianta fazer essa carinha pra mim, biquinhos não me convencem. Levante, vou te levar embora!

- Ah, não Davey... nem são cinco horas ainda, você disse que estaríamos em casa às nove!

- Isso foi antes de você fazer pouco caso do meu beijo, gatinha.

- Mas eu estava brincando... me desculpa... - me levantava, abraçando - o por trás.

- Me solta, não desculpo você!

- Por favor!

- Pede de joelhos. - então eu ia me ajoelhando - ... muito bem... agora peça de novo!

- Me desculpe, eu estava brincando... você sabe o quanto eu queria seu beijo e não fiz pouco caso - piscava meus olhos de modo engraçado, fazendo o rir... adoro o som de seu riso!

- Ah, só você me faz ter vinte anos a menos! Vem cá, vai...

Então ele me puxou para outro beijo demorado e de repente começou a chover, para deixar aquele momento muito mais mágico. Foi a primeira vez que fui beijada na chuva.

- Isso é bom, Davey! -me referia ao beijo, à chuva...

- Sim, mas estamos enchardos demais, vamos pra minha casa que está perto para tirarmos essas roupas... não quero que fique doente, e eu também não posso ficar, senão não consigo trabalhar.

Ele me abraçou, e fomos andando em direção ao carro.

Os bancos forrados com couro sintético (não animal) não ensopavam-se, Davey tirou a camisa, colocando-a no chão... Deus, que corpo... em suas costas estavam tatuadas asas gigantes, e em seu peitoral um coração, como se estivesse com o peito aberto. É uma tatuagem perfeita, pois tem todos os detalhes de um coração real, artéreas, veias, válvulas...

Fomos calados para a casa dele. Não levamos nem dez minutos de carro.

Chegamos ao prédio, era luxuoso. Seu apartamento era quase no último andar e era muito grande, parecia ainda maior para somente ele.

Era todo a cara dele; paredes todas brancas mas cortinas e móveis escuros, tudo extremamente organizado e limpo. Sala de estar e jantar num estilo bonito, sóbrio e clássico mesmo com paredes brancas e móveis escuros, ao longo do corredor, posteres emoldurados da banda, havia um cômodo onde se encontravam todos os discos de platina da banda, premiações, mais posteres e alguns presentes de fãs, tudo devidamente organizado em prateleiras. O banheiro era gigante, tinha um armário com um espelho grande, dentro haviam muitos sais para a banheira, cremes para tudo, algumas maquiagens (estava muito parecido com o meu banheiro!) e num outro pequeno ármario, objetos de uso pessoal dele. Seu quarto tinha uma cama de casal tipo box, travesseiros e roupas de cama em algodão puro, afinal Davey é vegetariano, protetor incontestável dos animais, jamais teria travesseiros feitos com penas de ganso entre outros. Havia uma bancada com alguns cadernos, muitas folhas, impressora, seu notebook, canetas, bem organizadinho. Acima, três prateleiras com seus cd's e dvd's, todos organizados de acordo com banda e ano de lançamento. A porta de seu closet era de vidro espelhado e também era enorme.

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Ele me deu uma camisa sua para que eu tomasse um banho enquanto colocava minha roupa em sua máquina secadora.

Terminei o banho e esperei-o para terminar o seu. Ele saindo do banho era uma tentação maior ainda! Enchugando os cabelos, ainda de calça e chinelos, sem camisa... ainda veio me abraçar e me beijar... uh, me tirava o fôlego.

Ele colocou a água do chá para ferver, e começamos a conversar... parecia que nunca acabava nosso assunto.

- Davey, você é formado em psicologia... o que te fez mudar assim?

- Ih, pareceu repórter agora, mas vou te responder! Mesmo que eu não tenha o maior talento musical, tenho um amor que você não tem noção pelo que faço... sabe, sentar em um consultório, e as pessoas pagarem caro pra ter alguma ajuda, ía contra todos os meus princípios. Já com a música, eu exerço a psicologia sim, ajudando as pessoas com as letras que escrevo, participando de programas contra drogas, essas coisas... Miche, já recebi agradecimentos de todas as partes do mundo, de casos diferentes e pessoas diferentes, dizendo que minhas palavras, nossas músicas salvaram suas vidas. Imagina o quanto isso é gratificante?

- Antes, não imaginaria, agora imagino... acho lindo! E bem, também te devo agradecimentos, porque você despertou alguém melhor em mim.

- Sabe, eu tenho uma característica própria de psicólogo: resolvo a vida dos outros, mas não resolvo a minha. Deixo um doente são... mas eu estou doente!

- É fácil resolver problemas quando estes não são seus.

- Exatamente!

E assim fomos conversando sobre a psicologia, seu tempo de faculdade, tomando chá de menta até a chegada hora dele me levar pra casa... de tudo, foi a única parte triste do dia.

Antes de descermos do carro, nos beijamos.

- Iremos repetir o que aconteceu?

- Miche, eu quero que aconteça de novo...

- Maasss?

- Mas eu não quero, não posso, não consigo ter algo sério com você... não agora. E sei pai não aceitaria, ainda tem a mídia, que faz de tudo pra acabar com a vida de uma pessoa... eu não te deixaria sofrer por mim... deixe as coisas irem acontecendo, não precisa de pressa.

- Tudo bem, quando tiver alguma certeza, você sabe o que eu quero, só terá de me procurar.

- Er... você pode ficar com a camisa... ainda bem que você tem quadril largo, com a ajuda do cinto a minha calça serviu bem em você...

- Ah claro, bem larga, bem comprida, bem caindo... Muito bem!

Rimos e entramos, explicamos o porquê de eu estar com as roupas dele para o papai, que levou numa boa e fez piadinhas. Rapidamente ele se foi e eu no quarto, ficava alegre, pensativa... Assim acabei pegando no sono sem ao menos tirar suas roupas.