The A Team

It's Just Another Night


A última aula do dia já estava chegando ao fim, apesar de não fazer tanta diferença para Clarissa, que passara o dia inteiro rabiscando no caderno durante as aulas enquanto escutava música em seu iPod. Quando olhara no relógio e vira que a aula de história estava nos seus dez minutos finais, deu uma rápida espiada em Simon e vira que ele era exatamente o oposto dela. Parecia que ele anotara cada respiração da senhorita Gray. Logo anotara um lembrete em seu caderno: “Pegar anotações do dia com Simon”.

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Assim que o sinal tocou indicando o fim do período escolar, Clary foi uma das primeiras a sair já que antes de ir pra casa precisava passar no seu armário para pegar o livro de física, já que iria estudar para a prova de segunda.

No caminho ao seu armário alguém se aproximou de Clarissa e a acompanhou durante o restante de sua trajetória, porém ela só percebeu quando chegara ao seu armário e o indivíduo arrancou seus fones de seus ouvidos.

– Ei! Eu estava ouvindo City of Angels sua idiota!

– E isso me interessa? – Aline retrucou. – Escute Fray, vou dar uma festa hoje à noite na minha casa e estou chamando todo mundo e, por incrível que possa parecer, isso inclui você.

Clary estava incrédula com o convite, ainda mais vindo de Aline.

– Não pode ter coisa boa aí. Nunca demos uma com a outra. Por que isso agora?

– Claro que não é por você! Eu percebi que você é amiguinha do novato, o Wayland. Leve-o com você, Clarissinha. – assim Aline deu duas batidinhas no queixo da ruiva como se fosse levanta-lo e saiu. – Ah, quase me esqueci. A festa é fantasia. Use algo que arrume sua cara.

Assim que Aline se virou novamente Clary estrangulou o ar imaginando a morena entre seus dedos e depois bateu a porta de seu armário com força. E então a ruiva caminhou até o carro de Izzy a passos lentos, porém pesados.

– Deixe-me adivinhar. – Alec disse assim que Clary sentou no banco de trás da caminhonete. – Penhallow.

– Din-din-din! Parabéns Alec, se essa fosse a pergunta valendo um milhão de dólares estaria milionário. Bem, mais do que já é. – Clary esclareceu e os três riram.

– Bem, então você vai à festa, certo? – Izzy perguntou.

– Por que eu deveria? E abaixe esse volume.

– Mas é One Direction! Can we faaall, one more tiiime? Stop the taaape and rewiiind...

Oh and if you walk away, I know I'll fade... – Alec se juntou ao coro com a irmã.

'Cause there is nobody else – finalmente Clary se rendeu e logo estavam todos cantando juntos. – It's gotta be yooou, only yooou, it's gotta be yooou, only yooou!

Quando o refrão acabou estavam todos dando gargalhadas e só então perceberam que Jace havia entrado no veículo.

– Mas o que foi isso?

– Ah, não importa. – Izzy respondeu se recompondo depois de sua crise de risos. – Você vai sim Clary! Justamente para provar para aquela patricinha escrota que você é muito melhor que ela.

– Okay Izzy, eu posso até ser tudo isso que você diz, mas eu nem tenho uma fantasia pra usar.

– Bem, isso não é problema, certo mano?

– Certíssimo mana. – Alec concordou rindo.

– Okay okay, vocês venceram mas com a condição de sempre...

– Nada de rosa. – ambos completaram em uníssono o que fez Jace rir e Clary revirar os olhos.

+++

– Isabelle! – Clary gritava em plenos pulmões pela amiga. – Izzy!

– O que foi Clar...? Uau! Você está espetacul...

– Eu não vou usar isso! Estou parecendo uma idiota com esse vestido!

– Deixe de idiotice Clarissa! Você está divina! Agora sente ali para eu lhe fazer o penteado, só... Antes, apenas me deixe ir ao meu quarto pegar um aplique para aumentar o comprimento do seu cabelo. Só um minutinho.

– Isabelle! – Alec chamou pela irmã logo quando estava chegando ao seu quarto. – Precisa dar um jeito aqui. O cajado da fantasia do Jace está desbotando.

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– Hm, entre e pegue o spray que precisar ali no canto. – a morena respondeu apontando o lugar. – Preciso fazer o penteado de Clary ainda e depois terminar de vestir a minha fantasia.

– Mas não está pronta já? – Alec perguntou enquanto vasculhava a caixa de spray atrás da cor que queria.

– Não, ainda falta o robe por cima. Enfim, já colocou o colete?

– Já e também já achei o spray que queria. Acho que eu vou na frente com Jace e você vai depois com a Clary. Pode ser?

– É até melhor assim. – Izzy concordou sorrindo e piscou para seu cúmplice no que estavam planejando.

– Será que vai dar certo mesmo?

– Tem que dar.

– Certo, vou indo. Até daqui a pouco senhorita Lightwood.

– Até, senhor Lightwood.

+++

Clary e Izzy já estavam a caminho da casa dos Penhallow de taxi aproximadamente trinta minutos depois de os meninos saírem.

– Por que mesmo que eu aceitei isso? – Clarissa perguntava a amiga em um tom de arrependimento enquanto esfregava as têmporas.

– Porque você tem dois amigos muito gostosos que querem que você seja feliz. – Isabelle respondeu enquanto acariciava sua mão. – E o primeiro passo pra felicidade é coletar todas as pedras que jogaram no seu caminho e taca-las na cara de cada um deles. – completou arrancando uma curta risada da ruiva.

– Chegamos senhoritas. – o taxista anunciou. – Deu dezessete dólares.

Izzy abriu sua bolsa e retirou uma nota de vinte, entregou ao senhor e disse:

– Pode ficar com o troco.

As garotas saltaram bem na porta da mansão e subiram a escadaria de braços dados. Assim que alcançaram o último degrau um garoto mais ou menos da mesma idade que elas, provavelmente um dos empregados da casa, abriu a porta e Izzy aproveitou para flertar com ele dando uma piscadinha.

– Isabelle! – Clary a repreendeu.

– Qual o problema, Clarissa? – perguntou rindo debochadamente.

– Vai acabar fazendo o menino ser punido por se envolver com os convidados. – Clary falava até cair com seus olhos sobre Simon e se surpreender com a sua fantasia. – Se quiser dar em cima de alguém, dê em cima do seu amado Erik.

– O que? – Isabelle questionou não acreditando no que via.

Assim que Simon avistou Clary e percebeu a fantasia de sua amiga resolveu se aproximar das duas.

– Olá Simon.

– Oi Clary.

– Er, Simon, eu gostaria de te apresentar minha amiga...

– Eu sou Isabelle, mas pode me chamar de Izzy. – a morena se apresentou cortando a fala da amiga.

– Encantado, Izzy. – Simon disse e beijou a mãe da morena. – Izzy, é impressão minha ou...

– Não, minha fantasia é mesmo de Christine, do musical “O Fantasma da Ópera”. Então, Erik, meu querido fantasma, iras me convidar para uma dança?

– Claro, milady, que grosseria de minha parte. Aceita me acompanhar na próxima música? – Lewis perguntou estendendo a mão para a Lightwood.

– Mas é claro. Será uma honra. – Isabelle respondeu enquanto segurava a mão de Simon e os dois foram em direção a multidão e Clary os observava se distanciarem com lágrimas nos olhos.

Estava emocionada. Talvez agora, pensava, Isabelle se apaixone, compartilhe momentos com alguém que ame, tenha um relacionamento sério e, felizmente, dessa vez com alguém bom pra ela.

Clarissa andava pelo salão da festa e observava as pessoas em volta enquanto se perdia em pensamentos ao som de “Young and Beautiful”, quando, do outro lado da multidão, avistou Jace. Ele conversava com Alec, que aparentemente vestia uma fantasia de caçador de demônios ou algo parecido, e bebia algo no bar, porém, logo que viu a ruiva, ficou paralisado diante de tamanha beleza.

Lá estavam os dois, se encarando através daquele mar de gente, mas apesar disso era como se não existisse mais ninguém no local, apenas enxergavam um ao outro. Ambos se movendo lentamente tentando chegar ao outro e assim que o fizeram, ficaram parados um de frente para o outro deixando a música narrar o momento.

– Olá Elsa. – Jace brincou.

– Olá Jack Frost. – Clary também disse rindo. – Quem olha em volta pensa até que combinamos isso. Só pode ser coisa da Isabelle.

– Ei, não se esqueça de Alec. – Jace lembrou sorrindo. – Bem, por ora, vamos apenas aproveitar o acaso do destino. A princesa irá dar-me a honra dessa dança? – Wayland estendia a mão a convidando exatamente como Simon fizera com Isabelle.

– Será que eu deveria dá-la a um reles plebeu? – Clary cruzara os braços e encara Jace, porém logo deu uma risadinha perante a expressão de incredulidade no rosto do loiro, estendeu sua mão ao rapaz e apoiou a outra em seu ombro.

Ao sentir a mão quente de Jace tocar sua cintura um arrepio, muito semelhante ao daquele dia em que vomitara no mesmo, subiu pela sua espinha, porém desta vez ela se sentia confortável em seu abraço e completamente segura em seus braços.

– Por que tenho a sensação de que você vai bagunçar minha vida toda? – Clary com a cabeça encostada no peito de Jonathan perguntou, antes que percebesse, em voz alta.

– Na verdade, é exatamente o contrário. Eu quero te ajudar a organizar as coisas nela. – ele respondeu enquanto acariciava os cabelos da ruiva.

– Uma vez a Amy Lee, do Evanescence, disse que as pessoas costumam entrar na sua vida, elas te fazem se sentir especial, dizem que você é importante pra elas, que gostam de você. – uma lágrima começou a escorrer pelo rosto de Clary, mas ela não fez questão de limpar, apenas prosseguiu. – Daí você vai gostando da pessoa, vai se apegando cada vez mais e aí de repente a pessoa muda, começa a te ignorar e esquece que você é importante e você percebe que, mais uma vez, era tudo uma ilusão.

– Clarissa, a gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros. Não é porque alguém já te magoou que eu vou fazer o mesmo. Até porque eu tenho certeza que os sentimentos dessa outra pessoa nem se comparam aos meus.

– Como você pôde fazer isso?

– Isso o que? – Jace perguntou confuso.

– Se apaixonar por alguém tão desequilibrada, fraca e frágil como você diz que fez.

– Quando a gente se apaixona por alguém, Clary, nos apaixonamos por toda a pessoa. Assim como as qualidades, existem as falhas e eu me apaixonei por cada uma das suas.

– Jace, eu não... – Clary começou a se afastar e tentou correr para longe, de preferência para casa, que não ficava muito longe dali, porém assim que passou pela porta e desceu a escadaria o loiro segurou seu braço e ficaram se encarando debaixo daquela rotineira chuva de outono que ia os atingindo gradativamente.

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– Clarissa Fairchild Morgenstern Fray, eu me apaixonei por você assim que te vi. Isso é loucura! Eu nem te conhecia, era apenas a possibilidade de te ter pra mim. – Clary apenas o observava com os lábios entre abertos... Tão convidativos ao garoto que a admirava em todo o seu esplendor e desespero. – Não vou te obrigar a ficar ou fazer qualquer outra coisa que não queira, mas antes eu preciso de uma lembrança.

– Uma lembrança? Tipo uma memória? – ela questionou confusa.

– Um momento ao qual eu possa me prender e me agarrar. Uma boa recordação. Como isso.

Jonathan puxou delicadamente Clary para si e perdida em seu abraço a garota se rendeu e, cedendo ao momento e aos encantos do rapaz, Clarissa permitiu que ele fizesse o que mais queria. Bem, o que os dois mais desejavam. Jace se inclinou na direção da ruiva e uniu seus lábios em um beijo calmo e delicado, porém caloroso e cicatrizante. Cicatrizante o suficiente para, talvez, reconstruir tudo o que Sebastian havia deixado quebrado na garota. Cicatrizante o suficiente para, talvez, permitir a garota a amar novamente. Cicatrizante o suficiente para permiti-la, simplesmente, a se permitir.