Tenshi no Tamashi
Capítulo 65 - A Verdade que precisa ser dita! - Parte 2
Isabelle havia percorrido o caminho da floresta até chegar à um precipício. Ali embaixo, se encontrava um enorme lago. Que refletia o pôr-do-sol que descia para a chegada da noite. Ela ficara ali e não conseguia parar de chorar. Não pelo o que havia acontecido ao... Bem, ela nem mais sabia quem era o seu pai. Mas o que mais a havia chocado fora as palavras de Ralph.
Eu o matei.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ela sentia um desconforto ao pensar naquilo. Isabelle gostava muito de Ralph, era o único amigo que a compreendia naquelas horas, e provavelmente o único que não a achava maluca pelo o que ela havia visto pelos últimos meses.
Agora, ela não mais sabia o que sentir dele. Mas de uma coisa ela tinha que se decidir: ela confiaria em Ralph ou não? A ideia de que ele havia matado alguém a deixava insegura. Principalmente à uma pessoa que ela conhecia muito bem, não conhecia?
– Isabelle! – Era a voz de Mariah, seguida pela de Aries. – Isabelle!
As duas garotas se aproximaram de Isabelle. Seu rosto estava cheio de lágrimas, e as sardas saltavam do nariz, mostrando um grosso borrão vermelho no meio de sua cara.
– Eu... Eu quero ficar sozinha. – Sua voz estava rouca de tanto chorar. – Por favor.
– Espere. – Mariah se aproximou um pouco. – Quero que você ao menos escute o que eu tenho para ouvir.
– Ele... – Isabelle engoliu em seco, sentindo um gosto amargo na sua garganta. – O garoto... Jack, não é? Como ele está?
– Ah... – Mariah ficou surpresa, e entreolhou para Aries. – Ele está bem, sim. Sua febre diminuiu e ele está repousando.
– Meu.. Meu... – Ela não conseguia dizer “Pai”. – Atacou eles mesmo?
– Sim. – Aries havia entendido aonde Isabelle queria chegar. – Eles não estavam mentindo. Eles tinham absoluta certeza.
Isabelle não conseguia dizer mais nada.
– Olha, Isabelle... – Mariah tentava não parecer rude. – Não queremos pegar pesado com você, mas... Se você quiser voltar com a gente...
– Eu... Eu não quero acreditar! O Ralph... Eles só poderiam estar mentindo...
– Ralph? Como é que é?! – Mariah havia se estressado. Aries tentou impedi-la, mas não conseguiu. – Como você pode dizer uma coisa dessas?!
– Eu...
– Acredita mesmo que até o tonto do Ralph seria capaz de mentir?! Ele age feito um idiota ás vezes, mas esse é o jeito dele! É o jeito sincero dele agir como ele é!
Isabelle sentiu como se tivesse levado um tapa na cara.
– Eu vi como ele olhou para você! Ele não queria dizer aquilo, era doloroso demais para ele dizer isto para alguém importante para ele!
– I – Importante? M – Minha família é importante pra ele?
– Vai dizer que nunca soube que você foi a primeira amiga dele? – Mariah havia descarregado tudo encima de Isabelle. Aries concluiu aquela conversa.
– Chega, Mariah. Vamos deixar ela sozinha.
– Eu só espero... – Mariah era levada por Aries, ou então ela nunca sairia dali. – Que saiba o que disse para ele! Se fosse você, procuraria provas!
As duas garotas deixaram Isabelle sozinha. O silêncio voltou a prevalecer.
– Droga! Droga! – Ralph socava a parede da casa. Nesse, como sempre, estava ao seu lado. Ele estava quase todo enfaixado pelo corpo. Mas como era um anjo, as feridas já estavam se curando.
– Calma, Ralph. Assim vai deixar a casa como aquela pedra.
– Saco! Saco! – O loiro chorava de frustação. Ele já estava tonto de tanto que chorava. – Eu... Acho que vou me deitar.
– Faça isso. Vai ser melhor pra você.
– Ah, desculpe. – O garoto estava subindo as escadas. – Eu sinto muito por todo mundo.
– Ah, isso? Imagine! Esse é o nosso trabalho.
– Mas, eu...
– Esqueça. A Mariah é exagerada demais. Mas foi ótimo para ela não ter ido. Nem sei o que faria se algo acontecesse com ela...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Nesse, vocês... – Ralph queria perguntar algo, mas ele deixou para lá. – Onde ela está, por acaso?
– Bem... Não esquente. Ela saiu e já volta. – Nesse descontraiu um pouco. Não queria que o loiro sofresse mais por Isabelle.
– Bom, ela sabe se virar. Boa noite. – O garoto encerrou a conversa e subiu o restante das escadas e seguiu para o seu quarto.
Um instante em que o loiro se retirou, Mariah e Aries chegaram da floresta.
– Oh, meninas. E então?
– Hunf. Aquela garota me tirou do sério. – Resmungou Mariah.
– Não se pode dizer que foi uma conversa boa. – Expressou Aries. – Bom, ela deve já estar chegando. Vamos dormir.
Quando Aries se retirou para dormir. Mariah perguntou para Nesse:
– E então? Como foi com o Ralph?
– Ele está muito abalado. – respondeu Nesse. – Isso foi muito para ele.
– Eu sabia. Ela só sabe magoar ele. – Desabafou Mariah.
– Mas ele a ama. Ralph sempre irá se importar com ela.
– Só quero ver como vai ser amanhã.
No dia seguinte. Isabelle havia levantado cedo e seguido para a cidade vizinha. Ela havia ouvido no noticiário que houvera um homicídio em um apartamento. E como ela queria encontrar respostas, ela foi até lá.
As palavras que Mariah dissera ficaram em sua mente. Ela se sentia culpada também por ter culpado Ralph. E não concluiria mais nada até saber do que realmente havia ocorrido. Ao chegar em frente ao prédio, ela viu que o apartamento estava interditado por policiais. E que a entrada estava fechada com faixas de polícia.
Ela se aproximou de um dos policiais.
– Com licença, eu soube que houve um homicídio aqui. E acho que conheço uma vítima. Seu nome é Kima. E sou filha dele, Isabelle.
– Você se refere a um dos cirurgiões mais conhecidos por aqui? – Disse o policial. – É esse mesmo.
Isabelle engoliu em seco. Então, bem no fundo, aquela história tinha algo de verdade.
O policial continuou.
– Soubemos dos moradores das redondezas que ele passou por aqui com mais algumas pessoas. E depois não o viram mais.
– Mas, e o... – Ela não conseguia acreditar que o pai estava morto.
– Nenhum corpo foi achado ali dentro. – Respondeu o policial. – Só encontramos uma prova.
– Jura? Será que eu poderia ver? – Isabelle queria encontrar mais provas.
– Bom, já que você é da família de uma das vítimas... Pode reconhecer algo de útil.
O policial entrou em uma tenda. E logo ele saiu carregando um amontoado de folhas.
– Encontramos isto na bancada da recepção. – Ele entregou as folhas para Isabelle. – Ao que parece, é uma lista...
Isabelle viu o amontoado de folhas minunciosamente. E a lista que o policial havia dito estava lá. Ao vê-la, Isabelle quase perde o fôlego. Ela se encostara na parede de tijolos vermelhos do prédio.
A lista dizia o seguinte:
PESSOAS PARA MATAR:
RALPH;
NESSE;
MARIAH;
GIGAN;
BELFRIOR;
ARIES;
JACK;
RACE;
ISABELLE;
Ela notou que até seu nome estava lá. E a letra era de Kima. Isabelle não conseguia se segurar e começou a chorar. Mas como para disfarçar, ela não disse nada para o policial e foi embora. Como todos haviam dito, aquele não era o seu pai.
Era verdade! Isabelle sentiu o peso da culpa em seu peito. Eu magoei o Ralph. Ele chorou, ele sofreu, tudo por minha causa! E eu o magoei! Ela se apressou para ir embora até a casa de verão.
Ralph levantou da cama um pouco zonzo. Seu rosto estava grudento de tanto ter chorado na noite anterior. Ele foi para o banheiro e tomou um banho para se refrescar. Os longos espetos loiros continuaram intactos mesmo depois do banho. Depois da higiene matinal, ele desceu para tomar o café.
Ao ter descido, ele percebeu que todos já estavam acordados, inclusive Race, que costuma ser muito preguiçoso para acordar.
– Puxa. Quanto eu dormi, hein. – O loiro esfregou as pálpebras enquanto preparava o seu café.
– Como você está? – Perguntou Mariah.
– Um pouco melhor, eu acho. – Ralph havia colocado café em uma xícara. – Mas eu não tô afim de falar sobre isso.
– Não esquenta, capitão. – Disse Race. – Ninguém vai te incomodar, hoje.
– Fale só por você, sua preguiça. – Retrucou Mariah. – Você não pode deixar que ela te use assim, Ralph.
O loiro ignorou o comentário.
– Bom, o que você vai fazer agora, Ralph? – Perguntou Nesse.
– Boa pergunta, Nesse. Acho que... Bem, devemos comunicar isso à Gabriel, certo? Eu irei até lá.
– Você? E a gente? – Mariah retrucou. – Somos um grupo sabia? O que Gabriel vai falar?
– Eu vou sozinho por duas razões. – Esclareceu Ralph. – A primeira é que todos ficaram aqui para tomar conta de Jack, minha mãe e Gotay.
– Faz sentido. – Disse Belfrior. – O inimigo pode mandar um reforço para se vingar das perdas. Devemos ficar por mais tempo.
– Tudo bem. Mas e a segunda? – Questionou Mariah.
– Não quero ninguém no meu cangote retrucando sobre ontem. E também não quero que me conformem. É uma ordem.
Mariah fez uma cara de indignada.
– Tudo bem, capitão. Posso ao menos descansar mais um pouco por aqui. – Race esboçou um bocejo.
A campainha tocara.
Ralph se apressou e seguiu até a porta. Quando a abriu, foi surpreendido por um forte abraço.
Era Isabelle.
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