Tenebris

Capítulo III - Draco Malfoy


Capítulo III – O Julgamento da Família Malfoy

"Não há nada no mundo, nem recompensa, nem castigo, o que há são consequências." - Robert Ingersoll

O frio pairava pela mansão, uma camada de névoa saía do chão, o ambiente era tão sombrio e pesado que causaria arrepios à qualquer um que tentasse se aproximar. Menos os aurores, é claro. Logo eles chegariam, e não adiantaria fugir.

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Observando a lareira crepitando, Draco mantinha a cabeça ocupada com qualquer outra coisa que não fosse o mundo ao seu redor. Fogo. Ele viu nos noticiários que a liberação de substâncias químicas causava o aquecimento global no mundo dos trouxas malditos, e por causa disso as geleiras derretiam. Pedaços enormes de gelo desmoronando. Aquelas montanhas perdendo a realeza, desaparecendo para sempre no oceano. Era isso que acontecia com eles agora, desmoronamento.

O julgamento havia chegado, deveriam ser levados ao ministério e confessar todos os seus crimes e descobrir qual seria o destino do que sobrou da mais poderosa família puro-sangue bruxa. Os três Malfoy encaravam a grande lareira do salão principal da mansão, um estalo foi ouvido do lado de fora. Seguido por fortes passos contra o chão, a porta logo se abriu e um grupo de quatro aurores invadiu o cômodo.

— Levantem-se – a voz rude do mais velho cortou o ar, Narcisa foi a primeira, seguida por Draco, o único que permaneceu sentado foi Lúcio.

– Burke e Fawcett, algeme-os, Stump comunique o ministério que estamos chegando com os acusados – o filho já se encontrava algemado, sua cabeça estava baixa, a mãe era a próxima – Por favor Sr. Malfoy, não faça desfeita com o ministro, todos tem esperado pelo dia em que os Malfoy caíram – o homem ri, levantando Lúcio pelos ombros.

— O tribunal já está preparado, estão esperando por nossa chegada, Heinz... É melhor nos apressarmos, os jornalistas do Profeta estão loucos por um parecer da família e temos que evitá-los ao máximo – diz o homem que atendia por Stump, Heinz pareceu desapontado por ter de partir.

— Ótimo – O grupo de autores se moveu rápido, se dividiram em grupos e aparataram. Levando junto com eles todo o orgulho que ainda existia nos Malfoy.

(...)

Os flashes iluminavam os olhos opacos de Draco Malfoy, ele e os pais se encontravam no nível 8 do Ministério da Magia, que ao ver o grupo de repórteres assumiu sua posição arrogante e superior, não permitiria que o achassem fraco. Narcisa tinha a mão apoiada no ombro do marido, Lúcio mantinha a expressão vazia e a mulher não conseguia esconder a aflição.

" O que esperam do julgamento? "

" Toda a família Malfoy foi praticante das artes das trevas? "

" Com os bens congelados, como pretendem se sustentar se forem inocentados das acusações? "

As perguntas eram disparadas por muitos jornalistas, os aurores tentavam controlá-los com feitiços de contenção, mas parecia impossível.

— O ministro disse que tudo estaria preparado, e veja só, estamos protegendo Comensais da Morte de fofoqueiros desesperados – reclamou Fawcett, que recebeu olhares repreendedores de seus companheiros.

As perguntas e fotografias pararam subitamente, o ministro Shacklebolt chegava ao Átrio acompanhado por nada mais, nada menos que o Trio de Ouro. Os homens que acompanhavam a família seguiram seu superior, deveriam caminhar até o nível 10, já que o elevador não os levava até lá, onde se localizava o salão de julgamentos.

Ronald Weasley lançava olhares cortantes para a família e Draco fazia que questão de respondê-los a altura. O caminho até o tribunal 10 foi longo, o teto baixo e os tijolos tortos davam uma sensação claustrofóbica, assim que os acusados se posicionaram em frente a sua entrada, ela se abriu.

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Seus bancos estavam ocupados por diversos bruxos, levemente rebaixados ao nível do conselho, o trio passou pela família. Eles se sentaram como todos que estariam julgando, porém mais afastados. Seguido deles, o ministro se junta ao conselho.

— Hoje, dia 31 de julho, chamo Lúcio Malfoy, Narcisa Malfoy e Draco Malfoy, para o início deste julgamento – anuncia Shacklebolt. Pausa. Draco se atentou aos rostos do conselho, ansiosos e sérios, muitos escondendo a felicidade de vê-los naquela situação, ele sabia. Sua família tinha arranjado um grande nível de ódio para si. O Weasley era um deles. Houve um pigarro.

– O primeiro réu, Lúcio Malfoy. É acusado de ser praticante de magia das trevas; aliar-se à Lord Voldemort; servir como Comensal da Morte; fugir de sua pena na Prisão de Azkaban; ser cúmplice de diversos atentados a vida cometidos por Lord Voldemort e ceder sua casa como sede dos Comensais da Morte. – os murmúrios do Júri invadiram a sala, porém logo terminam, uma mulher alta sentada próxima ao ministro, sussurra algo para o homem, que assentiu sem demora e anunciou a sentença:

– Após um debate, O Conselho dos Bruxos declara o réu culpado de todas as acusações, tendo como pena O Beijo do Dementador. – ninguém presente pareceu se surpreender com a pena, nem mesmo os próprios Malfoy, todos pareciam esperar pelo pior.

– A segunda indiciada, Narcisa Malfoy. – dito o nome da mãe, Draco apertou sua mão e lhe lançou uma tentativa de olha confiante, porém a mulher manteve seus olhos fixos no Conselho. – Acusada de praticar magia das trevas; unir-se a Lord Voldemort; servir como Comensal da Morte; cúmplice dos assassinatos cometidos por Tom Riddle e ter a sua casa como sede dos Comensais da Morte – o júri se mantém calado, então um estalo é ouvido na parte de trás do Salão.

Harry Potter.

Todos os olhares surpresos se voltam ao jovem que salvara o mundo, até mesmo de seus companheiros, a expressão em seu rosto era séria, porém um pouco desconcertada.

— Ahn... Boa Noite – Potter abre e fecha a boca, como se não soubesse muito o que dizer – Eu gostaria de... De dar um depoimento a favor da Sra. Malfoy – assim que essas palavras foram ditas, os murmúrios começaram, as expressões chocadas eram facilmente vistas até mesmo o próprio ministro, mas principalmente em Lúcio Malfoy.

— Silêncio, silêncio! – Kingsley pede – Prossiga Sr. Potter – O garoto olhou à sua volta e engoliu a seco.

— Na batalha de Hogwarts, eu me entreguei a Voldemort e... E, bom, ele digamos que me matou – Por mais que a história de Potter pudesse salvar sua mãe, Draco soltou risonho desdenhoso: Harry Potter não fazia ideia do que dizer – Mas eu ainda estava vivo e Narcisa Malfoy mentiu, afirmando a minha morte... Isso, bom, fez com que eu... Eu pudesse derrotá-lo – Ao terminar calou-se, todavia todos esperavam por mais, então antes de se sentar completou – Pode parecer pouco, mas não é.

O loiro ergueu o pescoço para olhar bem para o rosto do Potter, arqueou as sobrancelhas para ele, e o garoto que sobreviveu viu seu rosto. Aquilo significava surpresa e desafio, Salvando o mundo de novo? e também o mais perto de gratidão. Todos do conselho pareciam considerar o que Harry disse, afinal ele era um herói e os heróis são sempre levados a sério, por mais estúpidos ou mal articulados que parecessem.

— Foi decidido que a pena de Narcisa Malfoy será de prisão preventiva em sua própria casa, não podendo sair da propriedade se não acompanhada por um Auror – a loira solta um suspiro de alívio.

E o grand finale.

– Prosseguindo, Draco Malfoy – a tensão preenche novamente o tribunal – Acusado de praticar magia das trevas, aliar-se à Lorde Voldemort como Comensal da Morte, ser cúmplice dos assassinatos cometidos pelo Lorde – Kingsley suspira e não espera o conselho definir sua pena, ao que parecia o destino do menino Malfoy já havia sido decidido muito antes daquele julgamento. – Considerando a idade do réu e a sugestão de uma velha amiga, Professora Minerva McGonagall, atual diretora de Hogwarts, acredito que uma pena severa não seria a mais adequada, por isso o Sr. Deverá frequentar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, frequentando todas as aulas, respeitando as regras e horários, sendo fiscalizado pela Diretora. Se o comportamento do Réu não se mostrar adequado, a sentença será revogada e um novo julgamento será marcado.

A sessão estava encerrada. Era isso. Narcisa enlouqueceria trancafiada em casa. Lúcio sofreria a dor da morte em Azkaban. E Draco estaria sozinho.

(...)

Draco e Narcisa tiveram apenas cinco minutos para dizer adeus a Lúcio. Nunca mais o veriam vivo.

As despedidas geralmente são marcadas por lágrimas e sentimentos aflorados, mas nada disso ocorreu com os Malfoy. Tanto a esposa quanto o marido se mantiveram rígidos, como se todo o amor que pudessem ter sentido um pelo outro tivesse sumido. E o filho, bom, estava destruído por dentro. Todo o garotinho se espelha no pai e com Draco não foi diferente. A palavra que melhor definiria o momento era decepção. A mãe, acompanhada de autores foi encaminhada ao Departamento de Feitiços para receber encantamentos que a impedissem de fugir da mansão. Draco ficou esperando pela mãe em uma sala separada, para evitar os jornalistas. Não que isso tenha adiantado em alguma coisa.

Rita Skeeter.

A maldita animaga havia encontrado-o, afinal em que lugar um besouro não poderia chegar?

— Veja só... O único Malfoy sendo julgado pelos crimes da família... – a mulher, com seus óculos pontudos, sorriu pretensiosa – Gostaria de lhe fazer algumas perguntinhas – Draco a encarou por alguns segundos e bufou.

— Sinceramente Skeeter, acho que eu não preciso responder suas perguntas, você vai inventar minhas repostas de qualquer maneira – o sorrisinho no rosto da mulher desapareceu.

— Sou uma jornalista séria, Sr Malfoy... Agora me diga logo... Como se sente? Hum... como se sente perdendo seu queridíssimo pai para Azkaban? – o tom de Rita era provocativo, afinal que manchete seria melhor que "Garoto Comensal da Morte ataca Jornalista".

Ele olhou-a em seus olhos, a caneta enfeitiçada já flutuava em cima do papel. A única resposta que Rita Skeeter chegou a receber foi o baque da porta quando Draco Malfoy deixou a sala.

Os mesmos três aurores que os levaram até lá, os tiravam agora. Mas não havia mais Lúcio. O garoto jurou ter ouvido um grito de terror vindo de outra sala, muito parecido com o de seu pai. Só continuou caminhando.

O maravilhoso trio de ouro passou por eles, indo para o lado oposto. Não deviam estar esperando esse último encontro porque Hermione Granger perdeu um pouco da compostura ao parecer desconcertada em vê-los. Na verdade, era porque o ruivo soltava alto o que pensava.

– Como se Hogwarts pudesse dar um jeito nele. A sentença foi idiota, é um maldito Comensal da Morte! Devia estar preso. Draco é igual ao pai, é tão podre quanto. Naquele momento, Draco poderia ter se mantido quieto, e na realidade, ele devia fazer isso. Só que não o fez. Malfoy levantou seu queixo e sorriu, como se estivesse feliz que Ronald havia o chamado.

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— Realmente Weasley, eu fui um maldito Comensal da Morte, mas eu sei o que eu sou. Nunca precisei me esconder as sombras de um amigo herói para ter o mínimo de crédito... Afinal, o que seria de você sem a Sabe-tudo e o Santo Potter? Como se sente sabendo que dos três você é o mais inútil?

Foi apenas um segundo em que disse isso e mais outro para Harry Potter segurar o amigo e o loiro ser empurrado pelo auror. Entretanto o olhar trocado passou lentamente. Aparatou acompanhado de três aurores e uma mãe sentenciada à prisão domiciliar. Ainda orgulhoso. O sobrenome Malfoy não valia mais nada, mas ele ainda era Draco. E não deixaria ninguém ousar pisar nele.