Tempos modernos

Robb - Inusitado




Ele entrou na loja esperando encontrar alguma coisa para a irmãzinha Arya. O seu aniversario era no dia seguinte e Robb esqueceu completamente. Um presente para Sansa seria muito mais fácil, um livro de romance ou uma paleta de sombras resolveria o problema, entretanto, Arya era mais complicada.

Estava distraído olhando as estantes quando alguém trombou contra ele e deixou três livros caírem. Ele se abaixou automaticamente para pegar e sorriu ao ver as capas, eram aqueles livros clichês que costumam ser recheados de cenas românticas e picantes — Jeyne costumava ter alguns em casa e o deixava foliar.

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— Desculpe. — A pessoa sussurrou.

— Sem problemas.

Ele então olhou para a pessoa e sentiu o rosto esquentar. Myrcella Lannister o olhou atônica. O rosto da menina ficou vermelho escarlate.

— Olá Myrcella.

— O-oi.

A garota gaguejou e se levantou rapidamente. Ele logo reparou nas suas roupas, um blusão largo que dizia QUERO SER UMA SEREIA, um casaco de capuz cinza que parecia ter sido resgatado de uma feira de caridade e calça moletom cor de rosa berrante.

— Faz três semanas que eu não te vejo.

Ele achou que o rosto da garota não podia ficar mais velho. Estava errado.

— É que... Sabe... Eu tava... Tava fazendo umas coisas e...

— Você vai para o aniversario da Arya amanhã?

— Oh, sim, claro... — A menina estava nervosa. Muito nervosa.

Não a culpava. Da ultima vez que se viram ela tinha praticamente se declarado para ele e deixado cair alguns desenhos... Seu rosto esquentou de novo ao se lembrar dos desenhos. Merda, até ele estava desconcertado.

Myrcella sempre esteve na sua casa andando de um lado para o outro com Arya. Robb não soube dizer quando ela deixou de ser uma criança fofa para se tornar uma garota bonita. Muito bonita. Que tipo de pensamento é esse Stark? Ela era a colega da sua irmãzinha e a garota que vivia desenhando pelos cantos da casa, Deuses, ela estava me desenhando? Ele provavelmente ficou vermelho.

— Estou procurando um presente para ela, alguma sugestão?

A menina passou a mão pelos cabelos — que estavam completamente desalinhados — e os puxou para trás em uma vã tentativa de domá-los. Ele quase riu. Mesmo naquelas roupas ela estava... Adorável. Gendry iria matá-lo por esse pensamento.

— Vo... Você pode dar um CD de alguma banda indie ou um DVD de algum filme de terror. — Ela mexeu o braço e acabou deixando um dos livros cair novamente no chão. Robb foi rápido e o pegou.

— Um fogaréu de paixão? — Myrcella tomou o livro da sua mão com o rosto em chamas.

— É... Bem... A minha mãe gosta sabe, eu to comprando para ela...

— Sim, claro. — Ele fingiu acreditar.

Ela puxou o capuz e cobriu a cabeça, parecia que a qualquer momento a menina cavaria um buraco no chão e se enterraria para sempre.

— Sabe Myrcella, sobre aquele...

— Eu tenho que pagar — a garota levantou os livros na altura do rosto e andou, acabou trombando nele de novo, — desculpa, de novo, sou muito desastrada... Olha, vamos esquecer que aquela cena deplorável aconteceu. Quer dizer, eu nem sou afim de você nem nada, só acho você um pouquinho bonito e... Sabe, e eu acho que você fica muito sexy em camisas de super herói, sabia que eu que escolhi essa que você tá vestindo? Eu sabia que ia ficar legal em você, exalta os músculos... Cara, o que é que eu tô falando?

Ele olhou para a própria camisa. Tinha sido um presente de Arya.

— Você escolheu?

— Ela também esqueceu seu aniversario ano passado... Olha, eu vou pagar porque se eu continuar aqui vou provavelmente me envergonhar mais.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa Myrcella saiu correndo em direção do caixa.

Decidiu deixá-la em paz. A menina já estava envergonhada o bastante — e ele também.

Robb rapidamente escolheu um pequeno lobo prateado — sua irmã adorava lobos — e quando estava indo para o caixa viu que Myrcella continuava ali.

— Deuses Myrcella, você tem algum tipo de desejo suicida? Quer acabar com qualquer migalha que sobrou da sua dignidade? — A menina falava consigo mesma ignorando o olhar espantado do rapaz que a atendia. — E essas roupas? Ele me viu com isso. – Myrcella olhou para o atendente seria. — Seja sincero, o quão ruim é essa roupa?

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— O mau gosto e o fundo do poço tiveram um bebê e é isso ai que você está usando. — O rapaz respondeu sincero.

— Deuses, vocês já podem jogar um raio na minha cabeça. — Ela agora falava olhando para o teto. — Não tem como essa situação ficar pior.

Provavelmente tem, ele pensou sorrindo. Quando a garota se virou para ir embora ela quase caiu no chão, mas conseguiu se segurar em um boneco de madeira que enfeitava o lugar, muito engraçado, a menina disse para o vento ao se levantar. Ele se escondeu — não precisava fazer daquilo ainda mais estranho. Myrcella então saiu tão rápido quanto um furacão.

Ela é engraçada, pensou rindo. Como ele nunca tinha notado isso antes?