Te Amar Ou Te Odiar?

A vingança é um prato que se come frio...




Pov. Mônica



— Sério amiga! Eu não sei o que deu em mim. Estava escuro, eu nem sabia que era o Cascão, mas ele foi tão carinhoso e gentil comigo... – Magali estava me contando sobre a noite anterior. – Só que agora eu sei que ele estava apenas querendo me usar! Não vou e nem quero olhar na cara dele.



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— Isso é o mínimo que você tem que fazer, ele deve ter feito isso por que o relacionamento dele com a Karol não anda muito bem. – Falei.



— Bom, isso não importa. Por mim esse assunto morreu. – Ela disse. – Agora... O que os pombinhos vão fazer mais tarde? – Ela perguntou olhando pra mim. Brian havia me ligado um pouco antes e marcado algo comigo, Magali sabia que eu tinha conversado com ele só pelo meu tom meloso.



— Ele disse que seria uma surpresa, então eu não sei. – Falei sorrido ao me lembrar da conversa com ele.



— Que fofo! Quer que eu te ajude a se arrumar? – Ela falou.



— Claro, passa mais tarde lá em casa. – Disse.



Conversamos até a aula acabar. Graças a Deus era a última, por isso quando o sinal bateu fomos liberadas. Fui em direção ao meu armário, mas antes de chegar vi Cebola correndo pelo corredor até a saída, ele estava mesmo com muita pressa. Me perguntei o que poderia ter acontecido para ele estar com tanta pressa, bom, de qualquer jeito, descobriria mais tarde.



Guardei meu material e peguei apenas as matérias que tinha dever pra fazer, depois fui em direção ao estacionamento, até o meu carro. Fico pensando o que será que o Brian vai fazer para hoje à noite... Odeio ficar curiosa dessa maneira, não vejo a hora de me encontrar com ele hoje.



Quando cheguei em casa vi a moto do Cebola já estacionada, mas por que será que ele queria chegar em casa tão rápido? Vai saber... Esse garoto é meio maluco. Entre na cozinha e vi Carla.



— Oi querida, como foi a aula hoje? – Ela disse enquanto limpava alguns pratos.



— Foi ótima, mas estou um pouco cansada. – Falei. – Onde está o Cebola?



— Deve estar no quarto dele. – Ela disse.



— Obrigada. – Disse e fui em direção ao meu quarto.



Até agora tudo estava normal, geralmente sempre que o Cebola fica estranho algo acontecia, acho melhor ficar esperta, antes que ele faça algo comigo. Entrei no meu quarto e dei uma olhada em volta, tudo normal, por enquanto.



Como estava muito calor hoje, decidi tomar um banho. Entrei no banheiro, me despi e entrei no Box. Sentindo a água pelo meu corpo, comecei a pensar de novo se o Cebola faria alguma coisa, mas acho que não é nada, aliás, se ele quisesse fazer alguma coisa já teria feito. Argh!... Tenho que parar com isso, já está virando obsessão, tenho coisas mais importantes a pensar do que o comportamento estrando do Cebola. Peguei o shampoo e comecei a esfregá-lo no meu cabelo.



Mas, alguma coisa estranha aconteceu, meu cabelo começou a ficar meio grudento e quando olhei pra minha mão vi que ela estava azul.



— AH!!! – Gritei no mesmo instante. Saí do banheiro e peguei meu celular.



— Alô? – Falou Magali assim que atendeu.



— Amiga! Marca uma hora agora no salão! É uma emergência! – Disse quase gritando. Não, isso não pode estar acontecendo comigo!



— Calma! O que houve? – Falou ela um pouco assustada.

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— Depois eu te explico, tenho que desligar. – Falei e logo depois desliguei o celular. Antes de entrar no banheiro alguém bate na porta antes de abri-la. Era o Cebola.



— Mônica? Aconteceu alguma coisa? Eu ouvi você gritando e... – Ele parou de falar assim que me viu. – Hahaha!



— Pare de rir! – Gritei novamente.



— Hahaha! M-mas, o que houve com você? – Ele perguntou tentando se controlar.



— Eu não sei, eu fui tomar banho e... – Eu ia continuar, quando pensei na situação. É claro! Como eu pude ser tão idiota? É claro que o Cebola tinha feito aquilo! Ah! Mas isso não ia ficar assim mesmo! – Foi você não foi?!



— E-Eu o quê? – Disse ele mentindo.



— É claro que foi você que fez isso em mim! Cebola você foi longe demais! – Falei tentando achar motivos para não ir pra cima dele e acabar com sua vida.



— Mônica se eu tivesse uma ideia dessas, eu já teria feito há muito tempo. – Ele disse.



— Não quero saber! Foi você! – Falei, me aproximando dele. – Saiba que isso não vai ficar assim, isso vai ter troco, pode apostar! Agora... SAI DO MEU QUARTO! – Gritei e o empurrei pra fora, o que quase não foi necessário, pois ele se adiantou.



...



Pov. Cebola



Ontem foi um dos dias mais felizes da minha vida! Depois que saí do cinema com o Cascão e cheguei em casa, tive uma ideia genial, e com certeza e iria por em prática. Esse plano teria duas partes, uma pra cada uma das meninas.



Disse ao Cascão para ir à casa da Magali sem que ninguém percebesse e colocasse uma mistura especial que eu tinha para causar coceira e colocar em alguma maquiagem que ela tenha, enquanto isso, eu cuidava da Mônica.



Saí correndo da escola, peguei minha moto e dirigi o mais rápido que pude até em casa. Eu tinha que chegar antes da Mônica de qualquer jeito, até aí tudo bem, mas eu tinha que ser rápido, ela poderia chegar a qualquer momento.



Entrei no quarto dela e fui para o banheiro. Peguei o shampoo, abri e coloquei cola e tinha azul dentro. Hahaha! Não sei como não tinha pensado nisso antes... Saí de lá, dei uma olhada para ver se não tinha deixado nada e fechei a porta.



Algum tempo depois, ouvi Mônica chegar da escola. Ainda bem que meu quarto era ao lado do dela, então poderia ouvir. Parece que logo que ela entrou foi para o banheiro. Três minutos depois ouço um grito. Hahaha! Ela caiu! Hahaha!

Então... Eu, como a pessoa prestativa que sou, fui lá para ver o que estava acontecendo.



— Mônica? Aconteceu alguma coisa? Eu ouvi você gritando e... – Eu juro que tentei segurar, mas não consegui, quando vi o cabelo dela naquele estado, tive um ataque de riso na hora. – Hahaha!



— Pare de rir! – Ela gritou comigo, como se isso fosse funcionar.



— Hahaha! M-Mas o que houve com você? – Perguntei, eu tentava me controlar, mas por mais que eu tentasse não conseguia.



— Eu não sei, eu fui tomar banho e... – Ela parou de falar, e olhou de um jeito esquisito pra mim, que logo mudou para outro mais ameaçador. – Foi você não foi?! – Acertou baixinha!



— E-Eu o quê? – Gaguejei. Impressionante, o cabelo dela parecia uma peruca.



— É claro que foi você que fez isso em mim! Cebola você foi longe demais! – Disse ela, pela cara que estava fazendo, estava pronta pra me matar a qualquer momento.

— Mônica se eu tivesse uma ideia dessas, eu já teria feito há muito tempo. – Isso é verdade, como não pensei nisso antes? Iria dar um destaque no cabelo de banana nanica.



— Não quero saber! Foi você! – Ela se aproximou de mim. – Saiba que isso não vai ficar assim, isso vai ter troco, pode apostar! Agora... SAI DO MEU QUARTO! – Ela me empurrou depois de gritar comigo. Pelo menos ela conseguiu se controlar e não tentou me bater, que progresso.



E isso não foi tudo, ela ficou umas cinco horas no salão e acabou desmarcando um "encontrou especial" com o Brian. Ah... O dia não poderia ter sido melhor. Mais tarde liguei para o Cascão e ele disse que a Magali havia ficado vermelha de tanto que ela coçava a cara. Hahaha! Ah, como eu queria ver isso.



A Mônica falou que iria fazer uma vingança, e o que ela faria? Rasgar minhas roupas? Não estou nem aí! E aliás, se ela fizer algo comigo eu falo com o avô dela, problema resolvido.



...



Pov. Autora



Após o sinal do intervalo tocar, Cascão foi até a biblioteca. Quando passou pela porta, ele olhou em volta procurando alguém. Quando encontrou, andou em direção até as duas pessoas que o chamaram mais cedo.



— E então? O que querem falar comigo? – Ele disse para Mônica e Magali.



— Queremos falar sobre o que aconteceu ontem. – Disse Mônica, séria.



— E o que aconteceu? – Falou calmamente.



— Ora, não se faça de bobo Cascão! É claro que você sabe de tudo que o Cebola faz. – Disse Magali.



— Ele é meu amigo, é normal que nós conversamos frequentemente, mas ainda não entendo o que vocês querem... – Falou, mas foi interrompido por Mônica.

— Eu quero saber por que o Cebola fez aquilo comigo ontem! – Falou impaciente.



— Ah, a parada do cabelo? Fiquei sabendo, mó comédia! – Riu, mas se arrependeu no mesmo instante.



— Cascão eu não estou para brincadeiras! – Falou Mônica seriamente. – Por que o Cebola fez isso comigo?



— E desde quando eu entendo o porquê desses planos toscos dele? Sei que somos amigos, mas isso só ele sabe. – Falou.



— Ah, então é assim né? Então tá, ele vai ver uma coisa... – Mônica saiu da biblioteca, deixando os dois sozinhos.



Desde o "incidente" no cinema Cascão e Magali não se falavam ou se olhavam direito, um ignorava o outro, mas para Cascão, isso tinha que parar, não tinha a menor necessidade ou lógica... Afinal, foi apenas um beijo, nada demais. Certo?

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— Bom, eu... Tenho que ir atrás dela. – Magali falou se levantando, mas foi impedida por Cascão que segurou seu braço sem muita força no mesmo instante.



— Não, espera. Preciso falar com você. – Ele disse.



— E o que é? Pois eu não tenho nenhum assunto com você Cascão. – Ela falou.



— Por favor, pelo menos me deixe explicar. – Implorou. Ela se voltou para Cascão e ele soltou o braço dela. - Eu sinto muito, fui um idiota. Não sabia que era você, juro! Pensei que fosse uma menina qualquer.



— Ah, é? E se eu realmente fosse outra garota você teria se arrependido? - Ela perguntou, cruzando os braços.

— Claro que não, eu a teria chamado pra sair. Caras como eu não assiste filmes de comédia romântica sem a intenção de conhecer uma garota. - Falou. - É um filme pra mulher. - Tentou se apressar, viu a cara de Magali se fechar com esse comentário. - M-Mas o ponto é que... Você é minha amiga! Eu te considero como uma irmã. Eu sinto muito, mesmo.

— Tenho uma dúvida. - Disse, ainda com os braços cruzados. - Você não tem uma namorada? – Questionou.



— A-Ah... Isso... - Cascão coçou a nuca. - Eu e a Karol, não estamos mais namorando, terminei com ela antes mesmo disso acontecer. – Falou.



— Espero que você não tenha ido ver o filme para arrumar um "consolo", por que se for...



— E desde quando eu uso mulheres de consolo? Se eu quero acabar com a minha tristeza eu vou comer um sanduíche. – Disse, Magali apenas o observava. – Eu não tinha a menor intenção de te magoar ou desrespeitá-la, eu sinto muito mesmo se te magoei Magali, me desculpe.



— Eu... – Magali viu que Cascão estava sendo sincero, conhecia seu amigo o suficiente para saber se ele estava mentindo ou não. – Eu queria que você me perdoasse também, gritei com você na frente de todo mundo, desculpa.



— Ah! De boa, pra quem aguentava passar vergonha apanhando de uma garota, isso não é nada. – Riu e pra surpresa dele, Magali também. – Ah, mais uma coisa, se o Cebola fizer alguma pergunta ou piada de como foi seu dia ontem, você responde que foi bem desagradável por causa da coceira.



— Coceira?

— É, o Cebola quis fazer uma brincadeira depois daquela cena depois do filme, mesmo que o pessoal estivesse rindo de mim e não dele. Ele teve uma ideia estúpida e infantil de colocar tinta e cola no shampoo da Mônica e me mandou botar um pó que coça na sua maquiagem. Coisa que não fiz, mas menti pra ele dizendo que fiz. - Confessou.

— Ah! Não acredito! Então foi por isso?! - Ela exclamou. - Esse menino não toma jeito...

— Cresce na idade, mas a mente permanece a mesma. - Cascão comentou.

— Não pense que escapa, senhor! Você também não foi nenhum maduro. - Censurou-o. - Mas eu aceito suas desculpas.

— Hehehe. - Ele coçou a cabeça mais uma vez. Um segundo depois o sinal tocou, avisando o fim do intervalo. - Temos que ir.

— Sim. Melhor não me atrasar para a próxima aula. – Disse acompanhando Cascão para a saída da biblioteca.



...



Já era tarde da noite. Todos tiveram um dia cheio, estavam cansados e dormindo em suas confortáveis camas, menos um. Cebola havia perdido o sono e decidiu ir até cozinha pegar um copo d água. Quando foi pegar o litro de água, suas mãos vacilaram e acabou derramando um pouco de água em si mesmo e no chão. Tirou a camisa que usava e a jogou no chão para enxugar a bagunça. Sem vontade de terminar o serviço, apenas encheu seu copo e se sentou numa cadeira junto à mesa da cozinha.



Foi então que ouviu um barulho da porta se abrindo, olhou para a mesma e viu Mônica com uma cara sonolenta. Ela nem havia reparado nele, apenas foi direto para a geladeira e de lá pegou um litro de leite.



— O que faz acordada há essa hora? – Perguntou Cebola vendo-a tomar um pouco de leite.



— Ahn? - Ela olhou pra Cebola, um pouco tonta de sono. - Pelo jeito, mesmo que você. Desci para beber algo. – Ela falou apontando para o copo de água dele.



— Soube que você e o Brian vão sair amanhã. – Disse Cebola tentando puxar assunto.

— E o que você tem haver com isso? – Ela perguntou.



— Nada, só achei que conversar com um assunto que você gostasse não fosse má ideia, não estou com cabeça pra brigar agora. – Disse ele tomando mais um gole de água.



— Sim, nós vamos sair amanhã, como no outro dia tive um pequeno acidente, tivemos que remarcar nosso encontro. – Ela disse com uma voz um pouco mais firme, enquanto Cebola dava um leve sorriso.



— Tá, tanto faz, eu vou volta pra cama. – Ele falou se levantando em direção à pia.



— Cebola. – Mônica chamou sua atenção, mas antes que ela pudesse continuar acabou escorregando em algo molhado e com certeza teria batido com tudo no chão. Mas num movimento rápido, Cebola consegue pegá-la pela cintura antes de cair.



— Você está bem? – Perguntou Cebola. Quando Mônica ia responder pôde dar uma boa olhada dentro dos olhos de Cebola, se sentiu constrangida e baixou a visão para não terem mais o contato visual. Ao fazer isso, reparou que ele estava sem camisa e conseguiu ver o torso definido de seu inimigo. Já havia visto ele sem camisa algumas vezes, mas nunca reparava muito nisso, agora, porém, não tinha como evitar.



— S-Sim. – Ela falou com um pouco de dificuldade, saiu dos braços de Cebola. Tentou se recompor e ao menos entender o que aconteceu. – Eu vou voltar pro meu quarto, é melhor enxugar isto. - Se referiu ao molhado no chão. - Boa noite. – Ela falou e saiu da cozinha.



— Boa noite. – Ele respondeu, um pouco confuso.



...



Na escola, Cebola e Cascão estavam na aula de Educação Física, treinando para o grande campeonato. O treinador os treinava com todos os métodos que sabia para deixá-los cada dia melhores, esse campeonato era realmente importante. Principalmente por que estavam concorrendo contra os Lobos, seus maiores adversários, que estavam indo muito bem por sinal. Ganhar uma uma questão de honra.



Depois da aula eles foram liberados para os chuveiros, tomar um banho. Cebola já estava no vestiário, colocando sua roupa.



— E aá Cebola? – Disse Cascão se aproximando dele.



— Fala Cascão! Cara, que treino! – Falou.



— Verdade! Não vejo a hora pra descansar, sabe como é, dormir um pouco na aula de matemática. – Riu da própria piada.



— Vamos, quero ir logo pra cantina, estou morrendo de fome. – Disse.



— Não tanto como a Magali. – Brincou Cascão.



Os dois riram. Chegaram à cantina, mas perceberam que algo estava estranho, todos olhavam para eles e riram, Cebola percebeu isso.



— É impressão minha, ou eles estão rindo da gente? – Ele disse para o amigo.



— De mim eu não sei, mas de você eu tenho certeza. – Falou Cascão e logo começou a rir.



— O que você quer dizer com isso? – Perguntou curioso.



— Olha lá! – Disse Cascão apontando para uma das TVs que ficavam na cantina.



Era um vídeo do ano passado concluiu Cebola. No vídeo ele estava em cima de uma moto no sítio que passou as férias por quatro dias com os Sousa, ele acelerou e subiu a rampa, mas ela cede e ele acaba caindo bem no chiqueiro que planejava passar por cima. O vídeo se repetia várias vezes, e cada vez que passava as pessoas riam cada vez mais da cara dele.



— M-Mas o que é isso?! – Cebola exclamou atônito.



— Acho que é você levando o maior tombo, e depois me chama de sujo. Hahaha! – Riu Cascão não aguentando mais segurar o riso.



— Mas como foi que isso foi parar aqui? Eu pensei que tinha excluído isso... – Exatamente, disse Cebola para si mesmo, mas a pessoa que disse que excluiu foi a mesma pessoa que filmou: Mônica. Ela mentiu e acabou usando isso como vingança. – Ah mas ela vai ver só! Quando eu por as mãos nela eu vou... – Disse sentindo a raiva crescer, mas foi interrompido.

— Com licença Sr. Baker, pode me acompanhar? – Falou o diretor aparecendo do nada atrás dele.