Só mais um dia

Bolas de Baseball


— Você não devia falar de erros de rebatidas quando sequer consegue fazer algo além de um bunt — provocou o de óculos, mas não obteve resposta alguma.

Todos sabiam que ele gostava de provocar Sawamura, por isso, eram comuns as brigas entre os dois. No entanto, já faziam semanas que o mais novo não revidava.

O clima estava, sem dúvidas, esquisito demais. Era preocupante para Kazuya.

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O capitão tentou conversar com todos que julgava serem tão próximo de Eijun quanto ele, contudo, as respostas eram sempre as mesmas; diziam que o garoto estava perfeitamente bem, tão enérgico como nunca.

Aquelas respostas estavam certas. Odiava admitir, porém, era verdade que ele agia normalmente quando não estava perto dele.

No dia seguinte, decidiu conversar com o outro e, pôs em sua cabeça, que iria, com toda a certeza, resolver as coisas entre eles.

Ao chegar no campo, percebeu que Eijun havia se escondido atrás do banco do treinador. Ele tinha muita vontade de zombar do garoto ali mesmo, mas também queria fazer as pazes, então apenas disse:

— Você acha que eu não consigo te ver aí, idiota?

Bom, na mente de Miyuki, aquilo era gentil até demais.

— Não estava me escondendo. — Bufou.

— Eu quero falar com você. — Pôs a mão no ombro do arremessador. — A-go-ra.

Eijun tentou se afastar do capitão, mas não teve sucesso.

— Por favor — suplicou.

Sawamura ainda paresia hesitante, mas acatou ao pedido do amigo.

Andavam a passos rápidos. Ambos estavam nervosos.

Pararam nos dormitórios, e Kazuya pegou a chave de seu quarto, logo em seguida, apontou para dentro dele, indicando que o outro deveria entrar lá.

Entraram, sentaram e fizeram um curto silêncio que, sem surpresas, foi quebrado pelo arremessador barulhento.

— O que você queria comigo? — disse numa tentativa de parecer menos nervoso, mas sua voz falha o entregou.

— Tenho três coisas para te perguntar.

— Então diz logo — Sawamura reclamou. — Eu tenho que treinar, senão, como vou ganhar do Furuya?

— Primeiro: por que está me evitando?

O coração de Eijun batia cada vez mais rápido, e ele suava.

— E-eu nunca estive te evitando.

— Oh, sério? — ironizou. — Então olhe nos meus olhos e repita o que você disse, Eijun.

O mais velho chegou mais perto do outro e viu que as bochechas dele estavam ruborizadas.

Assim como ele imaginou, Sawamura não conseguia olhar para ele.

— Segundo: você está me ignorando desde o dia em que tive que receber os arremessos do Furuya o dia inteiro, então, é ciúme?

Aquela pergunta também não teve uma resposta.

Ele estava muito envergonhado e, agora, era Miyuki quem sentia seu coração falhar.

— Terceiro: eu posso te beijar?

O capitão sabia a resposta, pois, mesmo que implicasse e adorasse vê-lo bravo, ele conhecia aquele cabeça quente muito bem.

— Pode — sussurrou Eijun, ainda bravo.

Kazuya segurou a nuca do "amigo" e o beijou.

— Juro que, as únicas bolas que não são de baseball que eu vou pegar, serão as suas. — Deu uma piscadela.

Sawamura sentiu nojo daquela frase, mas riu de forma exagerada ainda assim.

— Tá.