As luzes da casa foram apagadas. Da sala Charlie podia ouvir a respiração de Steve que já estava em sono profundo. Ele subiu as escadas com cuidado e nem precisou se dar o trabalho de bater na porta, pois Sara já o aguardava.

Ela o puxou para dentro do quarto e fechou a porta. Sara o beijou com vontade, como se tivesse esquecido tudo o que ele havia lhe contado. Ela tirou a camiseta dele e sentou-se na cama.

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– Hoje você irá dormir comigo. – Disse ela deitando-se e o puxando pra cima.

– Como você desejar– Ele sorriu de modo malicioso e voltou a beija-la.

Charlie tentava seguir o ritmo caloroso do beijo dela, mas com algum tipo de dificuldade até que ele acabou interrompendo o beijo.

– O que foi? Charlie?

Ele pareceu estar tonto; saindo de cima dela ele sentou-se na cama.

– O que houve? Me responda Charlie!

– Eu estou bem... Só um pouco tonto.

– Tem certeza?...

– Sim... Só estou um pouco fraco.

– Charlie? – Ela levantou-se e se ajoelhou diante dele. – Há quanto tempo você esta sem comer? – Ela tocou-o na testa para certificar-se de que ele não estava com febre.

– Há alguns dias...

– Alguns dias? Você agora é um lobo enorme e me diz que só ficou “alguns dias” sem comer?! Charlie, coma alguma coisa, agora.

– Eu não gosto de ter que fazer isso, ta bom?!

– Do que você não gosta?...

– De ter que me tornar algo que eu não quero ser... E ainda ter que te assustar.

– E é por isso que você quer se matar aos poucos?... Você tem ideia do que pode acontecer não só com você, mas também com as pessoas ao seu redor?... Charlie, eu sei que é difícil pensar quando se esta nessas condições...

– Não, você não sabe...

–... Tem razão– Ela continuou– Eu não sei, mas você poderia me ouvir... Eu te amo Charlie, se você tiver que fazer, faça. Eu sempre vou estar ao seu lado.

Ela segurou a mão dele e ele a retribuiu a olhando no fundo dos olhos.

– Acho que está mais do que na hora de te mostrar o que eu me tornei... – Ele levantou-se e fez com que ela fizesse o mesmo a puxando pela mão. – Você não precisa olhar se não quiser.

– Anda logo com isso. – Ela falou sério, mas logo abriu um sorriso o que o fez ficar mais confiante em si mesmo.

Ele caminhou para diante da janela e Sara cruzou os braços. Ela o observou abaixar-se para começar a transformação. Ao contrário do que ela pensou, a transformação de Charlie era algo bonito de ser ver, não havia nada de contorcionismo exagerado ou troca de pele mostrando a pessoa em carne viva assim como nos filmes. Foi algo rápido e extraordinário de se ver.

No ultimo momento ela fechou os olhos, mas ao abrir encantou-se ao ver no que Charlie havia se tornado. No primeiro instante foi como ter levado um choque que percorreu todo o seu corpo e sentir uma onda de ansiedade que a invadiu.

Meu Deus... Charlie é você – Ela pensou.

A mais nova metade de Charlie, um Youkai-Lobo, passava da sua cintura e tinha mais de 1,30 m de comprimento. A pelagem Negra cobria todo o seu corpo e a cor dos seus olhos acinzentados lembrava o azul gelo dos olhos de Charlie quando havia a presença de algum outro Youkai.

Sara quase recuou quando Charlie deu um passo em direção a ela. Por sorte ela evitou, mas tinha um pouco de preocupação nos olhos dele.

Ele então se aproximou e cuidadosamente, ao tomar coragem, ela estendeu a mão direita para toca-lo. A ponta do seu dedo indicador acabou encostando-se a sua orelha, o que o fez balançar a calda por um instante e que a fez sorrir.

De repente Charlie deu as costas e pulou pela janela. Sara correu para vê-lo e o viu correr em direção à floresta. Charlie corria movido pela adrenalina em seu corpo ao mesmo tempo em que corria para evitar fazer qualquer mal a Sara devido a sua fome.

Ela olhou e depois de um minuto ela resolveu deitar-se na cama para espera-lo voltar. Ela se cobriu e se encolheu na cama abraçando seus joelhos, mas não fechou os olhos. Algo percorria pelo seu corpo, uma sensação que ela não queria distinguir o que era, mas que no fundo ela sabia o que significava.

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– Me desculpe Charlie... – Ela sussurrava para si mesma e tremia não só pelo frio que entrava pela janela. – Eu juro que não queria sentir esse medo que estou sentindo... Eu prometo que vou me acostumar com isso.