- Allie.... Allie, eu amo você. - sussurra antes de cair na escuridão do sono.

Minha visão fica meio turva assim que as lagrimas são liberadas de meu corpo.

Ah, Harry está todo cheio de cortes, hematomas roxos e sangue por todo o seu corpo e sua aurea. Toco em seu rosto e sinto sua dor sendo passada para mim ainda mais forte, já que estamos ligados agora. E para todo sempre, penso eu.

Meus dedos correm até seus lábios e eu os afago, enquanto minhas lagrimas continuam a cair de meu alcance. Elas são cheias de significados e palavras. Dor... Harry.... Traição.... Harry.... Amor... Harry... Beijos... Harry. Ele praticamente predomina toda minha mente, minha sanidade... meu ser. Como posso amar tanto esse garoto?

Passo a língua entre meus lábios, sentindo o gosto amargo de uma de minhas lagrimas. Quase consigo sentir em meu paladar a mesma coisa que sinto dentro de mim.

Respiro fundo e deixo que as palavras de meu coração possam correr pelo meu sangue, até meus pulmões, se transformando em oxigenio e deixo-as formarem a frase tão desejada.

- Eu amo você, Harry. - digo baixinho em seu ouvido. Depois dou um beijo em sua testa.

Ainda estou tão perdida no meu amor por ele que levo um susto ao sentir uma mão em meu ombro.

- Allie. - chama Jennifer.

Continuo calada, sem conseguir tirar os olhos dele.

- O Mestre deseja ver você. - diz ela.

- Tem que ser agora? - pergunto, não tirando a atenção de Harry, dormindo profundamente.

- Ele disse que você pode leva-lo. - murmura Diana, aparecendo do meu outro lado.

- Então eu vou. - falo, pegando Harry e ninando-o em meu colo.

Nos três abrimos as asas no mesmo momento. Dois cinzentos e um branco.... Dois Anjos da Morte e um Anjo da Guarda, carregando seu protegido que está entre a vida e a morte. Como essa minha vida consegue ser tão irônica, não?

( n.a: a primeira musica)

Alcançamos vôo e eu as deixo ir na frente, mas agora é mais pelo motivo de querer ter um momento a sos com Harry, mesmo que ele esteja inconsciente.

Eu fito seu rosto e sorrio brevemente.

Enquanto observo sua expressão serena, alguns momentos voltam a minha cabeça e eu toco em sua testa, para que ele também se lembre.

"Quando nos conhecemos pela primeira vez, e ele me ameaçou.

Ele me ignorou quando fui falar com ele

Bato em um garoto porque ele bateu em Harry.

Curo Harry das feridas.

Vamos para a festa a fantasia e ele está lindo de Dracula.

Meu irmão e seu amigo idiota estragam a noite.

Na Igreja, cuido dos ferimentos dele.

Nos beijamos e depois faço-o esquecer de tudo...

E, por fim, a melhor de todas. Quando nos beijamos, um pouco antes de eu descubrir sobre a morte de Amy"

Deixo tudo se esvaziar e correr pelas nossas mentes. Na minha, em lembranças nitidas, na dele, em sonhos desejados e quase parecendo reais.

Eu o faço chegar ainda mais perto de mim, ninando-o com amor e esquecendo vários fatos de nossas vidas. Nosso amor é meio proibido, como Romeu e Julieta, meio inesperado, como Percy e Annabeth, meio impossivel como Daniel e Luce e meio perigoso, como Patch e Nora. E doce, como Stefan e Elena ( do livro, ok? )

Não me importo com o fato de, caso ele esteja morrendo, eu também morra. Eu faria isso de qualquer jeito mesmo. Não existiria uma vida com sentido sem ele, porque ele é tudo o que preciso, tudo o que eu quero... Tudo o que eu não posso ter.

- Chegamos. - anuncia Di, me tirando de meus desvandei-os.

Estamos a frente do grande portão que guarda as nuvens do Paraíso, por assim dizer.

Aterrissamos no chão fofo e deixo que as duas abrem o portão, deixando que eu entro com Harry nos braços. Somos saudadas por milhares de anjinhos, ou melhor, querubins fofos que voam até onde estamos. Eles começam a cantar e bater palminhas. É sempre assim quando anjos voltam para o Paraiso.

Um querubim ruivo fica ao meu lado e então diz.

- Ele está aguardando por você. - dado a mensagem, volta a bater palmas com seus irmãos.

Dou um sorriso para eles e sigo meu caminho, sem tirar Harry de meus braços.

[...]

E mais uma vez estou na mesma grande sala, como no começo. A diferença é que agora eu tenho três aureas: A prata, que é de um anjo comum ; a dourada, de um guardião ; a vermelha, de um vingador.

Ele está a espera de mim, como da outra vez.

- Alison! - diz, naquela Sua voz potente, tal como Seu Dono.

- Senhor. - digo, baixando a cabeça. Sei o que está por vir. Ele vai me repreender por ter feito escolhas tão erradas. Talvez me expulse de meu cargo, talvez me expulse do Céu. Ou pior, talvez me faça desistir de Harry.

Seus olhos brilhantes fitam a mim e fico um pouco corada.

- Vejo que o doce Anjo se apaixonou. - fala, em um sorriso.

- Sim, senhor. E sinto muito por isso. - me desculpo, deixando lagrimas escorregarem de meus olhos e apertando ainda mais Harry.

Uma risada.

- Ora, você não deve se desculpar por isso. Você ama, minha filha. Ama como eu amo meus filhos. Ama como todos devemos nos amar. Ama da mesma forma que eu pedi para meus filhos humanos amarem, mas que as vezes eles esquecem desse detalhe. Amo todos aqueles que eu criei, Allie.

"E amo você, tanto quanto você ama Harry."

Suas palavras atingem a mim e eu me sinto um pouco confortada. Só um pouco. Ainda estou com medo do que Ele pode me propor. Não quero e nem vou me separar de Harry.

Ficamos em silencio por alguns instantes.

- Alison, eu quero conversar com você. - fala.

- Estou aos seus comandos, Senhor. - digo.

- Sei que amas essa a quem segura agora em suas mãos. E sei também o estado em que ele se encontra. Também sei que você faria tudo por ele.

"E, alem de tudo, sei que vocês agora tem um elo forte. Forte demais. E, caso ele morra, você se perde no cosmo.

"Não quero perder um dos meus melhores anjos. Por isso a chamei aqui, porque quero propor uma coisa para você, assim como propos para a pequena Harriet."

Ergo meus olhos para Ele, e o Mesmo me mostra sua proposta atraves de seus pensamentos, já que todo Anjo é ligado a Ele, assim é melhor para nos comunicarmos.

Lagrimas escorrem de meus olhos ao terminar de ver suas condições e eu volto a olhar para Harry.

Era o unico jeito. Um jeito estranho, talvez meio triste, mas mesmo assim ainda era um jeito de ficarmos juntos.

- Aceito. - digo.

Deus então sorri e uma enorme luz envolve Harry, como em um desenho que Harriet me obrigou a assistir com ela, chamado A Bela e A Fera.

A grande luz toma conta de tudo por alguns segundos, e depois tudo fica escuro...