Sweet Temptation

Mudanças & Escolhas - Bônus


Alguns dias depois...

P.O.V Da Carly

— Ai, meu Deus! Eu amei. Amei. Amei. Não vejo a hora de decorar tudo e montar o quartinho do bebê. - Bati palmas extremamente empolgada.

— Que bom, lindinha. O vovô Gibson é o melhor, né? Esse apartamento é muito maneiro mesmo. Esse vai ser o nosso lar doce lar, e você pode decorar como quiser, não vou nem me meter nisso, mas por favor, só não vá mandar pintar o nosso quarto de rosa, beleza? - Meu namorado me abraçou por trás e alisou a minha barriga, logo eu entraria para o terceiro mês de gestação.

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— Está bem. - Concordei e torci o nariz. - Que cheiro horrível é esse vindo de você, mozão? - Me desvencilhei de seus braços e me afastei nauseada.

Virei para olhá-lo, Gibby franziu o cenho e me encarou, confuso.

— Que cheiro? - Suspendeu os braços e cheirou as axilas. - Já tomei dois banhos hoje, e meu desodorante está okay. Não estou fedendo não, mozinho. - Fez bico manhoso.

— Sei que não está fedendo, estou me referindo ao aroma desse maldito perfume enjoativo que você está usando. - Tapei o nariz, minha ânsia estava aumentando.

— Mas foi você quem me presenteou com esse perfume. E você ama esse aroma, não é mesmo? - Disse com calma.

— O quê? De jeito nenhum, esse cheiro não pode ser do perfume que eu te dei. - Tirei a mão do nariz e me aproximei para sentir melhor.

Imediatamente fiquei atordoada, a bile subiu pela garganta e eu tapei a boca, meu namorado arregalou os olhos e recuou, e fez bem...

— É melhor eu ir tomar uma ducha, não quero que vomite em mim. Minha nossa, Carly! Você está enjoando até com o perfume que você mesma me deu. Eu, hein? Senta um pouco, respire fundo e tente não vomitar no nosso apartamento novinho, está bem? - Ele tinha razão, aqueles malditos enjôos só pioravam.

Assenti sentando no sofá marrom-claro. O apartamento que ganhamos do vovô Gibson estava quase todo mobiliado. Mas as paredes brancas precisavam de uma corzinha, e os cômodos de uma bela decoração. Era espaçoso o bastante para nós e o bebê, e claro, tinha dois quartos e uma mini-lavanderia.

— Ei, bebê, o papai foi tomar banho. - Acariciei a região onde ele ou ela devia estar protegido e acomodado. Eu já estava com uma pequena protuberância, um voluminho fofo, segundo o Gibby. - Qual será o seu sexo, hein, anjo? A mamãe está morrendo de curiosidade. Ainda não vi o seu rostinho, mas eu já te amo muito, sabia? O seu pai também. Estamos ansiosos para ter você em nossos braços. - Eu disse emocionada. - Será que você vai herdar os lindos olhos claros dele? Seu papai têm olhos esverdeados, e eu sou apaixonada por eles. - Confidenciei ainda acariciando a minha barriga.

— Também amo os seus belos e encantadores olhos castanhos, amor. - Levei um belo susto quando ouvi sua voz.

Gibby estava atrás do sofá e eu arfei ainda segurando minha barriga, com o coração quase saindo pela boca.

— Meu Deus! - Levantei sentindo meu rosto pegar fogo. - Estava aí ouvindo tudo? - Indaguei envergonhada.

— Claro. - Sorriu e vi que também estava emocionado.

— Seu bobo! - Joguei uma almofada nele.

— Você fica tão fofa falando com o nosso bebê. - Abriu um sorrisão.

— Não se aproxime! - Fiz um gesto com a mão direita. - Se não for tomar banho agora, vou vomitar em você! - Avisei sentindo a náusea atacar novamente.

— Nossa quanta delicadeza! - Debochou brincando. - Já estou indo, Carls, continue conversando com o bebê, aproveite e cante para ele ou ela também. - Disse me deixando ainda mais corada.

— O seu papai é um bobão. - Falei risonha. - Mas eu o amo tanto. - Sussurrei.

[...]

P.O.V Da Nora

— Não quero que vá embora, isso não é justo comigo, com nós... - Comecei a chorar. - Preciso de você aqui ao meu lado. - Me agarrei em sua camisa.

— Nós podemos tentar um namoro à distância. - Ricardo sugeriu fazendo carinho no meu rosto.

— Nunca vai dar certo e você sabe disso. Por quê você tem que ir? Ai, meu Deus! Você cansou de mim, é isso? Fale a verdade, você não me ama mais? A gente transou e você vai embora, se eu soubesse, eu não teria me entregado... - Lamentei, ele ia partir e eu não poderia viver sem o amor dele.

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— Não é nada disso, Nora. Minha família é do Puerto Rico e meus pais querem voltar para lá, os meus avós estão quase para morrer, e eles só conhecem a minha irmãzinha por fotos. Eu nasci lá, Nora. Eu preciso voltar para a minha cidade natal, será que você não entende? - Ele tentava me fazer compreender, mas eu não queria entender de jeito nenhum.

— O seu lugar é aqui comigo. Somos tão felizes, não somos? Por quê vai me deixar agora? São dois anos e meio de namoro, Ric. Sou egoísta, me desculpe, mas eu não quero te perder, pense bem, eu te amo, Ricardo! - Se fosse preciso, eu iria até me jogar aos seus pés e implorar para ele não ir.

— Sinto muito. - Suas lágrimas brotaram e escorregaram por seu rosto com traços marcantes, banhando sua linda pele morena. - Meu lugar é com a minha família. - Disse com a voz embargada.

— Não! - Neguei. - Não! Não! Não! - Não aceitava de jeito nenhum. - Por favor. - Caí de joelhos.

— Pelo amor de Deus, Nora, não complique as coisas. - Se abaixou chorando. - Te amo, cariño. Tu es mi chica, es el amor de mi vida. — Disse em sua língua materna.

— Se me ama como diz, não me deixe... - Pedi em prantos.

— Então, vamos para o Puerto Rico juntos? Meus pais te adoram. Também não quero deixar você. O que acha? - Propôs.

— Acho que temos que convencer os meus pais. - Respondi gostando da ideia.

Ele sorriu e me beijou, e seu beijo apaixonado foi capaz de me fazer esquecer toda aquela angústia e a tristeza daquele momento.

[...]

P.O.V Da Mandy

— VOCÊ FICOU LOUCO? - Nosso pai gritou alterado, estremeci e minha mãe levou as mão à boca, chocada.

James apertou a minha mão, continuou de cabeça erguida, me mantendo ao seu lado. Estava decidido e não iria desistir, estava disposto a lutar por mim.

— Não pai, nunca estive tão ciente em toda a minha vida. É o que eu sinto, e estou aqui falando com o senhor porque é o correto, e...

— ELA É SUA IRMÃ, JAMES! A AMANDA SÓ TÊM 16 ANOS! VOCÊ É DOENTE OU O QUÊ? VOU TE ARREBENTAR NA PORRADA, SEU MOLEQUE ESTÚPIDO! - Tentou avançar contra nós, mas a minha mãe o segurou e eu puxei o Jay para trás, tremendo de tão nervosa.

Ele foi corajoso o suficiente tendo peito para ir falar sobre o que estava acontecendo entre nós.

— Por favor, pai, só queremos a sua permissão. - Me aproximei para tentar acalmá-lo.

Num impulso abrupto, ele se soltou das mãos da minha mãe e veio para cima de mim.

— Vagabunda! - Exclamou me dando um tapa tão forte e estalado que me fez cambalear para trás e James me segurou.

— Como ousa bater nela? Posso te denunciar! - Disse com raiva.

— E eu posso te denunciar por estar abusando de sua irmã! - Nosso pai o ameaçou.

Meu rosto ardia, ignorei a dor. Minha mãe chorava e me olhava num misto de pena e tristeza.

— Desculpa, mãe. - Senti vontade de chorar. - E pai, o senhor está enganado, o Jay não está abusando de mim. Eu juro! - Aquilo era verdade.

— Mas que pouca vergonha! Isso é pecado. Incesto é crime, e você pode ser preso, James. Que desgosto! O que eu fiz para merecer tal coisa? Vocês perderam o juízo? Querem viver um pecado como se fosse a coisa mais normal do mundo? Se é o que querem, pois saibam que não os considero mais como meus filhos. Vou tirar ambos do meu testamento! - Avisou.

— Sem problemas, minha mãe me apoia e eu posso muito bem trabalhar. Não precisamos do seu dinheiro. - Jay o afrontou.

— Ótimo! Agora sumam da minha casa! Nunca mais quero ver vocês. Nunca mais! - Ele estava vermelho e suando.

Minha mãe soltou um alto soluço e se apoiou na parede, com uma mão no peito, ela estava chorando muito.

— Vou só pegar as minhas coisas. Me espera no carro, Jay. - O choro estava entalado em minha garganta.

— De jeito nenhum! - Balançou a cabeça, nosso pai estava tremendo. - Saia apenas com a roupa do corpo. Anda! Vá embora, Amanda! E nunca mais ponha os pés na minha casa! - Disse furioso.

— Roger, pelo amor de Deus, ela é nossa filha. - Mamãe disse tendo compaixão. - É a nossa menininha, querido. - Tentou amolecê-lo.

— Não, Patricia, ela é sua filha. Eu não tenho mais filhos! - Disse frio e nos deu as costas, indo para a escada.

Comecei a chorar assim que ele sumiu de vista.

— Sinto muito, mãe. - Corri para abraçá-la.

— É o que você quer? - Afagou minhas costas.

— Sim... O Jay me ama e eu resolvi dar uma chance à ele. - Respondi.

— É verdade, Patricia, quero que a Mandy seja minha namorada. - Ele disse convicto.

— Vão morar com sua mãe? - Ela quis saber.

— Por enquanto sim, quando eu terminar esse semestre, e a Mandy terminar o segundo ano, vamos pedir transferência para a gente ir para San Diego. Vou dar um jeito de trabalhar e continuar com a faculdade. - Explicou.

— Abra uma conta para ela. Quero poder depositar uma mesada para a minha filha. - Disse sem me soltar.

— Obrigado, Patricia. Ter o seu apoio significa muito. - Agradeceu.

— Promete que vai cuidar bem dela? - Pediu.

— Sim, senhora.- Jay prometeu.

— Obrigada por tudo, mamãe. Te amo tanto, tanto! - A apertei num abraço.

— Também, meu amor. Só quero que seja feliz. - Beijou meu rosto.

A gente ainda poderia conversar por mensagens, ligações e E-mails. Mas eu iria sentir muito a falta dela.

Minha mãe nos acompanhou até o carro, deu recomendações e se despediu do James.

— Que Deus os abençoe! - Sorriu emocionada e acenou.

Parti com lágrimas nos olhos e com uma tristeza enorme por ter sido expulsa de casa por meu próprio pai, apenas com a roupa do corpo e meu celular no bolso.

Se eu tinha a certeza de que iria ser feliz ao lado de James? Não, eu não tinha. Mas fiz minhas próprias escolhas, tomei minha decisão e entreguei nas mãos de Deus.

Se fosse para dar certo, iria dar... A vida era só uma e eu não poderia ter medo de me arriscar.