Sweet Sixteen (Dramione)

Capítulo Cinco - Mansão dos Malfoy


Hermione respirou fundo pela décima sétima vez. Ajeitou o decote do vestido verde e depois os cachos do cabelo, que estavam presos em um alto coque, com duas presilhas esmeraldas o enfeitando. Ela sorriu confiante e saiu do banheiro com Gina Weasley.

Gina estava usando um vestido azul cobalto encantador, e optara por deixar os cabelos ruivos escorrendo pelas costas. As duas desceram as escadas do dormitório e saíram para a sala comunal. Lá, Hermione acenou para Ron, que estava muito bonito com roupas a rigor muito melhores que as do ano passado, e para Harry, que parecia desapontado com o seu
par – Romilda Vane.

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Ron ofereceu o braço a Hermione, que aceitou com um sorriso. Os dois saíram da sala comunal, com Harry, Romilda e Gina, que esperaria por Miguel Corner em frente ao Salão Principal.

Quando Hermione começou a descer as escadas do Salão com Ron, suas pernas ficaram bambas, sentiu um frio na barriga e se viu procurando um alguém no meio dos alunos vestidos com vestes a rigor, sentados, conversando ou comendo.

Para aquele baile, foram tiradas todas as quatro mesas de refeição das quatro casas, e substituídas por várias mesas redondas para seis pessoas, quase como as mesinhas que utilizaram para fazer os N.O.M.s, porém, maiores. A mesa dos professores também fora retirada, e substituída pelo palco da banda d’As Esquisitonas, que estavam afinando os
instrumentos.

Ron puxou Hermione para uma mesa onde estaria o começo da mesa da Corvinal, e onde estavam sentados Dino Thomas e Simas Finnigan. Harry se sentou ali também, e quando Romilda foi se sentar ao seu lado, Ron roubou sua cadeira, e bufando, a garota saiu à procura das amigas. Logo, Luna Lovegood sentou-se no último lugar vago e Harry pareceu satisfeito.

Pediram o jantar da mesma forma que pediram no Baile de Inverno do ano passado, e depois de uma farta comilança, e uma ótima sobremesa, as mesas foram arrastadas para os cantos com um aceno da varinha de Dumbledore e uma pista de dança se formou. As
Esquisitonas começaram a tocar seus hits do ano, e os alunos foram levantando e se dirigindo à pista. Uma mesa retangular no lugar da mesa da Sonserina, porém menor, estava sendo abastecida com bebidas pelos elfos que trabalhavam na cozinha.

Hermione não gostava muito de dançar, e apenas dançou metade de uma canção com Ron, deixando-o com Lilá Brown. A garota foi até a mesa de bebidas e se serviu de suco de abóbora, enquanto olhava Ron dançando animado.

E, então uma voz arrastada comentou:

– Está cansada de dançar, Granger? – Hermione se virou para encarar Malfoy.

– Ah, oi. – Ela disse apreensiva. Estava com medo de beijá-lo novamente na frente de todo mundo e Pansy Parkinson aparecer de repente. – Onde está o seu par?

– Dançando com o Zabini. Garanto a você que se sairmos do controle agora, ela não vai fazer escândalo. – Ele disse rindo.

– É, mas da última vez ela não estava lá, e fez escândalo. – Hermione rebateu dando um grande gole no seu suco. Draco a observou por um instante e então disse bruscamente:

– Dance comigo.

Hermione parou de respirar por um momento. Suas entranhas estavam fervendo, e ela sentia seu rosto queimar. Cogitou na possibilidade de dançar com Draco, por pelo menos uma música, mas não estava conseguindo pensar direito, e quando se deu por si, já estava na pista, nos braços de Malfoy.

Ele dançava muito bem, e com certo esforço, Hermione conseguiu acompanhá-lo. Ela estava com as mãos em seus ombros, e as mãos dele estavam segurando sua cintura. O nariz do rapaz estava a centímetros do seu, e para o seu azar, As Esquisitonas resolveram tocar uma música lenta.

Logo, Malfoy a puxou para mais perto, e acariciou seu pescoço com os lábios. Hermione sentiu-se arrepiando até os ossos. Ele sussurrou alguma coisa, mas ela não conseguia ouvir. Sua mente estava explodindo, como fogos de artifício, e podia ficar a noite inteira assim. Draco beijou sua orelha e sussurrou suavemente:

– Eu acho que estou apaixonado por você, Hermione.

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Ela se afastou bruscamente e fugiu do seu olhar. Tentou andar normalmente, mas se viu correndo para longe do Salão Principal. E dessa vez Draco estava corendo atrás dela.

Hermione parou por um momento para respirar, e olhou para trás. Draco estava chamando-a, parecia preocupado. Mas ela não sabia por que estava ali, correndo. Sua mente estava confusa demais, ela não conseguia pensar direito e também não sabia por que não estava com Malfoy, se o amava.

Parou mais a frente, com dor de cabeça, para tentar pensar normalmente. E então, desmaiou.



Quando abriu os olhos, Hermione se encontrou em um lugar totalmente estranho. O teto era cinza e as paredes, também. Uma grande janela semiaberta deixava entrar uma leve brisa que bagunçava os cabelos de Hermione. O vento tinha um cheiro estranho. De
cemitério. De morte. Os pelos da nuca da garota ficaram arrepiados só de pensar em morte.

Ela se levantou da cama em que estava deitada e olhou em volta. Parecia o seu quarto, mas tudo o que ele tinha de colorido, esse quarto tinha de escuridão. Um castiçal apagado com velas quase extintas estava em cima da cômoda ao lado da cama. Uma pequena porta ao lado da janela levava ao banheiro, cinza, também. Hermione começou a indagar
por que estava ali, e não em sua própria casa. O último dia de aula fora o baile, as aulas tinham sido suspensas e...

Então, ela se lembrou de tudo o que tinha acontecido. Os beijos, a declaração. Sua fuga sem sentido, e seu desmaio. E assim, concluiu que estava na famosa Mansão dos Malfoy.

Naquele instante, a porta se abriu e Draco colocou a cabeça dentro do quarto. O seu olho direito estava roxo, e seu rosto estava mais pálido que o normal. Ele deu um sorriso estranho e disse, com a voz de sempre:

– Boa Tarde, dorminhoca! – Draco finalmente entrou com uma bandeja com panquecas e leite. Hermione olhou para aquela figura incomum de Draco Malfoy e perguntou:

– Por que você está me trazendo o café da manhã se você tem empregados?

– Não sei se você se lembra, - Malfoy disse passando a mão nos cabelos, parecendo estar desconfortável. – mas nosso único empregado está livre.

Hermione lembrou-se de Dobby e assentiu com a cabeça. Agradeceu a refeição e começou a comer. Draco sentou-se ao seu lado, na cama e a observou.

– Quanto tempo eu fiquei inconsciente? – Hermione perguntou, bebericando o leite.

– Dois dias. – Draco pareceu abatido. – Por um momento eu achei que... Que você estava...

– Morta?

– É.

– Ah. – Ela grunhiu, mordendo um pedaço da panqueca. – E por que eu estou na sua casa, e não na minha? – Malfoy moveu-se desconfortável.

– Essa é uma boa pergunta.

– O que aconteceu depois que eu desmaiei? – Hermione começou a ficar desconfiada que alguma coisa estava errada. Draco hesitou por alguns minutos, e depois de um tempo abrindo e fechando a boca repetidamente, disse:

– É complicado. Você está se sentindo bem? – Ele mudou de assunto.

– É complicado. – A garota disse, fechando a cara. Draco suspirou e explicou:

– Certo. Olha, você desmaiou e eu corri para não deixar você bater a cabeça e ter uma concussão, ou qualquer outra coisa grave, e eu tentei te animar, mas você estava mesmo inconsciente. Eu resolvi então, hum... Beijar você, e, bem, Pansy nos viu bem nessa hora. –
Hermione conteve um gritinho de indignação. - E então, no outro dia, no trem, eu recebi uma carta dos... Meus pais, e eles queriam que eu... Trouxesse você pra cá. E eu... Eu trouxe. - Draco continuou. - E então você vai ficar aqui nas férias...

– Vocês avisaram meus pais? – Hermione perguntou, sem estar convencida dessa história ainda. Draco hesitou por um segundo e respondeu parecendo inseguro: Sim.

Contudo, bem nessa hora, A porta se escancarou e uma mulher morena, com os cabelos desgrenhados e crespos, o maxilar bem destacado e olhos esbugalhados, mas com as pálpebras caídas entrou. Hermione conteve outro grito, dessa vez, de susto, porque reconheceu aquela mulher do Profeta Diário, como um dos fugitivos de Azkaban. E lembrou-se também que ela era Bellatriz Lestrange, a bruxa que torturara os pais de Neville Longbottom até a loucura.

Bellatriz deu uma risada fria e seca.

– Ora, ora, veja quem está aqui! Sangue-ruim e o namoradinho! – Ela cantarolou, com a voz desafinada, aguda e infantil, como a de Umbridge. Hermione olhou para Draco de um jeito diferente. Agora entendera tudo. Draco estava fingindo estar apaixonado por ela para que ela caísse na armadilha e fosse liquidada como uma Sangue-Ruim. Então, afinal,
Malfoy não mudara em nada.

Olhou com tristeza e aversão para Malfoy, lembrando-se de seus beijos, e tentando segurar as lágrimas. Como ele fora capaz?

Bellatriz riu novamente ao ver a expressão desanimada e triste em ambos.

– Então você não contou para ela, Draco? – Ela disse, fazendo beiçinho e fazendo uma atuação bem ruim de alguém triste.

Draco balançou a cabeça olhando para as mãos, com amargura. Ele também parecia estar à beira das lágrimas.

– Portanto, conte, ou eu irei. – A bruxa ameaçou, com a voz de repente grave e assustadora, os olhos brilhando de malícia. Draco engoliu em seco, e abriu a boca, mas balançou a cabeça e ficou em silêncio. Bellatriz sorriu, mostrando dentes amarelos. –Pois bem, seu namoradinho aqui, - Ela apertou o ombro de Draco, que não reagiu. – percebeu que foi um erro, – Bellatriz apertou mais forte o ombro do rapaz – quero dizer, um grande
erro falar ou tocar em você, Sangue-Ruim, e assim, trouxe você pra cá para ter o merecido julgamento dos Sangues-Ruins! – Ela gargalhou com um brilho assassino no olhar.

Hermione olhou para Draco, que não sustentou o olhar. E ela soube, assim como todos que encontraria naquela mansão, que iria ser morta.