Sweet Connor

Capítulo 2.


Oliver Queen

Praguejei alto sentindo uma fisgada dilacerante em minha perna, o sangue quente escorrendo por minha pele sem pudor fazendo com que a roupa de couro grudasse ainda mais em meu corpo. Ergui meus olhos e vi um lampejo de medo passar pelos olhos de Martin Somers enquanto ele soltava a arma com as mãos ainda trêmulas, o olhar que ele me lançava era quase cômico se não eu não estivesse tão preocupado para fugir antes que a polícia chegasse, de arco erguido mirei em meu alvo, o cofre secreto que ele tentou a todo custo esconder.

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– Você errou. - murmurou cheio de escárnio ao ver que minha flecha não tinha lhe atingindo. Ainda.

– Eu nunca erro. - rosnei irritado antes de finalmente lhe dar um soco suspirando de prazer ao ouvir o som de seu nariz se quebrando e logo depois o seu xingamento.

– Mãos para cima, polícia. - vasculhei o local procurando a rota de fuga mais próxima e sem pensar nas consequências me atirei de uma janela fugindo pela escuridão da noite. Cambaleando rápido, agradeci por minha moto não estar muito longe.

Avistei a fachada das antigas fábricas, minha vontade de sentar em algo e tomar algo com muito álcool estava crescendo rapidamente, assim como a dor em minha perna.

– Precisa de uma mão? - John Diggle, meu motorista e ajudante questionou assim que cheguei no covil. Neguei pegando a agulha já esterilizada de suas mãos e perfurei minha pele. Ele deu sorriso cínico ao me fez fazer uma pequena careta de dor.

Mais uma cicatriz pra lista.

– Sua mãe ligou algumas dezenas de vezes está te procurando, parecia preocupada.

– Inferno, o jantar com Walter. - de qualquer forma costurei minha perna rapidamente e corri para a mansão.

Ali costumava ser meu porto seguro, minha fortaleza, mas tardiamente percebi que não havia um lugar seguro para mim. Os demônios de cinco anos atrás ainda me atormentavam, me feriam, me deixavam em absoluto sem me mover. Sem poder fazer nada.

Soltei um suspiro frustrado ao ver o olhar decepcionado no rosto da minha mãe.

– Não quero saber das suas desculpas Oliver. Esta na hora de encarar sua vida e não fugir dos problemas ou responsabilidades. - começou seu sermão cruzando os braços sob o peito. Pelo canto do olho vi Thea parar para observar-nos. – Quantas vezes você foi na QC essa semana? Você está sendo negligente Oliver.

– Não vai mais acontecer, eu sou o CEO e vou honrar isso, por nossa familía. - disse tentando me livrar.

– O que aconteceu com sua perna Ollie? - a voz áspera de Thea me chamou atenção, cerrei meus punhos infeliz com seu tom me negava a aceitar que minha doce irmãzinha tinha se tornado tão amargurada.

– Caí da moto. Cinco anos sem pilotar, acho que perdi a habilidade. - menti já deixando o espaço onde estávamos. Thea me lançou um olhar incrédulo, vendo a mentira em minhas palavras. Seu olhar cheio de decepção me quebrou.

A mentira era preciso. Não podia simplesmente pintar um alvo nas costas de quem amo.

Sem nem me dar o trabalho de retirar a roupa, me lanço na cama me afundando nela. Estava sendo difícil me adaptar novamente, depois de cinco anos "morto", voltar a vida era extremamente difícil.

Tudo estava mudado. Eu mudei. Não era mais o Ollie de cinco anos atrás, o irresponsável e playboy Oliver Queen. Soltei um suspiro alto fechando meus olhos na tentativa de dormir.

Sentia os pingos forte contra meu rosto. Eu estava perdido no oceano novamente, sentindo a água entrar com força em minha garganta enchendo meus pulmões me impedindo de respirar. De repente, o oceano se tornou sangue, uma pilha de corpo se amontoado em baixo de mim.

Não podia me mover, meus pés estavam fincados, o grito preso em minha garganta. O sussurrar das pessoas que matei cada vez mais alto.

– Oliver. - como se uma ameaça estivesse próxima, me coloquei em posição de ataque, agarrando o pescoço de quem estivesse a minha frente.

O olhar amedrontado de Thea me fez recuar. Minhas pernas e mãos tremendo.

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– Me desculpa Thea.. Por favor. - pedi baixo temendo machucá-la novamente.

– Aprendi que não devo te acordar quando tiver em um pesadelo. Mas seus gritos nãos estavam me deixando dormir. - explicou colocando as mãos no pescoço. Pisquei rápido tentando acalmar meu coração. – Esta tudo bem Ollie, acho que nem vai ficar marcado, e se ficar nada que maquiagem não resolva. - tentou me acalmar. Suspirei olhando pela janela e vi o sol nascendo.

– Você devia ir speddy. - sussurrei fugindo de seu olhar preocupado, ela murmurou um você é inacreditável fechando a porta em uma batida forte. Ergui as mãos na cabeça sentindo tudo muito confuso.

Os pesadelos estavam mais constantes. Eu podia ter feito algo bem pior à Thea se ela não tivesse me parado, balancei a cabeça levemente tentando esquecer o pior.

[...]

Aliviado suspirei ao ver o elevador seco. Meu humor estava em um péssimo estado, não iria aturar qualquer olhar medroso, questionador ou até mesmo curiosos dos empregados.

Escutei um arfar baixo em seguida um resmungo, meu olhar automaticamente abaixou vendo um garotinho loiro encolhido no chão tentando respirar.

Sentindo meu corpo agitado, me abaixei ficando a sua altura imediatamente ele tentou se afastar, com medo.

– Esta tudo bem. Eu quero te ajudar. - sussurrei procurando seus olhos tão amedrontados.

– Lissy, minha.. Mamãe. Eu quero..- o garoto dizia entre arfadas. Ergui minha mão acariciando seu cabelo levemente.

– Eu vou encontrar sua mamãe garoto, mas preciso que respire. Lentamente. Você tem alguma bombinha de ar por aqui? - perguntei desesperado vendo seu rosto estava se avermelhar mais rápido do que o normal, ele apontou para a mochila na outra extremidade do elevador e eu corri temendo o pior. Nunca tinha presenciado algo assim, nem ao menos sabia lidar com uma criança. Com uma velocidade absurda ele levou a bomba até a boca respirando novamente. Soltei um suspiro aliviado.

Enfrentar vilões era mais fácil.

– Você me deu um susto garoto.

– Minha mamãe, eu quero minha mamãe. - choramingou.

– Vou informar a segurança que você está comigo. Sua mãe deve estar totalmente apavorada nessa hora. - o ergui em meu colo quando chegamos a minha sala, achei engraçado quando ele levou o dedo até sua boca em um gesto confortante. Eu tinha essa mesma mania quando criança.

Admirei seu rosto me sentindo feliz agora que ele estava bem. O garoto pegou no sono quase instantaneamente, delicadamente o coloquei no sofá que tinha em minha sala e aguardei.

– Oliver. - ergui o olhar ao ver minha mãe parada na porta. Seu cenho franzido, o rosto imparcial, os olhos fixos no garoto.

– Eu o encontrei no elevador em meio a um crise asmática. A mãe do garoto já está vindo. - sussurrei mantendo meu olhar no garoto. Ela não pode falar nada porque um furacão loiro entrou ali e minha atenção se prendeu à ela.

– Connor.

–Você devia cuidar melhor do seu filho. - não pude deixar de comentar, mas o olhar fuzilante que ela me lançou me desarmou por completo.

– Eu cuido, o problema está nos empregados da creche que não mantém o olhar nas crianças, culpe os seus empregados por esse erro. Agradeço sua preocupação com meu filho Sr. Queen, se nos der licença. -ela rebateu na mesma hora me deixando impressionado. E completamente confuso porque era a primeira pessoa que me rebatia tão firme.

Franzi o cenho ao ver a pequena e agitada loira carregar o menino ainda adormecido para longe. O medo que ela estava sentindo era palpável.

– Você sabe quem são Oliver? - minha mãe perguntou apoiando suas mãos em meu braço. Seu corpo estava todo contraído desde que chegou a QC.

– Não faço a mínima ideia. - fui sincero observando a mulher se mover rapidamente até o elevador, o tique nervoso dela em movimentar o polegar me chamou atenção, o olhar dela nivelado ao meu, o medo explícito mas naquele olhar eu podia ver uma ferocidade que nunca tinha visto antes.