Capítulo 3

A rebeldia aos olhos de qualquer pessoa que tenha estudado um pouco de História, é a virtude original do ser humano."

– Oscar Wilde

Ally acordou no outro dia bem cedo. Ela tinha uma pilha de roupas para lavar e se quisesse terminar antes de Daryl volta, tinha que sair cedo. Ela saiu com as duas mochilas nas costas, assim como sua espada. Laica e Poseidon estava indo mais à frente. Ela chegou ao lago e tirou todas as roupas das mochilas e começou a separar. Calças, blusas e roupas de baixo. Ela entrou no lago e passou a lavar tudo. Ally cantava enquanto trabalhava. Qualquer tipo de música a deixava mais calma e fazia com que ela se concentrasse em outra coisa. Ally estava tão empolgada que quase caiu quando Carol, a cumprimentou. Ela, Andrea, Amy, Jacqui e Miranda estavam lá para lavar a roupa do pessoal do acampamento.

– Ei, estamos animadas hoje? – Andrea perguntou olhando para ela.

– É. Eu quis vim antes de Daryl chegar. – ela respondeu tirando o cabelo do rosto. Ally não ia muito com a cara de Andrea, mas fazia o possível para manter uma conversa civilizada com ela.

Elas passaram algumas horas para termina as roupas. Ally ajudou as outras e voltaram juntas conversando e rindo, com Jim mais afastado, já que ele foi para garanti a segurança delas. Juntas elas estenderam as roupas e depois foram fazer o café da manhã. Ally depois foi pegar algumas ervas para tentar temperar um pouco a comida. Ela saiu com os cachorros e passou a andar por perto do acampamento. Ela achou pouca coisa, mas iria dá. Ally voltou para o acampamento lentamente.

– Eu vou te matar. – Ally escutou Daryl gritando enquanto ia para cima do Rick com sua faca.

Shane foi mais rápido e o segurou. Pelo que ela tinha descoberto pelas conversas com Carl, Mesmo depois de Shane ter se casado com Lori, logo após Rick se divorciar dela, Shane e Rick foram obrigados a trabalhar juntos e eles eram ótimos no que faziam. Eles ainda se tratavam por amigos, apesar de não serem mais unidos como antes dele descobri do caso da esposa com o melhor amigo.

– Não, você não vai. – Ally disse chamando a atenção de todos. – Pare de ser infantil, Daryl. Shane pode soltar ele.

– Eu não acho que...

– Não perguntei o que você acha ou não. Mandei você soltar ele. – ela disse se aproximando deles.

Laica e Poseidon estava rosnando para o ex-policial e estavam prontos para atacar. Mesmo relutante, Shane soltou Daryl. O caipira olhou para Ally e depois para Rick.

– Você sabe o que ele fez? – ele perguntou para ela com raiva.

– O que eu sempre quis fazer, abandonou Merle algemado em cima de um prédio. – ela disse cruzando os braços calmamente. – Não se preocupe, seu irmão está bem. Eles trancaram a porta antes de saírem. Do que ia adiantar eles tentarem soltar Merle e todos morrerem? Vamos atrás dele, não precisa se estressar tanto.

– Eu podia te matar agora mesmo. – Daryl disse pegando a faca e a guardando.

– E quem lavaria sua roupa? – ela perguntou levantando a sobrancelha.

– Eu te odeio.

– Eu também te amo. – ela disse passando por ele. – Quando saímos?

– Você não vai. – Daryl e Rick falaram ao mesmo tempo.

– E posso saber por que não? – ela perguntou olhando para os dois. – Posso saber por que eu não posso ir com vocês?

– Pode. Porque é perigoso. – Daryl disse. – Você vai ficar aqui onde vai estar em segurança.

– Mas não vou mesmo. – ela disse dando um passo para frente e ficando cara a cara com ele, que era vários centímetros mais alto que ela. – Vocês não mandam em mim. E eu quero ir.

– Mas não vai. – Dessa vez quem disse foi Rick. – Quanto menos pessoas melhor.

– Olha aqui, vocês dois, eu sou a mais rápida daqui. E sou a única que pode passar por eles. – ela disse sorrindo para os dois.

– Como assim? – Rick perguntou confuso.

– Você vai ver, xerife. – Ally disse antes de sorrir para ele. – Eu vou apenas trocar de roupa. E acho melhor vocês não me deixarem aqui se não vou sozinha.

– A, eu acho que isso...

– Daryl, querido, eu acho que vocês vão precisar de mim para pegar aquelas armas. E eu preciso passar na farmácia.

– Para que? – Daryl perguntou seguindo ela que já ia em direção a sua barraca.

– Minha bombinha acabou. – ela disse se virando para ele. – Eu preciso pega mais.

– A, eu pensei que você estava bem. Você me disse que estava bem.

– E estou. – ela disse entrando na barraca e procurando alguma roupa. – Por isso mesmo tenho que pegar agora e não esperar até ter um ataque. Tinha pedido para Merle trazer uma para mim, mas acho que não deu muito certo.

– Tudo bem. – ele disse cruzando os braços emburrado. – Vou esperar no caminhão.

Ally apenas concordou com a cabeça fechou a barraca. Ela colocou um calça e uma blusa simples e saiu com a espada nas mãos. Ela passou por Rick e T-Dog que falavam com Dale e Jim. Ela entrou no caminhão e se sentou ao lado de Glenn na frente. Daryl andava de um lado para o outro no caminhão.

– Vamos logo. – Daryl gritou nervoso enquanto chutava a buzina.

Rick e T-Dog foram para o caminhão com um tipo de alicate nas mãos. Ally apenas balançou a cabeça e começou a cantar baixinho. Ignorando eles. Durante todo o caminho ninguém disse nada, os únicos sons que tinha eram o do motor e a voz de Ally. Apenas quando eles chegaram a cidade começaram a planejar.

– Vamos deixar o caminhão aqui. – Glenn disse quando eles pararam nos trilhos de trem. – Será melhor assim. Vamos primeiro para a loja de departamento, depois pegamos as armas e por fim vamos a farmácia.

– Eu acho que posso ir na farmácia sozinha. – Ally disse saindo do caminhão.

– Não. – os quatro garotos falaram juntos.

– Foi só uma ideia. – ela disse olhando em volta. – Bom, se irmos por ali, passamos em frente ao uma farmácia, seria melhor para mim. Se fomos por ali, vamos direto para a loja de departamento. Por ali tem uma loja de armas, ainda tem algumas escondidas.

– Como você sabe isso? – Gleen perguntou olhando para ela surpreso.

– Eu já vim para cá várias vezes sozinha. – ela disse prendendo o cabelo em um rabo de cavalo. – Shane me mandou vim atrás de umas coisas para ele e eu mandei ele por inferno. Mas eu vim mesmo assim. Precisava de umas coisas.

– Que coisas? – Daryl perguntou quando eles começaram a andar.

– Camisinha. – ela respondeu calmamente.

– O que? – Daryl gritou. – Para que você quer isso? Me fala quem é o cretino que está te desonrando que eu vou matar ele.

– Desonrando? Sério, Daryl? Em que século você está? – ela disse rindo. – Bom, eu posso te falar os nomes, mas você não vai matar ninguém.

– Nomes? Eu vou matar todos daquele acampamento. – Daryl disse furioso.

– Bom, vamos aos nomes: Carl, Louis, Eliza, Sofia.

– O que? – os quatro perguntaram confusos.

– Eu usei as camisinhas para brinca com eles. Eu enchia de água e jogava para eles. – ela disse sorrindo para eles. – É mais divertido do que bexiga, já que escorrega. Vocês tem que usar mais a imaginação de vocês.

– Eu não sei por que ainda me surpreendo com você. – Daryl disse acendendo um cigarro.

Ally apenas sorriu e continuou andando. Eles decidiram ir direto para a loja, já que o caminho que eles seguiram ia direto para lá. Eles entraram facilmente e encontraram apenas um walker, que Daryl matou depois de falar que ela era feia. Rapidamente até o telhado. Não encontraram nenhum zumbi pelo caminho até lá. T-Dog abriu a porta e eles entraram rapidamente. Assim que entraram foram até onde Merle estava algemado. Eles encontraram apenas a mão dele.

– Desgraçado. – Daryl disse apontando a besta para T-Dog.

Rick apontou a arma para Daryl. Glenn olhava para eles sem saber o que fazer, enquanto T-Dog ficava parado com medo do que Daryl faria.

– Parem de ser crianças. – Ally disse rolando os olhos. – Se você disparar essa arma aqui, já era, Xerife. Abaixe isso. Você também, Daryl.

Daryl fez o que ela mandou, mas não parecia muito feliz com isso.

– Você tem um lenço para me empresta? – o caipira perguntou para T-Dog.

Ally foi até a ponta do telhado e olhou para longe dali. Ela podia ver a loja de arma a alguns metros de onde eles estavam. Daryl estava falando sobre o que achava que tinha acontecido, mas ela não ligou.

– Venham. – Daryl chamou.

Ally pegou sua espada e foi com eles. Daryl ia na frente, com Rick logo atrás. Glenn seguia o xerife e T-Dog ia mais atrás com as ferramentas de Dale. Ally era a última. Ela olhou para trás ao escutar um barulho, mas não viu nada.

– Droga. – ela escutou Daryl falando quando chegou onde eles estavam. – Eu vou atrás dele.

– Eu sei como você se sente. Mas tem que se acalmar. – Rick disse segurando ele. – Se você se acalma, podemos te ajudar. Vamos atrás do seu irmão com você, mas você tem que pensar.

– Eu posso me acalma. Posso fazer isso. – Daryl disse olhando para ele.

– Olha se vamos fazer isso, vamos pegar aquelas armas primeiro. – T-Dog disse. – Não vou sair por ai apenas com boas intenções.

– Tudo bem. – Rick concordou.

– Eu vou para a loja de armas. – Ally disse olhando pela janela. – Assim não perdemos muito tempo aqui.

– Ally, não acho que seja uma boa ideia.

– Eu posso fazer isso, Rick. – ela disse firme. – Se primeiros pegamos as armas daqui, depois ir atrás do Merle e seguir o plano, vai demorar muito. Mas se eu pegar as armas e os remédios na farmácia será bem mais rápido.

– Acha que consegue sozinha? – Daryl perguntou parando ao lado dela.

– Sim. – ela disse sem olhar para ele. – Posso ir e volta sem eles me notarem.

– Tem certeza?

– Sim. – ela olhou para ele. – Posso ir e vim em poucos minutos.

– Tudo bem. – ele disse olhando para longe. – Vamos nos encontra no restaurante ao leste daqui. Se chegar e ainda não tivermos, espere. Não devemos demorar muito.

– Tudo bem. – ela disse olhando para eles. – Se vocês não chegarem até o anoitecer, vou atrás de vocês.

Ally abraçou Daryl e saiu. Ela desceu as escadas de incêndio e saiu por um beco. Ela passou por alguns errantes, e eles tentaram pegar ela, mas com um movimento rápido da espada, os matou. Ally continuou nesse ritmo, evitando as ruas que tinham muitos deles. Ela andou por uns vinte minutos até que chegou a farmácia. Ela abriu a porta e entrou. Depois foi até perto do balcão e bateu nele com a espada. Esperou um pouco e viu um walker se aproximar dela. Com um movimento rápido e preciso, ela cortou a cabeça dele. Ally passou por ele e foi até as prateleiras. Ela leu os nomes dos remidos o mais rápido que pode e pegou o que precisava. Como não sabia quando voltaria a cidade, ela pegou várias caixas de bomba para asma. Ela também pegou alguns remédios. Antibióticos, analgéticos, chás e outros tipos de remédio que poderia ser util. Ally também pegou remédio para a gripe, caso precisasse. Ela saiu da farmácia e foi para o lado norte da cidade.

Conforme ela andava, mas zumbi prestavam atenção nela. Ally xingou e começou a correr. Ela passava e cortava algumas cabeças, depois entrou em um carro.

– Liga, liga. – ela disse enquanto girava a chave. – Isso.

Ela acelerou o carro e saiu atropelando os errantes. Ela virou rápido e pulou do carro. Ele bateu e começou a pegar fogo. Os walker foram para lá atrás de comida, enquanto ela corria. Ally entrou na loja de armas sem problemas e encontrou um zumbi sentado no chão. Sem nem olhar para ele direito, cortou a cabeça. Ela foi até atrás do balcão e começou a tirar a tabuas do chão. Quando terminou pegou uma bolsa cheia de armas e munições e saiu de lá. Ela sabia que essa bolsa estaria ali, por que conhecia a filha do dono. A menina tinha passado as férias na cidade que Ally morava e tinha comentado sopre as armas em uma noite que bebeu demais no bar que Ally trabalhava. Ela colou a mochila nas costas e foi para o restaurante.

As horas começaram a se passar. Ally andava de um lado para o outro lá dentro impaciente. Eles estavam demorando muito. Será que tinha acontecido alguma coisa? E se eles tivessem sido cercados outra vez? Ela deveria ir atrás deles ou espera mais um pouco? Ela estava tendo uma batalha mental se devia ou não ir atrás deles. Ela parou no bar do restaurante e pegou uma bebida. Ela fez uma careta e sentiu a bebida subir direto para a cabeça. Ela sempre foi fraca para bebida, mas precisa se acalmar.

– Isso foi a coisa mais maluca que fiz. – Glenn disse entrando no restaurante.

Ally estava tão distraída que acabou se engasgando com sua bebida.

– Deuses, onde vocês estavam? – ela perguntou dando a volta no bar e indo até eles. – Pensei que vocês tivessem morrido. Não íamos juntos atrás do Merle?

Ela chegou até eles e abraçou cada um deles. Primeiro Daryl, depois Rick, depois Glenn e por último T-Dog.

– O asiático foi sequestrado. – Daryl falou sorrindo. – Tivemos que ir resgatar ele.

– O que aconteceu? – ela perguntou olhando para ele.

– Uns chicano queriam as armas. O bom moço ali deu algumas armas para eles. – Daryl disse apontando para Rick.

– Eu vou querer saber do que vocês estão falando? – ela perguntou bebendo o resto da sua bebida em um gole só.

– Você está bebendo? – Daryl perguntou surpreso.

– Sim. Eu estava nervosa. – ela disse olhando para ele. – Não me jugue.

– Quanto você bebeu? – ele perguntou olhando para ela.

– Um copo. – disse dando os ombros. – Vamos logo.

Ally passou por eles e saiu do restaurante. Ela estava começou a andar com os outros logo atrás. Os homens passaram a seguir ela. Eles não falaram muito durante o caminho. Quando eles estavam perto de onde estava o caminhão, os rapazes começaram a discutir sobre Rick ter dado parte das armas para o pessoal do asilo.

– Pessoal? – Ally chamou fazendo eles pararem de discutir.

– Oi? – os quatro perguntaram juntos.

– Onde está nosso caminhão? – ela perguntou olhando para eles. – A gente não deixou ele aqui? Ou eu estou muito doidona?

– Foi aqui que deixamos. – Glenn disse. – Quem poderia ter pego?

– Merle. – Rick disse.

– Ele vai busca vingança no acampamento. – Daryl disse olhando para Rick.

– Vamos. – Rick disse e começou a andar.

– Andando? – Ally perguntou surpresa.

– Sim.

– Por que não voltamos para a cidade e pegamos outro carro. – ele disse andando.

– Não temos tempo.

– É, por que ir andando vai ser mais rápido do que voltar para a cidade e pegar um carro. – ela disse passando por ele. – Você é um gênio, xerife.

Rick parou e ficou olhando para ela.

– É, xerife. Ela é demais. – Daryl disse sorrindo.

Eles andaram por horas. Ally ai cantando animada. Ela ás vezes parava para dança e ria quando tropeçava.

– Ela está bem? – Rick perguntou preocupado.

– Ela se anima fácil. Um gole de pinga basta para mexer com a cabeça dela. – Daryl respondeu olhando para Ally que sorria para eles.

– Eu estou ótima. Apenas animada. – assim que terminou de falar ela caiu. – Droga de coordenação motora.

– Estamos vendo como você está ótima. – Glenn disse esticando a mão para ela.

– Vocês sabem que não tenho coordenação. – ela se defendeu enquanto corava.

– Verdade. Ainda não sei como corre tão rápido sendo tão desastrada. – Daryl disse pegando um cigarro.

– Magoei. – Ally falou colocando a mão no peito.

Eles começaram a andar em silêncio. A noite já tinha caído, e eles estão prestando atenção em tudo a sua volta. Qualquer movimento que tivesse ali, caso algum walker aparecesse. Eles estavam a menos de três quilômetros do acampamento quando escutou o som de tiros.

– Ai, meu Deus. – Rick disse começando a correr.

Os outros seguiram o exemplo dele e começaram a correr também. Quando eles finalmente chegaram ao acampamento viram que não era Merle como pensavam, eram Walkers. Ally deixou sua espada de lado e assim como os outros pegou uma arma. Eles se separaram e foram atirando em todos os errantes que encontraram na frente. Laica e Poseidon estavam cada um em cima de um errante mordendo o pescoço dele. Daryl deu um tiro em cada um e os cachorros correram para pegarem outro zumbi, mas não era preciso. Todos já estavam mortos.

– Carl. – Rick chamou abraçando o filho. – Está tudo bem. Eu estou aqui.

Ally parou ao lado de uma árvore e olhou para os dois. Ela sentia falta da família. Depois de suspirar foi ajudar os outros. Eles começaram a separa os deles dos walker desconhecidos. Naquela noite ninguém dormiu. Ally ficou surpresa ao ver o modo como Lori se jogava em cima de Rick, mas não se aproximou deles. Ela ajudou a arrastar todos os mortos e depois foi se sentar em cima do capô de um dos carros. Ela ainda sentia a cabeça meia anuviada e ela estava com sono por causa da bebida.

– Acho que aqui não é assim tão seguro como imaginávamos. – Daryl disse parando ao lado dela.

– Acho que não tem mais lugares seguros no mundo. – Ally disse encostando a cabeça no ombro dele. – E se tiver, não será tão perto da cidade. Tem muitos lá e pouca comida. Esse foi apenas o primeiro de muitos ataques.

Eles passaram o resto da noite ali.