"Fred? Fred!"

A mulher, desesperada saiu de sua cadeira e jogou-se até o chão. Ela pôs seu ouvido em seu peito para tentar ouvir as batidas do coração, e como era de se esperar, não se ouvia nada; também não havia respiração.

"Hum." O Banqueiro assistia àquela cena na mesma expressão de sempre: sem reação, frio e calculista.

Não havia como chamar a emergência, já que o sinal do celular era inexistente. Seria uma corrida contra o tempo e um verdadeiro milagre para Fred voltar à 'viver'. A única alternativa seria a ressuscitação cardíaca; ela deveria agir rapidamente e ao mesmo tempo cautelosamente, ou então Fred morreria.

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Daphne abriu seu paletó, desabotoando depois os botões de sua camisa. Em seguida ela tapou o nariz dele com os dedos e fez a respiração boca a boca duas vezes.

Logo em seguida ela partiu para a massagem cardíaca, rezando para que tivesse força suficiente para pressionar contra seu robusto peito. Ela pressiounou com a força de seu próprio corpo contra ele quinze vezes.

"Está apenas acelerando seus batimentos cardícos fazendo isto. É inútil."

"Cale-se!" A mulher gritou sem ao menos olhar para ele.

Por dois minutos Daphne tentava fazê-lo acordar, entretanto, todas as tentativas fracassavam. O esforço era grande, já que ela fazia o trabalho de duas pessoas; ela se cansava rapidamente, e quando estava prestes a perder o rítmo, ela se esforçava mais ainda. Aos poucos, Daphne estava sendo consumida pelo cansaço, e perdendo Fred.

"Não adianta, mesmo que você consiga terminar a massagem cardíaca, não há como reanimá-lo."

"Eu... não vou... desistir."

"Por que ainda se preocupa com ele?"

"Prometemos que... sairíamos dessa juntos."

"Seria mais fácil se você continuasse a jogar, por ele."

"Não... Eu não saio daqui, sem ele." Daphne persistia; logo três minutos se passaram. O tempo estava acabando, e com ele, a força da mulher. Ela ficou em silêncio, tentando concentrar-se, mas não conseguiu evitar; ela precisava de ajuda, e tentaria pedir daquele homem que, talvez estivesse na linha da morte e da vida dos dois.

"Por que você... não se importa?"

"Meu trabalho é apenas fazer o que sou ordenado. Não envolvo meus sentimentos nisto, senhorita Blake. Isto é um jogo."

"É a vida... de alguém... que está em jogo."

"Entenda, senhorita Blake. O senhor Jones, neste momento, está sendo eliminado do jogo. Acabou."

"E se fosse... alguém de sua... família?" Daphne rapidamente lançou um olhar para o homem grisalho. "E se fosse alguém, próximo a você?"

Quatro minutos se passaram. Se passasem dos cinco minutos, a vida de Fred poderia estar comprometida para sempre.

Ela tentou alcançar os oslhos do Banqueiro e, de alguma forma era como se estivesse pedindo ajuda. Foi a primeira vez desde os minutos anteriores que ela olhou para ele. O Banqueiro, por sua vez, olhou de uma forma diferente. Talvez ela tenha conseguido alcançá-lo. Mas nada era certo; aquele homem era um mistério. Ela não o conhecia, mas ele a conhecia.

O Banqueiro então, se levantou. Ele ficou de costas como se estivesse pensando em algo; refletindo sobre algo. Daphne persistia na massagem cardíaca, agora com poucos segundos até completarem cinco minutos. Depois disso, a chance de Fred sobreviver diminuiria drasticamente.

Ele continuou ali, de pé. Foi quando Daphne deduziu que os cinco minutos haviam se passado. Ela pressionou seus olhos, lamentando que não comseguiu reanimá-lo a tempo suficiente.

"Fred..." Seus olhos começaram a ficar vermelhos. Seu bracelete já não importava mais, agora, passando dos 80bpm.

"Você não pode fazer mais nada. Agora levante-se."

"Não eu não vou..." Daphne parou de falar quando sentiu um pulso, vindo do corpo de Fred. A ruiva foi para trás por causa do impulso, e logo olhou para o banqueiro, que ainda permacia de costa para ela.

Ela voltou-se para Fred esperando alguma reação.

"Ah... ah... Daph?" O loiro pela primeira vez, disse alguma coisa. Ou pelo menos tentou dizer alguma coisa.

"Você está bem..." Daphne não aguentou a emoção e jogou-se par aabraçá-lo.

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"Ei! Não se preocupe... eu estou bem... não se preocupe."

Daphne ajudou a levantar o loiro, que ainda estava um pouco fraco, ajudando-o a sentar na cadeira.

A mulher não conseguia acreditar. O único capaz de fazer aquilo seria o Banqueiro. Mas, o Banqueiro? Isso seria contra as regras, Daphne pensava. O que será que aconteceu, que o homem que estava do outro lado da mesa, os ajudasse? Fred poderia estar morto, mas graças à ele, o loiro estava junto dela, novamente.

"Eu não sei o que dizer..." Disse Daphne dirigindo-se a ele. "Mas... obrigada."

"O bracelete dele apresentou um defeito." O Banqueiro se virou para os dois novamente com a mesma expressão fria.

"O quê?" O casal perguntou.

"Os batimentos do senhor Jones não haviam chegado aos 100bpm, por isso ele não estaria apto para ser eliminado."

"Quer dizer que eu não morri... porque meu bracelete estava defeituoso... Nossa!" Fred sorriu olhando para Daphne, tentando amenizar o ocorrido. Mas ele ainda mostrava a fadiga que sentia após o ocorrido.

"Tente não falar muito. Você estava morto há alguns minutos atrás."

"Parece que você voltou de bom humor, Daph."

Daphne sorriu timidamente para o loiro que acabara de ter de volta.

"Por que você nos ajudou?" Daphne ainda, intrigada com o Banqueiro dirigiu-se a ele, dessa vez, mais séria.

"Eu já disse. O bracelete dele estava defeituoso."

"Não está sendo convincente, Banqueiro."

"Acredite no que quiser, senhorita Blake."

"O que acontece agora?" Fred perguntou.

"Pelo que vi, já não estão mais ligados aos braceletes."

"Então é isso, acabou?" O loiro arqueou as sobrancelhas.

"Se estiverem prontos a passar, eu abrirei a porta para vocês."

"Mas..."

"Sim, senhorita Blake?"

"Esqueça."

O Banqueiro tirou um objeto de seu terno. Era uma chaveiro contendo um botão e algumas chaves. Primeiro ele acionou o botão, e no mesmo momento os braceletes de Daphne e Fred fizeram um som agudo, indicando que foram desativados. Os dois em seguida retiraram-os, dando a deixa para que o homem grisalho se levantasse e seguisse até a porta funda, atrás dele. Antes de colocar a chave na fechadura, ele disse:

"Vá em frente, e consiga o que deseja."

O Banqueiro não se referiu aos dois, ele disse aquelas palavras apenas para uma pessoa. Daphne pensou naquilo e viu que aquela frase foi dirigida à ela.

O casal levantou-se. Fred, ainda com um pouco de dificuldade, foi ajudado por Daphne a ficar em pé.

"Você está bem? Não quer ficar por aqui?" Ela disse, segurando-o pelo braço?

"E ficar aqui?" Fred olhou para o Banqueiro dando um sorriso torto. "Por favor, não me leve à mal, mas eu estou cansado de ficar nesta sala."

"Muito bem, prossigam, vencedores."

O Banqueiro mostrou o caminho para eles após desbloquear a porta. Daphne caminhou primeiro, agradecendo-o; algo que nunca imaginaria fazer tempos atrás. Fred foi logo em seguida, deixando que Daphne fosse primeiro, e antes de atravessar a porta, ele parou e se dirigiu ao Banqueiro.

"Obrigado."

O homem apenas assentiu, e então o loiro passou pela porta.

Havia um pequeno corredor com algumas portas, mas uma porta no final chamou a atenção dos dois. Era uma porta dupla, de madeira; este deveria ser o destino dos dois. Poderia ser a última vez que esse encontro entre irmãos pudesse acontecer.

"Michael." Daphne chegou até a porta, e olhando para Fred firmemente, ela a abriu.