Não há amores que matam, o que matam são as obsessões. Se é amor será abnegado, transfigurado, transformado, puro. O amor é liberdade, não prisão,é desprender-se até mesmo de si. E se esse é o segredo, o amor é ter a alma purificada, pensando mais no outro do que em si.

— Você promete?— Maria disse olhando para a sua mãe.

— Eu prometo!— foi tudo que disse antes de abraçar sua filha.

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Talvez o amor só apareça em nossa vida quando merecemos...E seja isso, o merecimento...

Horas depois...

A reunião de Victória começou logo em seguida da conversa com a pequena Maria e a promessa de que levaria a criança até a tão sonhada avó. O coração ficava triste de ter que prometer algo assim, mas faria.

Não adianta ficar lutando contra aquilo e o pior é que ela teria que enfrentar a mulher que mais odiava, frente a frente sem deixar que a filha percebesse todo animosidade que existia entre elas.

Pepino, Antonieta, Victória estavam conversando sobre o novo desfile da Casa de Modas que seria com o intuito de arrecadar fundos para um Orfanato que recebia ajuda diretamente da casa Victória.

Era muito comum que ela sempre estivesse associada a projetos assim, que buscasse ajudar as pessoas de todos os modos, que fizesse algo para melhorar o mundo. Era com as pessoas aquilo que ninguém tinha sido com ela. Aquilo que as pessoas geralmente não são com as outras.

— Eu acredito que em dois meses todas as coisas que nós planejamos para esse desfile estejam completamente prontas e as duas modelos que você selecionou como as principais poderão fazer a entrada e a saída do desfile com os modelitos que são de Primavera.— Antonieta adiantou o que estava pensando para dizer ali.

Victória sorriu pensando em como a vida poderia ser maravilhosa com ela sabendo que faria sucesso. A filha era sua mola mestre para seguir em frente e assim que a menina foi encontrada se tornou a mola para a felicidade. Não existia nada para impedir que o desfile fosse o melhor do mundo.

— Eu quero um desfile completamente alegre e preciso que as pessoas sintam a energia e alegria do desfile para sermos a melhor Casa de Modas de todos os tempos e que nosso esforço consiga ajudar as pessoas no modo muito efetivo. Que seja para elas o momento perfeito.

Os olhos de Victória brilhavam quando ela falava daquele jeito. Era maravilhoso saber que a equipe dela era toda preparada para fazer o que era necessário. Quando o assunto era Moda, ela sabia que a casa Victória não perderia para ninguém ou fosse pelas suas escolhas financeiras ou mesmo por seus momentos totalmente da moda.

— Para realizar seus desejos, Rainha, podemos fazer com que algumas modelos Mirins despertem o lado emocional de nossos clientes. Vamos fazer a apresentação de algumas carinhas mirins na passarela...— Pepino sorriu cruzando as mãos no peito e erguendo o rosto para mostrar a pequena Maria no sofá pintando.

Victória entendeu na hora o que ele queria. Sua menina era linda, ela sabia disso, era mesmo uma modelo. Só que expor sua filha não parecia ser nada confortável naquele momento. Ela sabia que a mídia queria explorar o retorno cinematográfico de sua filha. Por amor, não queria sua pequena exposta.

— Não, minha filha não... Ela não está pronta para essas coisas.— disse com o rosto perdido na menina.

— Uma pena.— ele resmungou.— Seria perfeito a princesinha no palco. Ainda que você tenha todo amor e cuidado do mundo, minha Rainha, algum dia deveria pensar nessa possibilidade.

Ela assentiu e voltou a sua reunião. Depois de mais de quarenta minutos, sua secretária informou que um homem estava a porta da sala e se recusava a sair. Victória se levantou com o rosto afogueado.

Era João... Era ele fazendo o que ela tinha pedido para não fazer! Perseguindo a ela e a sua menina. Os olhos se cruzaram e todos que estavam na sala viram que Victória tinha ficado furiosa com a presença dele.

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— Podem ir, depois continuamos...— disse com rispidez.

— Se precisa, Rainha, estaremos ali fora.— Pepino resmungou baixinho dando tchau a Maria e fazendo bico para o homem que acabava de chegar.

Quando João olhou a pequena Maria sentada no sofá de Victoria a única coisa que o homem conseguia sentir era desespero. Desespero porque ele queria estar perto da criança e ao mesmo tempo sabia que esse espaço não seria tão fácil.

A menina olhava para ele e não reconhecia. Era uma forma de dizer que João nunca tinha de fato enganado Victória e que a criança não conhecer significava que ele nunca tinha entrado em contato com a menina e nem compactuado com nada das coisas que a mãe dele tinha preparado contra ela.

Era um suposições de Victória que Bernarda tinha feito aquilo tudo contra ela, mas a única coisa que ela tinha como prova era a criança dizer que conhecia uma vovó Bernarda. E isso não provava nada.

— Você é uma menina linda. Sabia?v ele disse se aproximando da menina, estava com o coração acelerado, o homem tinha o mundo ali naquela sala. Sua única mulher a quem amou e a filha.

— O que você faz aqui?— Victória perguntou entre dentes porque ela não queria de jeito nenhum que ele estabelecesse algum tipo de proximidade com a criança. Ele não tinha pensado nem nela e muito menos na filha quando decidiu fazer o que fez no passado. Victória não ia perdoar isso tão fácil.

— Eu não quero dizer nada desagradável na frente da minha filha, por isso eu te peço que você vai embora daqui e que não volte a me procurar.— a voz dela era carregada de raiva.

— Eu não quero me afastar de ninguém e você pode saber o seguinte, eu entendo a sua raiva contra mim, mas não vou de jeito nenhum permitir que você me afaste dessa criança porque eu não tive culpa de tudo que aconteceu! Ela é uma vítima, eu sou uma vítima e você também é uma vítima, Victória! Você passou tanto tempo afastada da nossa filha e agora que tem o direito de estar perto dela deveria compreender que eu também mereço a chance de conquistar essa criança!— a voz dele era baixa, não queria assustar a filha que olhava os dois.

— Eu quero que você vá embora daqui! Quero que você nunca mais pense que tem algum direito sobre mim ou sobre minha filha. Esqueça qualquer possibilidade de amizade entre nós dois e de proximidade de você da minha casa ou das pessoas que me cercam. Lá atrás eu dei meu coração, meu corpo, meus sonhos, tudo meu e você não fez a menor questão de preservar isso ou cuidar de mim!— ela o afastou indo para a porta, o rosto vermelho e tenso.

— Isso é passado, Victória, por nossa filha deveríamos esquecer isso e seguir em frente! O melhor é ter nós dois em conjunto para passar essa primeira fase de adaptação e ela conseguir seguir a vida sem nenhum trauma.— ele disse calmo.

Victória soltou uma gargalhada porque era engraçado o jeito que ele estava falando aquilo. Qualquer um podia simplesmente pensar que o que ele dizia era mesmo um ato de amor, se pudesse desconsiderar o passado isso seria realidade.

— Me faça o favor de não fazer esse tipo de comentário idiota porque tanto eu quanto você sabemos muito bem que o que está acontecendo aqui é consequência das suas escolhas que eu tive que pagar por ter sido abandonada por você.— eles dois saíram da sala para a filha não ver aquela confusão.

— Nesse momento ao assunto não somos nós dois, Victória, o assunto é a nossa filha e como nós dois vamos lidar com todos os conflitos que ela vai passar a enfrentar por todos os traumas que já viveu. Você ainda quer que nossa filha tenha mais traumas além dos que ela já carrega?

Victória deu um tapa no rosto dele. Bem certeiro e cheio com a raiva que ela sentia acumulada uma vida. Ele a segurou nos braços puxando para ele com força.

— Me larga! Eu quero que você suma da minha frente, quero que você nunca mais me procurou para falar nada da nossa filha e que tenha a decência de me deixar em paz quando você me deixou há muito tempo atrás!— ela gritou e João a empurrou contra a parde beijando Victória na boca...