Supermãe

Vida Normal


Minnesota - Sábado, 12h25min

Acordei disposta hoje. Levantei cedo, fiz o café da manhã, lavei a roupa dos meus filhos e assisti ao jornal na TV. Ao que parece a criminalidade aumentou na cidade. Uau. Mas isso não é mais problema meu, é trabalho para os policiais. Eu sou apenas Wanda Víllar, uma mulher normal e dona de casa.

Meus filhos levantaram da cama e Kalvin veio correndo até mim, pulando no meu colo e me dando um beijo de bom dia. Já Amy passou direto e sentou-se na mesa para tomar seu café.

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–Bom Dia, não é?! - Perguntei, me levantando e dirigindo-me para a cozinha.

–Bom Dia pra quem?! - Respondeu.

–Amy, você sabe muito bem que não se deve falar assim com a mamãe. -Defendeu-me Kalvin.

–Por que você não fica na sua, hein?! Seu bebê chorão.

Os dois começaram a discutir, tentei acalmá-los, mas sem sucesso. Então, não tive outra opção se não pegar uma panela e bater em outra, causando aquele barulho.

–Estamos no Café da manhã. Um momento sagrado. Sem brigas, está bem?!

Kalvin me pediu desculpa, enquanto Amy apenas virou o rosto. Me sente na cadeira da ponta, ficando ao lado dos dois. Kalvin lembrou-me que tínhamos que fazer a oração e segurou minha mão. Amy se irritou, e virou o rosto novamente. Peguei em sua mão.

–Mamãe, eu posso falar hoje?! Posso?! Posso?! - Perguntou Kalvin,eufórico.

Não podia negar, não é?! Ele fez a oração da manhã. Que amor!

–Eu estava pensando, já que hoje é sábado, podíamos ir ao Supermercado fazer compras.

–Já sabemos, apenas compras que estão na lista. -Disse Amy.

–Na verdade, hoje irei deixar vocês fazerem suas compras.Antes iremos passar no banco e irei retirar meu dinheiro. Hoje será o dia da Mãe e dos filhos. -Sorri e abracei os dois.

***

Chegamos ao banco. Pedi para que eles esperassem no carro, enquanto eu ia retirar meu extrato. Ao entrar percebi que a fila estava enorme. Iria ficar quase que o dia todo aqui. Mas, tinha que esperar.Essa é a vida de uma pessoa normal. Fiquei algumas horas na fila, enquanto Amy e Kalvin esperam no carro, escutando o rádio.

Finalmente chegou a minha vez. Cheguei até a a máquina e selecionei as opções. O quanto eu precisaria tirar para que Amy e Kalvin pudessem comprar o que quiser?!Cinco mil.

Peguei o dinheiro e caminhei até a saída. Entrou um homem mascarado. Essa não, era um assalto. Ele tirou apontou a arma e mandou todos se agacharem. Eu não acredito que estava passando por aquilo.

Todos estavam agachados, inclusive eu. O mascarado andou até o caixa e mandou a menina colocar todo o dinheiro dentro da bolsa, enquanto apontava a arma para todos. Logo depois,foi passando para os reféns. Eu não fiquei horas na fila para ser roubada. Não mesmo. Me levantei.

–Parada, senhora. -Gritou.

–Escuta aqui. Primeiro, senhora é a tua vovózinha. Eu tenho idade para ser a sua irmã, se quer saber. Segundo, você foi muito mal criado. Se eu fosse a tua mãe, eu te daria uns tapas,viu?! Ela sabe que você entra no banco para roubar?! Vai arrumar um emprego decente. - Andava em direção ao ladrão, que apontava a arma para mim. - Olha, eu tenho dois filhos me esperando dentro do carro e não estou afim de ficar aqui a tarde toda dando sermão em filhinho de mamãe. Ou eu poderia ficar aqui, te distraindo enquanto a moça do caixa está chamando a polícia. Mas, eu só quero que você me deixe sair, da maneira fácil e assim, ninguém se machuca.

O mascarado hesitou, mas apertou o gatilho e a bala passou raspando pelo meu pescoço. Segurei seu braço e o torci, e dei um chute em sua barriga, que o fez se abaixar um pouco. Um chute no rosto foi o suficiente para derrubá-lo.

–Uma dica, grandalhão: Nunca assalte uma mulher de salto alto.

Então, saí do banco. Entrei no carro e Kalvin já se questionava por que eu demorei. ''Tive uns problemas'', foi o que respondi.

***

Chegamos ao Supermercado. Kalvin já foi logo correndo em direção aos salgadinhos que vinham com prêmios.

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–Você também vai querer levar um, filha?!

–Não, isso é coisa para crianças. -Respondeu, cruzando os braços. - Sabe que eu não queria ter vindo, não é?!

–Vai ser divertido. Anda, escolhe alguma coisa.

–Qualquer coisa?! - Inquiriu

–Qualquer coisa.

Amy logo se dirigiu para a ala de bebidas alcoólicas e não hesitou em pegar uma Smirnoff. Peguei a bebida de sua mão e coloquei de volta na prateleira.

–Você disse que eu podia pegar qualquer coisa.

–Enquanto você morar na minha casa, você não irá beber álcool.

–Está vendo?! É disso que eu estou falando. Você nunca me deixa fazer nada.

–Que tal fazer algo que não acabe com a sua vida?! Você sabe quais são as consequências do álcool?!

Amy bufou e tentou fugir da conversa, andando para outro setor, mas é claro que a segui. É meu dever, como mãe, alertá-la sobre isso. Ela ficou cantando, fingindo que não me escutava, só que eu falava mais alto.

–Nos adolescentes, o álcool afeta as áreas do Cérebro encarregadas do raciocínio e da capacidade de tomar decisões. -Ela enfim, parou e me encarou. - Você sabia que ocorrem 32 mil mortes por causa da bebida alcoólica?!

–Está bem, eu já entendi. - Ela arregalou os olhos. - Wanda, abaixa.

–O quê?! Não me manda falar baixo, mocinha, você tem que me escutar...

–Não, abaixa.

Amy me puxou para o chão,para detrás das laranjas.

–É bom ter uma boa explicação para isso, mocinha.

–Fica quieta.-Pediu.

–Eu não estou gostando do seu tom de voz...

–Wanda! Sabe aquele garoto de camisa vermelha, junto com aqueles outros dois rapazes, na fila açougue?! - Olhei para onde ela apontara e avistei. Assenti e perguntei o por que. - Ele é Bradley House, da minha escola.

–Você gosta dele. -Deduzi.

–Agora que você notou?!

–Mas, por que ele não pode nos ver?!

–Está brincando?! Eu vou pagar um baita mico se ele ver que eu faço compras no supermercado com... -Ela parou de falar.

–Com a sua mãe?! - Indaguei. Amy não respondeu e , certamente, o que iria dizer, engoliu em seco.

–Me leva embora?! Por favor?! - Perguntou.

–Claro. -Respondei,meio sem jeito. Mas, mesmo que ela tivesse vergonha de mim, ainda era a minha filha e eu a amava.

Estávamos na fila do Supermercado. Kalvin havia enchido o carrinho com besteiras. Amy olhava para os lados, como se fosse roubar alguma coisa. Foi então, que um outro mascarado entrou no local, apontando a arma para o caixa. Não acredito,outro assalto em um mesmo dia?! A criminalidade realmente está alta.

O tal Bradley se dirigia á mesma fila que estávamos e certamente iria notar Amy, que se demonstrava assustada, não com o fato de estarmos sendo assaltados, mas com medo de ele nos ver juntar. Não podia deixar minha filha passar vergonha, então peguei um carrinho vazio e chutei-o em direção ao assaltante, que estava distraído pegando o dinheiro do caixa e não percebeu quando o carrinho o pegou em cheio, derrubando-o. Agora, é deixar com os seguranças do local. Amy não havia presenciado a situação, estava preocupada demais com Bradley, mas Kalvin sim, e sorria para mim, surpreso. Então, fiz um sinal para que ele mantivesse isso em segredo.